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Connor James
- Ajuda! - Alguém grita.
Esse alguém eu reconheço. É a voz do Grey, o que me faz tentar achar ele no meio da multidão, ele não fazia idéia de onde seria a corrida.
Então eu o vejo.
Bem longe da multidão que está cercando Jack, que acaba de cair de sua moto pois escorregou.
Vejo Grey, e ele está gritando. Gritando com uma menina nos braços que cobre o rosto com as mãos, chorando.
Eu a conheço.
Reconheço seus cabelos loiros, sua pele que tanto toquei de longe, então foi automático deixa a porra da minha moto de lado e correr por entre pessoas para ir até eles.
- Anelise - Grey parece indeciso entre consolar ela e ir até a multidão que cerca Jack.
- Meu Deus, Grey, o Connor... - Ela chora forte, e eu estreito os olhos confuso.
- O que tem eu? - Pergunto assustando Grey
- Você sofreu um acidente e... - Ela levantou o rosto cheio de lágrimas e arregalou os olhos. Grey abriu um sorriso aliviado e Anelise simplesmente pulou nos meus braços me abraçando com força
- Você está vivo! - gritou
- Estou - murmurei com o nariz em seu cabelo cheiroso, sentindo seus braços me apertar com bastante força
- Deus do çeu, Connor... Como... como... - ela começa a soluçar, me deixando complemente sem reação e triste. Triste junto com ela.
Mas seu comportamento muda de repente.
Ela se afasta e me dá um soco bastante forte no peito.
- Seu desgraçado! Como ousa pensar em correr na porra do seu estado? não adianta nem negar, você estava completamente fora dos eixos! Qual a droga do seu problema? como ousa subir no caralho dessa moto desse jeito? - Gritou ficando vermelha e sem ar
- Anelise...
- Anelise um caralho! Seu idiota, tá querendo se matar e me matar? - exclamou
- Evans...
- Deixa eu terminar - levantou um dedo pedindo silêncio. De canto de olho vejo Grey rindo. Cruzo os braços, esperando. - Se você morre, Connor, você pode ter certeza que faria pacto até com o... sabe quem, só pra te trazer de volta e eu mesma te matar! Nossa, mas eu tô muito, muito, muito puta!
Colocou a mão no peito e limpou as lágrimas que insistiam em cair. Quando finalmente ficou em silêncio, eu me pronunciei
- Posso falar agora? - Pergunto
Ela assente, devagar mas antes que eu possa falar vejo que Jack está acordado e bem. Algumas pessoas ajudam ele a andar para longe, então anunciam a Vitória de Tyler por ser o mais veloz da noite.
- Eu não corri - falei pra ela, olhando fundo nos seus olhos - Quando anunciaram "já", eu desisti de última hora.
- Não acredito em você - Ela murmura
Aponto para minha moto do outro lado da rua
- Eu ia para seu dormitório agora conversar com você. Então ouvi o barulho e recuei para ver o que aconteceu.
Ela funga, ainda transmitindo preocupação. Ainda transmitindo tristeza.
- O que você veio fazer aqui, Anelise? - Pergunto
- Conversar com você.
- Sobre o quê?
- Sobre nós dois.
- Evans...
- Deixa eu começar, Connor - Ela disse receosa - Eu quero pedir perdão. Me desculpa por ter te forçado a querer falar, por ter falado que a gente não combina e...
- Anelise...
- Espera, James. Entenda, eu gosto de você, e por causa disso eu fiquei tão cega com isso tudo, sentimentos, emoções, que forcei as coisas...
- A morte da minha mãe.
Ela fica quieta, confusa.
E então entende.
Eu acabei de responder sua pergunta.
Por que Connor James se tornou tão furioso?
Então vendo o assunto delicado, Grey se afasta. Mesmo cercados de tantas pessoas, ainda sim naquele instante era como se fosse eu e ela.
- Eu sinto muito - ela sussurrou, eu neguei
- Não tem nada de mau, Evans. Eu iria te contar, só não naquele momento. Não é algo que eu tenha vergonha, apenas pensei que você iria se sentir horrível me vendo falar da minha mãe morta enquanto a sua está viva e te trata da maneira que faz.
Ela encolhe os ombros. Eu respiro fundo e contínuo:
- Ela morreu quando eu tinha dez anos. Eu sou o único que lembra muito dela, porque sempre foi nós dois pra tudo.
- Connor, não precisa...
- Preciso. Preciso falar antes que eu me recuse de novo.
Ela assente, cuidadosa
- Quando ela morreu, eu sofri. Sofri pra caralho, Evans. Todo mundo sofreu, mas eu não pude sentir meu luto. Porque meu pai se perdeu tanto que passou a nos ignorar, então tive que ser forte para meus irmãos, Brad tinha nove e Oliver oito. Você é a filha mais velha, mesmo seus irmãos não sendo o que você quer, se algo acontecer você que tem que assumir e tentar manter as coisas em ordem.
Ela começou a chorar, silenciosamente
- Apesar do meu pai ser incrível, Evans, ele foi um completo filho da puta por anos, ele simplesmente se afastou. Então quando ele viu que eu, estava tomando conta de tudo, dos meus irmãos mais novos tentando ser forte pra caralho, ele quis recuperar tudo. A gente deixou ele se aproximar de novo, eu deixei, mas sentia tanta raiva que só progrediu. Ninguém conversava sobre ela, e isso só me irritava. Comecei a me meter em brigas, em corridas, e ser sério porque qualquer coisa fazia eu estourar.
- Connor...
- E é ai que você entra, Anelise.
- Como assim?
Eu sorrio
- Você de alguma maneira tirou essa merda de tristeza de mim.
Ela sorriu, lindamente. Esse sorriso me deixa louco, de um jeito inexplicável. E eu entendo perfeitamente bem o porque.
- Não sei se percebeu mas tem dias que não fumo - Eu comento - Porque arrumei um novo vício. Porque entendi que o amor é forte. Por que eu amo você, Anelise Evans. Amo pra caralho.
- Droga - Ela suspira e me abraça forte - Eu também amo você, Connor James.
E então, nos beijamos. E essa é a confirmação que precisava para entender que não existe diferente entre nós. Ela é o que quero e vou continuar querendo.
Agora e sempre.
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