Capitulo 38

ALEX

Dois dias haviam se passado e Amália não havia tido nenhuma complicação durante esse período. No entanto, a mansão continuava ainda mais melancólica, que se tornava até impossível de ficar lá.

[...]

Dentro do hospital, havia empurrado a porta branca e entrado em seu quarto, aproximando-me da cama onde ela estava. Então, sentei-me na cadeira e segurei sua mão, a qual estava fria. Portanto, apertei-a entre as minhas a fim de esquentá-la. 

Por que ela não acordava? Será que mais uma vez Deus não havia me escutado? 

— Não faça isso por mim, Deus. Faça isso por ela que sempre o amou. Não a leve assim como fez com Anna. — Respirei fundo, colando minha testa em nossas mãos unidas. — Se você ouve minha voz, mande-me um sinal. — Esperei e, então, veio, pois senti um leve aperto na mão. 

Portanto, arfei e ergui minha cabeça para encarar seu rosto. Não contive a felicidade ao ver seus olhos abertos.

— Amália? — No entanto, seus olhos se fecharam, sonolentos.

Por minha vez, corri pelos corredores atrás do médico e, quando o encontrei, contei-lhe o que havia acontecido. Portanto, ele a examinou e esperou até que estivesse totalmente acordada. Depois disso, levou-a para fazer os exames necessários. 

Enquanto isso, fiquei na sala de espera por cerca de 2 horas. Durante esse tempo, avisei aos meus pais, que avisaram à Estela. Logo, estavam todos aqui. Quando o médico apareceu, ele ergueu as sobrancelhas, talvez surpreso por ver tantas pessoas. 

— Aparentemente, ela está bem, mas apresenta sintomas de amnésia dissociativa, ou seja, perda de memória pelo trauma que sofreu. 

Respirei fundo, jogando o cabelo para trás. 

— Por quanto tempo? — Perguntou meu pai.

— Não se sabe ao certo, talvez dias, meses ou, até mesmo, anos. 

A notícia nos deixou abalados, tanto que não havíamos nem ao menos trocado palavras. Depois que o médico saiu, ficamos em silêncio por quase 10 minutos. Além disso, era possível ouvir choro de alguns e fungados de outros. 

Quando foram liberadas as visitas, Estela, Raquel e Janette foram as primeiras. Depois, foram meus pais e Anna, e, por fim, eu. 

Assim que ultrapassei a porta, seus olhos caíram sobre mim. Amália estava mais corada, além de que os arranhões mais superficiais haviam sumido, resultando apenas em algumas marcas roxas pelo rosto e pelos braços. Naquele momento, ela estava sentada e eu estava parado, um pouco distante, sem saber o que falar. Não tínhamos intimidade e ela não se lembrava de mim. 

— Oi. — Ela falou. Então, aproximei-me mais. — Desculpa, eu não me lembro de você. 

Enquanto a avaliava, havia respirado fundo, não acreditando que ela realmente estava acordada. Deus havia me ouvido, dessa vez Ele tinha me atendido. 

Sem perceber, meus pés se moveram em direção à ela e apenas a abracei. Quando as lágrimas quiseram descer, fechei meus olhos. Senti quando ela tentou se afastar de mim, mas apenas a apertei ainda mais, como se fosse a Amália que conhecia quem estivesse em meus braços. Por fim, ela devolveu o abraço. 

— Queria me lembrar de todos vocês. — Desfiz o abraço. — Minha tia me disse que eu trabalhava para você. Eu achava que você fosse meu irmão ou namorado, já que foi a primeira pessoa que vi ao abrir os olhos. — Ela sorriu, envergonhada. 

— Você não namoraria alguém como eu. — Ela juntou as sobrancelhas. 

— Por que não? 

"Você é superior a mim."

— Estela te contou sobre suas memórias? 

— Contou algumas, ela disse que com o tempo iria me contando mais. Espero que me lembre logo. É horrível ouvir alguém falando do meu passado e eu não me lembrar de nada. — Ela riu. 

— É possível que se lembre em algumas horas. 

— Mas também é possível que demore anos.

[...]

No dia seguinte, Amália recebeu alta. Ela ainda não havia recuperado a memória e, por isso, estava insegura e talvez não ficasse conosco, afinal, em questão de maior parentesco, era com Estela que ela deveria ficar. Mas minha mãe levantou o questionamento a ela e a resposta de Amália foi: "Quero ir para onde estava antes do acidente."

Quando chegamos em casa, minha mãe ajudou Amália a subir para o quarto, e Anna e Greta foram juntas. 

...

Até o próximo capítulo ❤️✅

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