Capítulo 08 - Uma difícil confissão

Na caça anterior Jimin estava devagar e sonolento e só por isso acabou deixando uma besta escapar dos caçadores, já nessa última, ele estava deixando que algumas escapassem pelo puro dilema moral: exercer sua função para os caçadores ou evitar que vidas como a de Taehyung e os outros fossem ceifadas.

A única criatura que ele anunciou ver foi a primeira que ele viu na noite, um vampiro, as falas de Beomgyu e Jungkook na noite passada flutuaram em sua cabeça: "Saiba que se fosse preciso, eu defenderia ele do ataque de outro vampiro, eu gosto dele...", "Também gostei dele. Faria o mesmo caso fosse preciso." e, mesmo que se sentisse um pouco mal por dar um fim a igual deles, o pensamento de que haviam sim vampiros mal intencionados e prontos para fazer vítimas inocentes o tranquilizou, vai saber quais eram as intenções daquele, como o próprio Jungkook disse, é practível controlar os instintos por um tempo, mas chega um momento em que é impossível.

Dessa vez ele não levou sua moto no furgão, preferiu deixá-la em casa, por conta disso Seokjin e os outros quem tiveram que buscá-lo e levá-lo de volta. Naquele momento eles estavam voltando para o prédio, Jimin no banco da frente ao lado de Seokjin que dirigia. Assim que eles chegaram, quando Jimin já abria a porta para ir, o mais velho o chamou a atenção.

– Ah, Jimin!

– Sim? – fez ele.

– O que acha de sair para jantar amanhã? Só pra descontrair no fim de semana.

– Claro – ele aceitou com simplicidade. – A que horas?

– Por volta das oito, naquele mesmo lugar de sempre.

– Certo, até amanhã – ao ouvir "naquele mesmo lugar de sempre", Jimin sentiu um certo peso por lembrar que já levou Taehyung para jantar lá e ainda mais em um sentido romântico. Mas preferiu ignorar isso e subir para seu apartamento.

* * *

Jimin compareceu ao café e restaurante de sempre próximo ao Namsan Park no horário combinado, Seokjin já esperava por ele lá. Eles subiram, escolheram uma mesa entre as outras e ficaram a se conversar, mas não parecia tão agradável, ao menos para Jimin, toda vez que o mais velho o perguntava algo sobre sua vida pessoal, ele tinha medo de acabar soltando: "Perdão hyung, eu estou saindo com uma besta e traindo nossa família, jogando nossa aliança no lixo!", sua mente estava pesada, sempre ficava quando ele estava perto de Seokjin por conta de tudo que estava fazendo.

Depois que eles pediram o que jantar, ficaram em silêncio por algum tempo, sem saber o que dizer para o outro. Seokjin sentiu Jimin diferente, se perguntou se alguma coisa estava se passando na vida dele, estava preocupado desde que o mesmo disse que passou duas noites de insônia. Ele pôs uma mão em cima da mesa, mais próximo dele e abriu a boca, mas antes que pudesse falar algo, Jimin quem perguntou primeiro:

– Hyung, o que você acha que você seria se não fosse caçador? – ele não olhava para Seokjin, olhava para as luzes e os prédios adiante.

– O que eu seria se eu não fosse caçador? – Seokjin tombou a cabeça para o lado. – Hmm... eu não sei, Jimin, nunca parei pra pensar nisso...

– Tem algo que você goste muito de fazer? – Jimin olhou para ele, que se fez pensativo.

– Eu gosto muito de pescar...

– Acha que você seria pescador? – Jimin permanecia inquirindo.

– Talvez, se caso eu não tivesse uma outra paixão na vida, podia ser que sim, não tem como saber como eu seria em uma vida diferente – ele sorriu, tentando descontrair. – Sou caçador, não tenho tanto tempo para pensar nisso.

– Eu penso, às vezes... – Jimin voltou a olhar distraidamente para a cidade.

– E o que você acha que seria, caso não tivesse poder nenhum e não estivesse na equipe? – Seokjin o perguntou.

– Eu? Bom, eu não sei ao certo o que eu seria, mas eu tenho certeza que eu faria faculdade de alguma área em exatas, talvez física ou matemática.

– Isso é certo – Seokjin sorriu com simplicidade. – Você é estudioso, nunca vi alguém que goste de estudar como você.

Depois de mais algumas palavras trocadas, o pedido deles chegou à mesa e eles se animaram. Era bo ssam, uma das comidas favoritas de Jimin. Seokjin observava-o comer com deleite e oferecia mais pedaços, gostava de ver o jeito que as bochechas do mais novo ficavam mais salientes enquanto ele enchia a boca de comida e mastigava, sentia vontade de apertar o rosto dele.

Quando eles terminaram de comer, tudo se fez silêncio novamente, no começo estava tudo agradável por conta do jantar, qualquer situação se torna boa depois de uma comida gostosa. Mas aos poucos, foi-se formando uma estranha tensão no ar e ela brotava de Seokjin, sua mandíbula estava rígida, sua respiração levemente mais pesada e suas mãos transpirando. Jimin notou e estranhou isso nele, quis começar algum assunto para talvez distrair os dois ou perguntar de uma vez se havia algo de errado, mas antes, Seokjin respirou fundo e suspirou como se quisesse expulsar toda a tensão do corpo, então apoiou os cotovelos na mesa e se inclinou na direção de Jimin.

– Está bem. Jimin... – ele chamou a atenção do mais novo. – Tem uma coisa que eu quero falar pra você.

– Pode dizer, hyung – Jimin manteu o olhar fixo nele e os ouvidos atentos.

Seokjin ajustou a postura com o peito para frente, para tentar parecer mais seguro e determinado no que ia dizer, e depois de respirar mais uma vez, começou, com um tom suave de voz:

– Sabe, a muito tempo, você tem sido uma pessoa especial pra mim. É uma das pessoas mais importantes que eu tenho comigo, sabia? Tanto na equipe, quanto como amigo, como companheiro – à medida que ele falava, sua voz e seu corpo pareciam mais relaxados. – Você sempre esteve comigo em quase todos os momentos, inclusive os difíceis, desde a infância.

– Você também, hyung – Jimin sorriu enquanto suas memórias flutuavam para o passado.

Eles eram inseparáveis, estavam sempre juntos para fazer alguma coisa. Muitos na família de Seokjin comentavam como eles eram unidos, e os caçadores experientes, atualmente aposentados, sempre elogiavam o companheirismo deles durante o treinamento, alegando o quanto isso seria importante na equipe. Estavam sempre lá um para o outro em qualquer situação. Lembrar disso fez ele sentir um peso no estômago por estar sendo tão desleal a ele depois de tudo que passaram juntos.

O que ele faria? Quando ele estava com Taehyung, se sentia bem com o que estava fazendo, leve, até um pouco livre. Quando estava com Seokjin e os caçadores, era quando as coisas que ele havia feito o tornassem quase que um criminoso.

Ele desviou um pouco a atenção das palavras de Seokjin para esses pensamentos por um tempo, por sorte o mais velho não notou, ele também parecia bem absorto, com isso, Jimin pôde tornar a focar no momento presente antes que Seokjin percebesse que ele não o ouvia.

– ... Acredito que essa é a primeira vez que você vai ouvir isso da minha boca depois de todo esse tempo – ele riu soprado. – Eu amo você, Jimin.

– Hyung – Jimin sorriu com afeto. – Eu também amo você.

Até que ele olhou diretamente em seus olhos, finalmente. Percebeu então que o jeito que Seokjin o olhava era diferente de apenas carinhoso e fraterno, havia algo em seu olhar que lembrava muito, na verdade, o jeito que Taehyung o olhou naquela noite no bar, como se ele fosse o único objeto em seu campo de visão e eles fossem as únicas pessoas no mundo todo.

Seokjin de repente limpou a garganta e abriu a boca, sua voz pareceu querer oscilar no começo, mas então ele riu soprado, para se livrar da própria tensão.

– Ah... não. Não é bem como você deve estar imaginando. O jeito que eu te amo na verdade... é diferente de amigo ou irmão. Você sabe do que eu estou falando, não é?

Aquele olhar amantético e esperançoso que ele o lançava fez Jimin finalmente compreender e, com isso, sentir frio na barriga. Não parecia ser possível, Seokjin, seu hyung, seu melhor amigo, seu irmão de outros pais, tinha sentimentos românticos por ele.

Era real mesmo? Ou só um sonho maluco?

– Eu sou apaixonado por você, Jimin. Já faz um bom tempo.

Com aquela confirmação em palavras que ecoou pelos ouvidos dele, tudo já parecia mais concreto, a fixa caiu instantaneamente. Jimin não sabia bem o que pensar e muito menos o que fazer, ficou calado, refletindo com uma expressão neutra. Quer dizer que todos os momentos de afeto, todo aquele cuidado, Seokjin demonstrava não porque o via como um simples amigo e irmão importante e querido na sua vida, mas sim como um amante? E por que ele se sentiu tão mal em descobrir disso?

– Oh, me desculpe, eu assustei você? – indagou Seokjin com certo cuidado.

Sua mão vacilou, antes que ele conseguisse se encorajar a segurar a outra mão de Jimin.

– Escute, não precisa se preocupar, eu não pedi você em namoro, só... falei o que eu queria falar a muito tempo – tentou sorrir de uma maneira que o deixasse mais tranquilo, mas falhou, pois também estava nervoso. – Eu sei que você não deve sentir a mesma coisa por mim...

– É... – Jimin comentou, se sentindo triste por dizer isso para ele.

– E está tudo bem, certo? Sabe, se não for incômodo pra você, nós até poderíamos... sei lá, fazer mais coisas juntos, eu sei que já costumamos sair nos finais de semana de vez em quando, às vezes com os meninos – ele se referia a Namjoon e Hoseok. – Poderíamos assistir aqueles filmes de animação que você gosta, na sua casa, no cinema, onde você quiser. Nós podíamos pescar nos sábados! Eu posso te ensinar, é muito bom, Jimin, você vai acabar gostando...

Os olhos dele brilhavam enquanto ele falava, mas então, ao pousá-los sobre Jimin, sua expressão murchou quando ele notou a expressão que ainda estava no rosto dele, quieta, sem demonstrar muitas emoções e um pouco confusa.

– Perdão, acho que eu me empolguei, você ainda precisa de tempo pra absorver não é?

Então Jimin sorriu, sem mostrar os dentes, mas de uma maneira que acalmou o coração do mais velho.

– Está tudo bem hyung, não se preocupe – começou a dizer, serenamente. – Eu fiquei mesmo muito surpreso com isso, eu não esperava algo assim, de verdade, mas eu estou bem, pode ficar tranquilo.

Quando ele disse isso, Seokjin soltou ar pelas narinas de forma aliviada, Jimin também parecia aliviado, mesmo que não estivesse, então continuou, de uma maneira mais séria.

– E bom, sobre essas sua sugestões, sobre isso, será que eu posso, hmm, tirar um tempo pra refletir sobre?

– Sim, sim, claro – Seokjin tirou as mãos das dele, sentindo que podia estar fazendo-o se sentir pressionado. – Na verdade, eu não devia ter falado sobre isso agora, fui muito adiantado, eu só devia ter falado o que eu sinto por você, esqueça essas propostas por enquanto, tá bem?

– Obrigado – Jimin sorriu novamente, podía-se dizer que ele estava vinte por cento mais tranquilo, porém o resto ainda estava tenso.

Eles não queriam ter a noite totalmente estragada por conta daquele clima sem graça, não queriam ir embora logo depois que ele foi estabelecido. Decidiram dar uma breve volta no Namsan Park antes de irem, o que se provou não ser uma boa idéia, ao menos para Jimin.

Seokjin andava ao lado dele observando as luzes e os elementos para se distrair, mas também pensava muito no mais novo e fazia comentários com ele. Enquanto isso, a mente de Jimin havia sido invadida por Taehyung. Maldita hora em que eles resolveram andar pelo mesmo parque em que ele e o felino andaram, ele só conseguia se lembrar de quando andou com ele por lá depois de um jantar, de Taehyung segurando a sua mão, Taehyung roçando seu nariz no dele, Taehyung e ele sentados em um banco compartilhando gostos pessoais, Taehyung olhando para ele com as pupilas dilatadas dentro de suas orbes verdes, como um gatinho. Taehyung, apenas Taehyung.

A mão de Seokjin vacilou outra vez para segurar a dele enquanto caminhavam, mas dessa vez não a segurou, não sabia se era o certo. Jimin notou, ele não se importaria em segurar a mão do hyung para caminhar com ele, mas sabia que, naquele momento, fazer aquilo era dar a Seokjin esperanças nas quais ele não podia dar, não quando claramente gostava de outra pessoa.

Na despedida, eles tentaram ser o mais natural possível. Seokjin abraçou Jimin e deu-lhe alguns tapinhas leves em suas costas.

– Escute, não precisamos nos tratar diferente, certo? Nossa relação pode e deve continuar a mesma. Qualquer coisa a gente pode conversar sobre essas outras coisas futuramente, quando você se sentir mais confortável.

– Sim... – Jimin confirmou com amabilidade, mesmo que no fundo desejasse que isso não tivesse que acontecer.

Assim os dois sorriram gentilmente um para o outro antes de irem para seus rumos. Seokjin para o furgão da floricultura e Jimin para a moto, mas antes de chegar até ela, olhou para trás e viu o mais velho partindo no seu veículo. Ainda não havia absorvido tudo muito bem, aquele encontro foi real? Seokjin tinha mesmo sentimentos por ele? Jimin queria acreditar que era só um sonho estranho, era tudo demais para processar, ainda mais contando com o que ele já estava vivendo.

Mas então, um pequeno arrepio percorreu seus poros, juntamente de uma presença e uma voz que fizeram-o desviar a atenção daquela situação por aquele momento.

– Término?

Ele olhou para trás, havia um moço alto e de cabelos pretos que desciam ao pescoço olhando para ele, estava usando roupas básicas e tinha um belo rosto fino, uma energia na cor ciana rodeava-o, entregando que era uma besta, e em seu olhar havia algo de muito, muito atraente, mas também muito demoníaco. Jimin ignorou o fato dele ser um sobrenatural, não fez nada além de agir normalmente, respondendo-o:

– Não. Na verdade nem houve começo. Sabe aquela situação em que uma pessoa diz que gosta de você, sendo que você não sente nada por ela além de amizade e sabe que não pode retribuir esse sentimento?

– Sei – o moço sorriu, seu sorriso parecia sexy. – Isso é uma pena... pra ele, no caso.

– Sim – Jimin se sentiu um pouco culpado. – Mas enfim, acho que eu não posso fazer muita coisa a respeito...

Ele se virou para sair e ir até sua moto, suspirando com tristeza, mas antes de poder dar qualquer passo, sentiu uma mão pousar sobre seu ombro e mais um arrepio.

– Mas está tudo bem, aquele cara não merece alguém como você – o moço estranho de repente se pôs na frente de Jimin, seus olhos brilhavam de uma maneira sinistra. – Você precisa de alguém mais jovem, que faça você se divertir mais...

Jimin ficou confuso, por um instante, as palavras do rapaz fizeram ele se lembrar de Taehyung, mas logo ele entendeu sobre o que ele queria falar.

– O que me diz de uma cervejinha, uh?

– Não, obrigado – Jimin respondeu seriamente. – Tenho que ir pra casa.

– Ora, mas já? Está tão cedo – Jimin tentou dar um passo à frente, mas o moço não saía do caminho.

– Sinto muito, não estou interessado, agora se me dá licença...

Ele tentou passar por ele, sendo que o moço, de uma maneira até sobrenatural, sempre estava à frente, rindo e o olhando de uma forma maliciosa e divertida. Jimin então tentou correr, mas o outro agarrou seu braço. E era muito forte. Jimin se debateu com ele, chamou por ajuda, mas não havia ninguém por perto. Não estava com nenhum equipamento de defesa, estava totalmente vulnerável.

– Solte ele! – enfim uma voz surgiu detrás das sombras do parque, uma voz conhecida.

Jungkook apareceu naquela área onde estavam, iluminada pelo poste, o moço que agarrava Jimin riu desdenhoso.

– Que foi Jeon? Quer ele pra você?

– Eu quero que você solte ele, agora mesmo – disse o vampiro de uma maneira ameaçadora.

Aproveitando a distração do outro, Jimin mordeu a mão dele e em seguida o deu um soco no queixo. O rapaz grunhiu e cambaleou para trás, e quando Jimin menos percebeu, Jungkook já havia ido para sua frente numa velocidade absurda.

– Filho da puta... – o rapaz rosnou.

– Dê logo o fora daqui Hyunjin, sabe que você não tem poder para competir comigo, apenas caia fora.

Hyunjin olhou ameaçadoramente para eles, com os dentes cerrados, seus olhos amarelados brilharam no escuro da noite, então se virou e saiu correndo. Jungkook virou-se para Jimin.

– Missão cumprida Jimin-ssi, há mais algum dragão que precise ser derrotado?

– Engraçadinho, eu não sou nenhum "donzelo". – ele riu enquanto rolava os olhos para cima. – Obrigado por me ajudar, de verdade.

– Não há de quê, nós somos amigos agora – Jungkook sorriu.

De repente, ele segurou as bochechas de Jimin, e esse não entendeu, achou estranho, até ele dizer:

– Sabe, eu daria de tudo pra que as minhas bochechas fossem rosadas desse jeito...

Depois que disse isso, soltou o rosto do mais baixo, deu uma risada descontraída e agitou seus cabelos.

– Até outro dia, Jimin-ssi.

– Até – Jimin se despediu com educação e então saiu, rumo à sua moto.

Enquanto ele a ligava, subia e dava partida, refletiu. Jungkook disse que daria de tudo para ter as bochechas rosadas como as dele, e os vampiros são de sangue frio, por isso são tão pálidos, então aquela fala só podia significar uma coisa: Jungkook queria ser humano. Mas por quê?

* * *

Seokjin chegou em casa, imaginou que todos estivessem dormindo, mas ao abrir a porta, a luz da sala entregou que havia mais alguém ali. Quando entrou, se deparou com Namjoon ao sofá, assistindo um programa qualquer sobre um esporte que ele não teve o mínimo de interesse de saber qual era, apenas adentrou o cômodo, deixando os sapatos na entrada e fechado a porta. Quando fez isso, Namjoon olhou para ele, mas logo desviou a atenção de volta para a televisão.

– Voltou cedo.

– É... – ele se sentou ao lado do outro, que notou seu desânimo.

– Então, o que aconteceu?

Seokjin suspirou – Eu contei pra ele.

– Huh? – Namjoon não entendeu inicialmente, mas logo capitou. – Hm, você contou pra o Jimin o que sentia por ele?

Ele anuiu.

– E aí?

Mais uma vez Seokjin respirou fundo – Bom, nada diferente do que já devia ser esperado. Ele ficou surpreso, acho que um pouco assustado, me pediu um tempo pra pensar.

– Você por acaso pediu ele em namoro? – Namjoon levantou uma sobrancelha.

– Não, só falei que gostava dele. Ele pediu pra pensar sobre uma proposta que eu fiz, da gente passar mais tempo fazendo coisas juntos, só os dois, o meu objetivo com isso era tentar fazer ele também gostar de mim, mas, parece que ele não quer... – ele suspirou novamente e encostou a cabeça nas costas do sofá. – Deve ser isso que está me deixando triste.

– Compreensível – Namjoon esticou seu braço por cima do sofá, rodeando os ombros largos dele. – Bem, nem sempre as coisas trabalham do jeito que a gente quer, isso é normal, mesmo que seja triste. Jimin sempre considerou você como um irmão mais velho, sabe? Você cuidou dele desde pequeno, se tornou a família dele, é normal que ele tenha uma visão mais fraternal de você ao invés de romântica. Além do mais... – ele fez menção de falar mais algo, mas pareceu mudar de idéia e parou a frase na metade. Seokjin olhou para ele.

– Além do mais?

– Hum, nada, deixa pra lá.

– Fale – o mais velho ordenou, Namjoon o olhou receoso. – Pode falar pra mim, você sabe de alguma coisa?

– Não sei bem se eu devo falar mas, enfim... – a visão dele se direcionou para a televisão novamente. – Eu acho que o Jimin gosta de alguém.

– Quem? – perguntou Seokjin, interessado.

– Eu não sei exatamente. Sabe aquela noite que você pediu pra ele levar o furgão com as caixas e as armas pra casa dele e depois levar tudo até a floricultura no outro dia? – ele perguntou, e Seokjin assentiu. – Nesse dia, quando era pra ele levar as caixas, eu fui o primeiro funcionário a chegar depois dele e quando eu entrei tinha outra pessoa com ele na floricultura, um cara.

– Um cara? – Seokjin inquiriu, com seu brilho se esvaindo aos poucos.

– É, eu não conheço ele, e eles dois estavam bem... próximos, se é que me entende. Jimin disse que ele ajudou com as caixas.

– Acha que ele está namorando com esse cara?

– Eu perguntei sobre isso a ele, ele disse que não, mas, namorando ou não, deu pra ver que eles se gostam – Namjoon deu de ombros. – O cara foi dar um beijo na testa dele pra se despedir, e ele quase cai prá trás...

Ele parou de falar quando viu o aspecto do rosto do amigo, que estava murcho, encolhido no sofá, com uma expressão taciturna.

– Desculpa hyung, acho que eu devia ter ficado quieto.

– Não, está tudo bem, você fez o certo, não me privou da verdade, eu... só me sinto chateado, eu deveria desejar que ele fosse feliz com esse cara que você falou, mas... eu preferia que ele fosse feliz comigo... é egoísta pensar assim, não é?

– Sim – Namjoon concordou calmamente. – Mas é humano, ser egoísta às vezes faz parte de ser humano, você só está revoltado e com o coração partido, talvez depois você consiga desejar felicidades a ele, afinal, você o ama não é?

– Sim...

– Se o ama, vai entender que deixá-lo livre vai ser o melhor pra ele e pra você também, amor não se força. Eu espero realmente que esse cara saiba fazer ele feliz e não faça mal a ele.

– Por que será que ele não falou sobre esse cara? Nem pra mim.

– Acho que ele está esperando o momento certo para apresentá-lo a nós, sabe, o Jimin nunca namorou, deve estar querendo ter alguma coisa mais concreta com ele antes de falar pra gente.

– É, acho que sim...

Eles dois fizeram silêncio, dando espaço apenas para o som da TV ligada no canal de esportes, então, Seokjin suspirou e disse:

– Bem, acho que eu vou pra cama – dito isso, ele se levantou. – Boa noite, Joon.

– Boa noite, Jin hyung.

Ele subiu as escadas, adentrou seu quarto e ligou a luz. Não se despiu das roupas nem se deitou, ele foi até a janela e suspirou pesadamente. Estava tentando pensar como Namjoon, estava tentando desejar o melhor para Jimin, mesmo que ele estivesse com outra pessoa, tentou desejar que o tal cara com quem ele estava fizesse ele feliz assim como ele faria se tivesse essa oportunidade, porém, frequentemente ele se pegava pensando e no fundo desejando que esse cara não o tratasse bem e logo o largasse, o dando espaço para poder conquistar o seu garoto.

🗡

Olá meus anjinhos! Só passando aqui para agradecer aos 1K de views, isso não seria possível sem vocês! De todo o meu coração, muito obrigada! 💜

Beijinhos e até o próximo capítulo!

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