Capitulo 6

A vida é feita de atitudes, certas ou erradas elas irão determinar o futuro.


Há tempos atrás, antes mesmo de Izuko terminar o ensino médio, ele teve que encarar a mansão Bakugou, pois o namorado o avisou que Mitsuki, a matriarca, estava o chamando para uma conversa importante. Midoriya Izuko era um garoto humilde e inocente, não vinha de família rica, e apesar de desde a infância brincar naquela casa, nunca deixou de ser intimidado pelo enorme tamanho e os móveis de aparência caríssima. Sentia que qualquer mínima decoração valia mais que sua vida inteira.

— Quer conversar comigo? — ele perguntou nervoso de frente para Mitsuki.

— Sim, ouvi dizer que quer ir para a mesma universidade que Katsuki. Tem certeza?

— Claro, não quero o deixar solitário — tentou parecer confiante, mas se sentia um babaca, ficou com medo de Mitsuki o acusasse de chamar seu filho de carente quando ela o olhou fixamente.

— É um bom garoto. O que quer cursar? Direito?

— Na verdade, eu-

— Não, direito não. Administração? É básico, mas em um lugar renomado pode ter um peso maior. Ou talvez algo específico como história? Pedagogia é bom também, cuidar de crianças chama atenção. Ou pode fazer um curso qualquer e se dedicar a trabalhos sociais.

A mulher se perdeu em suas divagações solitárias, não parecia necessitar da opinião de Izuko, mesmo que fosse para resolver a vida dele.

— Hum... Isso quer dizer que tem seus próprios planos para mim? — seu tom de voz deixou claro sua opinião e Mitsuki era rápida para ler as pessoas.

— Oh, querido, só estou tentando ajudá-lo a encontrar uma boa profissão, afinal, vai ser o marido do herdeiro, precisa estar impecável ou a mídia te come vivo, entende?

— Marido? Quer dizer, Kaachan nunca comentou sobr-

Izuko foi interrompido.

— Não? Ele disse que estavam até querendo morar juntos.

— Isso sim, mas casar-

Mitsuki não era uma mulher paciente, isso se mostrava até em uma simples conversa onde não deixava as pessoas terminarem de se expressar ou reagirem.

— Casar, morar junto, não é tudo parecido? Esses jovens de hoje... De qualquer jeito, não entendo a surpresa, afinal, se você não for o marido de Katsuki, quem mais poderia? Estão juntos há tanto tempo e ainda não percebeu seu valor.

Em uma coisa Mitsuki havia acertado em cheio, Midoriya não fazia ideia de quanto valia para o namorado, até anos depois, nunca teve certeza quão importante ou em que posição se colocar. De todo modo, ouvir as palavras da Sra. Bakugou, naquele momento, o encheu de alegria. E ele não se importou mais com nada, se ela queria que ele fizesse faculdade de arquitetura, ou se decidiu o lugar onde viveria e traçou todos os planos para a vida de Izuko.

Mas apesar de sua personalidade ríspida, Mitsuki apreciava a personalidade calma e inocente de Izuko, ela dizia gostar do contraste. E cuidou muito bem dele, o criando como genro perfeito para que ninguém lhe fizesse mal, entretanto, talvez não tivesse levado em conta que aquele estilo de vida era difícil para alguém como ele e seria mentira dizer que não foi severa.

A partir daquele dia, o ômega vivia uma vida completamente diferente. Anos depois, se sentia mais próximo de Mitsuki do que da própria mãe, mas isso se dava pelo tempo que passava com a sogra.

...

Aos poucos o loiro recobrou os sentidos, ficando atento aos aromas e vozes desconhecidas, percebeu que não estava em seu quarto, ao menos em sua casa. Estava no apartamento de Kirishima deitado em um sofá-cama coberto com um lençol azulado de algum desenho que não conhecia. Não fazia ideia de onde estava sua blusa, ou ao menos sua calça. Quando pensou em se sentar para pensar melhor ouviu as vozes se aproximando e por algum tipo de instinto que não sabia explicar ele virou para a parede e fechou os olhos fingindo dormir.

— Então, você é médico, Shinsou Hitoshi? — era a voz de Kirishima.

— Cirurgião geral, não é nada demais. Deveria fazer uma especialização mas cansei de estudar. — até sua voz rouca e arrastada soava preguiçosa.

— Bem, meu amigo já está em casa. Obrigado por acompanhá-lo mesmo tendo o conhecido hoje.

Haviam três aromas, o de Kirishima e o de um ômega e um alfa, mas Bakugou não fazia ideia quem eram eles, afinal nem conseguia ver seus rostos.

— Não foi nada, ele está bem bêbado pra andar sem supervisão. — Então Hitoshi voltou a atenção para o homem em seus braços e deu um beijo na testa para entregá-lo ao amigo.

— Denki fica um inútil quando bebe — O descontentamento de Kirishima era nítido.

Assim que Kaminari, quase desmaiado de tão bêbado, passou dos braços de Hitoshi para Kirishima, o amigo sussurrou avisando que seu chefe estava dormindo na sala e sem roupas, já procurando evitar uma cena quando eles passassem por lá - que era o único caminho para os quartos - no entanto, era pedir muito que um Denki embriagado não fizesse uma cena.

— Uau, tipo, o Todoroki tá aqui? Senhor, não posso te julgar, eu também dava pra aquele homem sem pensar em mais nada. Se até você que é alfa, não conseguiu resistir, imagina eu. Um pobre ômega — Denki dizia com sua voz arrastada pela bebida.

Kirishima ficou envergonhado pela exposição na frente de um homem que havia acabado de conhecer. Hitoshi não escondeu a curiosidade e o encarou esperando uma explicação. O de cabelos vermelhos não sabia, mas acontece que Hitoshi é um amigo próximo de Todoroki Shouto, então quando ouviu o famoso sobrenome ficou surpreso.

— Claro que não, Kaminari! É o meu chefe do departamento, eu falei sobre ele, Bakugou Katsuki.

— ah, o loiro irritado que fala palavrão — a voz desanimada do ômega foi clara — de qualquer jeito, agora eu quero ver ele — antes que qualquer um pudesse fazer algo Kaminari foi para a sala de um jeito nada silencioso o que fez Kirishima ficar com medo do chefe acordar.

— ele até que é bonitinho — falou depois de encarar o alfa adormecido por alguns segundos — você é mais, querido — ele se virou para o alfa de cabelos roxos que estava ao seu lado agora, encarando Katsuki.

— Eu conheço esse cara. Katsuki Bakugou, era um valentão arrogante, estava falando dele há um tempo. Faz sentido ser um alfa.

— ele continua sendo arrogante — Kirishima comentou com um pequeno riso.

— espera, Bakugou! Não é aquele alfa de uma família super rica que foi quase preso por ter atacado o chefe dele da polícia. Eu me lembro que na época, se não me engano ele era casado, o depoimento do marido dele foi o que salvou ele, mas até hoje acho que ele mentiu. Aliás, logo depois o cara que ele atacou foi preso por corrupção.

Os dois alfas estavam boquiabertos, para a maioria das coisas Kaminari Denki simplesmente a pessoa mais distraída do planeta, como ele podia saber de tanta coisa a respeito de uma pessoa que nem conhecia?

— o que? — ele perguntou como se fosse natural — bem, eu tava na minha fase de Sherlock Holmes, então eu assistia bastante esses julgamentos e tal — os dois alfas ainda não estavam convencidos — e também eu achei ele muito gato e o marido dele era a coisa mais fofa que eu já tinha visto.

— isso parece mais você — Hitoshi comentou e colocou o braço em volta do mesmo.

Foi quando perceberam que Kirishima continuava sem reação e o raciocínio de Denki não foi rápido o bastante para entender o porquê, diferente de Shinsou que já estava olhando para o outro alfa com pena.

— ele... você disse o marido dele? — foi a única coisa que Eijiro conseguiu falar

— Ah, bem, eu acho que eles terminaram. O ômega participava de um programa para socialites que passava às quartas, mas sumiu, até a família do Bakugou quando foi entrevistada falou que o filho estava começando um novo momento na vida...

— ele não deve ser casado, certo? Nem usa anel — constatou Hitoshi, sabia que talvez isso não significasse nada, mas o alfa ruivo não parecia muito bem, apenas queria que ele não ficasse tão mal.

— é... vocês têm razão.

Bakugou sabia que não devia, contudo não podia se impedir de sentir—se aliviado pela conclusão que eles chegaram — mesmo que fosse errônea — . Prometeu mentalmente que nunca mais iria fazer nada que não fosse relacionado ao trabalho com Kirishima, mas odiaria que o ficasse um clima estranho entre eles, e não pretendia contar que era casado. Não sabia exatamente porque, mas sentia que era melhor apenas deixar claro que não quer nada com ele. Não reparou no quanto estava cansado, mas de tanto fingir que dormia o sono o tomou mais uma vez, e a última coisa que conseguiu ouvir foi a porta da sala fechando novamente.

Logo Shinsou foi embora, Kirishima e Kaminari ficaram na porta da casa conversando.

— você e o médico, hein — o alfa de cabelos ruivos sorriu para o amigo.

— ah, bem. É apenas coisa de uma noite e nos conhecemos na balada, já viu algum relacionamento que começou na balada durar?

— Ele parecia gentil.

Naquele dia Bakugou não voltou para casa e Midoriya perguntou a si mesmo onde ele estava, pensou em ligar, mas o loiro provavelmente estava trabalhando - como sempre - e sabia que se atrapalhasse ele iria ficar irritado. Foi dormir um pouco decepcionado, pensou que haviam melhorado a relação e que o loiro iria parar de chegar tarde apenas para não olhar para o marido. Se sentiu decepcionado por tirar conclusões erradas, no fim, seu casamento estava destruído.

...

A beta sempre foi muito observadora e até demais, só que isso era algo que não só ela havia notado. Até mesmo Todoroki notou que Bakugou Katsuki estava com as mesmas roupas do dia anterior, e não conseguiu disfarçar quando se cruzaram no corredor do escritório, porém, para alívio de todos ele não falou nada. Pelo menos não até a porta de seu escritório fechar.

— Ashido, por acaso, Bakugou está usando as mesmas roupas que ontem? — o chefe comentou como se não conseguisse acreditar.

— Bem, parece que sim, chefinho. Mas, pode ser uma parecida, ou ele pode ter esquecido que veio com essa roupa.

— ou ele pode ter dormido fora de casa

— é uma possibilidade, mas por que se importa?

— Apenas curioso sobre a vida agitada dos funcionários — o tom de voz casual do alfa convenceu a secretária, mas na verdade ele apenas estava preocupado com a situação.

No dia anterior Kirishima havia praticamente invadido seu escritório dizendo que Bakugou estava mal e ele iria levá-lo para casa. E agora o loiro usa as mesmas roupas, como se não tivesse ido de fato para sua casa. O que ele havia feito, então? Não queria pensar muito nisso, até porque talvez seja sua mente querendo colocar um defeito na relação de Katsuki com Midoriya. Apesar do temperamento do loiro ele sempre amou Deku do seu próprio jeito, quando brigavam — o ômega cansava de aguentar as grosserias do namorado — Bakugou sempre ficava irritado e até se culpava pela briga, mesmo que não admitisse em voz alta. O alfa e o ômega sempre estiveram juntos, eles apenas eram pra ser.

Mas toda vez que um mínimo problema na relação deles surgia, Shouto só conseguia pensar na conversa que teve com Katsuki quando entraram na faculdade de direito.

— O sr. Hitoshi já o aguarda em seu escritório — a secretária avisou, o trazendo de volta à realidade.

— Tínhamos uma reunião marcada?

— Não, mas ele é seu amigo, e como um cliente assíduo achei que poderia entrar.

— Ser cliente assíduo de uma advocacia não é um bom sinal de caráter, Ashido — Não foi uma advertência, apenas um conselho, mas seu tom de voz apático não parecia amigável.

Apesar disso, as palavras deixaram a beta pensativa, afinal, Hitoshi era um homem de boa aparência e ouviu dizer ser um médico de família rica, mesmo sendo quieto ainda era simpático, ou pelo menos foi o que aparentou em suas poucas interações com ele. Nunca havia parado para pensar no motivo de procurar tanto uma advocacia, principalmente tendo Shouto como advogado, já que ele costumava ter certo interesse por casos criminais.

...

Naquele dia os calouros estavam comemorando a primeira semana de aula, Todoroki e Bakugou que já se conheciam e tinham certa amizade por causa das famílias se aproximaram ainda mais, tinham interesses parecidos e a mesma idade, além de terem sido criados no mesmo mundo de riquezas, era natural virarem amigos. Estavam bebendo em um bar, os colegas de sala já bem alterados pelo álcool falavam alto e riam sem se importar com os outros. Ambos não gostavam de ambientes assim. Não demorou muito para trocarem um olhar cúmplice, em questão de minutos estavam sentados em balanços num parquinho, como era noite, não havia crianças lá mais.

Eles riam sem motivo por estarem bêbados, Bakugou ainda bebia uma lata de cerveja barata que havia comprado no caminho e Todoroki tentava ficar sóbrio bebendo um pouco de água.

— Ouço falar tanto dele. Você, sua mãe e até meu pai gostou dele, alguém capaz de impressionar o velho, me sinto curioso... — Todoroki comentava sobre Midoriya, nesse ponto, eles nunca haviam se encontrado ainda.

— É, ele é incrível — havia um sorriso nos lábios, mas não parecia genuíno, o que deixou o amigo confuso.

— ...Mas?

— Mas nada. Ele é gentil, e doce, faz de tudo para conseguir o que quer e mesmo parecendo frágil é bem orgulhoso, não aceita ajuda e não gosta de truques sujos, gosta de ser certinho. Ele é perfeito. Eu amo ele, como poderia não amar? Ele me ama tanto.

— ...Mas? — Todoroki insistiu, era bom em ler pessoas, sabiam quando havia algo oculto — Tem outra pessoa na jogada?

— Não, claro que não.

— Então?

— Não tem um motivo, não consigo dar um motivo, mas não sei se quero continuar isso.

— Bom, eu acho que não querer é um motivo. No entanto, se for terminar um relacionamento longo como esse é melhor pensar bem e ter uma boa explicação para dar pra ele, né.

Bakugou olhou para o céu, se balançava de modo que a brisa da madrugada o refrescava, ele adorava aquela sensação. Era tão sereno olhar as estrelas brilhando e sentir o frescor da noite como se não existissem preocupações. Como se pudesse ser e falar o que quisesse.

— Ele está diferente, não digo que odeio isso, mas só me toquei que somos jovens demais, ele e eu vamos continuar mudando mais e mais, vamos amar todas essas versões? — ele confessou de olhos fechados como se ninguém o ouvisse — Sabe porque fui mesmo odiando festas e aquelas pessoas?

— Para me ver?

— As pessoas tiram fotos de nós, e é fácil chegar até ele, e sei que isso o incomoda. Queria que ele me impedisse de vir, me confrontar para eu poder brigar com ele, para ter um motivo de terminar, ou dar a ele um.

— Funcionou?

— Ele simplesmente não fala nada.

Eles ficaram em silêncio, Todoroki suspirou, odiava como os mais velhos se intrometeram na vida dos jovens pensando em ajudar.

— Não deveria viver assim, cara. Termine.

— Não! Eu não posso fazer isso com ele, não depois de tudo... Eu só, não sei, acho que queria que me dissesse para casar mesmo assim e que tudo ficaria bem, como você está fazendo.

— Hum... tem razão, não amo Momo, mas a diferença é que não estou me iludindo, nenhum de nós procura amor na relação. Nosso casamento é pelas nossas famílias e somos grandes amigos, então é uma parceria para nós também. Mas não pode esperar que se casar resolva seus problemas.

Não tão longe dali, em um apartamento do prédio mais luxuoso da costa, Izuko olhava a lua sob o mar e pensava em seu relacionamento, a última vez que vira seu namorado, estavam em um evento, ultimamente sentia que só se encontravam assim ou na universidade, já que mesmo morando na mesma casa Bakugou decidiu por si próprio mudar para o alojamento universitário sem dar explicações, Midoriya argumentou que o lugar era um cubículo nada confortável, mas ele não o deu ouvidos. E essa ainda foi uma interação decente, pois depois disso, no evento, Bakugou simplesmente chegou acompanhado de uma colega de sala, deixando tanto Izuko quanto Mitsuki surpresos e envergonhados.

Izuko não falou nada da primeira vez que Katsuki teve um desses episódios, como se quisesse provocar uma briga, uma criancinha chamando atenção, pois pensou que reagir seria ainda mais problemático, sabia apenas pelo olhar que Katsuki queria o irritar e por isso não deveria ceder. Porém, o alfa continuou e cada vez tinha mais intimidade e causava mais problemas. E agora ele já não sabia mais o que fazer. A sra. Bakugou havia o chamado até seu escritório em sua casa, e mesmo parecendo calma pelo telefone, podia imaginar que Katsuki havia aprontado outra, mas precisava tomar coragem e entrar na sala, afinal quanto antes fizesse isso mais rápido acabaria.

— Enquanto está aqui, sabe onde o inútil do meu filho está? — Mitsuki esbravejou assim que Izuko chegou em seu escritório.

— Em mais uma daquelas festinhas idiotas com ômegas implorando para dar para ele. Como sempre — ele nem conseguia se abalar mais, já estava tão recorrente que não o surpreendia.

— É pior, agora tem um video, esse idiota deixou postarem um video nas redes sociais. Dele completamente bêbado e um garoto se esfregando nele, e ainda tem o Todoroki mais novo ao seu lado.

— Oh, céus. Me desculpe, Sra. Bakugou — Isso era um problema sério, a vida social da família principal podia chegar a afetar as ações da empresa no mercado. Além da mídia ser venenosa demais, os Todoroki eram uma família poderosa, não podiam correr o risco de arrumar problemas com eles.

— Está vendo, ele não iria procurar na rua se não faltasse em casa. O que diabos está fazendo que não cuida dele?

— Sinto muito, eu realmente pedi para ele parar de postar, mas ele não me ouve.

— O que há com vocês? Estão brigando?

— Só sabemos viver assim — Midoriya soltou um suspiro cansado, enquanto pensou — e eu não aguento mais.

Mitsuki se arrependeu em ter explodido e respirou fundo tentando se acalmar, ela era assim, apesar de parecer durona e muito irritada, ela facilmente se sensibilizou e com o rosto adorável de seu amado genro não era difícil se acalmar.

— Ei, espere. Fui dura com você, mas alfas são assim mesmo. Lembro de como Masaru, meu até então namorado, ficava indo em festas. Mas eu tinha o pulso firme, sempre o acompanhava e vigiava direito, eu dava espaço para ele se divertir com ervas daninhas, mas sempre deixava claro o limite.

"Ervas daninhas" era como Mitsuki chamava os casos passageiros que alfas costumavam ter, ela dizia que sentiam certa satisfação e eles precisavam inflar o ego seduzindo e recebendo admiração de ômegas, mas todas eram comuns como ervas daninhas e se não fossem embora sozinhas, era trabalho de ômegas arrancá-las pela raiz para não infestar o canteiro. No entanto, Mitsuki também dizia que Izuko deveria ignorar isso até certa instância, já que elas não eram uma ameaça real.

— Isso significa que ele vai parar?

— Claro, você acha que elas significam alguma coisa? Não seja bobo, eu já disse, são um bando de quaisquer jogadas por aí, como ervas daninhas que crescem em qualquer canto mesmo se não forem cuidadas. Você é meu único gênero, o que sempre esteve ao lado de Katsuki e ele nunca lhe deixou, vocês dois são escritos no destino. Nem os céus podem ir contra.

— porque ele está fazendo isso? — o omega tinha lágrimas nos olhos, Mitsuki se compadeceu e o abraçou.

— porque ele se esqueceu da criação, vou resolver tudo. Fique tranquilo.

Naquele mesmo dia, mais tarde, Mitsuki esperou seu filho até ele chegar em casa. Assim que ele chegou, ainda alterado pelo álcool e fedendo a cigarro, ela segurou seu rosto forçando as unhas na pele e deu um tapa que estalou pelo cômodo.

— Que porra? — ele cambaleou, ainda com os reflexos.

— Você está pensando que eu passei por tudo isso pra lhe dar a vida e você se transformar nessa merda?

A sra. Bakugou não estava nada histérica, apesar de irritada e com a voz alta, não parecia se conter, mas tinha certa postura e frieza.

— Izuko está sofrendo. Você ao menos entende os sacrifícios que nós dois fazemos por essa família enquanto você só sabe destruir tudo?

— Ah, claro, antes eu do que ele sofrendo. Sempre o quis como filho, não é? Foi por isso que insistiu no namoro, para o ter como genro.

— O que há de errado em eu gostar do meu genro? É melhor do que ser uma sogra chata que não o trata bem. Deveria ser grato por isso e não ter ciúmes.

— Vocês dois realmente se merecem. É incrível como realmente não conseguem entender emoções básicas. — Katsuki chorava de raiva, sentia raiva de tudo e todos, sua mãe parecia realmente confusa com isso. Ela não conseguia entender porque o filho se recusava a viver a vida perfeita e ideal que todos almejavam — Eu não aguento mais esse fingimento, essa casa, essa vida. Estou cansado de tudo isso.

— Você é o herdeiro Bakugou, sei que tem muita pressão, mas tudo o que eu faço é para o seu bem. Tem noção de quantos gostariam de estar na sua posição? Precisa proteger essa família e tudo o que construímos.

A loira suavizou seu tom de voz, era fraca pelo seu filho e sabia que era sua culpa ele ter crescido assim, mas agora seu filho era um homem, não podia mais ser tão compassiva, não iria fraquejar. Katsuki cerrou os dentes, seu maxilar marcado mostrava quão forte os apertava, mas não falou nada e deu as costas.

— O noivado será anunciado com a inauguração do novo prédio da empresa — sua mãe avisou, o que o fez paralisar.

— Eu não o pedi em casamento.

— Então trate de fazer isso logo, a inauguração será daqui a um mês.

— Você só pode estar brincando.

— Sabe que não estou. Pense bem no que está fazendo, tudo que está em jogo, tudo o que Izuko fez por você é por essa família é a maior prova de amor que precisa. Se é infantil e imaturo para não compreender isso, então não merece nem ser um homem. Peça perdão de joelhos e depois o peça em casamento e trate de fazer de um jeito que ele aceite.

O dia em que Bakugou decidiu pedir Midoriya em casamento não foi muito romântico. Apesar de que o pedido de casamento foi considerado o mais glamuroso e apaixonado do ano pelas mídias sociais.

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Notas da haru: estou de volta depois de muita coisa aocntecer na minha vida, e aproveitando essas ferias que consegui para escrever um pouco. Então está ai, espero que tenham gostado. Votem, comentem e indiquem para alguém 

Obrigada pelo apoio e todo o carinho

Até a próxima

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