18
Sexta-feira
Anelise Evans
Estou olhando o céu, de volta naquela noite na festa.
Estou com o vinho que roubei da casa da fraternidade. Vinho péssimo por sinal. O pior que já tomei na vida, mas fazer o que. Vai esse mesmo.
As estrelas brilhando, a brisa fria me arrepiando, meus cabelos sendo bagunçados.
Ouço passos e olho para trás. Connor James está se aproximando, com o olhar tão curioso e talvez, perdido quanto o meu.
Eu sorrio. Parece que o mundo dá volta.
Na outra noite era ele estava observando o céu e eu que surgia do nada. Dessa vez sou eu que observo e Connor surge de repente.
Connor se aproximou de mim, ficando parando a poucos centímetros. Perto o bastante para sentir sua respiração. Seu calor. Seu corpo.
- Evans - Ele diz
- James - eu digo
Ele ergue sua mão, passando a mão por minha bochecha delicadamente e demoradamente.
- Você está bonita.
- Eu sou bonita.
Ele sorriu
- Sim, é.
Então, o chão estremece.
Sei lá, é um terremoto?
Pelo amor de deus, sou muito jovem pra morrer.
Seguro nos braços do Connor. Ele não pare sentir. Aproveito a oportunidade para me agarrar mais ao seu corpo.
Temos que aproveitar não é mesmo.
- Anelise - Alguém diz, não saiu dos labios perfeitos do Connor. Então de onde veio? Deus se é você vindo me buscar por favor me deixa ficar mais um pouco.
- Anelise - Chama de novo, dessa vez o mundo estremece mais
- Isso tá parecendo cena de cinema - digo para Connor que me observa
- E nós somos o casal clichê?
- O casal clichê não morre.
- Tem razão.
- Anelise! - O mundo escurece me fazendo apertar os olhos. Quando os abro, vejo duas pessoas maravilhosas nesse instante não tão maravilhosas me encarando
- Aposto que estava sonhando que estava em Paris. - Disse Stacy
Bocejo, levantando com um leve dor de cabeça. Diante do espelho em frente à minha cama eu abro a boca de susto.
Eu sou horrosa quando acordo mas minha nossa senhora, estou bem mais horrorosa do que o normal.
Sento na minha cama com cara de desgosto. Meu sonho estava interessante, por que diabos fui acordada?
- Tem aula agora- Amber disse o óbvio, noto elas arrumadas
- E?
- Eu vou perguntar... - Stacy sussurra para Amber
- Não, quando alguém quer contar algo ela simplesmente conta - Diz tranquila
- Tô nem aí, vou perguntar - Stacy vira completamente para mim - Onde você esteve o final da tarde e a madrugada inteira?
Amber revirou os olhos virando o corpo para mim também, curiosa
- Com o Connor - dei de ombros. Não vejo porque fazer caso de alguma coisa tão simples.
- Com o Connor - Stacy repete
- Com o Connor - Amber assente
franzi a testa
- Você deu pra ele? - Pergunta de repente, Stacy
- Não - Respondo - Mas isso não nega que não queira.
Amber sorriu, e começou a rir com a mão na testa.
- Eu nunca vi tanto sentindo naquela frase "nunca diga nunca" como vejo agora. Gente, olha bem para nós! Ficávamos falando mal dos irmãos James e hoje estamos loucas por eles.
- Eu não estou louca por ele... - Digo - Talvez um pouco.
- Se vocês não transaram a noite toda fizeram o quê? - Stacy pergunta confusa
- Bebemos. Conversamos. Rimos. - Dei de ombros, ignorando um sorriso ao pensar no desafio em que ele andou pelado pelo bar.
Andou por que quis.
Porque ele poderia me ter naquela noite.
O desafio era, caso eu perdesse, eu estaria em cima dele a noite toda. Caso eu ganhasse, Connor andaria pelado.
Ele quis me ajudar a vencer ele. A sentir o gosto da felicidade de vencer. Ele quis.
E eu gostei.
Não pelo fato de que o vi pelado, uma bela visão não posso negar. Mas pelo fato de que a noite inteira ele fez coisas com o intuito de me deixar leve.
Relaxada.
E eu estou até agora.
- Connor sabe rir? - Amber se pergunta confusa - Se da risada eu juro que não percebo.
- Eu também não- Stacy deu de ombros tentando lembrar de algum evento como esse - Vai pra cima, Ane!
- Ótimo conselho.
- Concordo. Vá pra cima e não saia tão cedo.
Dei risada
- Tô tentando, meninas. Oh se estou.
O Campos estava cheio de alunos, todo mundo junto. Muitos rindo. Muitos conversando. A neve estava começando a cair, me deixando angustiada.
Inverno é a época perfeita para usar roupas chiques. Mas não é minha estação favorita.
De longe, eu vejo ele.
Connor James está em sua moto, fumando seu cigarro. Olhando para mim.
Eu nunca faria isso. Não sabendo que Connor James não é de conversinha.
Mas eu fiz mesmo assim.
Eu comecei a caminhar em sua direção.
E ele não me olhou com sua habitual sobrancelha erguida. Olhos estreitos.
Ele sorriu. Devagar. Pequeno.
Mas sorriu.
Sorriu pra mim.
E é aí que eu me pergunto, será que o que ele falou ontem é verdade? Será que Connor James soca a cara de alguns caras, cospe sangue no final por minha causa?
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