Lucas [Parte I]
Foram cinco até agora. Cinco copos de vodca com energético, eu digo.
Só uma menina, infelizmente.
Pedi outra (bebida, não garota) para o barman porque ninguém merece ficar na seca em ambos os sentidos.
A Lorena exige exclusividade, porque gosta de achar que é minimamente especial. Como ela libera geral e me deixa pegar em todas as partes de seu corpo (inclusive por baixo do vestido!) sigo suas regrinhas.
Eu estaria perdido se não fosse por ela, aquela gostosa.
Vi meu amigo agradecer o bartman com a cabeça.
Não entendo porque ele faz isso.
O barman recebe dinheiro para fazer o que eu mando. Não é um favor, não é uma gentileza: é um trabalho. Ele que deveria me agradecer por dar sentido à sua insignificância profissional.
Quanto a Lorena?
Bom, ficamos pelo tempo que for, até que ela vá embora.
Aí eu pego as outras meninas.
Até porque, cavalo amarrado ainda pasta.
Cavalo não, garanhão.
- To indo, mô – ela gritou em minha orelha antes de tirar a mão do bolso da minha calça e me beijar profundamente – vou dar uma passadinha no banheiro e já pego um táxi. – e então, com um olhar provocante completou - pena que você não pode ir comigo lá hoje, né? – escondeu os lábios com a mão para que o Mateus não visse.
Ela sabe que ele nos reprova.
Diz que somos muito novos.
- Lá onde?
- Pro banheiro.. – ela explicou, enquanto brincava de abotoar e desabotoar minha camisa - é sempre muito mais divertido.
Arfei diante se sua sugestão e umedeci os lábios enquanto assistia a loira – e sua bunda maravilhosa – caminhando para a saída.
Ok.
Quais serão as próximas meninas?
Primeiro a ruivinha no meio da pista de dança, a de sapato vemelho.
Como elas aguentam ficar em pé nesses negócios?
Ela tá dançando demais, mas não parece ter muita prática. Rebola mais para a direita do que para a esquerda. Não que isso importe, porque ela compensa toda a falta de coordenação com seu corpo gostosinho.
Nossa, ela realmente não tem nenhum ritmo. Preciso tirá-la da pista de dança logo, antes que acerte alguém.
Não.
Eu primeiro beijo aí mesmo. Se ela for boa, puxo para algum canto qualquer e vejo até onde ela tá afim de ir.
De qualquer forma, depois eu vou para cima da loira modelo, de saia de cintura alta. Ela está meio bêbada, mas... quem aqui não está?
E então... Ah, claro, quando a ruivinha estiver distraída com outra pessoa, vou lá e pego a amiguinha dela. Ela nem vai perceber.
Nossa... Uma ruiva amiga de uma morena.
Elas parecem familiares. Tem uma dupla assim na minha sala, acho.
Tem, não tem?
Como a ruivinha chama mesmo?
Li? Lu? Lia?
Ah, dane-se.
Eu chego falando "oi, linda" que tá valendo.
Acho que é Lili.
Se eu me importasse minimamente, perguntaria para o Mateus. Por algum motivo que desconheço, ele sempre sabe o nome das pessoas.
- Lucas – ele me chamou – eu vou naquela dalí, ok?
Por que ele me fala em quem vai? Até parece que eu me importo.
Assenti por educação, apesar de estar profundamente desinteressado em suas aventuras românticas...
- Ei, mais uma bebida – falei para o barman, que logo seguiu minha ordem.
Voltei a beber, observando meu próximo alvo.
Logo o menino voltou desolado.
Levou um fora, coitado.
Uma dia eu dou umas aulas para ele.
Aliás, vou mostrar agora como se faz.
- A Lorena foi embora – falei para Mateus. Não sei se ele ouviu, mas isso não faz diferença alguma – Finalmente.
Murmurei em seu pescoço:
- E aí, Lili? – é Lili o nome dela, né?
A menina se virou imediatamente, radiante, e olhou para o chão.
- Oi, Lucas..
- Você tá linda hoje – falei em sua orelha para que conseguisse ouvir.
Ela sorriu ainda mais.
Ai, fans...
Usei o método passar-os-dedos-na-linha-do-maxilar-e-então-colocar-uma-mecha-de-seu-cabelo-para-trás-e-levantar-seu-queixo, que todas amam.
- Você não sabe como eu esperei por esse momento – eu disse.
completei mentalmente.
Ela entendeu direitinho, porque fechou os olhos.
Encostei meus lábios nos dela, e não perdi tempo: logo os afastei com minha língua, iniciando um beijo de verdade.
A menina, depois de hesitar por alguns instantes, como se não soubesse ao certo o que faze, passou os braços por meu pescoço e eu pude segurar um pouco abaixo de sua cintura.
Sua língua não parava de se mexer e entrou na minha boca com força. Nossos dentes se bateram, desajeitados, e eu estava começando a ficar com ânsia de vômito pela invasão bucal.
Ela definitivamente beija muito errado.
Mas muito errado mesmo.
Não acredito que estou perdendo meu tempo com essa menina. Achei que as ruivas mandassem bem, o que aconteceu?
Agora vou precisar de mais umas três bebidas para me recuperar desse pesadelo. E a festa nem é open bar. Deveria pedir indenização pelo prejuízo que essa língua frenética está me causando.
Separei nossas bocas, e ela permaneceu abraçada em mim.
Detesto garotas grudentas.
Separei nossas bocas, e ela permaneceu abraçada em mim.
Que desnecessário, meu deus.
Meu sorriso amarelo foi retribuido com olhos brilhando e um sorriso radiante. Lili aproximou seu corpo em direção ao meu, pronta para mais um beijo.
Dei as costas e voltei para o bar.
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