𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐_𝟎𝟒

  ❀𝐏𝐫𝐨𝐩𝐨𝐬𝐭𝐚 ❀

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✿𝐒𝐚𝐧 𝐎𝐧:✿

 
— Agora podemos conversar. — digo ao entrar na minha sala. 

O ômega olhava tudo ao redor ainda desconfiado, prestando atenção em cada passo que eu dava, observando tudo ao seu redor. Desde que entramos no prédio o mesmo ficou calado, mas obviamente que antes ele falou, e muito, quando o disse que era o dono da Euphoria. Primeiro ele não acreditou, depois ele me xingou e falou umas mil e uma coisas. A maioria delas eram reclamações.

Por mais que eu tentasse me defender, o ômega me interrompia e me dava uma lição de moral, sobre como alfas tem que valorizar mais os ômegas, o quão errado era os submeter a suas vontades, e até mesmo como era ridículo uma pessoa humilhar outra apenas por ser de classe ou status diferente.

O ômega ficou uns quinze minutos ou mais discursando sobre isso, enquanto vários funcionários ou representantes entravam e saiam da empresa.
 
Eu não discordava do que o ômega dizia, tanto que na Euphoria temos regras específicas e que devem ser seguidas por todos os funcionários, e isso vai dos estagiários até os executivos da empresa.

Obviamente, eu não era uma exceção. E uma das regras mais importantes da empresa é que cada um ali deveria respeitar o trabalho do outro, independente do gênero ou classe, e tratar todos como iguais. 

Não foi por um motivo banal que eu demiti Jiyun, que tinha deixado o poder subir à cabeça e estava começando a abusar da sua autoridade com os seus subordinados.

Ele ter tentado rebaixa Yoongi, tentando o descartar só por ser um ômega, foi só a gota d'água que o fez ser convidado a sair de modo permanentemente da Euphoria. Ah, claro, a recepcionista da empresa também não vai ter um destino diferente, já que maltratou uma pessoa e ainda o agrediu verbalmente um visitante. 

O real problema é que aquilo era constrangedor. Ser repreendido por algo que eu nem mesmo tenho culpa, em frente à minha empresa por um simples ômega enquanto vários dos meus funcionários entravam e saiam, era realmente constrangedor. Juro que vi um deles tirando foto daquele momento. Até mesmo Hongjoong segurou o riso quando passou por mim e pelo ômega, e eu não duvido nada que ele tenha espalhando isso por toda a empresa. 

— A propósito, eu ainda não sei o seu nome. — digo descontraído, me sentando em um dos sofás do escritório — Posso saber como se chama? 

— Nós não viemos aqui para conversar, e sim para você pegar o troco para as rosas. — o ômega disse ignorando completamente a minha pergunta. 

— Sim, sim, 23 mil won pelas rosas. — reviro os olhos — Eu vou as comprar, e talvez, encomendar algumas com você, mas eu realmente quero conversar com você por um instante. — digo com o tom de voz calmo. 

O ômega bufa e se senta na poltrona que ficava de frente para o sofá que eu estava sentado, deixando as rosas na mesa de centro que estava no nosso meio, e cruzando os braços em clara demonstração de irritação.  

— Então... o que você quer conversar? — ele perguntou indiferente — Já sei que você não vai me sequestrar e roubar os meus órgãos, mas não tenho a menor ideia do que você quer comigo. 

— Por qual motivo esta obsessão por vender os seus órgãos? — questiono, e tudo o que o ômega faz é levantar a sobrancelha — Você não vai pelo menos me dizer o seu nome, para poder começar a conversar?

— Quem quer conversar aqui é você, não eu. — o ômega retrucou — E para que você saber o meu nome? 

— Eu tenho uma leve impressão que se eu ficar te chamando de ômega o tempo todo, você vai acabar pulando em meu pescoço em algum determinado momento. — o respondo sinceramente, porque eu não duvidava nenhum pouco que ele era capaz de fazer aquilo.
 
— Wooyoung, — ele disse por fim — o meu nome é Wooyoung. Jung Wooyoung. — dou um leve sorriso e por algum motivo, o nome dele parecia tão convidativo. Eu tive que me segurar para não ficar repetindo aquele nome várias vezes... agora o porquê eu estar tão hipnotizado só por causa de um nome, era um mistério para mim. 

— Como você já sabe, eu sou o dono da Euphoria. — começo a falar, depois de Wooyoung ter me chamado algumas vezes por eu ter perdido o raciocínio por alguns breves segundos depois de ouvir o seu nome — E antes de começarmos, quero pedir desculpa pelo comportamento dos meus funcionários. Este não é o tipo de comportamento que tolero aqui na empresa, e por mais que eu não soubesse que a recepcionista e seguranças estavam fazendo tais coisas com nossos visitantes, eu me responsabilizo pelo modo que eles agiram. — digo e me curvo para o ômega em um pedido de desculpa. 

— Por esta eu não esperava! — ele exclamou um pouco surpreso. 

— Muitos têm uma impressão errada sobre várias coisas relacionada a Euphoria, principalmente por causa do conteúdo que alguns sites, revistas e tabloides escrevem a respeito da empresa, mesmo que na maioria dos casos eles escrevem apenas em cima de suposições. — digo dando de ombros — Se tem uma coisa que eu prezo bastante, é o respeito, não só com os funcionários, mas com todos de um modo geral. 

Wooyoung ficou em silêncio por algum tempo, me encarando como se estivesse me analisando. Eu não mudei minha postura, continuei olhando do mesmo modo, não com o ar superior, mas como uma pessoa igual. Por fim, ele suspirou, relaxando um pouco o corpo e se aconchegando mais sobre o sofá.

— Okay, tudo bem, desculpas aceitas. E você nem tem culpa do que aconteceu, e eu já nem ligo mais tanto para isso também. — ele balançou a mão como se fizesse pouco caso — Confesso que fiquei com raiva por causa da atitude da moça lá embaixo, por isso não queria nem sequer entrar mais aqui. — acabo dando um leve sorriso por ver que o ômega já estava mais calmo em relação ao ocorrido — Então, o que você queria conversar comigo?

Direto ao ponto. Sem nem mesmo enrolar um pouco, o ômega me fez a pergunta, cruzando seus braços em frente ao seu corpo e balançando a cabeça em um único movimento, fazendo uma expressão de "estou te ouvindo". Eu tive vontade de rir com aquela cena, mas me segurei.

— Eu não sei se você sabe, mas a Euphoria está a procura de um ômega para ser o mais novo modelo da empresa. — começo a falar, prestando atenção em cada movimento do ômega a minha frente — Não apenas um modelo freelancer, mas um que passará a ser um dos modelos principais da empresa, junto com os demais.

Dou uma leve pausa, e Wooyoung arqueou a sobrancelha, e dava para ver como o mesmo estava impaciente.

— E…
 
— E... eu gostaria que você fizesse parte disto... — digo gesticulando — que se junte a nós e que seja este modelo que estamos procurando. — Wooyoung abriu a boca no mesmo instante, ele parecia desacreditado do que estava falando.

Um silêncio se instalou naquele momento, durou alguns minutos, mas por todos aqueles minutos o ômega continuava a me encarar perplexo, e eu não fazia a mínima ideia do que ele estava pensando naquele momento.

— Hã? Você só pode estar brincando! — ele exclamou nervoso, passando a mão por seu cabelo vermelho e me olhando ainda de modo desacreditado.

— Por que você acha que eu estaria brincando com isso? — pergunto sério.

— Porque não faz sentido! — Wooyoung disse em um tom alto — Eu não tenho nenhum conhecimento sobre... isso, nem mesmo tenho ou tive algum interesse sobre. Eu sou uma pessoa comum, que vende rosas para pagar algumas despesas da faculdade e que tento sobreviver aos meus problemas do dia-a-dia. Então não faz sentido você vim falar isso, assim do nada!

— Eu até posso concordar que isso é inesperado, mas vou ter que descordar sobre você ser uma pessoa comum, Wooyoung-ssi. — retruco — Você tem uma beleza única, que me encantou desde o início. Eu não saberia explicar o quê ao certo, mas você tem algo que prende a atenção das pessoas, um charme e um carisma que faz as pessoas ao seu redor se encantar com você.

— De onde você tirou isso? — o ômega perguntou, voltando a ficar desconfiado e me encarando como se eu fosse louco.

Eu acabei não resistindo e dei uma risada, deixando meu corpo mais relaxado no sofá que estava sentado. Cruzo minhas pernas e em nenhum momento Wooyoung desviou o olhar, e eu retribuía, o olhando de modo tão profundo como ele me olhava.

— Deixando o nosso primeiro encontro de lado...

— Onde você me atropelou. — ele interrompe, e eu reviro os olhos, mas continuo ignorando o que ele havia dito.

— Eu vim o observando desde o momento que te vi no restaurante, principalmente o ambiente ao seu redor. — digo, e Wooyoung levanta a sobrancelha, novamente, de modo duvidoso — Por mais que você esteja usando roupas simples, as pessoas tendem a olhar para você. Não vou negar que alguns alfas ou betas o olharam de modo malicioso, mas de modo geral, alguns olham para você com uma certa... curiosidade. Enquanto estávamos andando pela rua foi a mesma coisa, e quando entramos aqui também. Você tem algo que prende a atenção das pessoas Wooyoung.

— Ainda não acho que isso seja uma boa ideia... — Wooyoung murmurou ainda incerto, encolhendo um pouco o seu corpo — Eu não sirvo para isso.

— Vai me dizer que você é um daqueles que desisti rápido? — foi a minha vez de arquear a sobrancelha, mas de modo desafiador.

— Não venha tentar colocar palavras na minha boca, alfa. — o ômega retrucou e eu acabei dando um sorriso de lado — Porque eu nunca disse isso!

— Então você vai tentar? — o desafio, e o mesmo me olhava de modo pensativo, e ainda dava para ver a dúvida em seus olhos — Olha, no final desta semana nós vamos realizar uma audição para selecionarmos alguns modelos para um desfile, por que você não vem para ver como é?

— Vai ser que dia? — ele perguntou curioso.

— Vai ser no sábado no final da tarde, mas ainda não temos um horário certo. — o respondo e pego minha carteira e logo em seguida me levanto.

Vou até minha mesa e pego a minha carteira, e de dentro dela eu retiro um cartão personalizado com o meu nome e que tinha o meu número comercial, junto com mais algumas informações básicas. Pego uma das canetas de cima da mesa e anoto junto o meu número pessoal, e logo volto até a poltrona onde o ômega estava sentado, estendendo o cartão para ele.

— Este é o meu número, me mande uma mensagem que eu te informo o horário corretamente. — timidamente, Wooyoung pegou o cartão da minha mão e olhou para ele com certa admiração — Você pode me informar por ele também se você irá vim ou não, mas sinceramente, eu espero que você venha e aceite se tornar o nosso modelo.

— Por que você quer tanto que eu seja modelo? — ele voltou a ficar desconfiado, me olhando de modo analítico.

— Porque você é perfeito! — o respondo sem malícia, mas com o máximo de sinceridade que conseguia.

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