Capítulo 5
As risadas das filhas receberam a Bia na porta da sala de televisão. Era para ouvir aquele som que ela vivia, e uma estranha calma se apossou dela. Era quase como se ela pudesse sentir a mão da mãe no ombro, a apoiando, assegurando que ela estava fazendo a coisa certa.
— Meninas, vamos desligar a televisão? As visitas chegaram.
A Amanda desceu correndo do sofá e aceitou uma das mãos que a Bia estendeu, enquanto a Alícia abraçou o controle remoto como o homem perdido no deserto se agarra à última garrafinha de água.
— Eu preciso ir? — ela pediu sem desviar os olhos da tela. — Eu quero ver televisão.
O olhar da Bia pulou para a imagem da menina vestida de joaninha escalando a Torre Eiffel na TV por um segundo, antes de voltar a encarar a filha.
— Quantas vezes você já assistiu isso?
— Umas dez — a Amanda respondeu pela irmã, enquanto a Alícia dava de ombros.
A relutância da Alícia não tinha nada a ver com um desenho que ela já devia ter assistido muito mais que dez vezes. A Bia tinha avisado ao Lourenço que ele não iria encontrar a mesma menininha falante e risonha que ele conheceu. Depois da morte dos avós, a Alícia tinha se fechado, ficado mais séria e tímida. Ela não gostava de surpresas ou novidades e se sentia pouco à vontade na presença de estranhos. Por isso, a Bia foi até o sofá e, com calma e carinho, tirou o controle da mão dela e desligou a televisão.
— Você precisa ir sim, amor. — Ela segurou a mão da filha com força. — Vocês vão gostar do tio Lourenço.
Ela podia sentir o peso do olhar da Mariana a seguindo pela sala, mas a ignorou e foi direto até onde o Lourenço estava com o Fred, colocando a bagagem no chão. A Amanda se soltou e correu na frente.
— Oi, tio... — Ela parou na frente dele, que colocou um dos joelhos no chão para ficar da altura dela. — Como é o seu nome mesmo?
— Lourenço — ele respondeu, com um sorriso. — Mas você pode me chamar de tio Lôro, se você quiser.
A Amanda apontou a cabeça dele.
— Mas você não é louro. — Ela virou o dedo para o próprio cabelo. — Eu sou loura.
A genética da Bia não era nem um pouco egoísta, suas duas filhas puxaram aos pais. A Amanda loura de olhos verdes e a Alícia morena de olhos castanhos, uma extrovertida e risonha, a outra séria e desconfiada, diferentes como dia e noite.
A Bia parou do lado da filha a colocou a mão no ombro dela.
— Não é Lôro por causa do cabelo. É Lôro de Lourenço — ela explicou.
— Ahhh, entendi. — A Amanda assentiu várias vezes para ninguém duvidar dela. — Eu sou Amanda, e aquela é a minha irmã, Alícia.
— Eu sei. — O Lourenço estendeu a mão para a Amanda que pousou a sua, delicada e pequenininha, na dele. — Da última vez que eu te vi, você estava dentro da barriga da sua mãe. E você... — Ele se virou para a Alícia. A Bia só percebeu a pequena e rápida inspiração que ele deu, porque estava muito atenta. Para os outros, a atitude aparentemente calma não pareceu diferente de quando cumprimentou a Amanda. Ele estendeu a mão para a filha. — A gente fez bolinha de sabão, você lembra?
A Alícia se abraçou ao quadril da Bia, fazendo que não com a cabeça e ignorando a mão do Lourenço.
— Você era pequenininha... — Ele deixou a mão cair e escondeu a decepção atrás de um sorriso que não chegou aos olhos.
— Tio Lôro? — A Amanda deu um passo à frente. — Eu adoro bolinha de sabão! Você faz bolinha de sabão comigo também?
— Você tem certeza? Porque eu sou campeão de fazer bolinha de sabão.
— Eu também sou campeã. — Ela deu uma gargalhada.
— Quero só ver.
O Lourenço passou dois dedos carinhosos pela bochechinha dela antes de se levantar e ceder seu lugar para a Mariana, que tinha se aproximado e se agachou na frente das meninas.
— Essa é a tia Mariana. Ela é irmã do tio Lourenço — a Bia explicou.
— Que filhas lindas você tem, Biatriz. — O olhar da Mariana pulava da Amanda para a Alícia, e voltava, como numa partida de tênis. — Duas princesinhas. Me dá um beijo?
A Mariana abriu os braços e, para a surpresa de ninguém, a Amanda não hesitou em atendê-la.
— Você também parece uma princesa de tão bonita, tia — a Amanda disse, saindo do abraço.
— Obrigada. — A Mariana riu e se virou para a Alícia.
A Bia já estava com uma desculpa para o retraimento da filha mais velha na ponta da língua, quando sentiu os bracinhos dela se soltando do seu quadril e, de queixo caído, viu a Alícia parar na frente da Mariana, mas ela não deu nem beijo, nem abraço, simplesmente ficou olhando a mulher, fascinada.
Sabe quando você vê um desastre prestes a acontecer, mas fica paralisado porque sabe que nada do que você fizer vai adiantar? Era a Bia ao ver a Alícia estendendo a mão e deslizando os dedos por uma mexa do cabelo da Mariana.
— O seu cabelo é igualzinho ao meu. — A vozinha saiu cheia de surpresa e admiração.
A Bia não era cega, nem burra. É claro que ela tinha percebido a semelhança da Mariana com a Alícia quando ela desceu do carro. As duas tinham o mesmo tom moreno da pele, dos olhos e cabelos, mas assim, uma na frente da outra, ficava claro que semelhantes era uma pobre escolha de palavra para descrevê-las.
Idênticas, era o que elas eram. Se as duas saíssem juntas, ninguém duvidaria que poderiam ser mãe e filha. E será que uma menina de nove anos tinha a capacidade de conectar pensamentos do tipo: ela se parece comigo então deve ser minha parente e quem sabe o irmão dela não pode ser meu pai verdadeiro?
Tremendo por dentro e por fora, ela procurou ajuda em quem sempre a salvava, mas pelos olhos arregalados do Fred e a linha fina dos lábios do Lourenço, eles estavam tão sem ação quanto ela. Felizmente, a Mariana sorriu como se o mundo não estivesse prestes a implodir, e só por aquela reação a Bia se prometeu fazer todas as vontades dela durante o tempo que ela ficasse na sua casa.
— É verdade. — A Mariana imitou o gesto da Alícia e deslizou o dedo pela trança caída por cima do ombro da menina. — Mas eu não tenho uma trança tão linda assim.
— Foi a mamãe que fez. Se você quiser, ela pode fazer uma pra você também? — A Alícia se virou para a Bia. — Não pode, mamãe?
— Claro — a Bia concordou, voltando a respirar mais fácil ao ver a expressão inocente no rosto da filha. — Isso e mais uma porção de coisa legal que a gente vai fazer com a tia Mariana e o tio Lourenço.
Se alguém notou que o tom entusiasmado demais da Bia foi totalmente artificial, foi esperto o suficiente para ficar calado. Hora de mudar de assunto.
— Vamos levar as malas lá pra cima? — ela sugeriu.
E era impressão, ou ela estava virando especialista em táticas de distração?
Sem dúvida, aquela seria a semana mais longa da sua vida.
— Pensa bem. — O Fred levantou a tampa de uma das panelas, colocando de volta ao ver a carne cozida com legumes. — Se a Alícia desconfiar que a Mariana é mãe dela, não vai nem pensar na possibilidade de o Lourenço ser pai dela. A não ser que ela assista Game of Thrones escondida. Daí, tudo é possível.
— Fala baixo! — A Bia abandonou o arroz que ela estava prestes a virar numa vasilha e foi até a porta da cozinha se certificar que as meninas ainda estavam distraídas com a televisão.
Os hóspedes estavam lá em cima, tomando banho e trocando de roupa para jantar. A Bia tinha colocado o Lourenço no quarto de visitas e a Mariana tinha protestado um pouco achando que ia incomodar ao ficar no quarto da Alícia, mas a Bia a assegurou que não era o caso. Desde que o Diego tinha saído de casa, as meninas tinham passado a dividir a enorme cama de casal com ela.
— Sério, Fred! Presta atenção no que você fala! — a Bia chamou a atenção dele.
— Por favor, Biatriz. Você não vai ser uma daquelas mães que acha que as filhas são umas santinhas, né? A internet tá aí, maninha. As meninas já sabem muito mais do que você imagina.
— Você sabe que não é disso que eu tô falando. — Ela voltou a colocar a comida nas travessas para levar para a mesa, mas um calafrio desceu pela sua coluna, porque o Fred tinha razão.
Era por isso que ela tentava ter com as filhas o mesmo relacionamento franco que teve com sua própria mãe, para que elas viessem lhe procurar quando se deparassem com alguma coisa que não entendessem, na internet ou fora dela. Ou para que não escondessem como realmente tinham conhecido o namorado, ou como poderiam ter ficado grávidas ao passar a noite com um estranho, ou como descobriram que o namorado estava envolvido com algo ilegal... A Bia suspirou. Não era culpa da mãe que ela tinha cometido tantos erros e ela só podia esperar que soubesse ser ainda mais aberta com as filhas.
— Aha! — O Fred nem ligou para a sua bronca, colocou duas luvas acolchoadas e tirou uma travessa do forno. — Eu sabia que a Berê não ia me deixar sem jantar.
Vegetariano por solidariedade quando começou a namorar a futura, agora ex, esposa, o Fred tinha mantido o hábito mesmo depois do divórcio — finalizado muito mais rapidamente que o da Bia já que eles não tinham filhos e se casaram com separação total de bens — e morando numa casa grande demais só para ele, mas da qual eles não queriam se desfazer pelo mesmo motivo que o Lourenço e as irmãs se apegavam ao apartamento de Copacabana, o Fred acabava passando a maior parte do tempo na casa da Bia. Não que ela estivesse reclamando, pelo contrário, pelas adversidades da vida, eles estavam mais unidos que nunca.
E daí que a Berenice, às vezes, puxava mais o saco do Fred do que dela e das meninas? Ele merecia sorrir mais daquele jeito, mesmo que fosse por um motivo simples e bobo como encontrar uma lasanha vegetariana no forno.
Foi nesse momento que o Lourenço e a Mariana entraram na cozinha, os perfumes de sabonete e shampoo se misturando aos de comida. Enquanto a irmã tinha entrado no clima do Rio de Janeiro e trocado o vestido por um short e uma blusa estampada, o Lourenço não parecia estar incomodado com o calor e estava de calça jeans e uma camisa de botões, com as mangas dobradas até os cotovelos.
— Vocês precisam de ajuda? — a Mariana ofereceu.
A Bia quase disse que não, mas negar sua ajuda foi uma das maneiras que a Mariana tinha usado para diminui-la e mostrar que ela não era bem-vinda no almoço de anos atrás, e a Bia estava decidida a não ser mesquinha e vingativa com um acontecimento quase que do tempo dos dinossauros.
— Se você quiser ir levando as travessas pra mesa? — a Bia sugeriu e a Mariana pegou o prato de salada e a jarra de suco de manga, seguindo o Fred e sua preciosa lasanha. A Bia se virou para o Lourenço. — E se você quiser ir chamar as meninas?
Sem uma palavra, e com um sorriso de quem acabou de ganhar o melhor presente do mundo, o Lourenço também deixou a cozinha.
Normalmente, o Fred ocupava a cabeceira da mesa, com a Alícia de um lado e a Bia e a Amanda do outro, mas naquela noite, ela ocupou um dos lados, entre as filhas, e deixou o outro, para os dois irmãos. A conversa girou em assuntos seguros e banais, como a viagem deles, a comparação entre o clima do Rio e de Porto Alegre e os preparativos para o Natal, quando o resto da família do Lourenço viria se juntar a eles.
— Eu preciso repetir essa lasanha. Tá uma delícia! — O Lourenço se serviu de um segundo pedaço. — Foi você quem fez, Bia?
O Fred passou de contrariado e possessivo ao ver sua lasanha sendo atacada, a uma gargalhada, em menos de um segundo.
— A Bia? Cozinhando?
— Não é assim, também — ela se defendeu, empurrando um monte de alface de um lado para o outro no prato, na esperança que ninguém notasse que ela não estava comendo nada. Como sempre, seu estômago estava embrulhado.
— Você conhece mais alguém que consegue queimar ovo cozinhando? — o Fred perguntou entre as risadas.
— Foi uma vez só. — A Bia estreitou os olhos e se virou para as visitas, se rendendo. — Mas o Fred tá certo. Eu nunca seria capaz de fazer um jantar desses. Foi a Berenice que deixou pronto. Ela é minha funcionária e salvadora. Sem ela, nada nessa casa ia funcionar.
O Lourenço correu os olhos pela sala.
— Nenhum desses quadros é seu, é, Biatriz com 'i'? — ele perguntou, fazendo com que a Bia largasse de vez os talheres e juntasse as mãos no colo, por baixo da mesa. — Você ainda não gosta de mostrar suas pinturas?
— A Bia não pinta mais — o Fred respondeu por ela num tom longe da diversão de alguns segundos antes. E ignorando o olhar da irmã, implorando para ele deixar o assunto de lado, continuou. — Ela pegou uma tesoura e cortou todos os quadros dela. Todos. E nunca mais pegou num pincel. Desde quando mesmo, Bia? Umas duas semanas depois que...
— Fred! — ela falou com força o suficiente para calar o irmão.
E ele não precisava terminar. Pela expressão aborrecida no rosto do Lourenço, ele entendeu muito bem depois de qual acontecimento a Bia tinha tido seu acesso de raiva e desistido de pintar para sempre. O silêncio desconfortável que tomou a mesa foi quebrado pela Alícia.
— A tia Vivi disse que é bom que a mamãe não pinta mais. Ela disse que ela era muito... — Ela franziu a testa, tentando lembrar. — Intensa?
As mãos da Bia se fecharam em punhos e a garganta se apertou com um nó. Ela mordeu os lábios para não chorar ali na mesa. Ela já tinha conversado com o Diego, mais de uma vez, sobre esses comentários aparentemente inofensivos que a Vivi fazia sobre ela para as meninas, mas o ex-marido tinha defendido a nova namorada, claro. Segundo ele, a Bia estava sensível demais e a Vivi não estava falando nada que não diria antes. Talvez ele estivesse certo sobre a Vivi, mas a Bia discordava dele quanto a sua sensibilidade. Ela estava era, finalmente, com os olhos abertos para a verdadeira personalidade maldosa da prima.
— O que é intensa, mamãe? — a Amanda perguntou, colocando o copo na mesa, e porque estava olhando para a mãe, soltou antes que ele estivesse equilibrado e derramou suco na toalha branquinha.
— Amanda! — a Bia gritou sua raiva e frustração com a filha mais nova. — Quantas vezes eu já falei pra você olhar pro que tá fazendo? Olha a toalha que era da vovó Helô!
Os olhos da Amanda se encheram de lágrimas e o lábio inferior dela tremeu. A Bia sentiu alguém segurando sua mão e olhou para o irmão.
— É só uma toalha — ele a lembrou com suavidade, fazendo a Bia respirar fundo. Sua raiva não era por causa da toalha e sua reação com a filha, injusta.
— Tem razão. — Ela deu um beijo na cabecinha da Amanda. — Desculpa, meu amor. — Ela levantou os olhos para o resto da mesa. — Desculpa. Eu, às vezes, tenho...
Esses acessos súbitos de raiva?
Vontade de chorar, sem motivo?
Vontade de sumir?
Felizmente, todo mundo entendeu sem que ela precisasse terminar.
— De boa, Biatriz com 'i'. — O Lourenço tomou um gole do próprio suco. — Qualquer um pode derrubar suco.
Ele colocou o copo na mesa, mas esbarrou na beirada do prato e o copo virou, espalhando o líquido amarelo pela toalha.
— Ooops — ele se desculpou com uma careta.
A Bia olhou para ele de boca aberta e cruzou os braços.
— Você derramou esse suco de propósito — ela acusou com toda a certeza do mundo.
— Claro que não! — Ele colocou uma mão no peito e fez um gesto largo com a outra, esbarrando no copo do Fred, que deu um pulo para trás com a cadeira para salvar a roupa dele dos respingos do suco que voou para todo lado.
— Lourenço — a Bia disse, como um aviso.
— Biatriz. — Ele se inclinou na direção dela, o rosto sério, mas os olhos rindo e a Bia, mais do que depressa, agarrou seu copo com uma das mãos e a jarra com o resto do suco, com a outra, trazendo para perto do peito.
O olhar do Lourenço pulou para o copo da Mariana, vazio, porque ela não quis beber nada, e, em seguida, para o último copo cheio na mesa, bem em frente ao prato da Alícia.
— Lourenço! — a Bia repetiu.
Todos os olhares da mesa se concentraram na mão dele se estendendo em câmera lenta, se aproximando do copo cheio de suco. Só faltou a música de suspense para acompanhar a cena que todos eles sabiam como ia terminar, mas que ninguém tentou impedir. A Alícia levou a mão até a boca, escondendo o sorrisinho sem vergonha de aprovação, e com um toque do indicador, o Lourenço também virou o copo dela.
— Pronto! Você tá de castigo! — a Bia exclamou, fazendo as duas filhas explodirem em gargalhadas ao seu lado. — E você tá me devendo uma toalha de mesa nova.
— Eu? Por que eu? — Ele colocou a mão de volta do peito, com uma expressão ofendida no rosto. — Foi a sua filha que começou.
Era o que faltava para a Mariana e o Fred se juntarem as risadas das meninas, enquanto a Bia mordia os lábios prendendo o sorriso, porque era muito difícil ser a única adulta responsável no meio de um bando de crianças.
— Todo mundo já acabou? — o Lourenço perguntou, juntando as mãos com um tapa. — Eu trouxe sobremesa. Chocolate de Gramado. Vocês já comeram? — Ele olhou para a Amanda e a Alícia, que negaram com a cabeça. — É o melhor chocolate do mundo, mas eu trouxe muito. Quem quer me ajudar a buscar?
— Eu ajudo! — A Amanda desceu da cadeira correndo.
Sem uma palavra, a Alícia fez o mesmo, e foi impossível a Bia continuar a não sorrir ao ver o Lourenço subindo as escadas de mãos dadas com uma menina de cada lado.
— Ele sempre foi assim? — a voz do Fred atraiu sua atenção.
— Foi. — a Bia afirmou, mas balançou a cabeça confusa, depositando o copo e a jarra de volta na mesa. — Não. Não sei?
— Ele tá feliz. Eu acho que eu nunca vi o meu irmão feliz desse jeito — a Mariana esclareceu, lançando um olhar prolongado na direção da Bia, e se levantou. — Eu vou te ajudar a limpar essa bagunça.
Ela levou duas travessas para a cozinha, e a Bia começou a juntar os pratos, mas foi interrompida pelo irmão segurando seu pulso.
— Eu nunca pensei que eu ia dizer isso. — Ele deu uma risada. — Pelo menos, não cedo assim, mas eu acho que essa sua ideia não é tão louca como eu pensei, Biatriz com 'i'.
A Bia assentiu e levantou os olhos da toalha arruinada para a escada, de onde vinham as risadas do Lourenço e das meninas no segundo andar.
Foda-se a toalha de mesa!
Ela também nunca tinha visto o Lourenço tão feliz.
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