Capítulo 22
ALEX
Anna nos puxava em direção ao jardim, enquanto conversava animadamente com Amália e eu analisava com atenção a conversa entre as duas. Minha irmã soltava conversas paralelas sem sentido e Amália ouvia tudo com os olhos brilhando. Era lindo ver a inocência tão viva quanto de uma criança estampada em seu rosto.
- Do que vamos brincar? - Perguntou Amália.
- Pega-pega! Como quando a gente brincava juntos, Alex. - Assenti com a cabeça. - Hum... Então, Alex, como você é o único homem aqui, está com você!
- Tudo bem.
- Vai, Amália, corre! - Gritou Anna. Então, as duas correram em direções opostas.
Tentei pegá-las, porém ambas eram muito ágeis. Eu escutava Anna gritar: "Alex, me pega!", "Há, você não está com nada!" e, em seguida, sua gargalhada de todas as minhas falhas. Eu sorria também ou, melhor, eu gargalhava alto, como há tempos não fazia. Essa era a magia de Anna, ela sempre levava alegria por onde passava com simples coisinhas, como conversas sem sentido ou brincadeiras infantis.
Corri atrás de Anna por um momento. Quase a peguei, mas me distraí quando olhei para o lado. Amália olhava para mim com aqueles olhos profundos e com um sorriso no rosto, que iluminava toda a sua face. Meu coração errava algumas batidas e atropelava outras, a correria tinha suas consequências.
Desviei meus olhos, com a voz de Anna atrás de mim, e, finalmente, a consegui pegar. Ela gritou, surpresa, e a derrubei no chão, começando a fazer cócegas, enquanto ela se debatia e pedia para eu parar. De repente, senti algo líquido em minha cabeça, me molhando. Parei minhas mãos e olhei para trás, dando de cara com Amália segurando uma mangueira. Levantei-me e ela me olhou, assustada.
- Ahn... Desculpe. - Pediu, com os olhos levemente arregalados. Porém, sorri de lado e tirei a mangueira de suas mãos, levando-a contra ela, a molhando, assim como havia feito comigo. - Aahh... Senhor! - Ela gargalhava, tentando se defender da água, enquanto dava passos para trás, com os olhos fechados, e eu a seguia, assistindo a água molhar seus cabelos e descer pelo rosto. Por um segundo, ela pisou em falso e eu fui rapidamente segurá-la pela cintura, impedindo que fosse ao chão.
Então, Amália ergueu o rosto em minha direção. Seus olhos se prenderam nos meus e eu engoli em seco, desviando-os. Soltei-a rápido, certificando-me de que ficaria em pé. Após, passei a mão em meus cabelos e respirei fundo. Anna se aproximou de nós, revezando seu olhar entre nós dois, e, então, ergui a mangueira em sua direção, molhando-a também.
- Não, Alex!
E foi assim que passamos boa parte da tarde, em uma completa bagunça, até minha mãe aparecer e levar Anna para um banho quente. Então, restando apenas eu e Amália, sentamo-nos debaixo de uma árvore, ainda molhados.
- Tem alguma coisa no meu rosto? - Perguntei, sem a olhar. Mesmo olhando para frente, eu pude perceber ela me encarando.
- Tem. Algo bem estranho, para falar a verdade. - Franzi o cenho, olhando para ela. - Um sorriso! - Então, soprei uma risada.
- O que tem de estranho nisso?
- Você não sorri muito. - Concluiu, franzindo o nariz. Por minha vez, dei de ombros, voltando a olhar para frente. - Deveria fazer isso mais vezes. O sorriso deixa uma pessoa 50% mais bonita.
- E os outros 50%?
- É o caráter.
- Então, eu não sou bonito. - Falei, segurando o riso, e ela me olhou.
- Você é. Porém, precisa sorrir com mais frequência.
- Você está sendo muito petulante! Sabia que eu posso te demitir?
- Sabia. Mas o Senhor não vai. - Levantei uma sobrancelha. - Porque se o Senhor quisesse realmente me demitir, já teria feito, motivo eu já havia dado até demais.
É, Amália, você tem toda razão. Eu não pretendo te tirar da minha vida.
- Você cozinha bem. - Dei de ombros, fingindo não ser nada demais, e ela sorriu.
Depois disso, ficamos em silêncio. Aquela tarde estava sendo agradável apesar de tudo. Não imaginei que estaria assim, tendo uma conversa com uma funcionária, ainda mais ela, então é novo para mim tudo isso.
- Eu posso fazer uma pergunta? - Ela cortou o silêncio.
- Faça!
- Você tem o costume de manter distância da sua mãe? - Olhei para Amália.
- Minha vida não te diz respeito! - Assisti ela abaixar a cabeça.
- Desculpe.
Então, levantei-me e a deixei sozinha no gramado. Eu odiava quando faziam tais questionamentos e odiava mais ainda deixar tão óbvio minhas intenções de me manter longe da minha mãe.
Oiiii
Ah gente, então está aí a história do Alex, porém não é toda a verdade ... spoiler 👀
Eu queria muito fazer esse cap porém fiquei na dúvida se foi rápido demais o fato dele se abrir para ela... Mas eu senti que era o momento então...
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Até aqui nos ajudou o senhor🙌❤️
Feliz 2021 a todos...que esse ano seja repleto de paz, amor, saúde. Que Deus possa abençoar cada um de vocês 🙌❤️
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