𝟓𝟖 - 𝐒𝐈𝐂𝐊
Apoio minhas mãos na grade, observando o corpo de Glenn curvado para frente, a cabeça entre os joelhos; ele foi contaminado. Engulo em seco, contendo as lágrimas. Afinal, Daryl e os outros foram atrás de ajuda. Se conseguirmos conter todos, poderemos aguentar até eles chegarem, o que pode ser fodido pra caralho. Ajustei a máscara de pano em meu rosto e sei que ela não previne 100%, mas é uma forma de me sentir protegida. Essa foi a única exigência que Hershel fez: somos apenas os dois contra toda essa merda. Inclino a cabeça para o lado, tocando o ombro do mais velho.
— Todos tomaram o chá, Isobel?
— Sim, fui em cada cela. Inclusive, optei por deixar a Lizzie em uma separada — afirmei, voltando meu olhar para Rhee, que tossia incessantemente.
— Deixe isso na cabeça: ordens do veterinário! — murmurou Greene, encarando o rapaz.
— É Glenn, seja um bom garoto e ganhe um pirulito! — brinquei, dando um chute de leve em seu pé.
— Que merda, depois de tudo a gente vai ser morto por um resfriado idiota! — ralhou, enfurecido com seu próprio estado, os olhos avermelhados e o suor escorrendo por suas têmporas.
— Não mesmo, japonês. Já prometi que você irá morrer no meu taco de baseball — ironizei, arrancando um sorriso dele. — Você fica melhor assim, com um sorrisinho no rosto, japa!
— Tá bom, dona coelha!
— Eu até te abraçaria, mas você tá todo suado! — esboço uma carinha de nojinho. — Vou verificar os outros, se divirtam, rapazes!
— Claro, senhora
Greene sorriu para mim, acenando com a cabeça. E, honestamente? Gosto disso. Gosto de saber que, mesmo na desgraça, ainda somos unidos o suficiente para rir de toda essa merda juntos. Esfrego as mãos na calça jeans, sentindo a aspereza do tecido contra os dedos, como se isso pudesse me ancorar na realidade. Aceno para os dois antes de me afastar vagarosamente, cruzando o corredor entre as celas.
O cenário à minha volta é um retrato do inferno. Pessoas tossindo sem parar, algumas jogadas no chão, cuspindo sangue. O cheiro de podridão impregna minhas narinas, pesado e sufocante. Já deveria estar acostumada a isso, mas a verdade é que nunca estarei. O fedor da morte, a forma como ela nos acompanha a cada segundo, como uma sombra inevitável, é algo que nunca se torna menos insuportável. No começo, achávamos que os zumbis eram o pior dos nossos inimigos; bobos. Depois, percebemos que havia gente viva muito mais perigosa. Mas agora? Agora eu vejo que fomos ingênuos, ingênuos para um caralho. A ameaça sempre esteve aqui, silenciosa, esperando o momento certo para nos atingir. Eu deveria ter desconfiado.
Não temos mais saneamento básico; tudo que tínhamos do mundo anterior foi se extinguindo aos poucos. Não temos mais vacinas, medicação pura, água limpa para banho e coleta de lixo. Tudo isso implica na forma como vivemos. Novas doenças podem surgir no meio dessa podridão, ou aquelas que pensávamos ter extinto podem voltar com toda força e nos dominar. Não será fácil.
"Todos os dias lutaremos com um leão diferente", costumava dizer minha mãe. Eu nunca entendi esse ditado — até que toda essa merda estourou. No começo, eu era apenas uma maluca tentando sobreviver. Tive que aprender na marra a ser uma filha da puta, porque, se não fosse, alguém acabaria fodendo comigo. Agora, finjo que não me importo com toda essa matança. Mas eu me importo. A Isobel de antes — aquela garota que queria salvar vidas — certamente me julgaria por tudo que me tornei. Ela se horrorizaria com a nova Isobel, essa que não hesita em matar uma ou duas pessoas se for para um bem maior.
Mas sabe o que é pior? Eu já não sei mais se me importo com o que ela pensaria.
Bufo, sentindo os meus ombros arderem, limpo os meus olhos com os polegares, sentindo uma pequena ardência em minha íris. Mas o mundo agora é assim: mata ou morre, e eu? Não quero morrer agora.
Ouço uma voz baixinha, quase um sussurro. Piscando três vezes, tento discernir o que está acontecendo, minha mente ainda lenta para processar. Balanço a cabeça de um lado para o outro, buscando a origem daquela voz, mas não vejo nada à primeira vista. Então, meus olhos encontram fios loiros. Lizzie. Lembro de ter visto Carol com ela antes de sair para uma busca com Rick. As duas conversaram bastante, mas, na hora, não me importei em entender. Apenas continuei com meus afazeres. Agora, Lizzie está ali, murmurando palavras baixas para uma mulher morta. O cadáver está amarrado à cama, a pele pálida e os lábios manchados de sangue fresco. O cheiro ferroso se mistura ao ar já viciado da cela. A cena é terrivelmente perturbadora. Algo no jeito como a garota fala, no olhar vidrado, na maneira quase… carinhosa com que encara o corpo sem vida, me faz gelar por dentro.
— Ei garota, se afaste. — rosnei em um tom ameaçador, fazendo-a recuar alguns passos.
As orbes que antes pareciam entretidas até demais com o morto congelam ao me ver. O corpo da garota tremia como se estivesse morrendo de frio. E, claro, antes de falar qualquer coisa, ela inclinou o corpo para frente, fingindo tossir. Confesso que, quando era mais nova, nunca fui um exemplo de boa aluna; colocava o termômetro no abajur ao lado da cama só para não ir até a escola e, como uma boa mentirosa, consigo reconhecer outra. Desde que todos entraram aqui, a garota parece ser a mais estável, até mesmo para mim.
Mas uma coisa é certa: essa garota é maluca, pirada, doidinha das ideias. E eu não sou normal, mas essa daí deve ter uns 600 parafusos a menos para ficar conversando com um morto.
— O que está fazendo? — sibilei, retirando a faca do coldre, não para acertar a criança maluca, e sim o zumbi que estava prestes a mordê-la. — Hein? O zumbi comeu a tua língua?
— Eu… estou tentando ajudar. Ela começou a se mexer muito, sabe…
— Uhum.
Antes que a garota pudesse se afastar do zumbi, mirei e joguei minha faca contra o crânio do errante, esmagando-o com força suficiente para fazer o sangue espirrar na roupa dela. O impacto foi seco, grotesco. Lizzie estremeceu. De alguma forma, aquilo soou como uma ameaça, mesmo que essa não fosse a intenção. Sem dizer nada, me virei e comecei a me afastar daquela cena patética. Os outros não precisam saber que assustei a pobre criança maluca. Talvez devessem, mas isso não é problema meu. Antes de sair de vez, parei no meio do caminho, lancei um último olhar para Lizzie e coloquei a mão na cintura, tombando a cabeça para o lado, avaliando-a.
— Você estava os alimentando, não é? — murmurei, sem esperar resposta, antes de continuar meu caminho.
Não precisava de confirmação. Estava estampado no rosto dela, pesado, como se carregasse um pecado que ninguém mais podia ver. Mas quer saber? Eu não sou padre. Não preciso ouvir confissão de gente maluca. De doida já basta eu. Minha cabeça não tem um minuto de paz, sempre girando em mil possibilidades, calculando cenários, esperando pelo pior. Então, definitivamente, não é meu dever me preocupar com a loucura alheia.
Continuo minha ronda entre as celas, mantendo o acordo com Hershel para dividir os turnos e evitar que ele se esgote. A cada cela que passo, aceno de leve para as pessoas ali dentro. Algumas são apenas crianças, e isso me faz pensar em Ally. Não quero nem imaginar como seria se ela estivesse aqui. Esse pensamento sozinho já é o suficiente para me deixar nauseada.
Após alguns passos, chego a uma cela onde Hershel está com Sasha e Glenn. Os dois estão acabados, com olheiras profundas e expressões tão abatidas que poderia dizer facilmente que foram atropelados por um caminhão. Mas me mantenho calada. Apoio o corpo contra a grade, observando Hershel manusear um laringoscópio com precisão. Logo em seguida, ele posiciona o ambu e começa a apertá-lo em um ritmo controlado. O silêncio ao redor torna cada respiração forçada ainda mais evidente.
Não sei o que é pior: o som da luta pela vida ou o fato de que, no fundo, já sei que alguns daqui não vão sair vivos.
— Hershel, verifiquei novamente e todos tomaram o chá; alguns estão se estabilizando. Creio que, se o grupo chegar a tempo, poderemos salvar muitas vidas. — De certa forma, minto: alguns estão à beira do colapso, mas não poderia preocupar Glenn e Sasha. Eles não vão morrer; eu não vou permitir isso.
— Isso aqui está virando uma reunião do conselho — ironizou Greene, continuando a apertar o ambu.
— Faltam dois.
— Deveríamos criar novas regras antes deles voltarem. O que acham? — O mais velho continuou, intercalando seu olhar entre Glenn e Sasha. — O que acha, Isobel?
— Perfeito
— Eu declaro que teremos espaguetes todas as terças!
— E quartas também! — complementei, sorrindo com os olhos. — Mas tem um problema: não temos espaguete!
— Mas primeiro precisaremos encontrar todos os espaguetes.
Um sorriso surgiu nos lábios de Sasha, pequeno, quase imperceptível. Um resquício de esperança ou pura teimosia, difícil dizer. Já Glenn se mantém um pouco mais afastado, quieto demais. Talvez esteja aceitando, internamente, que essa doença pode ser seu fim. Talvez só esteja cansado de lutar contra algo invisível.
Apoio as mãos na cintura, tentando manter a calma, mesmo que, por dentro, minha mente seja um turbilhão de pensamentos caóticos. Apenas ontem, vimos três pessoas morrerem. Sasha enfiou uma faca em um deles. Depois, Hershel terminou o serviço. No final, fui eu quem teve que acabar com o último. Agora, os corpos contaminados estão trancados em uma sala, esperando. Assim que tudo isso acabar — se acabar — vamos queimá-los.
Essa maldita doença está levando boas pessoas. E o pior de tudo? Não podemos fazer porra nenhuma.
Às vezes, rezo para que tudo isso seja um pesadelo, e talvez eu acorde no hospital ao lado do Rick. Porém, se for um pesadelo, perderei a Ally, Emília e o Daryl. E, se eu voltasse no tempo com tudo que sei hoje, com certeza teria abandonado tudo e ido atrás daquele caipira turrão, o faria se apaixonar por mim de novo e de novo, daria um belo pé na bunda do Shane e aconselharia o meu irmão a terminar de uma vez o relacionamento que estava beirando o divórcio.
Mas não é um pesadelo; talvez seja o inferno e todos aqui tenham um pecado a pagar. Mas qual seria o meu? Luxúria?
Bom, não quero pensar mais nisso — disse eu, já me enchendo de pensamentos desse tipo. É algum tipo de loucura que só acontece comigo ou não? Vai que outras pessoas têm uma voz na cabeça e conversam com ela. E, com isso, eu tenho a certeza de que deveria procurar a Dianna. Será que a minha madrasta faz sessões de psicanálise? Mas ela também é meio louca, capaz de querer fazer tratamento de choque em mim. Não compensa.
— Você pode me substituir? — Hershel perguntou, arqueando a sobrancelha. No fundo da minha memória, lembrei de Dale, daquela sobrancelha dele quando questionava as pessoas na fazenda. Ele estaria tão triste com a frieza que tomou nossos corações…
— Bom, nas aulas práticas de Ambu, deixei um robô morrer, mas farei o meu melhor. — arrisquei uma piada, que foi muito bem vinda. — podem descansar, vou saber lidar!
•••
Vou escorregando vagarosamente contra a parede gélida. Algumas partes da tintura caem sobre minha pele. Uma droga, essa droga de prisão logo estará caindo aos pedaços. Glenn está piorando, e a ideia de poder perder o meu melhor amigo me atormenta como um maldito pesadelo. Tombo a cabeça para frente, colocando-a entre as pernas. Fecho os meus olhos por alguns segundos e pisco algumas vezes, tentando dissipar a sensação de ter pequenos grãos de areia em meus olhos. Nada de lágrimas, Isobel. Com as mãos trêmulas, pego o walkie-talkie, girando o dial até a frequência onde Ally e Emy estão conectadas. A cada segundo que escuto o chiar do aparelho, é como se todo o meu corpo estivesse sucumbindo. Elas estão demorando demais para responder.
Será que alguma coisa aconteceu lá? Droga, talvez eu possa perguntar para a Maggie quando ela vier aqui novamente.
Bato os dedos incessantemente contra o piso gélido, tentando afastar os pensamentos destrutivos. Que droga, não deve ter acontecido nada demais e eu estou como uma louca, ou um pinscher. Estou me tremendo da cabeça aos pés, sem contar nas gotas de suor que escorrem pelo meu corpo. Está parecendo que fui colocada em uma sauna, ou estão cozinhando uma galinha.
— Mamãe? — a voz de Ally toma o ambiente, trazendo uma paz absurda. — Está aí?
— Oi, minha linda… como estão as coisas?
— Mamãe, tudo está um caos. As outras crianças não param de chorar e perguntar pelos pais. Eu e o Carl estamos tentando conversar com elas, mas está um porre.
— E a Emília?
— Organizando os enlatados que o Rick trouxe!
— Ele já voltou… — conclui, passando a língua entre os lábios.
Antes que pudesse ouvir a resposta de Alicent, um barulho seco e alto cortou o ar, fazendo-me virar o rosto na hora. Sem pensar, joguei o walkie-talkie para qualquer lado e saí correndo até o parapeito. O bloco de celas é igual aos outros: dois andares divididos por grades enferrujadas e escadas apressadas demais para segurar qualquer coisa. Não é uma altura absurda, mas o suficiente para quebrar alguns ossos. Apoiei as mãos no ferro gelado, apertando os dedos contra a superfície áspera. Meu olhar desceu, e então vi.
Hershel.
Lutando contra uma daquelas coisas, o tempo desacelerou por um segundo—o suficiente para que eu soubesse que, se hesitasse, ele estaria morto. Impulsionei meu corpo para cima e pulei. Não pensei no impacto, não pensei no estrago que aquilo poderia fazer comigo. Só pensei que, se não fizesse nada, perderíamos mais um. Caí bem em cima do zumbi, o peso do meu corpo o jogando para trás. Antes que pudesse reagir, inclinei-me para o lado, puxei a faca da bainha e a cravei no crânio podre da criatura. O monstro desabou no chão com um baque surdo, e, por um momento, tudo ficou em silêncio.
Só então percebi que minha respiração estava entrecortada e meus músculos tensos. E que Hershel ainda estava ali, vivo. Uma dor lancinante percorreu meu braço quando tentei movê-lo para frente. Merda. Está deslocado. Minha visão embaçou por um instante enquanto eu olhava ao redor. Tudo estava acontecendo rápido demais, como um borrão caótico de sangue, gritos e morte.
Então, um tiro.
O estampido ecoou pelo ambiente como um trovão, fazendo minha cabeça latejar. A pressão me obrigou a abaixar, e um zumbido agudo começou a corroer meus pensamentos. Minha visão piscou entre a realidade e o delírio enquanto eu tentava me erguer. Coloquei a mão contra a cabeça, buscando algum equilíbrio, mas tudo ao redor parecia distorcido, uma pintura grotesca de desespero. Um zumbi se debatia no chão, os olhos sangrando, arranhando o concreto numa tentativa patética de se levantar. Alguns passos à frente, outro devorava um homem caído, os estalos dos ossos quebrando a barreira entre o horror e a urgência.
Não temos tempo.
Meus olhos encontraram Hershel, que tentava se levantar, com os movimentos lentos e pesados. Se não agirmos agora, estamos fodidos. Com a mandíbula travada, segurei meu braço com força e, sem pensar duas vezes, empurrei-o de volta para o lugar. A dor foi um inferno. Gritei. Um grito tão alto, tão rasgado, que fez minha garganta arder como se estivesse sendo dilacerada de dentro para fora. É bem provável que os zumbis lá de fora tenham escutado também.
— Hershel, vai ajudar a Lizzie. Eu dou conta daqui. — bradei, ajustando a faca em minhas mãos, semicerrando meus olhos.
Meus instintos gritavam para eu continuar, para não parar até que cada um daqueles desgraçados estivesse no chão, imóvel. Meus golpes eram rápidos e certeiros, a lâmina da faca encontrando os crânios podres sem hesitação. Não há espaço para erros. O caos se espalhava como fogo. Pessoas corriam, esbarrando umas nas outras, algumas derrubadas pelo próprio desespero. E, no meio disso, o inevitável aconteceu: gritos rasgados de dor indicavam que alguns não foram rápidos o suficiente. Mordidas. Mais perdas. Porra. Hershel estava mandando esses malditos para o inferno sem piedade nenhuma, virou o meu corpo na direção das escadas, mas antes que eu pudesse subir os degraus, um movimento rápido à minha esquerda chamou minha atenção. Maggie.
Maggie avançava para mim, os olhos arregalados, o peito subindo e descendo em respirações aceleradas.
Como diabos ela conseguiu entrar aqui?
— PAI — gritou, erguendo seu olhar para a corda que segurava Hershel e o zumbi.
— Não, não atire, pode pegar o respirador; o Glenn está precisando.
O homem falou com um tom de voz falho, seus braços movimentavam-se de cima para baixo, tentando lutar contra o maldito zumbi. Maggie não hesitou em nenhum segundo sequer; apertou o dedo contra o gatilho, matando aquele desgraçado de uma vez.
— Boa mira, Cowgirl!
O mundo ao meu redor perdeu o som quando vi Glenn se debatendo no chão, os olhos arregalados em puro desespero enquanto o sangue espesso jorrava de sua boca. Maggie caiu de joelhos ao lado dele, os dedos trêmulos segurando seu rosto, com o pânico estampado em cada traço de sua expressão. Hershel tentava reanimá-lo, pressionando seu peito com força, mas os lábios de Glenn já estavam ficando azulados, a vida escapando dele a cada segundo.
Droga Glenn, não faça isso seu idiota!
Meu coração martelava contra minhas costelas, mas minhas pernas não se moviam. Era como se eu estivesse presa em câmera lenta, enquanto ao meu redor tudo desmoronava. Os tiros ainda ecoavam pelo bloco, e os gritos de dor e terror se misturavam ao soluço desesperado de Maggie. Minhas mãos apertaram a grade com força, os nós dos dedos esbranquiçados, enquanto meu peito subia e descia freneticamente. As lágrimas queimavam meu rosto, mas eu não piscava, incapaz de desviar o olhar daquela cena que me despedaçava por dentro. Eu precisava fazer alguma coisa, qualquer coisa, mas o medo me prendeu ali, forçando-me a assistir, impotente, enquanto a morte se aproximava dele.
Não, seu idiota, não morra!!! Você não pode fazer isso comigo, com a Maggie, com o Hershel, você não pode morrer.
Por favor, Glenn, não morra!
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MARATONA: 3/4
AURZTWD 🌶️
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