13 | "Arrependidos e entendidos"
"Eu fechei os olhos e pedi/ Pra quando abrir, a dor não estar aqui/ Mas sei que não é fácil assim/ Mas vou aprender, no fim" (Pabllo Vittar - Indestrutível)
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É como diz a música: você não é ninguém até ter alguém. E era assim que eu me sentia em relação a Henry, como se tudo antes dele tivesse sido nada. Como se eu pudesse apagar tudo que nada me faria falta. A sensação de estar completo por dentro era contraditória com o desejo que senti por Josh naquela maldita noite na piscina. Essa é uma das piores características do animal humano, nunca estar satisfeito com nada, buscando sempre algo diferente, mesmo que isso não seja consciente.
Assim como na maioria dos relacionamentos, as coisas foram se encaminhando de certa forma que Henry já estava quase morando em minha casa. Por vezes ele ia em seu apartamento para buscar algo, ou dormia por lá uma noite ou duas. Sua presença havia se tornado sufocante, era difícil olhar em seu rosto enquanto a culpa me corroía por dentro como soda cáustica.
Quase sempre eu inventava uma desculpa para ficar distante, fora de casa, tentando evitá-lo ao máximo. Noites em claro, nos amando, já eram raras. Momentos juntos se tornavam cada vez mais escassos e Henry já tinha percebido que algo errado estava acontecendo. Certa noite ele não conseguiu se conter.
― Ben... ― começou ― tem alguma coisa errada?
― Ham? Do que você está falando? ― me fiz de desentendido.
― Sei lá. Faz dias que você tá distante, quase não nos vemos mais, mesmo eu ficando aqui. Você some o dia todo, chega cansado, mal trocamos duas palavras e você já vai dormir. Se estou fazendo algo errado, por favor, me diga.
― Não há nada de errado. É que estou tentando organizar alguns projetos e isso tem me tomado muito tempo. Não se preocupe.
Eu odiava mentir para ele, me sentia um escorpião cravando o ferrão em mim mesmo. O gosto amargo do veneno vinha em minha boca. Levantei-me e o beijei, tentando afirmar que tudo estava certo, como eu conseguia ser tão dissimulado? Aquele homem foi se deixando levar pelas desculpas por algum tempo, tentava me agradar de todas as formas, fazia tudo o que podia. Porém, a culpa que eu sentia não me deixava responder, não me deixava tocá-lo.
Outro dia cheguei em casa próximo às nove horas da noite, o cheiro do jantar me puxou para dentro, me levando direto para a cozinha. O cozinheiro mais charmoso do mundo tinha acabado de desligar as chamas do fogão quando o surpreendi com um "oi" contido. Ele se aproximou e me deu um beijo leve, me convidando para sentar na sala de jantar.
A mesa já estava posta magnificamente. Pratos, talheres, taças, tudo organizado de forma perfeita e ajustada. Durante o jantar eu até me esqueci do problema que pesava em meus ombros. Henry me serviu um delicioso espaguete ao molho carbonara harmonizado com um vinho branco vindo diretamente da Itália. Conversamos e sorrimos como não fazíamos há algum tempo. Ele sempre me direcionando seu olhar sexy, os primeiros botões da camisa estrategicamente desabotoados, mostrando os pelos descendo pelo peito.
Seu jeito de arrumar uma mecha do cabelo, que sempre insistia em cair na testa, era tão charmoso quanto sua língua limpando os lábios sujos de molho. Meu encanto por aquele homem era sem fim. Terminamos o jantar e fomos organizar a cozinha, lavar as louças. Fizemos mais bagunça do que já tinha, brincando com a água e espuma.
Após a diversão na cozinha, fui para o banho. Enquanto tirava o shampoo do cabelo, senti o corpo de Henry se encostando no meu, num abraço apertado e cheio de desejo. Já sem espuma no rosto, demos início a um beijo que deveria ser a ignição de algo que só terminaria com nós dois suados e ofegantes.
No entanto, as cenas da piscina invadiram minha mente, espetando meu estômago com mil agulhas, não me restando outra alternativa. Afastei Henry e disse que estava muito cansado. Ele foi compreensivo e me deu espaço, saindo do banheiro. Pelo seu semblante, pude perceber que ele já não estava satisfeito com o modo de como as coisas estavam acontecendo. E não era somente sexo que faltava. Amor, carinho, trocas de olhares, paixão e qualquer outra demonstração de afeto faltavam nos nossos momentos diários.
A bola de neve já estava enorme, rolando ladeira abaixo e sem freio. Com tantas caras viradas, sendo evitado, esquecido, não estranhei quando cheguei em casa e encontrei um buquê de rosas em cima da mesa, com um bilhete escrito a mão.
"Meu amor, mesmo após eu ter te perguntado tantas vezes, você continua me dizendo que está tudo bem, mas eu não consigo mais acreditar ou fingir. Sei que há algo errado e essa situação está me deixando sem jeito. Voltei para o meu apartamento, espero que você consiga se organizar logo, que consiga resolver o que estiver lhe chateando. E, caso seja algo comigo, espero que possamos acertar tudo. Eu te amo demais, mas ficar desse jeito está impossível. Sinto saudade dos seus carinhos, dos seus beijos, do seu toque, do seu perfume, da sua companhia. Me desculpe. Quando sentir que está na hora, estarei te esperando, mas não demore. Te amo. - H"
A caligrafia mais linda que meus olhos já puderam ler. Mas, naquele momento, estava tudo turvo por causa das lágrimas que se formavam em meus olhos. Sentei e, ainda com o bilhete em mãos, vendo as rosas em um borrão, chorei. Não tinha outro modo, as lágrimas caiam no papel, borrando algumas letras e, num ataque de raiva de mim mesmo, arremessei um vaso de vidro que estava na minha frente.
Milhares de cacos se espalharam pelo chão, uma metáfora de como meu coração estava naquele momento. Destruído, despedaçado, estilhaçado. Eu sentia uma mão espremendo meus pulmões, não conseguia respirar direito entre os soluços do meu choro desenfreado. E eu gritei, como se tudo fosse desparecer em minha frente, mas a realidade me batia cada vez mais forte.
A cada soco eu me contorcia mais, era como se os meus órgãos estivessem numa centrífuga de sentimentos, enquanto um vídeo de todos os momentos bons que tive com Henry passava diante de meus olhos. A autopunição era inevitável, se antes eu me sentia culpado, naquele momento eu me sentia a escória das pessoas culpadas. E não é exagero, eu sabia que toda aquela situação tinha acontecido pelas minhas mãos.
Após me recuperar do impacto daquele bilhete, deixei os cacos de vidro no chão e liguei para Lili. Em menos de meia hora ela já tinha chegado na minha casa, trazendo dois cappuccinos duplos com canela extra. Contei tudo a ela, me descontrolando algumas vezes. E, mesmo passando por um término, Lili me acalentou como uma mãe acalenta o filho com a primeira desilusão amorosa. Porém, do jeitinho dela.
― Ben Summers, você foi trair aquele deus grego com o Josh? Fala sério! ― ela tentava amenizar o clima pesado ― Não que seria certo fazer com outra pessoa, mas...
― Para de falar isso. Eu já me sinto idiota o suficiente, obrigado. O que eu faço agora? Não posso ficar sem Henry, mas tenho que resolver esse problema.
― Eu vou te falar uma coisa, experiência própria, se mexa! Não fica parado esperando a vida passar, se não você vai perder o homem da sua vida e eu vou bater na sua cara pra doer! ― ela disse isso enquanto me agarrava pelo queixo e olhava nos meus olhos ― Ninguém vai te dizer o que fazer, você precisa desfazer essa merda sozinho.
― Precisa ser rude?
― Poxa, Ben, você estava tão bem consigo mesmo há alguns dias, cadê aquele cara que me deu os melhores conselhos?
― Deve estar escondido na região abissal da minha mente, pois ele sumiu e nunca mais foi visto ― suspirei fazendo cara de quem estava exausto.
― Pois, então, trate de trazer ele de volta e pensar numa solução.
Depois de muita conversa, até que Lili conseguiu me animar um pouquinho, mesmo que a animação passasse cada vez que eu visse algo que me lembrasse Henry. E tudo naquela maldita casa me lembrava daquele homem. Desde uma caneca branca até o carpete de bolinhas, tudo. É incrível como no decorrer de poucos meses, um casal apaixonado consegue vincular tanta coisa ao sentimento de bem-estar e felicidade.
A infeliz caneca branca, que não tinha nenhuma estampa ou desenho, me fez recordar da primeira vez que Henry dormiu na minha casa. Apesar de nós já estarmos juntos há algum tempo, foi uma situação embaraçosa, pois sabíamos que um limite seria quebrado naquele momento. Danem-se os limites. Após o jantar ter sido engolido e irmos para o sofá ver algum filme, como desculpa para ficarmos agarrados, iniciou-se um amasso daqueles que só terminam de um jeito.
Subimos a escada com dificuldades, tropeçando no carpete de bolinhas que cobria os degraus, quase caindo. Foi a primeira vez que nos amamos no meu quarto. Quando acabou, Henry vestia sua roupa, me olhava de lado, louco de vontade de pedir. E eu, louco de vontade de oferecer. Mas éramos dois tontos, com medo de perder algo que estava sendo construído, queríamos ir devagar.
― Ben... eu... não, deixa pra lá ― ele passou a mão na nuca, fazendo uma rápida massagem.
― O que? Pode falar... ― com certeza eu preferia que ele pedisse, talvez eu sentisse uma necessidade de me sentir importante.
― Eu sei que estamos tentando não cruzar linhas, mas... ― era até divertido vê-lo fazer aquele rosto de criança pedindo doce ― posso dormir aqui?
Por fim, ele pediu, com o constrangimento estampado em cada centímetro do seu rosto. Ainda me olhava furtivamente enquanto terminava de abotoar o último botão de sua camisa lilás. Quando terminou de se vestir, não havia mais nenhum motivo para não me encarar, essa era sua única opção.
Ele se virou e eu estava deitado, ainda nu, apoiando a cabeça com a mão, o cotovelo afundando no colchão, meu sorriso bobo respondia positivamente sem palavras. Eu não queria deixar subentendido, precisava deixar bem claro. Mas a cena estava divertida, resolvi brincar um pouco mais. Não dei nenhuma resposta, forçando-o a continuar a falar.
― Sabe... já está muito tarde e... ― percebendo que estava tentando achar uma desculpa, colocou as mãos na cintura e olhou para o lado, fitando o abajur ligado. Se deu conta do quão adultos éramos e de que eu estava me divertindo com seu jeito simples de fazer as coisas ― eu não acredito que você tá me fazendo de palhaço, Ben Summers!
Cai na gargalhada.
― É claro que você pode dormir aqui, nem precisava pedir ― confirmei, com a voz manhosa. Meu olhar implorava para que ele se deitasse novamente, para dormirmos abraçados.
Pelo menos nos primeiros cinco minutos, já que dormir agarradinho é uma tarefa desconfortável e incômoda. Somente casais de filmes conseguem dormir e acordar colados um no outro, sem braço adormecendo, sem corpo suando na hora errada, sem dificuldade de respirar por não saber onde põe o nariz, muito menos torcicolo na manhã seguinte.
Acordei com um cheiro maravilhoso de torradas frescas e geleia de pimenta. As cortinas abertas deixavam a luz do sol inundar o quarto e meus olhos doeram um pouco quando os abri. Vi Henry segurando uma bandeja, os pelos dos braços brilhando com a luminosidade, um sorriso enorme e um café da manhã fantástico.
"Acorda dorminhoco", foi o que Henry disse enquanto me ofereceu a caneca branca, negando-a quando fui pegar, cobrando um beijo. Jamais iria beijá-lo com o hálito matinal de urubu, mas ele insistiu e pude sentir o cheiro de café mentolado que exalava de sua boca. Depois disso, me foi concedido um gole do melhor cappuccino com canela extra que já tomei.
― Te amo, Ben Summers ― se declarou, encostando a testa na minha têmpora. Coloquei a bandeja no criado mudo e o ataquei, deixando-o preso embaixo do meu corpo.
― Seu maldito, por que tem que ser tão perfeito? ― ele deu de ombros.
― Faço o que posso ― soltou uma risada gostosa que foi silenciada com um beijo de cappuccino em seus lábios sedentos.
― Eu também te amo, Henry Scott.
Essa foi a primeira de muitas manhãs iguais, cheias de romance e cappuccinos naquela caneca. Agora, era uma lembrança doce e, ao mesmo tempo, amarga. A cada segundo que passava meu coração implorava que eu fosse atrás dele. Mas a razão não me deixaria fazer isso sem antes resolver tudo. E eu continuava adiando, sem saber o que fazer primeiro.
A nostalgia das lembranças, a tristeza e a culpa me atormentaram por dois infinitos dias. Sozinho em casa, eu não tinha vontade de fazer nada, Henry não me ligou, não mandou uma mensagem e eu também não entrei em contato, não tive coragem. Fiquei na inércia, comendo o que tinha pronto, deitado na cama ou no sofá. Nada.
Quando me dei conta de que, a cada dia passado, a possibilidade de Henry voltar para mim ficava mais distante, meu corpo me colocou de pé. Num impulso, peguei o celular e mandei uma mensagem a Josh, pedindo um encontro. Recebi uma resposta positiva alguns segundos depois. Dirigi até chegar no mesmo píer que havíamos nos encontrado alguns dias antes. Eu precisava entender essa paixão dele por mim, como eu nunca havia percebido nada?
Mais uma vez, as ideias formigavam violentamente, eu quase não conseguia prestar atenção na estrada e no trânsito, minha sorte foi que não era horário de pico. As árvores passavam rapidamente, assim como os pensamentos tentando adivinhar o que aconteceria quando eu encontrasse Josh. O vi sentado no mesmo banco que ele me deixou enquanto saia chorando. Contudo, diferente do nosso último encontro, Josh estava mais calmo e centrado. Nos cumprimentamos como duas pessoas que acabaram de se conhecer.
― Poxa, você é bom em ignorar as pessoas, né? ― disse ele tentando amenizar o clima tenso.
― Olha, Josh, eu pedi pra você me encontrar porque eu não estou sabendo o que fazer. Não quero perder Henry, mas eu precisava disso antes de ir até ele ― fui direto ao ponto.
― Como assim, Ben?
― Preciso entender como as coisas chegaram a esse ponto. Quero dizer, não nego minha culpa, se nos beijamos é porque eu também sentia algo. Mas o que eu sentia não passava de desejo, Josh, entende isso?
― Entendo perfeitamente.
― Então, como você chega e diz que está apaixonado por mim?
― Bem, aparentemente, você tem o dom de fazer as pessoas se apaixonarem por você à primeira vista ― lancei um olhar sério, eu não estava a fim de brincadeiras ― nossa, meu deus, não é como se fosse te agarrar sem a sua permissão! ― exclamou sarcasticamente.
― Josh, você não entende...
― É claro que entendo, vou te explicar. Quando entrei em contato com você, pela primeira vez, para falar do filme e marcar um encontro de negócios, eu já estava afim de você. Mas não passava de um desejo, também, se rolasse, seria sexo e só. Nos encontramos várias vezes, até acertarmos tudo, e você sempre foi educado, gentil, amável. Com o tempo, algo foi despertando aqui dentro.
"Quando as filmagens começaram e nós fomos nos aproximando com o clima profissional, claro, o sentimento foi só crescendo. E eu sabia que Henry estava interessado você, mas eu não conseguia controlar. Ambos sabíamos que você não ficava com homens, depois de tantas investidas que você nem percebia, ele me relatava que já estava desistindo e isso só fez o meu sentimento aflorar mais.
"Sempre fui um amigo fiel, nunca falei nada para Henry enquanto ele me dizia gostar de você. Se ele desistisse, eu poderia ter uma chance, então esperei. Porém, tudo desandou quando Henry chegou na minha casa, parecendo um lixo humano, chorando e desgraçando a vida pelo que aconteceu entre vocês quando você resolveu beber além da conta ― o olhei surpreso, ele sabia dessa história.
"Naquela hora ele me disse que nunca iria desistir, que conduziria as coisas até conseguir fazer você acordar para a vida, se libertar. Eu, obviamente, nunca disse nada sobre os meus sentimentos por você e até pensei que isso tinha passado. Mas, naquele dia na piscina, tudo voltou e já estávamos meio altos por causa da bebida. Quando percebi, já estávamos nos agarrando. E, hoje, me torturo por ter feito o que fiz com Henry, meu melhor amigo.
"Acredite quando digo que me arrependo apesar de que, na última vez que nos vimos, eu ainda não tinha caído na real. Eu fiquei no escuro até você entrar em contato, também não sabia o que fazer."
Ele suspirou aliviado, como se tivesse colocado para fora anos de palavras não ditas. E eu fiquei sem saber o que falar. Senti uma sensação estranha por saber que uma pessoa esteve apaixonada por mim tanto tempo, e eu não tinha a menor noção.
― O que você quer dizer com "me arrependo"? ― perguntei, querendo entender um pouco mais.
― Você deve estar se sentindo a pior pessoa do mundo, exatamente como eu me sinto por ter traído a amizade e confiança dele. Sei que, se estivéssemos todos juntos, se fosse algo apenas sexual, se fosse tudo consentido, sei que não acharia ruim. Conheço aquele safado ― ele disse num tom fraternal e risonho ― mas tendo acontecido daquele jeito, envolvendo toda essa história do meu passado, não sei como ele vai reagir.
― Nem eu... ― firmei os pensamentos, tentando evitar imagens de um Henry bravo e com ódio nos olhos ― precisamos contar tudo a ele, não posso mais continuar escondendo isso. Mas eu preciso saber uma coisa antes... você ainda sente...
― Não quero falar sobre isso. O que você precisa saber é que isso não irá se repetir ― senti firmeza em suas palavras.
― Fico aliviado em escutar isso, de verdade. Você é um bom amigo, Josh, não queria me afastar de você.
Arrependidos e entendidos, nós dois nos despedimos. Josh pediu que eu falasse com Henry sozinho, que lidaria com ele depois, pois ainda não se sentia preparado. Concordei. Entrei no meu carro alguns quilos mais leve, a possibilidade de estar com Henry novamente parecia cada vez mais reluzente em minha frente.
Eu não era capaz de adivinhar como ele reagiria. Mas se não quisesse ficar comigo de novo, pelo menos, eu estaria muito mais aliviado. Eu contaria tudo, toda verdade, incluindo o que Josh me disse. Não deixaria nada escondido, dali em diante seria tudo assim, pratos limpos e águas cristalinas.
O som do carro tocava uma música estranha, que combinava com a meu medo. Já conseguia imaginar Henry nervoso, batendo em algum objeto. Me olhando profundamente e dizendo que nunca mais queria me ver de novo. Imaginei seu dedo indicador apontando para mim acompanhado das palavras "você me traiu" e eu nem poderia me defender, pois ele estaria coberto de razão.
A ansiedade se embolava na minha garganta, uma sensação que eu não tinha há muito tempo. A angústia presa no peito de deixava apreensivo. Cheguei ao prédio e comecei um exercício de respirar profundamente tentando me acalmar, mas não tinha jeito. Meu coração batia sem ritmo, minhas mãos tremiam um pouco. Será que ele me receberia? Será que me ouviria e conversaria comigo?
A subida até o vigésimo andar demorou uma eternidade, tempo suficiente para várias possibilidades serem formadas em minha cabeça. Era horrível conviver com um cérebro que me odiava. Cheguei de frente a porta do apartamento e não tive coragem de bater. Sentei-me no chão, encostado na parede e me perdi no tempo.
Nem sei quantos minutos se passaram, eu estava de cabeça baixa quando ouvi o elevador subindo. Quando a porta se abriu, Henry saiu de lá, carregando algumas compras. Ao me ver ali, naquela situação, abriu a porta do apartamento e pegou minha mão, me conduzindo para dentro, indicando que eu me sentasse no sofá. Nenhuma palavra foi dita, mas meu coração bateu forte. No entanto, ele ainda não sabia o que eu tinha para falar.
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Notas do Autor:
É isso aí, estamos chegando na reta final desse livro. Choremos!
Agradecimentos nunca são demais, então... Aos meus leitores (leitoras em especial) que estão sempre por aqui, lendo e votando, nas sombras, escondidas, meu muito obrigado de coração <3
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