16
Connor C. James
Depois de eu andar pelo bar do Grey completamente pelado, Evans e eu jogamos mais algumas vezes. Dessa vez ela já estava familiarizada deixando claro que não precisava mais da minha ajuda.
Aperto minha mandíbula, completamente pensativo. Enquanto Anelise Evans da risadas altas do meu lado, eu só consigo pensar como alguém me faz ser totalmente diferente.
Essa é a palavra. Diferente.
- O que me diz? - Grey pergunta, me fazendo suspirar
Odeio insistência. Principalmente quando nego fielmente. Principalmente quando estou concentrando em outras coisas.
- Esse fim de semana não.
- Por quê? É ótima grana! - Diz tentando a todo custo me convencer
- Você deveria ir - Anelise diz, descabelada. Ela está claramente bêbada, não de forma exagerada. Mas a ponto de a deixar fora de seus sentidos.
Não é preciso conhecer Anelise Evans a fundo para saber que ser vaidosa é uma coisa essencial.
E neste instante, seu estado é... interessante.
- Viu? a menina concorda. - Grey aponta para ela
Anelise então, tira seus saltos altos dos pés ficando consideravelmente mais baixa. Observo bem, seu corpo parece incrivelmente delicado diante do meu.
Resolvo tomar outro gole de bebida, sentindo a mesma descer quente, queimando.
- Veja só Connor, se você corre por dinheiro e como sr. Grey está dizendo que você vai ganhar uma grana cheia, vá. Não tenho dúvidas que você vai vencer.
Desci meus olhos por seu rosto. Expressão. Lábios.
Ela junta as mãos em forma de quem está implorando para Deus, e isso me faz querer sorrir. Leve e relaxado.
Duas simples palavras que neste instante, me define.
- Você vai? - Grey pergunta
- Vou. - Respondo para ele, com os olhos nela.
Não sei o que acaba de acontecer aqui. Como ela pode me convencer de algo que eu simplesmente disse não. Que eu simplesmente coloquei um ponto final.
Anelise deu pulinhos animados, e bateu na mão de Grey como se fosse uma vitoria. Nego com a cabeça, pegando minha chave no bolso da calça.
- Temos que ir embora.
- maaas já? tá cedo! - Ela reclama
- Vou fechar daqui cinco minutos, filha - Grey diz como quem pede desculpas. Ergo uma sobrancelha, normalmente Grey expulsa todo mundo sem misericórdia.
- Tudo bem - ela segura nas mãos dele - Amei te conhecer, você é uma pessoa fabulosa.
- Tudo bem, Anelise. Chega. - Digo com a mão em seu ombro
- Você é incrível- ela coloca as mãos nas bochechas de Grey, que cora - Vou vir te ver mais vezes.
- Anelise - Falo. Seco. Direto. Com um tom duro deixando claro que precisamos ir embora.
Ela revira os olhos pra mim, beija as bochechas do velho Grey e bate nas minhas costas.
- Eu sei que você sente ciúmes Connor, mas fica tranquilo, Grey não tem olhos para mim. Somos só amigos.
Grey riu, se despediu e foi acordar um cara bêbado em uma das mesas. Antes que eu pudesse de fato andar na frente em direção a saída, Anelise entrelaça seu braço no meu.
E então deita a cabeça no meu ombro.
- Meus pés estão tão aliviados - Ela murmura, segurando seus saltos na outra mão.
Meu foco não é no seus saltos.
Meu foco não é no fato dela ser mais baixa do que eu achava e o quanto isso a torna mais linda que o possível.
Meu foco é na sua cabeça deitada no meu ombro. Tranquila. Relaxa. Em paz.
- Vamos Connor James, minhas pernas estão congelando aqui - Ela resmunga.
Eu assinto, tiro meu braço do seu e coloco o mesmo por cima de seus ombros.
Caminhamos em direção a saída, em direção a minha moto e logo em seguida em direção ao seu dormitório.
Durante o curto trajeto Anelise Evans estava sorrindo. Facilmente. Sem nenhum motivo ou propósito.
Ela simplesmente sorria.
Leve.
Me faz imaginar o quanto essa garota é louca. De um jeito bom.
Quando estacionei em frente ao dormitório, Ela saiu cambaleando da moto e rindo de si mesma. Tirou o capecete e me deu.
- Quando você entrar eu vou embora - digo, esperando ela entrar para eu ir direto para meu apartamento.
É de madrugada, não faço idéia de que horas são e a julgar o céu azul escuro sei que estava perto de amanhecer.
Um vento gelado nos cercou, arrepiando nós dois. Anelise se abraçou mas não ousou entrar para dentro.
- Sabe Connor, eu não estou bebada.
Eu ergui uma sobrancelha, achando cômico
- Será mesmo, Evans?
Ela revirou os olhos
- Eu estou feliz, como a muito tempo não estive. Obrigada.
- Pelo o quê?
- Por me proporcionar uma noite divertida como essa.
estreito os olhos, mal sabe ela que foi divertido para nós dois.
- De nada, Evans.
- Você não é tão filha da puta quanto parece.
- Vou levar como um elogio.
- Mas eu gosto de filhos da puta - disse, me fazendo ergue os labios em divertimento
- Certeza que não está bêbada?
- Talvez, um pouco assim - Mostrou com os dedos
Assinto, prestes a colocar meu capecete de novo
- Vá descansar, Evans.
- Espera, eu quero te fazer uma pergunta que sempre quis fazer e bom, aproveitando a brecha dessa repentina aproximação que com certeza vai mudar ao amanhecer...
- Fala - imterrompi, sabendo que ela iria dar mais de cem motivos para mostrar o porque estava perguntando
- Por que você briga tanto? - Perguntou de uma vez
Nos deixando em um silêncio. Tenso. Ensurdecedor.
Eu tinha milhões de respostas para sua pergunta, ou simplesmente eu poderia colocar meu capacete, ligar minha moto de novo e ir embora.
Mas eu não sou assim.
Resolvi ser quem realmente sou.
Direto.
- Por você.
Ela piscou.
Uma vez
Duas vezes
Três vezes, e até quatro.
Então começou a rir, com os olhos brilhando.
- Ok, ok, valeu a tentativa- disse se afastando da moto, e tentando arrumar seus fios com os dedos - Até mais, James.
Acenei com a cabeça e a vi se distanciar. Quando ela por fim entrou, eu coloquei meu capacete, girei minha chave e corri nessa madrugada escura e vazia.
Mal sabe ela que não costumo mentir ou fazer brincadeiras, tornando minha resposta mais do que verdadeira.
_______________
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top