Capítulo 2. É Você

Capítulo 2 - É Você 

E com o pensamento em nossos momentos juntos, correspondi ao beijo com desejo, agarrando a garota com força e recebendo um choramingar por isso.

— Jimin oppa, doeu. — ela resmungou, sensível como sempre.

— Me desculpa. — pedi, envergonhado por ter me imaginado com outra pessoa.

— Tudo bem. É saudade demais. — sorriu.

— É... Saudade. — meu sorriso foi mais falso que nota de três.

Foi ridículo passar o resto do dia com ela se eu só pensava nele. Comecei a me sentir mal por isso porque não era justo com Aly. Mas também não era justo com Jungkook. Eu estou dividido entre minha namorada e melhor amigo romanticamente... Entre continuar na zona de conforto, fugindo das minhas emoções, ou enfrentar meus demônios interiores e aceitar meus reais sentimentos.

— Eu vou tomar um banho. Te vejo mais tarde. — ela me informou, me selando e indo para dentro de casa. Nadei mais um pouco, sozinho, tentando aliviar meus pensamentos conflitantes e sentimentos pelos dois. 

Eu coloquei na balança por quem sinto consideração e gosto amigavelmente e quem eu de fato amo para saber que atitude tomar.

Com uma ideia de conversar com eles e resolver, me sequei antes de entrar na residência, indo até a cozinha beber uma água e ao chegar próximo da mesma, paralisei ao ouvir vozes e estranhar o tom delas.

— Você não vai mesmo falar com aquele idiota?

— Não chame o Jimin assim. Eu vou falar, mas tenha calma. Ele é um doce de pessoa, não quero machucá-lo. 

— Mas a mim você pode machucar se esfregando nele daquele jeito. Esqueceu quem é o seu homem aqui?

Como é que é?!

— Controle esse seu ciúmes. Eu só estava querendo provocar o Jungkook, você sabe que ele não gosta de mim porque eu namoro o Jimin.

— É que te ver nos braços dele me deixa louco, linda. Você veio terminar então faça logo. De todo jeito ele vai sofrer. 

Eu estou entendendo o que está acontecendo? Aly tem algo com Kyu?

— Eu sei. Mas entenda que o Jimin é sentimental, é complicado porque toda vez que olho para ele fico com dó.

— Dó é o caralho! Você acha que eu mereço pena? — não me segurei entrando no cômodo, quase soltando fogo pelo nariz de tão irritado, e pegando os dois agarrados o que me deu mais nojo.

— O-oppa, eu posso explicar...

— Claro que pode. — ri cínico. — Eu não acredito que você foi tão baixa assim. Me traiu e ainda veio fazer isso na casa da minha família, debaixo do meu nariz. Você é a puta de uma covarde!

— Ela nã-

— Você cale a boca antes que eu parta sua cara de pau! — exclamei grave, alto.

— Jimin, eu ia te contar, eu não queria chegar a esse ponto, mas você é tão legal que não tive coragem de terminar.

— Que ironia. Não teve coragem de terminar, mas teve coragem de trair, né? — neguei. — E pensar que eu estava pensando em você o tempo todo, esperando seu tempo para se entregar a mim enquanto você ficava com outro. Eu me sinto um estúpido por ter me dedicando em vão!

— Não era em vão só-

— Cala essa merda de boca! — berrei, irado. — Se você tivesse me dito desde o início, eu ia entender. Não precisava me enganar, me fazer de idiota!

— Eu sei que na verdade você gosta do Jungkook e-

— Mesmo se gostasse, você não tinha esse direito! Eu não me envolvi com ele! Nunca faria isso estando com você! Onde foi parar a porra do seu caráter?

— Calma, oppa. — pediu, tentando me encostar mas afastei o braço com brutalidade.

— Não me peça calma nunca situação dessas! Eu estou muito irritado e decepcionado com você!

— Vamos conversar, por favor. — vi nos seus olhos o arrependimento. Mas agora era tarde demais.

— Não! Eu quero ficar sozinho e digerir essa merda. Faça o favor de sair dessa casa. Não quero te ver, nem quero ouvir sua voz!

— Mas precisamos esclarecer as coisas! Antes de tudo somos amigos!

— Não somos mais. Vá embora. — abaixei meu tom, soando rude.

— Eu vou, mas quando vamos poder conversar? — insistiu, a encarei com todo meu desprezo.

— De preferência nunca mais. — sai dali antes que perdesse mais do meu controle.

Entrei no meu quarto, passando a mão pelo cabelo, aflito. Meus sentimentos antes confusos estavam a mil agora. Eu queria me jogar na cama com toda minha indignação e fingir que nada aconteceu, mas minha sunga ainda estava molhada então fui para o banheiro deitando na banheira e fechando os olhos, praguejando para um caralho. 

Eu gostava de Aly. Ela era minha amiga antes de qualquer coisa. E o que ela fez me acertou em cheio. Nem uma explicação ou atitude me faria perdoá-la. Acho que a pior coisa que alguém pode fazer é isso: massacrar sua confiança, destruir sua dedicação e te enganar até no último minuto. 

Por que ela fez isso? Eu não fui o suficiente? Eu não me empenhei o bastante? Onde foi parar a porra da consideração? E o bom-senso? Argh! Que ódio!

Eu nunca pensei que fosse passar por isso. É ridículo. Eu só queria esquecer. Esquecer que ela foi capaz de fazer isso comigo, esquecer meu passado que me impedia de amar quem devia ter meu amor, esquecer Jungkook... Na verdade, eu não quero esquecer Jungkook. O problema sobre ele é que o que sinto pelo mesmo mudou, cresceu e está querendo me sufocar. Eu tinha que aprender a lidar, mas eu não consigo sequer pensar nesse conflito, quanto mais resolver. Eu irei tentar, porém, agora não. Porque como se não bastasse minha mente ferrada sobre isso, ainda veio o caralho dessa traição. No momento eu só quero sumir.

— Hey, hyung. Tudo bem? — abri os olhos encontrando meu amigo na porta. — Me desculpa mas eu ouvi tudo... — coçou a nuca, constrangido — Você precisa de alguma coisa?

— Quero beber até apagar. — resmunguei.

— Ah... Eu vou providenciar isso. Já volto! — saiu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Jeon voltou com uma garrafa de bourbon que acredito ter pegado escondido na adega do meu pai. Assim que ele me entregou, eu não pensei em mais nada, comecei a beber como se minha vida dependesse disso, como se aquela garrafa fosse água. Sei que é a pior forma de lidar com as coisas mas eu me encontrava tão chateado que foda-se, vou me embriagar sim.

Em minutos minha mente estava zonza, meus pensamentos estavam enroscados e bagunçados, eu estava vacilando emocionalmente, agora rindo do nada.

— Ok. Agora chega. — Jungkook me tomou a garrafa, jogando o restante no vaso e dando descarga.

— Não! — minha voz saiu arrastada e manhosa, como era sempre que eu bebia. — Você matou meu bebê! Eu quero meu bebê! — me levantei, estava cambaleante, custando a me manter em pé.

— Você quer é ficar quietinho aí. — me puxou de volta, fazendo com que eu sentasse dentro da banheira de novo e sentando na borda dela.

— Vai cutucar sua bundinha.

— O que? — perguntou, confuso.

— Isso! — apontei.

— Não, hyung. Eu não estou sentado aqui no meio. Estou de lado, vê? 

— Vai sim!

— Não.

— Vai!

— Não seja chato! — um beicinho tomou conta dos meus lábios, denunciando um possível choro. — Hyung...

— Eu sou chato. É por isso que ela me traiu. Eu não mereço ninguém. Sou um péssimo namorado. Devo ter mentido para você, não sei transar bom. Eu sou um fracasso. — apontei para mim mesmo. — Fracassado, eu.

— Claro que não! Você é incrível! Eu sempre te disse isso!

— Disse porque é puxa-saco.

— Disse porque é verdade!

— Então me diz o porquê. Se ela me machucou, eu machuquei ela! Eu fui um merda! Eu não mereço ela. Você viu aquele Kyu? Ele é mais forte que eu. Ficou com ela porque é mais gostoso. — Jungkook bufou, segurando meu rosto em suas mãos, me obrigando a olhá-lo.

— Presta bem atenção. Você é mais bonito que ele. Você é mais gostoso que ele. Você é mais simpático, atencioso e amoroso que ele. Você é muito mais do que aquele otário que pega a namorada dos outros. Você não fez nada de errado, pode tirar isso da mente. Não se arrependa de nada pois você fez tudo por aquela garota. Você, inclusive, me deu inúmeros foras, me dizendo mil vezes que tinha namorada. Se ela não fez isso a respeito daquele lá, o problema está nela. Na falta de fidelidade e honestidade dela. Isso não diz nada sobre você e sim da falta de vergonha naquela cara feia. Pare de se sentir culpado e insuficiente. Não foi você quem destruiu esse relacionamento. Ela nunca mereceu alguém tão carinhoso e dedicado como você! Você é demais! Merece alguém igualmente demais!

— Você. — seus olhos se arregalaram — Você me ama. Fala a verdade. — minha mão agarrou sua nuca, massageando ali. — Fala que me ama. — eu não sabia o porquê, eu só queria ouvir as palavras vindas dele. Kook fechou os olhos, respirando fundo.

— Eu te amo. — murmurou.

— Você está mentindo. — o larguei, ganhando seus olhos arregalados outra vez. — Você quer me iludir como ela. Eu não acredito. Eu não vou acreditar mais em você também. Em ninguém. Eu não vou mais cair em ilusão!

— Não é ilusão e eu não quero te enganar. Eu te amo a muito tempo. Não tenho porque mentir.

— Ilusão. — apontei o dedo pra ele. — Tudo ilusão. — resmunguei, me virando de lado, fechando os olhos ao sentir um cansaço se apoderar em mim.

— Hey, hyung. Você não pode dormir aí. — ele me puxou e eu acabei enlaçando meus braços em seu pescoço.

— Mesmo chato, ainda sim você é o único que sabe me fazer feliz.

Lembro de resmungar isso, segundos depois meu corpo flutuou, pairando sobre algo macio, puxei a primeira coisa que estava do meu lado e abracei para dormir. Descobrindo apenas ao amanhecer que era o corpo do meu melhor amigo.

Minha cabeça latejava pra caralho e meu corpo estava quente demais. Estranhei que o travesseiro mexia, demorando alguns segundos para notar que não era um. Abri os olhos lentamente, percebendo então que meu rosto estava enfiado no peitoral de alguém, meu braço agarrava a cintura fina e uma de minhas pernas estava sobre as coxas grossas. Eu conhecia aquele corpo. Eu conhecia aquele cheiro mesmo que estivesse misturado com cloro e protetor solar do dia anterior. Dia anterior... Eu não me lembrava de muita coisa. Só das últimas brincadeiras na piscina, do quase beijo com ele, da traição e de querer beber. 

Soltei Jungkook, me esforçando para sentar ao passo que minha cabeça rodava e a maldita ressaca me invadia. Ele se mexeu, resmungando um "não", virando de lado e puxando meu braço para abraçá-lo. Acabei parando em suas costas, ficando de conchinha.

— Jungkook? Solta meu braço.

— Dorme mais um pouco. — resmungou outra vez, manhoso.

— Mas eu quero mijar. — era verdade, acho que todo álcool de ontem queria sair de uma vez só. 

Ele grunhiu e me soltou. Meu banheiro fedia a álcool e pelo jeito que estava uma toalha enrolada no canto perto do vaso eu havia vomitado em algum momento.

Fiz o que tinha de fazer, escovei os dentes e peguei os materiais limpando toda a bagunça dali, para então tomar um banho demorado já que não havia o feito ontem. Me vesti no banheiro mesmo, saindo dali cheirosinho como, definitivamente, não estava quando acordei.

— Você vai continuar dormindo? — perguntei ao Jeon que resmungou sim. Dei de ombros e fui para a cozinha - tentando não lembrar do meu término ridículo - afim de tomar água e comer alguma coisa.

😳😏

Eu passei o dia na merda justo pelo o que estava tentando esquecer e não consegui. Mas quando chegou a noite decidi me divertir, afinal, era ano novo e eu estava solteiro. Não vou entrar esse ano lamentando. Eu quero curtir!

— Hey, Kook? — ele havia ficado no quarto o dia todo, acho que estava chateado comigo por causa de ontem. Eu não falava coisa com coisa bêbado, ele devia saber disso. Porém, creio que não seja só isso. — Ainda tem os ingressos que meu primo deu pra aquele pub?

— Tenho sim.

— Então se arruma que hoje nós vamos entrar o ano com o pé direito!

— Pensei que pubs não fossem sua praia e que você preferisse passar em família. — ditou meu discurso.

— Você sabe que se eu passar aqui vou ficar choramingando sobre o que houve e eu só quero entrar no processo de superar e esquecer logo.

— Ok. — se levantou, indo se arrumar. — Eu vou te ajudar a esquecer. — sorriu ladino, um tanto safado. Ah, mas é claro que vai.

Cerca de uma hora e meia depois estávamos em frente a um pub famoso em Busan. Nós sentamos no bar, pedindo bebidas leves pois acredito que nenhum de nós dois estava com planos de passar a noite como ontem, e ficamos conversando banalidades mas também coisas importantes como Jungkook afirmando que quando voltarmos vai trocar de faculdade, deixando engenharia química e passando para dança. Ele realmente ama dançar. E confirmando isso, desde quando chegamos ele não parava quieto, balançando no ritmo das músicas que tocavam.

— Você está bem? — questionou, eu sei do que ele está se referindo. 

— Na medida do possível. Não se preocupe, eu vou ficar. É só que foi algo recente. Me desculpa se tiver feito besteira ontem, sim? — ele assentiu.

— Eu estou louco para dançar. Você vem?

— Depois. Preciso de um pouquinho mais de álcool primeiro. — disse sorrindo.

— Só não exagera como ontem.

— Pode deixar, capitão. — bati continência, o fazendo rir antes de caminhar para a pista.

Fiquei o observando de longe. Ele começou um pouco tímido mas logo estava solto no meio dos desconhecidos, ora pulando, ora requebrando ou fazendo alguns passos improvisados. 

Jeon ria a toa, sentindo a batida tomar conta de seu corpo, o obrigando a dançar, dançar e dançar. Eu sorria por vê-lo feliz. Se pudesse nunca mais tiraria aquele sorriso lindo de seus lábios.

A imagem dele chorando ao me ver beijando Aly passou pela minha cabeça e eu suspirei. Ainda não consegui acreditar que o fiz chorar. E mesmo depois disso ele cuidou bem de mim. Jungkook é muito precioso. Eu gostaria de largar meu trauma do passado, de amá-lo de volta, de fazê-lo muito feliz e finalmente lhe dar a família a qual tanto sonhava... Mas será que eu conseguiria? 

Ele me entendia como ninguém, então talvez pudesse me ajudar a lidar com meus receios. E eu poderia juntar todos os seus caquinhos, restaurando o coração que sempre foi meu mas que demorei a perceber. 

Suspirei mais uma vez, voltando a encará-lo. Kook estava chamando atenção pela forma que dançava. Todos estavam lhe olhando, porém, seus olhos estavam em mim. Ah, como eu sou sortudo por isso.

Eu pensei que ele fosse dar uma pausa pois começou a tocar uma música envolvente com conteúdo explícito, que reconheci a voz sendo da Rihanna, e meu amigo nunca dançava esse estilo. Só que dessa vez, ainda me olhando, ele desceu até o chão. Eu quase engasguei com o drink quando ele pôs as mãos nos joelhos e começou a quicar e dar reboladas. 

O que Jungkook está fazendo? Onde ele aprendeu a... Meu Deus! Ainda mais mordendo a língua de forma travessa daquele jeito?! Ele logo levantou, ondulando o quadril para frente e para trás, como movimentos de estocadas como os caras stripers do Magic Mike. Minha pressão subiu. Eu vou morrer.

Em outro momento, num outro passo, ele jogou os braços para cima, chocando o quadril de um lado para o outro enquanto dava uma rodadinha. Depois voltou a apoiar nos joelhos, empinando, seguindo o ritmo da música, para então ir rápido deixando sua bunda bater para cima e para baixo com vontade, de uma forma que fez meu queixo ir ao chão e minha mente imaginar coisas nada puras em um contexto bem quente.

Ele continuou, abusando de outros movimentos envolventes e que se assemelhavam a sexo, vez ou outra descendo até o chão e quicando. De tanto olhá-lo, minha calça já se encontrava apertada. Caralho, eu sabia que meu amigo era gostoso mas não imaginava que conseguiria ser ainda mais dançando daquele jeito!

Em determinado momento, quando ele fixou seu olhar em mim mais uma vez, eu mordi o lábio e levei a mão até o volume no meio de minhas pernas apertando com vontade, a mesma vontade que o fazia rebolar pra cacete naquele ar. Jungkook riu, lambendo os lábios, e continuou a provocar, dessa vez, virando de costas e rebolando lentamente até o chão, subindo empinando na minha direção. 

Ah, porra! Ele quer mesmo me matar? Não. O diabinho quer jogar. E, bem, em minhas veias já tem álcool suficiente para me dar uma certa coragem de ir até ele e agarrar seu quadril.

— Você está bêbado por acaso? — perguntei em seu ouvido. Ele gargalhou, virando o rosto pra mim.

— Não preciso estar bêbado para dançar. — debochou. — E nem para me esfregar em você. — antes que eu lhe questionasse, ele desceu pelo meu corpo, subindo, esfregando a bunda no meu pau, rebolando bem e um tanto devagar pro meu gosto. Segurei sua cintura, o obrigando a ir mais rápido enquanto eu ondulava meu quadril também no ritmo da música.

Algumas pessoas estavam nos olhando de olhos arregalados, algumas cochichavam, outras nem ligavam e outras riam safadas gostando de nos ver daquele jeito.

Jungkook se virou, agarrando meu pescoço, movendo o quadril no meu, assim acabei percebendo que ele estava igualmente excitado com aquela brincadeira.

— Que tal a gente sair daqui? — perguntei, alto o suficiente para que ele me ouvisse além do som.

— Eu queria dançar mais.

— Você pode dançar pra mim no meu quarto. — ele arfou, me olhando surpreso mas com um sorriso safado nos lábios.

— Jiminnie...

— Eu estou solteiro. E não estou brincando. — o puxei para mais perto do meu corpo, colocando o rosto em seu pescoço, sentindo seu cheiro misturado ao suor antes de lamber sua pele e chupar. Jeon tremeu nos meus braços, enroscando os dedos entre meus fios e puxando, pendendo minha cabeça de forma que eu pudesse olhá-lo.

— Agora acho que é você que deve estar bêbado. — com o tanto que o enrolei, acredito que deve ser difícil acreditar em mim.

— Só se for de tesão por você. —  ele mordeu o lábio.

— Não brinca comigo. Não me dê falsas esperanças. — exigiu.

— Não estou. — disse, sério. — Vamos embora ou você quer continuar com o showzinho na frente dessas pessoas?

— Eu prefiro fazer um showzinho particular pra você. — lambeu minha orelha, mordendo meu piercing. Ri malicioso, apertando sua cintura e o puxando em direção a saída.
Entramos no primeiro táxi que encontramos.

— Nos leve para o motel mais próximo. — disse meu amigo. O moço assentiu, arrancando com o carro e eu mal tive a chance de dizer algo pois quando me virei Jungkook atacou meus lábios com fome. 

Sua língua procurou pela minha, enroscando nela e brincando com a mesma. Segurei sua nuca, devolvendo o beijo com igual euforia. E no passo seguinte ele estava no meu colo. Apertei ambas as coxas gostosas, ainda o beijando com fervor.

— Se controlem. — resmungou o moço do táxi. — Ou então eu vou cobrar mais caro. — Kook riu em meus lábios e saiu do meu colo, sentando ao meu lado, porém, deixou uma perna por cima da minha e enfiou o rosto no vão do meu pescoço, chupando minha pele. Puxei o ar pelos dentes, apertando a coxa que estava em cima de mim.

— Você é tão gostoso que eu quero gozar só por isso. — murmurou. Eu ri safado fazendo um carinho em sua perna ao que esperávamos nosso destino.

Paguei o moço lhe dando uma taxa maior que o necessário para compensar o que ele teve de ver. Enquanto eu fazia isso, Jeon reservava um quarto para nós. Ele foi inteligente de ter escolhido esse lugar porque transar na mesma casa em que a família estava era ruim para uma primeira vez repleta de euforia.

A atendente entregou a chave para ele, sorrindo maliciosa ao me ver. É bem, hoje a noite promete.

Agradecemos e seguimos pelos corredores barulhentos até nosso quarto.

— Wou! Eu espero que você me faça gemer assim. — disse ele se referindo a um cara de garganta potente que parecia enlouquecido. Gargalhei.

— Parece que ele está morrendo.

— Desde que seja de prazer ele vai morrer feliz. — assenti, rindo mais um pouco.

— Não tinha um motel menos barulhento? — mal cheguei e já estava começando a me incomodar.

— Vamos dar um jeito nisso. — ele foi até o som, ligando no alto, tocando algo sensual. Então se virou pra mim, mordendo o lábio e desabotoando o resto da camisa que havia aberto no pub. 

Me sentei na ponta da cama, o assistindo mover os quadris de um lado para o outro e virar de costas de novo, desfivelando o cinto, abrindo a calça, rebolando, para então ir tirando ela devagar.

— Caralho. — eu nunca pensei o quão bem ele mandava nisso. Não estava ridículo como pensei que poderia ser alguém tentando sensualizar assim, muito pelo contrário, ele estava me fazendo pulsar de desejo dançando tão bem.

Kook olhou por cima do ombro, sorrindo travesso, descendo um pouco da cueca mas a voltando para seu lugar.

— Isso é maldade. — ele riu, logo vindo com todo aquele corpo alto e bem trabalhado em minha direção. 

Passou uma perna de cada lado do meu quadril e empurrou meu peito para baixo. Descendo um pouco e rebolando sem encostar em mim. Ah, ele mexe esse quadril de um jeito tão único. Mordi o lábio com desejo. Levei minhas mãos para sua cintura e ele as tirou de lá, me olhando de cara feia, então eu entendi que não era para tocá-lo. Agarrei o lençol, apertando meus dedos ali para me conter diante de um Jungkook todo erótico dançando sensualmente em cima de mim como se fosse um stripper profissional.

Está aí uma coisa que ele é: profissional em me deixar maluco.

Com o passar dos minutos meu peito passou a subir e descer forte, ofegante, eu sofria com o desejo de tocá-lo mas ele não havia me dito ou mostrado que eu podia. Jeon só continuava com seu show estilo Magic Mike, ondulado o quadril e rebolando de várias formas sobre o meu corpo. 

Eu estava amando aquilo, porém também estava enlouquecendo de tesão. Sem conseguir mais me conter, o agarrei, tomando sua boca e invertendo as posições, puxando suas pernas com um pouco de brutalidade, as colocando no meu quadril enquanto o movia para frente simulando uma estocada. Jungkook arfou, puxando meus fios, mas ao invés de me afastar, me puxou mais em sua direção, devorando minha boca, quase se fundindo a mim. 

Nosso beijo era molhado e sem dúvidas quente. Já nossos corpos se encontravam em chamas e olha que nem havíamos começado penetração alguma. 

Isso sim é sexo de verdade!

Puxei minha camiseta por cima, a retirando do meu corpo e bagunçando um pouquinho mais do meu cabelo no processo, quando levei as mãos ao zíper da calça Jeon me impediu.

— Deixa que eu faço. — assenti, me mantendo ajoelhado em sua frente. Ele olhou nos meus olhos por um instante e, porra, vê-lo daqui de cima é ótimo!

Após tirar a calça junto da cueca com a minha ajuda, uma de suas mãos atrevidas agarrou meu pau, movendo lento.

— Espero que não tenha se decepcionado. — já que lembro dele dizer que gostava de pauzão.

— Uh? Está brincando? Você é um gostoso, hyung. Não vai parecer nada pequeno dentro da minha boca. Ou dentro de mim. — uma expressão sexy dominou seu rosto. 

Lentamente ele entreabriu os lábios, aproximando e lambendo minha glande. Soltei um suspiro. Jeon manteve os olhos que denunciavam toda sua intensidade em mim enquanto abrigava meu pau em sua boca e eu acho que essa foi uma das melhores visões que eu já tive.

Ele começou a mover a cabeça para frente e para trás de forma lenta, sua língua começou a abusar do meu comprimento, então ele segurou minhas coxas com força me fazendo ir mais fundo. Levei minha mão até seus fios escuros, afagando, como num incentivo para que ele continuasse. E ele continuou. 

Em poucos minutos estava me devorando com veemência, chupando e babando em todo meu pau, ao que mantinha um contato visual intenso que me fazia estremecer. 

Enrosquei meus dedos em seu cabelo quando ele aumentou o ritmo e gemi alto de puro prazer.

— Jungkook-ah... Você me chupa tão bem... — ele gemeu em resposta ao meu elogio, apertando minhas coxas com mais força, me chupando com ainda mais empenho. Tanto que eu cheguei a cogitar a possibilidade dele engasgar no meu pau. Mas isso não aconteceu. Meu amigo parecia experiente no que fazia.

Descobri que seus dedos eram ágeis quando passaram a massagear minhas bolas, me fazendo resmungar prazeroso e quando ele as lambeu então... Ah, eu joguei a cabeça para trás e gemi com vontade! Todavia, logo voltei a abaixar para continuar com aquela enorme satisfação de vê-lo se acabando em mim.

Eu estava arfando pra cacete com ele gemendo e me chupando com tanta destreza. Ao sentir que gozaria, passei a mover o quadril, fodendo toda sua boquinha linda. Eu jorrei assim que ele me encarou outra vez com aquele maldito brilho intenso no olhar. Puxei o ar pelos dentes e soltei um "ah" satisfeito ainda sentindo os espasmos. Kook me surpreendeu ao engolir minha porra e ainda lamber os lábios pois em nossas conversas ele dizia que não fazia isso. Ao menos não fazia para qualquer um.

— Gostou? — perguntou. Eu sorri largo.

— Gostar é pouco. — ele me deu um sorriso também satisfeito. — Agora eu quero que você faça algo. — disse, tirando sua cueca.

— O que? — questionou curioso. Me deitei, o puxando para perto.

— Vira ao contrário e senta aqui. — bati em meu peito.

Meu pedido não foi recusado, logo nos ajeitamos em um meia nove. Coloquei sua ereção na palma da minha mão e fechei, movimentando. Levei minha boca até lá, lambendo e sugando sua glande, arrancando um gemido seu que se prolongou ao que eu envolvia minha boca em seu falo, iniciando um vai e vem mediano. Enquanto isso Jeon me tocava, aos pouquinhos me despertando novamente.

Subi mãos pelas laterais de suas coxas até o bumbum onde as enchi com suas bandas, apertando a carne e separando ao passo que minha língua o lambia até o buraquinho, onde circulei para então fechar meus lábios ali e chupar. Kook gemeu em resposta, apertando meu pau. Passei a beijar seu rabo com empenho, massageando e apertando a carne gostosa de sua bunda. E no passo seguinte eu estava forçando minha língua ali no meio, gemendo junto do meu amigo ao ter o prazer de fazer um homem daquele tamanho estremecer em cima de mim.

— Ohh... Hyung... — começou a rebolar, puxei seu quadril, fazendo com que ele praticamente sentasse na minha cara, Jungkook apoiou as mãos nas minhas coxas e pôde se mover com vontade enquanto eu fazia minha língua levá-lo à loucura.

— Ahh... Uhmm... Uhmm... Continua... Ohh... — ele não parava de gemer e gemia alto, tremendo cada vez mais.

— Chega. — o afastei pouco tempo depois, o ouvindo resmungar ao se virar para mim. — Você só vai gozar comigo dentro, Jeon.

— Então me come logo. — murmurou manhoso em meus lábios, os mordendo e puxando para si. Sorri, o fazendo deitar de bruços e puxando seu quadril. 

Me afastei, buscando pelo preservativo e lubrificante. Com os dedos contendo o último, adentrei um deles em seu interior aos poucos enquanto ele resmungava, indo e voltando várias vezes, para então eu colocar outro, fazer os mesmos movimentos e por fim ir com mais um. Fui aumentando o ritmo, procurando sua próstata e quando encontrei a massageei. Kook quase gritou meu nome.

Não demorou muito para que eu me afastasse, colocando a camisinha e passando gel, só então me ajeitando atrás dele. 

Segurei sua cintura com uma mão, já a outra guiou meu pau.

— I-isso vai doer. — parei antes mesmo de começar ao lembrar do receio dele. Distribui selares por suas costas, ao passo que deitava meu tronco nelas, até chegar em seu ombro onde eu esfreguei meu nariz depois beijei.

— Eu não vou machucar você. — garanti. — Relaxa, caso contrário, não iremos continuar. — selei sua bochecha, voltando à posição anterior, dessa vez a mão que estava em sua cintura afagou suas costas em carinho. Forcei a entrada mais uma vez. — Jungkook-ah, você não está relaxado.

— Desculpa. — pediu, respirando fundo.

Ao sentir seu corpo abandonar a tensão eu fui de uma vez, lhe causando um gemido mudo. Em seguida ele socou o colchão, praguejando. E, após eu voltar a senti-lo relaxado, ondulei o quadril para trás e para frente, constantemente, até adquirir um ritmo gostoso.

O quarto foi ficando mais quente, assim como nossas peles que suavam, grudando uma na outra quando voltei a deitar o tronco em suas costas. Nossos gemidos ficaram mais altos e entrecortados pelo ofego. Mas eu não ousava diminuir os movimentos, saindo e entrando, arfando por sentir seu aperto ao meu redor e por fazê-lo estremecer todinho.

— Oh... Hyung... Você fode tão gostoso... — resmungou manhoso, empinando ainda mais na minha direção. Gemi, saindo e entrando tão forte que fazia seu corpo saltar. E em pouco tempo, bem de repente, ele se desfez, vibrando, contraindo, me fazendo pulsar por isso.

— Você gozou? — parei os movimentos.

— Desculpa! — neguei, sorrindo malicioso.

— Espero que seu corpo seja resistente, pois eu vou continuar. — ele não se opôs, logo, segurando sua cintura, eu meti mais um pouco, rápido, o fazendo gemer manhoso. — Ah, Jungkook-ah! 

Não demorei muitos segundos para gozar gostoso.

Saí de dentro dele, tirando o preservativo, amarrando e jogando no chão, pois não estava com vontade de ir até o banheiro. Então me deitei ao seu lado, igualmente ofegante.

— Finalmente! — exclamou depois de um tempinho. Virei meu rosto a fim de olhá-lo. — Até que enfim eu tive uma foda decente! — eu ri. — E eu te dei o melhor boquete, não foi? Isso é começar o ano com chave de ouro. Aliás... — veio parar em cima de mim. — Feliz ano novo!

— Feliz ano novo, Kook. — sorri alegre junto dele, em seguida correspondendo ao seu beijo um tanto doce.

— Agora pode ser a hora?

— De que? — franzi o cenho.

— De te mostrar que além de ser melhor amigo eu posso ser o melhor namorado. — eu neguei, rindo mais uma vez.

— Só você para ficar dizendo essas coisas do nada.

— Estou sendo sincero. E mesmo que não aceite agora, eu não irei desistir. Você sabe que quando eu quero muito algo, eu consigo.

— É o que eu diga. Você insistiu tanto que olha onde a gente está.

— Você se arrepende? — mordeu o lábio, parecia nervoso. Neguei. Eu não era capaz disso. Não depois de acordar para os sentimentos que eu tinha por ele, não depois de desejá-lo tanto e de ter uma das melhores fodas da minha vida.

— E espero nunca me arrepender de cair na sua, nem de ser seu namorado. — seus olhos chegaram a brilhar com a minha fala.

— Isso foi uma confirmação? — eu assenti, sorrindo. — Ah, meu Deus! Hyung! — ele me abraçou, todo animado e feliz.

— Só tenha paciência comigo porque... Eu meio que não superei a primeira vez que isso aconteceu... Ainda me lembro de muita merda e eu acabei de ser traído. — comentei, envergonhado.

— Está tudo bem, Jiminnie. Eu vou cuidar bem de você, assim como você cuidou bem de mim hoje.

— Isso soou safadinho.

— Quem disse que não era para ser? — sorriu provocante. — Inclusive, eu posso cuidar um pouquinho a mais de você agora. — começou a me beijar me fazendo ter a confirmação de que aquela noite ia ser longa.

😳😏

Quando chegamos toda a atenção da família voltou para nós. Estávamos descabelados, com roupas amassadas e o corpo cheio de chupões denunciando nossa aventura noturna.

— Olha só o que temos por aqui. — disse Sook, cutucando meu irmão que sorriu safado.

— Eu consegui fisgá-lo. — Jeon se pendurou no meu pescoço. — Esse peixe agora é meu.

— Suas metáforas sempre são ridículas, sabia? — rolei os olhos.

— Mas não era o Jimin que dizia que não estava apaixonado por você e nunca te namoraria? — perguntou meu pai com um sorriso sarcástico.

— Eu não sei porque ou como, só aconteceu. — dei de ombros. 

Era verdade. Não sabia dizer o porquê de conseguir notar os sentimentos dele só agora, ou quando os meus sentimentos começaram. Não faço ideia de como tudo isso se desenvolveu dentro de nós a ponto de nos sufocar. Eu só sei que foi uma paixão que foi construída com o tempo que quando se completou bateu forte, nos fazendo cair rápido. E agora estávamos aqui, junto da família, indo para a mesa tomar café, continuando com nossas discussões e brincadeiras bobas como os melhores amigos que éramos.

No fim Jeon Jungkook conseguiu o que queria, ele transou comigo, iniciou um namoro e entrou para a família com todas as letras. E eu acabei aceitando o fato que ele sempre me teve na palma de suas mãos, a diferença era que desse jeito teria o privilégio de me beijar e aproveitar de todas as formas possíveis e eu não irei reclamar de mais nada pois tudo é muito recíproco.

— Hey, hyung. Vem me mostrar de novo o quanto sua pimentinha sabe me fazer ferver. — disse Jeon, assim que entramos no meu quarto para ver Netflix. Neguei, rindo do jeito que ele falou. E não é necessário dizer que nós nos provocamos até foder e ouvir reclamações do meu pai por isso, certo?

Neste instante, abraçado a ele enquanto víamos um filme e comíamos bobagens depois de transar me fez perceber o quanto estar ao seu lado me deixava satisfeito e feliz. Me fez pensar o porquê de eu ter sido um idiota negando tudo o que ele poderia me oferecer e só ter me entregado agora... Eu sabia o porquê, mas ok, as coisas acontecem em seu próprio tempo. E tudo o que posso fazer agora é recuperar o tempo perdido ao lado do diabinho mais chato que descobri amar demais e que agora eu admito com todas as letras que sempre irei.

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