Capítulo 7
Eu prometi que não demoraria tanto e voltei rapidinho :)
Espero que vocês gostem bastante desse capítulo, ele é meu favorito até agora e é o maior também.
Não esqueçam que tem votações ativas que precisam nossos votos ♡♡
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A semana tinha sido difícil demais para Jungwon. Ele estava estressado e mal teve tempo de terminar de arrumar o restante das caixas da mudança. Estava tão cansado que acabou chorando de alívio quando Jake se ofereceu para ajudá-lo a arrumar o que faltava.
Jake por outro lado, soltava algumas indiretas e dizia que conseguia entender parte de toda aquela irritação vinda do amigo. Segundo ele, estava nítido que ver Jongseong uma vez por semana não era o suficiente para Jungwon. E era óbvio para ele que Jungwon estava irritado por não saber lidar com aquele tipo de saudade. Ele nunca tinha vivido algo assim antes e achava que se sentir livre ou aliviado quando o ex-noivo ficava longe por alguns dias fazia parte de um relacionamento saudável, pensava que estava feliz por tirar um tempo para si e que aquele espaço era bem-vindo vindo em qualquer relacionamento normal.
Antigamente, quando Jungwon tinha duas ou três horas livres durante os dias mais corridos, ele costumava ligar para os amigos para se encontrarem em algum café de Seul e torcia o nariz com a ideia de ter o ex-noivo ali com eles, porque isso era um momento pessoal com os amigos e ele não achava que era uma boa ideia misturar as coisas.
Entretanto, na última quarta-feira Jungwon teve um tempo livre das dez da manhã às duas e meia da tarde, e na mesa do almoço, Heeseung e Jaeyun não ficaram nada surpresos quando Jungwon fez uma pergunta não tão comum.
— Vocês ficariam chateados se eu chamasse o Jay para tomar um café com a gente mais tarde?
Ele só não fazia ideia do quanto aquilo foi importante para os dois. Ambos toparam com um sorriso enorme no rosto.
Jongseong apareceu rápido e se enturmou fácil com Heeseung e Jake, para os amigos de Jungwon, era bom conhecê-lo de verdade.
Heeseung sequer conseguiu ficar sem graça quando viu que os dois estavam arrumando desculpas esfarrapadas para tocarem um no outro a cada cinco segundos, ele apenas olhava para Jake e sorria. Jongseong ria de tudo que Jungwon falava, e ele sempre descansava a cabeça no ombro de Jay enquanto ria também.
Quando Jay saiu da mesa para ir ao banheiro, Heeseung soltou:
— Você o quer tanto... Para de perder tempo, Jungwonie, eu quase nunca erro e dessa vez, tenho certeza que vocês foram feitos um para o outro.
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Jake ria das lembranças sozinho quando Heeseung entrou na cozinha.
— Ele saiu para namorar e a gente ficou arrumando a casa dele. Que gracinha.
— A gente se ofereceu, hyung. É o aniversário dele. E além disso, como é que a gente ia dar uma festa com a casa daquele jeito?
— Você tem razão, mas ainda estou bravo porque comprei aquele box autografado que ele queria e o filho da mãe simplesmente está namorando o autor dos livros! Achei um gesto lindo ele deixar o Jungwon contar um segredo tão grande para nós dois, mas mesmo assim, ele está namorando o autor dos livros!
Jake riu do bico que Heeseung fez enquanto reclamava.
— Eles ainda não estão namorando. Igual a gente — Ele adicionou a última frase quase num sussurro, mas Heeseung ouviu.
— Para de ser tão manhoso e dramático, você disse que não queria namorar porque viaja muito e -
— Tá, eu entendi.
Jake sorriu para dissipar o clima horrível que estava ali e fez questão de intensificar o sorriso falso quando Park Sunghoon entrou na cozinha.
— Espero não estar atrapalhando alguma conversa importante, só que se eu estiver atrapalhando não posso fazer nada, já que preciso guardar o bolo do amigo de vocês na geladeira.
Sunghoon quebrou a tensão entre os dois. Era a primeira vez que os cinco se reuniam e era como se já se conhecessem há anos. Heeseung era tímido demais, mas estava estranhamente confortável com Riki, que era um dançarino muito extrovertido.
Jihyun tinha acabado de chegar com Hwang Yeji, Chaeryeong e Ryujin chegaram com presentes enormes um pouco mais tarde e Kim Sunoo fez questão de apresentá-las a Niki e sunghoon e em poucos minutos estavam todos entrosados, eram poucas pessoas e aquilo não tinha como dar errado. Ele acelerou o processo para que Jungwon não tivesse com o que se preocupar além de apresentar o futuro namorado para o irmão.
— A gente não parou para pensar que talvez o meu irmão queira privacidade depois de um encontro — Jihyun disse rindo.
— Eu estou um pouco mais preocupado com a reação dele para essa festa, mas espero que dê tudo certo — Jake respondeu.
— Não deveria. Você vai ver como o Jungwon está todo derretido pelo Jongseong. Ele vai amar a festa surpresa desde que o escritor esteja nela — Heeseung disse sorrindo.
Riki se sentou no último assento livre no sofá, ao lado de Ryujin e disse:
— Eu não sabia que o Jungwon estava assim por ele.
— Nem o Jongseong sabe - Sunghoon começou — Na verdade, parece que ele ainda está meio confuso com tudo isso. Mas é bem óbvio que ele está apaixonado pelo Jungwon.
Jake percebeu que Jihyun se atentou à conversa, era claro que ele, provavelmente para saber se precisaria entrar no modo superprotetor com o irmão. Mas se o escritor estava apaixonado e tinha sido aprovado por Heeseung, ele só podia ser a pessoa ideal para Jungwon.
— O caso deles é quase um amor à primeira vista. Jungwon mal o conhecia e já estava falando dele para os meus pais em um jantar de família. Eu só descobri que ele não estava saindo com o Park Jongseong quando mandei mensagem para perguntar quando eu ia conhecê-lo e ele respondeu que só tinha dito aquilo para acalmar nossos pais.
— Eu achei que estavam brincando comigo quando o Sunghoon me mandou mensagem no Instagram explicando toda a situação. Quando vi que era sério também senti a necessidade de fazer os dois se encontrarem outra vez. Amei Jongseong logo de cara.
— Ele é lindo e gentil. Daqueles românticos que abrem a porta para você entrar, o Jungwon adora essas coisas clichês. Tá vendo aquelas flores ali? - Jake apontou para o vaso transparente na mesa de centro - O Jay mandou para ele na segunda-feira porque simplesmente achou a cara dele. O Jungwon passou a noite inteira vendo vídeos de como cuidar de girassol em casa. Acho que ele ainda não entendeu que está começando a se apaixonar, mas pelo menos ele já está entendendo que é uma pessoa que merece ser amada, o resto vai acontecer naturalmente.
Jake checou o celular e viu uma mensagem de Jay.
— É o Jay. Ele disse que estão saindo de lá agora, vão chegar em uns vinte minutos.
Porém, minutos após mandar aquelas mensagens para Jake avisando que já estava saindo do local, Jongseong mandou outra, avisando que eles Jungwon ainda não tinham saído do lugar, e que ele não conseguia convencer Jungwon a ir para casa. E de certa forma pediu ajuda, ja que precisava convencê-lo e tinha medo de tentar e fazer parecer com que estivesse entediado ou ansiando pelo fim do encontro.
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Jungwon, por outro lado, pensava que a noite dele tinha chegado ao fim e tentava estendê-la o máximo possível para passar mais tempo com Jongseong. No fundo, ele queria chamá-lo para passar o resto noite com ele, mas não sabia se tinha toda essa coragem.
Jongseong estava diferente naquela noite, usava um perfume sutil que só era possível sentir se chegasse muito perto, ou pelo menos essa era a desculpa que Jungwon tinha achado para ficar tão colado no pescoço dele.
— Não sei se um estacionamento é o lugar mais apropriado para eu te beijar no seu aniversário - Jay falou quando sentiu os braços de Jungwon envolverem o pescoço dele.
— Você me beijou lá dentro também.
Jungwon estava com o corpo grudado no de Jongseong quando sentiu o celular dele vibrar várias vezes seguidas.
Jongseong era um pouco mais transparente do que pensava que era e Jungwon percebia isso. Estava nítido no rosto dele que ele não queria ignorar as mensagens. No fundo, ele só torcia para que Jongseong não tivesse conversando com outro homem.
— Deve ser importante. É muita mensagem, Jay — Ele disse um pouco sem graça — Você deveria responder porque se for algo sério talvez-
Jongseong colou a boca na dele e só se separaram quando a vibração contínua no bolso começou a perturbar os dois.
— Você pode me levar em casa agora, mas eu não vou perdoar essa pessoa por te tirar de mim no meu aniversário.
— É só o grupo dos meus amigos. E eu posso ficar com você por quanto tempo você quiser, mas acho melhor não ficarmos nos agarrando no meio da rua — Ele riu sem perceber que tinha dito exatamente o que Jungwon queria ouvir. Era melhor desculpa que Jongseong poderia arrumar para que os dois fossem para casa.
Ele abriu a porta do carro para Jungwon entrar e enquanto dava a volta, Jungwon notou que ele enviou uma mensagem de áudio enquanto sorria. Aproveitando para responder quem quer que estivesse atrapalhando os dois.
O caminho foi rápido e Jungwon cantarolava o tempo todo.
— Você está tão animadinho. Gosto tanto de te ver assim.
— É o meu primeiro aniversário bom em anos. Sabe, não que eu me importe tanto, mas dessa vez não houve nada ruim ou inesperado, ninguém esqueceu e eu não passei o dia inteiro sozinho. E mesmo que esse encontro não tivesse existido eu sei que não teria passado o dia sozinho. Eu me diverti muito hoje, Jay.
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Exatos vinte minutos após saírem do estacionamento chegaram no prédio e Jongseong começou a ficar nervoso, já que precisava de uma boa desculpa para subir até o apartamento sem levantar suspeitas. Ele quase não acreditou na sua sorte quando ouvir Jungwon dizer:
— Eu conheci sua casa da última vez, acho que está na hora de você conhecer a minha.
Era o convite que Jongseong precisava para começar a agir normalmente e aceitar subir com ele.
— Estou me preparando para adotar uma gatinha e meu apartamento ainda está uma bagunça, espero que você não se importe. Mas quando eu digo que está uma bagunça, é porque realmente está uma bagunça.
Jay o envolveu em um abraço e depositou um beijo na testa dele. Estava começando a se acostumar com isso e era um perigo.
— Não me importo nem um pouco, meu bem.
Jay observou enquanto Jungwon apertava o andar correto, e logo em seguida andou de frente em direção a ele e fiicou na ponta dos pés para alcançar a boca dele, deixando incontáveis selinhos antes de beijá-lo intensamente. Um elevador não era o lugar mais apropriado para isso mas nenhum dos dois se importava no momento.
Os dois conseguiam sentir que algo estava mudando entre eles e nenhum deles queria parar agora. Jay estava feliz, aparentemente, Jungwon não estava disposto a deixar o passado dele assombrá-lo a ponto dele inventar algum motivo para mandá-lo para casa. Dessa vez, ele sabia exatamente o que Jungwon queria fazer com ele no momento em que entrassem no apartamento. Era óbvio que ele toparia o que quer que fosse, afinal, aquele era o dia de Yang Jungwon e ele tinha o direito de fazer o que quisesse, de ter o que quisesse, mas havia um problema ali. Jungwon queria tanto, que o autor estava começando a perceber e se preocupar, já que ele não sabia que eles não estariam sozinhos a partir do momento em que entrassem no apartamento dele.
Quando o elevador parou no andar, Jongseong deixou Jungwon guiá-lo até próximo à porta, mas parou antes de chegar nela de fato. Ele pressionou Jungwon contra a parede e no mesmo instante foi puxado pela cintura, e com o corpo colado no dele, Jay sentiu Jungwon chupar a pele da parte mais sensível de seu pescoço.
— Oh... Eu acho melhor a gente entrar - ele sussurrou.
Jungwon riu da timidez dele.
— Não precisa sussurrar, só tem dois apartamentos nesse andar e um é do Jake, que nunca está em casa a essa hora.
Jay sentiu Jugwon entrelaçar os dedos nos dele e o puxar para a entrada. Enquanto digitava a senha, ele sentiu a própria mão suando contra a de Jungwon e se perguntou se era uma boa ideia fazer uma festa surpresa na casa dele. E bem, o aniversário não era dele, o que significava todo aquele nervosismo? Jay não estava entendendo de início, mas bastou a porta se abrir para ele entender absolutamente tudo.
Jake e Niki estouraram confetes que caíram e prenderam nos cabelos de Jungwon. Aquilo conseguia deixá-lo ainda mais adorável do que já era.
Por um minuto, ele pensou que o outro fosse dar meia volta e sair correndo, só que em questão de segundos ele correu até uma garota de cabelos curtos e deu um abraço forte nela.
Ao que parecia, fazia tempo que ele não via as duas. Tempo o suficiente para deixá-lo emocionado enquanto abraçava tanto ela quanto a outra de cabelos vermelhos.
— Se vocês estão aqui, significa que não me odeiam tanto quanto eu pensava que odiavam — Ele disse, limpando as lágrimas.
E de repente, pareceu que Jay estava invadindo um espaço muito pessoal de Jungwon, mas quando ele deu um passo para trás, Jungwon fez o mesmo e buscou a mão dele, voltando a entrelaçar os dedos.
— Como se alguém fosse capaz de odiar você — A garota respondeu, o que fez Jungwon chorasse ainda mais.
— Não acredito que virei o tipo de pessoa que chora de emoção no próprio aniversário — Ele limpou as lágrimas e sorriu, em seguida passou a abraçar o irmão e a namorada.
O irmão, por sua vez, achou que estava falando baixo mas acabou falando alto o suficiente para que Jongseong também escutasse:
— Não vai me apresentar o seu namorado?
— Só se você prometer não me envergonhar na frente dele. E ele não é meu namorado.
Jihyun ficou esperando o irmão falar mais alguma coisa, provavelmente esperou um "ainda" no fim da frase, mas como ele não veio, o irmão desistiu
— Tudo bem, então.
Jungwon levou Jongseong e o apresentou para quem ele ainda não conhecia.
— Fico tão feliz em te conhecer, Park. Só ouvi coisas boas sobre você. Sou Jihyun e esta é Yeji, minha namorada.
Yeji sorriu e cumprimentou Jongseong.
— O prazer é todo meu. Só ouvi coisas boas de você também.
— O Jungwon falando bem de mim? Duvido muito. Normalmente, a primeira história que ele conta sobre mim é a do dia que eu grudei chiclete na página favorita do mangá dele só porque ele não quis me emprestar.
— Em minha defesa, eu não empresto meus livros para ninguém, Jay. Ele pediu porque já sabia que não ia ter o que queria. E sim, eu só falei bem de você para ele, Jihyunie.
— Voce é tão bonzinho, estou comovido — Jihyun ironizou.
Jake apareceu com Sunghoon logo atrás.
— Não me diga que você já está enchendo o Jongseong com as suas histórias. A propósito, obrigado, Jay. A festa não seria possível sem você.
Jungwon olhou para eles de boca aberta, ligando os pontos.
— Por isso você estava tão nervoso hoje. Eu não sabia que vocês já estavam tão amiguinhos.
— Tive que pedir ajuda para o presente perfeito, Jake e Heeseung são ótimos nisso.
Jungwon balançou a cabeça rindo.
— Você prometeu que não ia me encher de presentes, Park Jongseong — Ele disse em tom de reprovação.
— Eu continuo sendo contra essa ideia, mas o Jake é a prova viva de que eu não te enchi de presentes. É só um.
— Ah, isso me lembrou de te contar uma coisa, todos os seus presentes estão em cima da sua cama.
Sunghoon e Jake trocaram olhares suspeitos e caíram em uma gargalhada, era algum tipo de piada interna que nenhum dos outros entendiam.
— Talvez eu e o Hoon hyung tenhamos amassado algumas caixas, mas é um pequeno detalhe, o que importa é o conteúdo que está dentro, não é verdade?
O olhar de Jongseong censurou Sunghoon.
— Não me olhe assim Jayzito, nós ficamos longe do seu presente. Eu sabia que se encostasse um dedo você meio que ia me matar.
— E eu só tentei empilhar alguns, nem foram todos. E a propósito, nem deixei todos caírem.
De longe Heeseung ria com Sunoo e Niki, os três provavelmente tinham passado a tarde inteira lidando com duas crianças e dava para ver na cara deles que não estavam nem um pouco arrependidos.
Quem ainda não tinha parabenizado Jungwon, se aproximou e conversou um pouco antes de finalmente cantarem os parabéns.
Sunoo obrigou todos a cantarem um parabéns para cada bolo, para compensar o fiasco do ano anterior e fazer daquele um aniversário memorável para Jungwon.
Eles se divertiram, os grupos de amigos beberam bastante e Jake desenterrou um jogo de cartas, que por algum milagre, não acabou com Jungwon e Jihyun brigando ou acusando um ao outro de esconder cartas para vencer.
Jongseong, Niki e Sunghoon estavam à vontade com aquelas pessoas, era como se os amigos de Jungwon sempre tivessem sido parte da vida deles. Jay fingiu que não via os olhares de Niki para Sunoo, mas no fundo, já sabia o que sairia dali nas próximas vezes que se reunissem.
Ele poderia dizer que estava feliz. Muito feliz. Era gratificante olhar para Jungwon e ver uma covinha funda na bochecha dele porque ele não parava de sorrir.
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Quase três horas depois, Chaeryeong e Ryujin disseram que precisavam ir embora.
— Tem certeza que não querem ficar? Tem espaço sobrando aqui — Jungwon foi extremamente educado ao dizer isso.
No fundo, nenhum dos convidados queria passar a noite ali. Não depois de ver o quanto ele estava colado em Jongseong, e o quanto ele continuava arranjando desculpas para tocá-lo em qualquer oportunidade, mesmo que não fosse tão óbvia.
Jungwon estava tão feliz que não percebeu que Chaeryeong e Ryujin só tinham sido as primeiras a demonstrar que era hora de deixá-lo sozinho com Jay porque queriam encorajar os outros a saírem também.
— Ah, não. A gente realmente precisa ir, mas eu queria dar uma palavrinha com você, se importa? — Ryujin perguntou.
Nenhum dos outros convidados pareceu notar, continuaram conversando e bebendo normalmente enquanto Jungwon, Ryujin e Lee Chaeryeong entravam no quarto.
Ele ainda não tinha visto, a cama estava cheia de presentes. Com toda certeza tinha mais presentes do que convidados. Jungwon tentou achar um espaço vazio para os três se sentarem e Chae começou:
— Em primeiro lugar, estou feliz, vou para casa aliviada dessa vez. Você está lindo, é a primeira vez que te vejo tão saudável.
Ele não sabia se era apropriado agradecer os elogios.
— Em outras palavras, estamos felizes por você estar bem e namorando um homem decente - Ryujin foi mais direta, como sempre tinha sido.
— A gente não está namorando, mas obrigado. Estamos indo com calma, até agora nós estamos indo a encontros e nos conhecendo melhor. Eu gosto dele.
— Nós percebemos no momento em que você entrou aqui e exibiu ele para todo mundo - Chaeryeong disse sorrindo.
— Eu não exibi. Eu só... não sei. Acho que não preciso me preocupar porque sei que ele não vai ofender minhas amigas sem nenhum motivo.
O silêncio se estendeu por alguns segundos.
— Me desculpem, eu devia ter dito alguma coisa naquele dia.
— É, de fato você deveria, mas não o quê você está pensando que a gente gostaria de ter escutado.
Lee Chaeryeong segurou Ryujin pelo braço, queria dar um sinal para ela ser menos dura com ele.
— Nós não culpamos você. Eu só vim porque vi um story no seu Instagram semana passada e na mesma hora entendi que você estava saindo com outro. O Jake me contou tudo e disse que você ficaria feliz em ver a gente aqui. Ele só esqueceu de mencionar que ninguém ficaria tão feliz em te ver assim quanto eu.
Os três riram.
— A Somi...
— Vou ser bem sincera, Wonnie, não espere vê-la tão cedo. Ela ainda está muito chateada e têm todo direito de estar. Ainda vai demorar um tempo. Ele magoou a gente, mas quem magoou ela foi você.
— Eu sei.
— A gente se afastou porque achávamos que era o único jeito de te fazer entender o que estava acontecendo e deu tudo errado — Eles riram outra vez — O quê importa é que agora você deu a volta por cima de uma vez só. Está melhor do que nunca no trabalho, está no auge da beleza, e esse cara que você está conhecendo... Jungwon, pelo amor de Deus, ele é o homem dos seus sonhos! Você está no lugar que você sempre quis chegar, não deixe ninguém tirar isso de você.
— Só falta a gatinha que você sempre quis — Chaeryeong continuou — Enfim, a gente precisa ir agora, mas não queria sair daqui sem te apertar de tanto abraçar e dizer que te amo muito.
As duas o envolveram em um abraço quase sufocante. Jungwon sabia que precisava daquilo a muito tempo.
— Se cuida, meu amor.
Elas se despediram e deixaram o quarto.
Jungwon queria se esticar na cama por alguns segundos, mas percebeu que não tinha espaço quando derrubou uma caixa enorme no chão. Era preta e resistente, tinha um laço dourado com glitter. Seria a primeira que Jungwon abriria mais tarde, por pura curiosidade. Agora, ele sabia que precisava voltar para a festa de dar atenção aos amigos.
Quando ele estava prestes a deixar o quarto, Jihyun e Yeji entraram juntos.
— Eu ia embora, mas o Jake me convenceu a ficar e dormir na casa dele.
— Por quê você não dorme aqui? Tem espaço suficiente.
— Que pergunta idiota, Jungwon. Você está quase expulsando a gente daqui para ficar sozinho com ele.
Jungwon corou. Não era verdade.
Pelo menos não propositalmente.
— Posso levar um pedaço do seu bolo?
— Leva.
— Ele é tão educado - Yeji ironizou — Nem parece que veio aqui pelo irmão e não pelo bolo.
— Ainda me pergunto como é que você escolheu ele, sinceramente. Tinha tantas opções no mundo e você escolheu a pior de todas.
Jihyun fingiu se sentir ofendido e deixou o quarto mostrando o dedo do meio para o irmão.
— É bom ver você assim sorrindo de novo — Yeji se despediu antes de sair pela porta.
Ele voltou para a sala e gostou do que viu. Jongseong estava vermelho de tanto rir de algo que Heeseung tinha dito, nenhum clima esquisito entre os amigos. Jake jogou a penúltima carta e gritou UNO, estava visivelmente bêbado e estava trapaceando no jogo. De longe Jungwon enxergou as cartas na manga do moletom dele. É claro que Jongseong estava vendo e deixaria ele ganhar, porque provavelmente Heeseung já tinha dito a ele que Jake chorava quando bebia e virava um bebê mimado quando perdia no UNO.
Jungwon percebeu a movimentação de Sunghoon e Niki, os dois estavam tentando avisar ao amigo que iam embora.
Ele já imaginava toda a cena a seguir. Niki e Sunghoon diriam que precisavam ir embora e avisariam indiretamente para Jongseong, que entenderia perfeitamente e se despediria deles para ir embora com os amigos, e assim, ele terminaria a noite sozinho.
É claro que ele não podia deixar isso acontecer. A noite estava perfeita demais e estava longe de acabar.
Jungwon se sentou ao lado de Jay e sussurrou no ouvido dele:
— Ele está roubando, você sabe disso, não sabe?
Jongseong mostrou as quatro últimas cartas em sua mão. Jake não tinha chances de ganhar caso não estivesse trapaceando.
— Vou pedir uma revanche quando ele estiver sóbrio — Jay jogou uma carta e esperou — Essa é minha última rodada, preciso dar carona para os dois e levá-los para casa.
— Queria que você ficasse. Ainda tem roupa sua aqui.
Nos planos de Jungwon, as roupas não seriam um problema, já que para fazer o que ele tinha em mente, não precisaria de nenhuma peça no corpo.
— Têm certeza?
— Tenho.
Jay beijou o topo da cabeça de Jungwon e tateou o bolso em busca da chave do carro e logo em seguida jogou ela no ar para Sunghoon antes de pedir para um deles passar em casa e dar comida ao cachorro. Niki aceitou sem hesitar, amava Yooki.
Jake jogou a última carta e venceu o jogo pela terceira rodada seguida, todos fingiram que não viram um montinho de cartas caindo no chão e sendo arrastadas para baixo do tapete.
Pouco a pouco, os convidados foram deixando a casa e cerca de vinte minutos depois, Jay e Jungwon estavam sozinhos no meio de uma sala toda decorada de rosé e dourado e com confetes para todo lado.
— Você me ajuda a colocar esses bolos na geladeira? — Jungwon perguntou.
— Não vai comer nem um pedacinho? Você não comeu e nem bebeu nada desde que chegamos. Traz má sorte não comer do próprio bolo.
— De onde você tirou isso?
— Li em um livro de algum brasileiro que o Niki trouxe quando viajou. Vem aqui.
Jay colocou um pedaço pequeno de cada um dos bolos em um pratinho descartável, em seguida, puxou Jungwon pela cintura e levou o garfo cheio em direção a boca dele, que comeu tudo sem reclamar e sempre olhando diretamente nos olhos de Jongseong.
— Têm certeza que não quer beber nada?
— Uhum — Ele terminou de mastigar e disse — Só água.
— Espera, você não se enfiou em nenhuma dieta maluca, né? — Jongseong perguntou preocupado.
— Não, eu não faço mais isso. Acho que você esqueceu que a gente estava em um jantar antes de vir para cá. Só não estou com fome.
— Certo, eu acredito em você. Vou colocar os bolos na geladeira.
Ele aproveitou a oportunidade para para Jongseong e o beijou antes que ele pudesse perdê-lo de vista.
Ele pôde sentir um gosto leve de álcool quando a língua de Jay tocou a dele, se misturando com o gosto do morango que ele tinha acabado de roubar do topo do bolo.
Jay suspendeu o corpo dele e o colocou sentado na bancada.
—Nossos amigos se deram tão bem. Estou muito feliz, Jay. Eles gostam de você. Gostam de verdade, dessa vez eu sei que eles não estão fingindo para não me verem triste.
— É recíproco. Fico feliz em saber que você está cercado de pessoas maravilhosas. Sunghoon e Jake têm a mesma idade mental.
— Os dois têm cerca de dez anos de idade, pelas minhas contas — Ele brincou fazendo Jay rir. Ambos admiravam o jeito brincalhão dos amigos.
Jungwon tirou o cabelo do rosto de Jay e beijou a testa dele.
— Estou feliz por estar aqui com você. Eu não bebi porque esqueço das coisas quando fico bêbado e hoje é um dia que eu não quero que saia da minha memória. Viu como não tem nada a ver com dietas malucas?
Com os braços em volta do pescoço dele, Jungwon se inclinou para beijá-lo. A cozinha pareceu pequena e quente demais, ele começou se livrando dos sapatos e do casaco, não se importando onde largava as peças. A casa estava uma tremenda bagunça e ele conseguia ver que Jongseong pisava em uma carta de uno enquanto beijava o pescoço dele. O braço esbarrou em um copo vermelho que derramou o resto de bebida no chão.
— Isso — Jay tentou falar mas logo foi interrompido — Não vai dar certo.
Jungwon pensou na cama cheia de presentes ainda não abertos e quase desistiu da ideia de ir até lá. Por sorte, Jay entendeu a indecisão como um incentivo para pegá-lo no colo e começar a caminhar pela casa. Ele sorriu e segurou no pescoço do moreno com um pouco mais de força para não cair.
Ao chegar no quarto, ele foi colocado no único espaço livre que tinha na cama, e com cuidado, colocou as sacolas com presentes no chão.
— Você me fez prometer que não te encheria de presentes e olha só, agora o número de presentes é quase o triplo do número de pessoas que estavam aqui — Jay disse rindo.
— Em minha defesa, foi uma festa surpresa.
— E nada vai me impedir de te encher de presentes no natal, espero que saiba disso. E em todas as outras datas comemorativas também.
Ele engatinhou até onde tinha deixado Jungwon segundos antes, logo depois, se encaixou entre as pernas dele e inclinou para beijá-lo.
Jungwon parecia calmo, entretanto, dava para perceber o quanto ansiava pelos toques de Jay e que não tinha a menor intenção de deixá-lo sair dali sem ir até o fim. Eles olhavam fixamente nos olhos um do outro quando separavam o beijo em busca de ar e Jay ainda conseguia ficar impressionado com a beleza dele. Ele achava que Jungwon conseguia ficar ainda mais belo quando estava por baixo dele.
Por outro lado, Jungwon tentava demonstrar que sabia o que estava fazendo mas estava surtando por dentro.
Ele sentiu o corpo dele se arrepiar quando sentiu a mão deslizar por dentro de sua blusa e segurar a cintura dele com firmeza. Ele tinha se esquecido completamente de como era aquela sensação, do quanto ele gostava de estar naquela posição.
Ele se sentia patético, bastaram poucos beijos e toques e ele já conseguia sentir a calça apertando perto do zíper, o que montava um combo com o calor absurdo que ele sentia agora.
Jungwon puxou a blusa de Jongseong para cima antes de tirar a própria e ouvir um "Oh".
Ele demorou a entender no início, porém, as coisas fizeram total sentido quando os dedos de Jongseong deslizaram delicadamente por cada traço da tatuagem de sol na costela dele. E não demorou muito para ele fazer o mesmo com os lábios.
Jungwon estava carente, ele sabia disso. Quase se contorceu quando a língua quente de Jongseong tocou a tatuagem e subiu para o peito.
— Quero que você me diga se estiver desconfortável ou quiser parar, ok?
— Eu não quero parar.
Jongseong beijou todo o peito dele antes de passar a língua no mamilo e começar a chupar devagar.
Ele já tinha ouvido Jungwon gemer certa vez quando estavam no sofá de Jake, mas aquilo era diferente, era diferente e ele sabia que o corpo reagia de forma diferente da última vez.
O que Jongseong ainda não sabia era que Jungwon não estava acostumado a receber atenção de um parceiro, nunca tinha estado com outro homem depois do ex-noivo que quase nunca priorizava algum prazer que não fosse o próprio. Ou que ele só recebia aquele tipo de atenção quando a outra pessoa precisava pedir alguma coisa que ele provavelmente diria não se estivesse com a cabeça no lugar.
Mas ali estava Jongseong, amando Yang Jungwon pelo simples fato de ele existir e merecer ser amado. Desejando tê-lo, porque ele é alguém desejável. Sem querer nada em troca. Apenas os dois.
A calça dele fora arrancada junto com a boxer que ele usava por baixo. Jungwon não teve tempo de sentir vergonha de nada, porque enquanto os beijos desciam desde o peito até a parte sensível em sua barriga, ele se via pedindo por mais, quase impaciente.
Ele abriu as pernas ainda mais quando sentiu a respiração quente do escritor contra o membro semi-ereto. Jongseong beijou a extensão por alguns segundos, queria dar tempo e oportunidade para Jungwon desistir caso quisesse, porém, Jungwon levantou ainda mais a cintura quando sentiu um beijo quente envolver o topo da cabeça do seu pau. Logo em seguida, ele cobriu o rosto com as mãos para disfarçar a vermelhidão que tomou conta dele quando Jay o colocou na boca do jeito mais profundo que conseguiu.
Junhwon se sentiu envergonhado, não por estar nú e completamente aberto para outra pessoa, mas sim por estar fraco, ele sentia o corpo vacilar enquanto Jay estava apenas começando e ainda era tão cedo para acabar.
Ele tentou respirar fundo e pensar em outras coisas, mas era impossível ter Jongseong ali e não pensar apenas nele. Era inevitável olhar para os lábios vermelhos e a delicadeza com que os dedos dele seguravam suas coxas para que ele não as fechasse.
— Jay? — ele murmurou um "hum?" em resposta, a boca ainda muito ocupada. A voz de Jungwon estava trêmula quando ele prosseguiu — Na penúltima gaveta tem tudo que-
O coração de Jungwon acelerou quando ele sentiu Jay forçá-lo contra a própria garganta. Aquilo era o máximo que ele podia aguentar por agora. Com os dedos enterrados nos cabelos escuros de Jongseong, ele gemeu em desespero enquanto se derramava na boca dele.
— Desculpa, eu devia ter avisado.
Ele estava envergonhado. Fazia tanto tempo que não chegava àquele nível de intimidade com alguém e quando conseguiu, teve a audácia de não conseguir se segurar por mais tempo.
Ele olhou para Jongseong e acabou dando de cara com a cena mais erótica que já tinha visto nos últimos tempos. Ele estava passa do a língua pelos lábios, sugando o pouco que escorria pelo canto da boca enquanto se voltava a ficar inclinado sobre o corpo de Jungwon outra vez.
Yang estava meio em transe e meio desesperado para o que viria a seguir, o corpo ainda estava arrepiado e quente, ele se sentia acelerado. Jay levantou o queixo dele e o beijou. Jungwon ainda tinha o hálito de morango, que sumiu por completo e foi substituído pelo gosto dele mesmo na língua do outro. De alguma forma, ele soube que sentiria falta daquele gosto mais tarde e não teve vergonha de fazer uma confissão que nem ele esperava que sairia da sua boca tão cedo.
— O gosto é melhor direto de sua boca.
Ele conseguia sentir a respiração quente de Jay em seu pescoço, então, virou a cabeça para o lado, a fim de dar espaço para o outro fazer o que quisesse ali, e foi quando Jay percebeu uma parte da primeira tatuagem.
— Penúltima gaveta?
Ele fez que sim com a cabeça e tentou recuperar a postura quando o outro deixou a cama, tentando não pisar nos presentes. No caminho de volta, ele deixou o resto das roupas pelo chão.
Ele tentou não olhar Jongseong completamente nú, mas foi pego olhando de cima a baixo enquanto sorria descarada e maliciosamente.
Jongseong sorriu enquanto voltava. O cachecol dele estava dobrado com todo cuidado na penúltima gaveta, junto com a blusa preta que ele deixou na casa de Jake da última vez.
— Preciso preparar você, tudo bem? — Jungwon assentiu e ganhou um selinho — Ótimo. Vai ser melhor se você ficar de costas, meu bem.
E então, Jungwon virou e Jay viu pela primeira vez. A tatuagem com as fases da lua descia pelas costas dele, era uma arte com traços delicados e muito bem feitos, que combinava perfeitamente com ele.
Jay não resistiu ao impulso de beijar cada fase enquanto Jungwon observava cada movimento pelo espelho.
— Você é uma caixinha de surpresas, sabia? — Jay desceu uma linha reta com o indicador, e ela não parou com o fim dos desenhos — Ela é linda
A mão dele acariciou a bunda de Jungwon, que relaxou o corpo inteiro com primeiro toque. Ele se sentiu esquisito quando gemeu involuntariamente contra o travesseiro, e definitivamente gemeu ainda mais alto quando sentiu a língua de Jongseong molhar sua entrada, ele não estava esperando por isso porque nunca tinha recebido de ninguém.
Seu primeiro reflexo foi abrir as pernas e empinar a bunda ainda mais. O segundo foi deixar escapar em voz alta.
— Isso é tão bom, Jay. É a primeira vez - Ele fechou os olhos e sentiu Jongseong se empenhando ainda mais — É tão bom...
— Azar é de quem não te teve assim antes.
Jongseong não era como o idiota e não desperdiçou a oportunidade de beijar cada centímetro de pele de Jungwon. Ele fazia com tanta vontade que Jungwon conseguia sentir o quanto era desejado, o quão bom era poder tocá-lo e o quão gostoso ele era. E ele conseguia sentir o quanto Jay estava gostando de dar prazer à ele porque conseguia senti-lo gemendo contra a sua pele.
— Fico lisonjeado em ser o primeiro.
Ele já se sentia relaxado o suficiente para seghirem em frente, então, sinalizou para Jongseong molhar o dedo com lubrificante e espalhar com calma, enquanto massageava a entrada e aos poucos invadia com um dedo. Os dedos dele deslizaram delicadamente, eles eram longos e ele estaria completamente satisfeito se quisesse continuar só assim, mas saber que ele ainda tinha mais a oferecer fazia crescer um sentimento ganancioso dentro de si, o que o levou a dizer para Jungwon colocar dentro bem mais cedo do que os dois esperavam.
Ele foi cuidadoso ao posicionar o pau na entrada de Jungwon e empurrar devagar até sentir a virilha encostar no corpo dele. Jungwon se acostumou relativamente rápido e foi quem começou a movimentar o corpo para frente e para trás. Era fácil começar a gostar daquilo, porque Jay o fazia se sentir bem. Os gemidos mais manhosos dele tinham entregado o quanto ele estava gostando e Park soube que estava perto do lugar exato que devia acertar mais vezes.
Com a desculpa das pernas bambas, Jungwon ficou de costas na cama, Jay colocou um travesseiro por baixo dele e se inclinou para beijá-lo. A verdade era que ele queria olhá-lo e saber se Jay se sentia tão bem quanto ele. Jungwon gostava da sensação de ter o peso do corpo de Jay sobre o dele, mas achava ainda melhor quando podia ter essa sensação enquanto Jay estava dentro dele.
Os dedos estavam entrelaçados contra a cama quando Jungwon beijou a ponte entre o ombro e o pescoço dele antes de olhar diretamente em seus olhos.
Por um segundo, ele pensou no começo daquele dia e riu de si mesmo. Ele riu porque percebeu que tudo neles se encaixava perfeitamente bem e percebeu também que sempre esteve pronto para Park Jongseong.
— Me toca — Ele pediu baixinho. Não porque estava com vergonha ou porque alguém poderia ouvir, mas porquê ele não precisava gritar para ser ouvido. Ou porque sabia que não precisaria ter pedido, Jay entendia os sinais que o corpo embaixo dele dava.
Jay não parecia estar no seu momento de maior sanidade ali. Parecia tão perdido quanto ele. Os sentidos dele pareciam estar no mínimo esquisitos, a mão que tocava Jungwon estava vacilando tanto quanto suas pernas demonstravam estar. Ambos tinham se deixado o levar pelo beijo carinhoso Jungwon tinha dado no ombro dele minutos antes e pelo riso bobo que eles esboçavam quando olhavam um para o outro. Ou talvez fosse porque eles mexiam um com o outro de uma forma que outras pessoas não conseguiram antes.
Para eles, era como se tudo tivesse sido colocado no modo silencioso ao redor e a única coisa que ele eram capazes de ouvir era o encostar dos dois corpos, e vez ou outra, algum gemido de um dos dois. Entretanto, eles conseguiam sentir muita coisa de uma vez só.
O corpo de Jungwon ficando tenso abaixo do de Jay e o peito subia e descia em completo desespero enquanto ele tentava fechar as pernas.
O que Jay não esperava era que aquilo fosse demais para ele também. Os dois gozaram com segundos de diferença e demoraram uns belos minutos inteiros para sair do transe.
Jungwon torceu para que as coisas não ficassem estranhas entre eles e riu de si mesmo outra vez quando percebeu que as coisas nunca ficariam estranhas entre os dois. Jongseong o chamou para tomarem banho juntos e cuidou dele o tempo inteiro. No entanto, ele se surpreendeu ao perceber os sinais e notar que Jay, assim como ele, gostava de carinho e outros toques físicos após o sexo, algo que ele era privado de ter antes.
Jay não tinha se afastado ou virado as costas depois de um momento íntimo e frágil.
— Você fica um charme com o meu pijama curto — Jungwon acariciou o rosto de Jay antes de beijá-lo na ponta do nariz.
Eles conversaram pouco, ambos estavam sonolentos e muito cansados para qualquer outra coisa. Jungwon terminou a noite acariciando os cabelos escuros de Jongseong, que acabou por dormir primeiro. Logo em seguida, as luzes foram apagadas por completo e ele também foi vencido pelo cansaço.
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Apesar de ter sido o último a dormir na madrugada anterior, Jungwon foi o primeiro a acordar naquela manhã. A luz que entrava pela janela refletia em uma sacola dourada e o brilho quase o cegava.
Ele olhou para o lado e viu Jay ainda dormindo, e com isso, tentou se mexer e sair da cama sem acordá-lo.
O esforço foi em vão. Jay parecia ter o sono leve e conseguiu sentir o vazio esquisito do lado esquerdo da cama, onde Jungwon se deitava a poucos minutos atrás.
-— Bom dia — Jungwon falou primeiro, deixando um beijo na testa dele.
— Bom dia, você dormiu bem?
— Dormi mais do que bem. E eu juro que não queria te acordar agora, você estava num sono tão gostoso.
Jay mal tinha aberto os olhos e já estava tentando levantar.
— Você está bem? — Ele perguntou e Jungwon não entendeu a pergunta logo de cara.
— Estou. Só preciso tomar um café para acordar de verdade e abrir os meus presentes. Talvez limpar a casa.
Jungwon ia se levantando quando finalmente descobriu sobre o que Jongseong estava falando. As costas dele doíam um pouco, e apesar de ser flexível, a parte interna das coxas também doíam.
— Ah!!! Vou esquecer a parte da limpeza por hoje — Jungwon deitou de volta na cama — Têm uma escova de dente no armário embaixo da pia do banheiro, se quiser ir primeiro fique à vontade.
Os dois riram e Jungwon foi logo atrás dele.
— Pode voltar para a cama depois que terminar, eu faço seu café e procuro uma aspirina enquanto você abre seus presentes.
— Se eu dissesse que não amei essa ideia estaria mentindo.
— Então volta para a cama, meu bem. Você tem muita coisa para desembrulhar - Jay beijou o topo da cabeça dele e deixou o banheiro
Jungwon voltou para a cama e gritou "Qual é o seu?" para ter certeza, e em seguida, procurou a caixa que Jongseong descreveu.
Ela era enorme, a mesma que tinha chamado sua atenção enquanto conversava com Ryujin e Chae e tinha um bilhete pendurado. Ele destacou o cartão e leu.
"Eu particularmente sou contra a ideia de não te encher de presentes no seu aniversário, mas como prometi, este é o meu. Feliz aniversário, Jungwon. Espero que goste delas.
-Park Jongseong"
Ele desfez o laço da caixa e subiu a tampa, se deparando com uma bota de cano baixo, ela era preta e absurdamente linda.
Os pés dele se encaixaram perfeitamente e ele estava lindo. Combinava com ele.
Jongseong não fazia ideia do que aquilo significava para Jungwon. Ele não fazia ideia de como aquele comentário sobre a bota no café em Nova Iorque tinha impactado a vida dele de maneira positiva.
Ele estava feliz e queria tomar uma decisão importante logo no começo do dia. Ele definitivamente estava pronto para seguir em frente, tinha descoberto isso da melhor maneira na noite anterior, quando entrou em casa e viu todas aquelas pessoas que estavam ali porque gostavam dele de verdade.
Ele decidiu que não queria mais pensar no seu passado, o Jungwon de dez meses atrás sonhava em estar onde ele estava agora, e bem, agora que ele tinha chegado ali, queria ficar. Não queria mais deixar os fantasmas do passado assombrarem a vida dele. Era bom ter Ryujin e Chaeryeong de volta. Era ótimo não ter sido abandonado por Jake, Heeseung e Sunoo, e as outras pessoas que ele mais amava. Ele podia ser perdoado por Somu se fosse sincero, porque sabia que ela só queria o seu bem. E era bom ter Park Jongseong.
Ele torcia para que seu ex-noivo estivesse longe dele, porque Jungwon não queria vê-lo. Ele se perguntava o motivo de não querer vê-lo, não seria normal ter curiosidade e querer saber como estava a pessoa que passou dez anos vivendo com você?
E a resposta veio fácil, seria difícil acabar com mais de dez anos de relacionamento e querer saber sobre a pessoa caso Jungwom o amasse de verdade. Ele aprendeu que amar e não saber viver sem, eram coisas completamente diferentes.
Jungwon não foi amado por dez anos, mas agora percebia que o que ele mesmo sentia pelo outro não era amor.
E ele tinha aprendido a viver sem o ex, porque nunca tinha precisado dele de verdade.
Seu passado era doloroso e não era possível fingir que mais de dez anos de sua vida não existiam. Ele não podia apagar todo esse tempo. Mas pela primeira vez, o que era passado ficaria no passado. Jungwon conseguia enxergar um futuro brilhante, com botas altas, uma gatinha adotada em breve, sua família e amigos.
E Park Jongseong .
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Vejo vocês no próximo, e muito obrigada por lerem até aqui ♡♡♡♡
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