Capítulo 9

ALEX

Uma hora de reunião. Eu já estava de saco cheio e de barriga vazia. Hoje, pela primeira vez, irei experimentar a comida de Amália. Eu, sinceramente, espero que seja boa. Não quero ter que demiti-la tão cedo, pois ainda não a atormentei o suficiente. Deixo a empresa e vou em direção a minha casa. 

Assim que chego à cozinha, me sento à mesa. Otávio aparece com a bandeja em mãos e a coloca em minha frente. Não vou mentir, o cheiro estava bom, mas não admitirei. Me seguro para não gemer em satisfação na primeira garfada. Olho para Otávio, que me observava com um sorriso contido. Lanço-lhe um olhar duro e ele engole em seco, voltando a sua postura séria.

— Otávio, já está tudo certo para a instalação da cozinheira?

—  Senhor, não acho uma boa ideia colocá-la naquele quartinho, não antes de uma checagem. —  Solto uma risada soprada.

— Você não tem direito de achar nada! — Ele engole em seco novamente. — Ela trouxe as coisas?

— Não, Senhor. A amiga dela irá trazer hoje.

— Pois bem, mostre a ela o lugar onde irá dormir. 

— Mas Senhor, aquele lugar nem tem luz.

— Merda! Apenas faça! — Ele assente e sai. 

O quarto realmente não está em boas condições. Além de ficar nos fundos, é escuro e solitário, então ela dormirá sozinha. Eu nunca tive esse costume de deixar meus empregados dormirem em minha casa, apenas Otávio, mas tive que inventar isso e fazer com que ela ficasse naquele quarto. E eu espero que ela tenha medo do escuro. 

[...]

Assim que termino a minha refeição, vou para o escritório. Alguns minutos depois, meu celular toca. 

— Oi, mãe.

— Filho! Esqueceu que tem família?

— Você sabe que eu ando ocupado.

— Isso não é motivo, Alex. Você nem ao menos tem ligado. Sua irmã sente saudades… E eu também.

— Desculpe. Mas eu não posso viajar agora, temos um novo investidor e...

— Você tem que parar de colocar a empresa acima da sua família. Mas tudo bem. De qualquer forma, estamos indo te visitar.

— Quando?

— Quando a Anna tiver um recesso escolar. Não irá demorar. Agora eu preciso desligar, filho… Te amo.

— Eu sei, mãe. — Desligo. 

Respiro fundo e olho o horário. Já era quase uma hora da tarde. Pego meu celular novamente, discando o número da empresa, e logo a secretária atende.

— Programação pós-almoço? — Pergunto, levantando-me da poltrona do escritório e indo até a janela. 

— Bom, Senhor… Para hoje, apenas duas reuniões com os executivos.

— Horário? — Vejo uma movimentação. Naquele momento, duas pessoas estavam entrando no jardim: um homem e uma mulher, a qual aparentava ser de nível baixo. Segundos depois, Amália aparece e a mulher a entrega uma mala. Elas logo se abraçam e, depois, o mesmo acontece com o homem. 

Então, desligo o celular, sem sequer escutar a resposta de Samantha. Tranco o maxilar. Não permito que qualquer pessoa entre em minha casa e atrapalhe o trabalho dos meus empregados. Eles ficam conversando por um tempo. Enquanto Amália sorria, ela parecia estar distante, mas eu ainda podia vê-la sorrir e… Merda! Seu sorriso era lindo. 

Eles vão em direção aos fundos, supostamente para a cozinha pela entrada de trás. Bufo irritado e me dirijo para a escada. Então, desço a passos duros. 

Escuto as risadas e, quando entro na cozinha, eles olham para mim. Amália estava atrás do balcão, enquanto os outros dois estavam a sua frente, do outro lado, sentados. Olho para cada um lentamente, até prender meus olhos em Amália.

— Eu posso saber quem deu permissão para que a Senhorita trouxesse essas… — Pauso, olhando para seus amigos, e depois volto meu olhar para ela. — Pessoas?

— Eu achei que…

— Achou errado! — Corto-a, indiferente, e ela engole em seco.

— Ei, não precisa gritar também! — Olho para o homem à minha frente, enquanto minha raiva só aumentava. Não respondo, apenas volto a olhar para Amália.

— Assim que eu chegar à noite, no meu escritório, quero você lá. —  Aponto para ela. —  Dispense seus amigos. —  Ela permanece me olhando. —  Agora, Amália! —  Ela parece se assustar e assente freneticamente. Então, eu saio dando uma última olhada para aqueles dois que me encaravam com fúria nos olhos. 

Agora ela me deixou com raiva. Quem eram aquelas pessoas? Não parecia ser a cara de Amália se juntar com gente daquele tipo. Ela é meiga e, com certeza, religiosa. Então, o que ela faz ao andar com aquelas pessoas? E aquele cara… O jeito que ele a olhava… Seria seu namorado? Droga! Tanto faz! Agora ela vai conhecer a ira de Alex Backer!





Oi gente.....Obrigada por está comigo em mais um capítulo✔❤

Vocês estão bem?

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