Capítulo 49

ALEX

Quando cheguei em frente ao orfanato, parei o carro. Até cogitei bater à porta, mas certamente eles estariam dormindo. Então, peguei meu celular e disquei o número dela. Na primeira vez, foi para a caixa postal, então tentei novamente. 

— Alô? 

Então, olhei para o prédio e respirei fundo. Ouvir sua voz só me deu mais certeza de que necessitava de sua presença. Além de que necessitava olhá-la, ouvi-la, tocá-la… Amá-la… 

Tentei lhe explicar o que havia acontecido e, no meio disso, deixei escapar meus sentimentos por ela. Mas me arrependi no momento seguinte, pois pareceu assustá-la. 

Quando ela desligou o celular, entendi o que havia acontecido. Eu não a teria, mas no fundo, estava um pouquinho feliz, afinal eu não a merecia. Amália merecia alguém a sua altura, alguém que a fizesse feliz. Como fui burro de achar que poderia algum dia ter o seu amor? 

Então, respirei fundo, enquanto guardava o celular no bolso e uma leve chuva começava a cair do céu. Estava me sentindo em um drama, onde eu era o rejeitado da história, mas eu não poderia sê-lo, pois nunca fui cogitado de tal maneira pela mocinha. 

— Alex! — Então, virei-me para trás, na direção de onde vinha a voz. 

Por minha vez, abri a boca em um arfar, misturado com surpresa e euforia, quando a vi descer correndo o pequeno degrau. Portanto, meu coração adotou um ritmo acelerado quando ela passou pelo portão, vindo em minha direção. 

Eu achei que fosse parar em minha frente, mas o que ela fez foi completamente o contrário do que pensava. Amália se jogou em meus braços, me abraçando pelo pescoço. Ainda atordoado, passei meus braços por sua fina cintura e a apertei contra mim.

Podia sentir seu coração bater contra o meu e, certamente, ela sentia o mesmo também.

Apertei-a mais em meus braços, não contendo a alegria que se alastrava por cada célula de meu corpo. Naquele momento, a chuva havia cessado. Após, ela se afastou lentamente e me olhou fixamente. Pela luz do poste, vi que ela chorava. Essa cena doeu em meu peito, pois não sabia o que fazer.

— Por que está chorando? 

— É que… Eu estou confusa. — Confessou.

— Não quero pressionar você...

— Não, não está me pressionando… Eu… Eu… Gosto muito de você, Alex, e… É isso que está me deixando confusa. Além disso, você também gosta de mim...

— Eu te amo. — Ela pausou e respirou profundamente. 

— Como as coisas chegaram a esse ponto? Você não me odiava? 

— Eu era um tolo, Amália, me perdoe. — Ela riu em meio ao choro e enxugou o rosto.

— Eu já te perdoei, lembra? 

— Sim... — Ela respirou fundo, abraçando o próprio corpo. 

— Você deveria ir... 

— Não vem comigo? 

— Eu… Não… — Amália pausou e olhou para cima. — Quando o dia amanhecer, eu irei. 

Aproximei-me dela e levei minha mão até o seu rosto, tocando levemente sua bochecha, enquanto trocávamos olhares. Então, desci meus olhos até chegar em seus lábios, sentindo uma imensa vontade de senti-los. 

Assim, inclinei meu rosto, aproximando-me ainda mais do seu. Nossos lábios estavam quase se tocando, porém Amália se afastou abruptamente. Olhei para ela, que estava com a cabeça baixa. Bati-me mentalmente pela minha ação anterior.

— Nos vemos amanhã. 

— Desculpe. — Ela levantou a cabeça e sorriu pequeno. 

Então, Amália se aproximou e, ficando na ponta do pé, plantou um beijo em minha bochecha, depois voltou para o orfanato. 


Espero que tenham gostado do capítulo 😃❤️

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