Capítulo 22 - Finais
De volta ao seu apartamento. Jimin cuidava afetivamente de suas flores, regando-as com um borrifador enquanto escutava música. Ao lado de fora, caía neve.
Ele estava a checar as folhas das hortênsias que cultivava ao lado da cama quando ouviu o seu celular tocar na cômoda. Ele deixou o borrifador ao lado do vaso e foi atender o telefone, sentindo surpresa e alegria ao ver que quem ligava era Namjoon.
– Alô, hyung? – disse.
– Olá, Jiminie – disse o outro ao lado da linha, sua voz mostrava felicidade, o que fez Jimin sorrir automaticamente. – Me desculpe por não ter ligado antes, estávamos resolvendo várias coisas por aqui.
– Estão em Pohang, não é? – Jimin questionou e ouviu a confirmação do amigo. – Que bom! Então, como estão as coisas?
– Está tudo indo ótimo! Por enquanto eu e o Hoseok hyung estamos dividindo um apartamento pequeno, nada muito difícil de manter. Eu revi minha família, descobri que a minha irmã está casada e que ela e o marido irão abrir um antiquário, eles irão precisar de funcionários e eu e o Hobi já seremos os primeiros, então sim, logo logo vamos estar empregados.
– Isso é incrível – comentou Jimin.
– E isso tudo foi possível graças a você e Taehyung que abriram nossos olhos e nos incentivaram a mudar de vida, mesmo que isso tenha nos custado o fim da aliança com Seokjin hyung e os caçadores. Acho que agora acredito que existem alguns males que vêm para o bem.
– Sim, você tá certo – Jimin refletiu. – Me parece que haviam muitas oportunidades ao nosso redor e estavam só esperando que nós decidíssemos mudar de vida pra se mostrarem.
– Exato! – Namjoon afirmou e pareceu descansar sobre algum lugar do outro lado da linha. – E você? Tem ideia de onde vai procurar um emprego novo?
– Não exatamente. Eu já tentei em alguns lugares e em nenhum havia vagas, mas vou continuar procurando.
– Eu entendo. Enfim, boa sorte! Não desista!
Jimin riu anasalado – Eu não vou, não se preocupe.
Do outro lado, se ouviu uma risada a qual Jimin reconheceu ser de Hoseok, que logo em seguida falou alto, de um modo que ele ouviu claramente: "Ele não desistiu do Taehyung! Acha que ele vai desistir de uma coisinha boba dessas?", com isso, os três riram.
– Certo, Jimin, por enquanto era só isso que eu tinha a dizer – falou Namjoon. – Até mais!
– Até mais, hyung! – respondeu Jimin, antes de desligar e voltar ao trabalho.
Uma estranha sensação de que alguém queria dizer algo para ele surgiu enquanto ele cuidava de suas hortênsias, pensou talvez que poderia ser um recado de um de seus ancestrais mentores. Porém, seja lá qual foi o recado, não chegou aos seus ouvidos, deixando-o curioso.
* * *
– Terminado, Jimin-ssi – anunciou Jungkook, deslizando o algodão sobre o local.
Jimin se levantou da cadeira e Jungkook emprestou-lhe um espelho para ele se olhar. Seu ombro ainda estava vermelho, no entanto, já era possível ver detalhadamente como havia ficado a tatuagem. Agora, enroladas no cabo da adaga, através do caule, haviam duas gérberas, e mais uma que brotava de dentro de uma fenda desenhada na lâmina da arma. Sentindo-se finalmente aliviado e satisfeito, Jimin respirou fundo e sorriu, virando-se para o amigo.
– Obrigado, Kook. Ficou linda.
– De nada. Eu sei que ficou, fui eu quem fiz!
Rolando os olhos para cima, Jimin riu e bateu no braço dele, antes de pegar sua carteira para pagá-lo pelo trabalho. Jungkook então buscou pela proteção para cobrir a tatuagem nova e, enquanto ele fazia isso, o outro perguntou:
– Vai passar o Ano Novo com a gente? – se referia a ele, Taehyung e Yoongi.
Aquela já era a noite do dia vinte e nove do último mês do ano. Dezembro havia passado rápido. Jimin já havia conseguido emprego como atendente de um pub e pretendia passar o próximo ano inteiro se preparando para prestar vestibular, como sempre havia desejado.
No dia seguinte, que era aniversário de Taehyung, ele e o mesmo planejaram passar o dia inteiro na cidade natal dele, Daegu. E para o feriado do Ano Novo, mesmo que não fosse uma data comemorada pelos bruxos nem pelas bestas, Jimin, o namorado e Yoongi decidiram se reunir ao parque para ver a queima de fogos. Afinal, não era porque era um feriado humano que deixava de ser uma data comemorativa especial.
– Hmm... provavelmente – Jungkook respondeu à pergunta dele, terminando de pôr a proteção em seu ombro. – Creio que sim, onde vocês vão estar?
– No Namsan Park, onde mais? – Jimin brincou, pelo fato daquele sempre ser o lugar onde eles estavam só porque era perto de onde Taehyung e Yoongi moravam.
– Sempre lá – Jungkook também fez piada disso. – Tá bem eu vou.
– Ou estaremos na torre ou no monte, em algum desses lugares você nos acha – explicou Jimin enquanto colocava seu casaco preto e um cachecol, antes de se voltar para a saída do sala particular de Jungkook naquele estúdio, era particular pelo simples fato de que naquele cômodo não havia nenhum espelho, por um motivo óbvio.
– Entendido – o amigo falou enquanto o acompanhava até a saída.
Antes de partir, Jimin olhou para ele com uma expressão marota que lhe despertou curiosidade, foi quando disse:
– Até mais, ahjussi! – e dizendo isso, ele passou rapidamente pela porta do estúdio de tatuagem por nome Golden e correu pela rua até sua moto, quase deslizando na pequena camada de neve.
De onde estava, Jungkook o praguejou e gritou: "Não vai ficar assim, Park! Eu sei onde te encontrar!", enquanto Jimin apenas ria, subindo em sua moto e saindo pela rua escorregadia por conta da neve derretida.
* * *
Jimin apareceu na casa de Taehyung na última noite do ano vestido em um casaco preto completamente fechado e uma calça reta, se sentindo impedido de usar as roupas que mais gostava por conta do frio, mas sem nunca deixar de lado seus brincos e anéis diversos. A calçada da casa estava limpa, indicando que um dos dois moradores havia retirado a neve a pouco tempo. Estava nevando naquele momento, porém de maneira escassa.
O tatuado tocou a campainha, não tardando a ouvir a voz de Yoongi gritando em algum lugar: "Só um momento!". Enquanto ele esperava, mais uma vez sentiu a presença de algum de seus ancestrais, uma presença cujo a energia entregava que seja qual fosse o mentor, queria falar algo a ele, porém não falava nada.
– Omma? Appa? – ele falou, sussurrando, mas ninguém respondeu.
Estava sendo assim desde aquele outro dia. Ele sentia a presença de seus pais, mas nenhum deles lhe falava, apenas quando evocava várias vezes que alguém respondia, mas quando ele questionava algo, tudo o que recebia em resposta era "Estamos aqui, estamos com você" e depois, novamente, o silêncio. E aquilo estava começando a preocupá-lo seriamente.
Ele não voltou a chamar pelos pais, pois logo Taehyung atendeu a porta, tomando sua atenção. Ele estava usando aquele mesmo casaco felpudo cor bege com manchas pretas que usava na primeira vez que se viram, quando notou isso, Jimin automaticamente riu, incrédulo.
– Ah não, você não fez isso!
– Por quê? Qual é o problema? – Taehyung também riu, puxando-o pelo braço e beijando a testa dele.
Depois eles se abraçaram e Taehyung segurou o rosto dele, Jimin sentiu vontade de rir novamente e ele questionou:
– É só porque eu vou passar o Ano Novo a roupa do dia em que a minha vida mudou?
Jimin fez um sinal de negação com a cabeça, ainda rindo. Em nenhum momento deixou de olhar nos olhos dele. Depois que sua vontade de rir passou, ele deu uma respirada profunda, refletindo sobre as palavras do namorado. Então disse:
– Na verdade, foi o dia em que a minha vida mudou, definitivamente.
* * *
Mais tarde, quase meia-noite, estavam os três no lugar de sempre: o Namsan Park. Não estavam na torre nem no monte naquele momento, de última hora decidiram ficar em uma clareira, sobre uma toalha de piquenique, mas sem fazer piquenique, estavam apenas conversando.
– Acreditam que um dia desses apareceu um lobisomem lá no bar? – contou Jimin, os outros dois olharam confusos. – Não transformado, óbvio, mas apareceu, eu tive vontade de rir. Acho que vai ser um tipo de cena comum de acontecer.
– Geralmente quem costuma aparecer por bares e casas noturnas são vampiros – Taehyung comentou.
E ao falar em vampiro, Yoongi olhou ao redor como se procurasse alguém ou alguma coisa. Taehyung entendeu quem ele estava esperando aparecer e perguntou para Jimin:
– Jungkook vai mesmo aparecer por aqui?
– Ele me disse que viria, mas não sabe que mudamos os planos e viemos a um lugar menos movimentado. Eu tentei ligar pra ele, mas ele não atende.
– Eu também tentei, e ele também não me atende – Yoongi comentou antes de voltar a olhar ao redor, afligido.
Jimin e Taehyung se entreolharam com olhares preocupados, sabiam o quanto o mais velho esperava que o outro estivesse presente naquele momento e, contando que de fato Jungkook sempre esteve com eles quando combinavam, aquele sumiço era muito estranho.
De qualquer forma, os dois se apressaram em continuar conversando sobre assuntos cotidianos com ele, a fim de que ele se distraísse.
Os minutos se passaram de uma maneira bem rápida e, quando perceberam, já eram 23h56.
Percebendo a agitação das pessoas, eles se levantaram e permaneceram onde estavam. Sutilmente, sem que os outros dois percebessem, Taehyung ainda tentou ligar para Jungkook, mas ele permanecia não atendendo. Então ele resolveu deixar isso de lado. 23h57.
Os três se aproximaram mais. Jimin passou um braço por trás de Taehyung, segurando em sua cintura, e Taehyung por sua vez envolveu os ombros dele. Sozinho, Yoongi apenas resolveu viver o momento presente sem pensar na ausência de ninguém.
Eram 23h59 quando Jimin sentiu um arrepio bastante característico e imediatamente olhou à sua direita, por trás do pescoço de Taehyung, então viu surgindo das árvores ninguém menos que Jungkook. O bruxo logo entendeu o motivo dele ter se atrasado quando notou o quanto sua energia vermelha estava expandida, estava em algum lugar saciando sua sede.
Ele e Taehyung o encararam e o vampiro levou um dedo indicador aos próprios lábios, pedindo para eles dois não falarem nada, então permaneceu andando até a direção de Yoongi e pousou as mãos nos ombros dele, que de início se espantou, dando um sobressalto, mas assim que viu que era ele, sorriu, então os dois se aconchegaram, Jungkook com seus braços ao redor dos ombros de Yoongi. Vendo isso, Jimin e Taehyung se encararam com olhares que indicavam o mesmo pensamento: Finalmente!
E foi durante esse "finalmente" que se iniciou a contagem regressiva.
"10, 9, 8, 7, 6..."
Um leve vazio começou a se fazer no peito de Jimin, o qual ele tentou ignorar.
"...5, 4, 3, 2, 1"
Os fogos romperam o céu com suas luzes coloridas e confetes. Dezenas de pessoas exclamaram "Feliz Ano Novo!". Sorrisos foram arrancados dos rostos de quase todos, inclusive de Jimin, mas ainda assim, a sensação de vazio e estranheza permanecia com ele.
Ele se lembrou do Ano Novo passado em que havia passado na beira de uma praia em Incheon, com Seokjin, Hoseok e Namjoon, havia sempre sido daquele jeito, todos os anos.
Agora era diferente, não estava com os caçadores, estava com Taehyung, Yoongi e Jungkook, bestas. E ele já não era um assistente de caçador que trabalhava numa floricultura, era um bruxo que trabalhava em um bar. Um breve resumo sobre os acontecimentos do ano passou pela sua cabeça. Como tudo havia mudado tanto em questão de meses, como, além de ganho, houveram perdas.
Foi inevitável sentir uma pequena dor no peito, sabia que era seu dever deixar tudo ir e superar as coisas que haviam acontecido, mas não era uma tarefa fácil, não dava para esquecer e deixar de lado toda uma relação de uma vida em tão pouco tempo.
De qualquer forma, ele se segurou em Taehyung com mais força e olhou para o rosto dele, observando-o olhar admirado para as luzes dos fogos de artifício. Ao fazer isso, Jimin se esqueceu de todos os pensamentos e de tudo ao redor, poderia ficar o resto do ano admirando aqueles olhinhos brilhantes e aquele sorriso quadrado sem problemas.
Notando o olhar do namorado sobre si, Taehyung também o olhou, engolindo-o com a infinidade verde de seus olhos e suas pupilas dilatadas que tornavam suas orbes brilhantes, isso enquanto levava uma mão ao rosto dele para segurá-lo e acariciá-lo. Os dois ficaram presos no tempo, naquele momento. E Jimin pensou que, de fato, as pessoas estavam certas quando diziam que era mágico passar a queima de fogos de Ano Novo com quem se ama.
Porém, pensando melhor, qual era o momento que não era mágico quando eles estavam juntos?
A única coisa capaz de estourar a bolha cor-de-rosa deles foi a voz de Yoongi desejando feliz Ano Novo. Eles se abraçaram, depois se soltaram para abraçar o Min e Jungkook, desejando a mesma coisa para todos. No fim dos abraços, Yoongi, parado ao lado do vampiro e de frente para o casal, falou:
– Que esse ano todos tenhamos coragem para ir atrás do que desejamos do mesmo jeito que Jimin e Taehyung tiveram de enfrentar tudo pelo relacionamento deles!
Quando ele exclamou isso, todos os outros três riram até se cansar, então, depois de se recuperarem, Taehyung se virou para Jimin e questionou:
– Ei! É verdade que para os humanos o primeiro beijo depois da virada de ano é mais especial, não é?
– Deve ser – Jimin deu de ombros. – Nunca dei atenção para superstições.
– Bom, não sou humano, mas vamos testar agora – quem falou isso foi Jungkook.
Sem mais nem menos, ele se aproximou de Yoongi e o pegou de surpresa quando segurou seu queixo e o beijou, diante de todos, mesmo com algumas pessoas desconhecidas passando ao redor. Apesar do choque, o psicólogo não fez nenhum movimento de defesa, apenas aceitou e começou a retribuir o beijo quando seu cérebro processou o que estava acontecendo. Taehyung e Jimin vibraram.
– Caralho! – exclamou Jimin. – Isso merece uma comemoração mais que a virada do ano! Tae! Rápido! O champanhe!
Enquanto Taehyung se virava e se abaixava para pegar o vidro com a bebida, Yoongi e Jungkook interromperam o beijo para rir, em seguida, o mais novo do quarteto estourou o champanhe perto dos dois, e junto da bebida, os amigos também estouraram risadas e exclamações de comemoração, ignorando completamente as pessoas que passavam olhando para eles com estranheza.
Passando toda a folia do Réveillon, eles decidiram voltar para suas casas quando já estava perto do nascer do sol. Na frente, iam Yoongi e Jungkook, enquanto atrás estavam Jimin e Taehyung, hora ou outra observando eles. Era perceptível o quanto os dois estavam querendo não só ficar perto um do outro, havia atração, havia tensão, era o resultado de terem ficado tanto tempo engavetando o desejo que sentiam um pelo outro. Parecia que em cada toque havia uma vontade a mais por trás, apenas esperando o momento de ser saciada, mas que infelizmente não podia no momento pois Jungkook teria de ir para casa porque, caso ficasse na casa de Yoongi e Taehyung, não poderia sair de lá até a noite.
Foi nisso que Jimin teve uma ideia. Ele aproximou o rosto do de seu namorado e sussurrou:
– O que acha de passar o dia lá em casa, hoje? – apontou para o outro casal na frente. – Para deixar eles à vontade.
– Eu concordo – Taehyung falou em voz baixa, então Jimin assentiu.
Quando o quarteto chegou na frente da casa azul, o Park retirou sua moto de dentro da garagem e o moço de olhos verdes anunciou:
– Eu vou com o Jimin, volto pela noite – ele se virou para subir no veículo com o namorado, mas, antes, voltou o rosto para os outros dois. – Você pode passar o dia aqui em casa se quiser, Kook.
O vampiro fez uma expressão cética.
– Você? Me deixando ficar aqui de boa? Parece que o Ano Novo já trouxe mudanças!
Taehyung riu – Só estou deixando porque eu não vou estar aqui, não se iluda!
Só então o casal principal partiu, deixando os outros na calçada. O céu já apresentava uma cor mais clara e uma luz surgia pelos horizontes. Ao olhar no ambiente, Yoongi comentou:
– Acho que não vai dar tempo de você chegar em casa.
– E quem disse que eu pretendo ir? – Jungkook falou imediatamente e em um tom determinado.
Yoongi fitou ele, com seus olhos azuis parecendo que lhe penetrariam a alma. Sem dizer mais nenhuma palavra, os dois entraram e, assim que trancaram a porta, fez-se uma confusão de lábios, línguas, mãos, beijos ardentes e roupas sendo arrancadas da pele.
* * *
Já no apartamento de Jimin, as coisas ocorreram diferente. Assim que chegou, Taehyung se jogou na cama do namorado, e este, depois de retirar seus acessórios e pôr uma roupa mais leve, já conseguia ouvir os roncos do outro que dormia igual uma pedra.
Rindo, Jimin foi até o lado dele na cama, passou-lhe um cobertor sobre o corpo e acariciou seus cabelos e seu rosto, afirmando em seguida:
– Bons sonhos, gatinho.
Ele logo se deitou, pronto para pegar sua parte do cobertor para se cobrir, no entanto, aquela presença forte voltou a se instaurar no quarto dele, coisa que ele ignorou a princípio, mas então...
– ...Jimin-ah... – lhe falou a voz de sua mãe.
Jimin se pôs sentado novamente, com as pernas para fora da cama.
– Omma? – perguntou, apenas para não perder o costume.
– ...Oi, filho... – a voz de seu pai também falou.
Em seguida, os dois se fizeram presentes no campo de visão dele, de uma maneira inesperada que o surpreendeu, mas logo o que prevaleceu foi a curiosidade a respeito do que eles tinham para dizer de importante, por isso, ele tratou de perguntar:
– O que foi? O que está acontecendo?
Foi a mulher quem respondeu primeiro:
– ...Está chegando ao fim, meu bem...
– O que está chegando ao fim? – indagou o jovem, preocupado.
– ...O seu despertar mágico... – respondeu o homem. – ... Está chegando ao fim...
– Ah, sério? – ele sorriu, aliviado. – Que bom, então.
– ... Sim...
– ...Só há uma coisinha que você precisa fazer... – falou a mãe. – ...Um ritual... geralmente é feito com a presença de outros bruxos da família, mas como você não tem ninguém, nós o acompanharemos de maneira espiritual...
Como já estão fazendo, pensou Jimin, com um leve sorriso.
– E o que eu preciso pra fazer esse ritual? – perguntou ele.
– ...Você precisa ir até a sua terra natal na próxima lua cheia, porque essa era a fase em que ela estava quando você nasceu... – explicava a mulher. – ...Vá até a praia, assim você terá a presença de três dos quatro elementos...
Água, Terra e Ar, Jimin processou mentalmente. O espírito de sua mãe continuou:
– ...O quarto elemento deverá se manifestar em você...
Fogo.
– Como, exatamente?
– ...Você consegue fazer fogo... – seu pai quem falou dessa vez. – ...É apenas isso que você deverá fazer, manifestar seu fogo... e depois evocar e conjurar a energia dos elementos em si mesmo através de algumas palavras que você saberá dizer na hora. Nós lhe diremos...
– Entendido. Então, só isso?
– ...Simples, não...? – perguntou a mulher com um ar de riso, Jimin assentiu.
– ...Então, filho, se sente pronto...? – inquiriu o homem.
– É claro! – respondeu Jimin, convicto.
– ...Você sabe que depois disso, não nos verá mais, não é...?
Nesse momento, o moço fez uma expressão de perplexidade.
– Como assim?
– ...Nossa missão terá se cumprido... – informou sua mãe. – ...Você não precisará mais de nossa ajuda, mesmo que ainda seja capaz de continuar descobrindo mais feitiços e rituais mágicos, sua magia já está cem por cento despertada, não precisará mais de nossa força espiritual...
Aquela informação o pegou de surpresa e o fez sentir um leve raio de tristeza, mesmo que no fundo já esperasse aquilo, afinal, não iria ficar para sempre conversando com pessoas desencarnadas, elas também precisavam descansar.
– Eu... entendi – falou, expressando um pouco de lamento, mas sem deixar se abalar por isso. – Tudo bem, estou pronto mesmo assim.
– ...Ótimo... – disse a mulher.
– ...Pelo menos, dessa vez, teremos a chance de nos despedir de verdade... – seu pai comentou, fazendo-o sorrir com os lábios unidos enquanto sentia as beiradas dos olhos se umedecerem.
🗡️
Calma calabresos, esse não é o último capítulo apesar do título, o último sai semana que vem, junto com o epílogo.
Não esqueçam da estrelinha, de comentar pra eu saber o que vocês estão achando e até o próximo! 💜
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