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Connor C. James

  A primeira vez que vi Anelise Evans, não foi no corredor de um dormitório, após eu transar com uma garota que só vi uma vez. Não foi entrando no prédio de direito enquanto eu estava parado fumando meu cigarro. Não foi andando com suas amigas que meses depois se tornaram as ambições dos meus irmãos.

Foi há 6 meses, naquele começo de semestre que sempre era uma confusão. Alunos apressados esbarrando em você enquanto corria para todos os lugares ao mesmo tempo.

Líderes de torcida cantando sua habitual musica de boas vidas.

Time de futebol Americano parado observando as calouras com sorrisos maliciosos e escolhendo em quem iriam investir seu tempo.

E eu? sentado na minha moto com meu cigarro em mão esperando impacientemente a grande quantidade de alunos se mover para suas salas.

Algumas garotas passaram sorrindo para mim, me analisando de cima a baixo. Lembro que tive vontade de sorrir, sempre gostei de como sou visto.

Olham para mim esperando aqueles típicos romance com um possível cara mau. Meu estilo, minha expressão, meu modo de ser e de agir faz todos pensar que sou assim.
Mas ninguém me conhece totalmente, entretanto, de uma coisa todos tem razão.

Eu não sou um cara bom.

Brutalidade. Malicia. Frustação. Raiva. Insatisfação.

Cinco simples palavras que intensamente me descreve.

Eu sou bom apenas em ser politicamente incorreto. Malvado. Bruto. Bravo. Briguento.

Lembro que soprei a fumaça do cigarro, a nicotina invadindo meus sentidos. Fui muitas vezes questionado do porque gosto de cigarro.

Eu não gosto.

Imagine um céu escuro cercado de nuvens com trovões e relâmpagos, é muito intenso. Esse é o exemplo mais claro que posso dar sobre como funciona a minha mente.

Os pensamentos são os trovões, mas o que torna tudo de fato intenso, são as nuvens escuras. Eu nunca soube definir o que de fato era essas nuvens.

Gosto de estar no controle, gosto de tentar me controlar para não perder a cabeça, o que facilmente acontece.

Eu ouvi um grito feminino, capaz de atrair meus olhos frios.

No meio do gramado verde, uma garota loira de vestido vermelho estava claramente irritada enquanto limpava seu salto alto.

Eu só precisei observar para saber que vaidade era seu segundo nome. Ademais, aquela foi a primeira e única vez que a vi frustrada com alguma coisa, o cômico é que era com seus saltos.

Eu vi duas garotas indo na direção dela, Amber e Stacy. mas não é aquilo que me deixou tão focado naquele instante.

Ela tinha lindos cabelos loiros, muito bem vestida, do tipo que não se vê por aqui justamente no primeiro dia de aula. Ela não percebeu que estava chamando bastante atenção, eu vi alguns caras passando por elas e assobiando baixo enquanto olhava ela de cima a baixo.

Não tenho um tipo de garota mas aquela claramente não seria o meu tipo, caso eu tivesse um.

Mas isso não me impediu de ter a curiosidade de saber o seu nome. Qual que é seu nome? Eu me perguntava

Quem é ela?

Eu nunca soube o que ela estava conversando com as garotas que possivelmente tinha acabado de conhecer, mas ela abriu um sorriso capaz de me fazer sentir a necessidade de a conhecer.

Eu imaginei ela se juntando comigo na minha cama, enquanto puxo seus cabelos e a sinto estremecer ao redor de mim. Senti uma curta adrenalina correndo em meu sangue, louco por aquilo. Louco por ela.

Passei a língua pelos lábios, isso me faz ficar ansioso e inteiramente interessado.

Eu não digo uma palavra, mas ainda sim ela pareceu roubar de mim tudo e qualquer coisa que faça eu ser quem sou.

Não só naquele instante, mas até hoje.

Não era necessário uma aproximação, palavras trocadas, um envolvimento... Anelise Evans é aquela garota que achei que nunca existiria, que era só uma farsa das mentes irritantemente românticas. Aquela garota que descrevem como quem muda seus pensamentos, muda sua forma de agir.

Meus irmãos se aproximaram prontos para um novo semestre na UFH. Tirei a chave da minha moto, joguei o cigarro no chão e saimos em direção a nossas aulas.

Como sempre, fomos alvos de inúmeros olhares. E nenhum me interessava até então.

Mas quando até aquela garota e suas hoje amigas olharam para nós, seus olhos que pelo fato de estarmos a uma distância eu não soube dizer que cor era, me encarou.

Eu pude sentir meu fôlego se prender, e foi aí que soube que isso é perigoso. Ela é perigosa.

Não nego, eu a quero. Pra caralho.

Gemendo no meu ouvido, suspirando em excitação, me beijando como se não houvesse amanhã.

Suas curvas, seu jeito, seu sorriso, sua pele... É irritante demais.

Irritante porque eu quero, irritante porque não tenho. Irritante porque sei que se ousar ter eu vou me perder um jeito indescritível.

Hoje eu sei o que são as nuvens que torna todos meus pensamentos intensos, é ela.

Foi nesse mesmo dia que eu percebi que, se uma pessoa é capaz de me fazer sentir coisas e pensar coisas que nunca pensei... Eu deveria manter distância. Não por mim, mas por ela.

Foi nesse dia que percebi, que se me aproximasse eu poderia me apaixonar. E isso nunca aconteceu comigo, não estava preparado para deixar finalmente acontecer.

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