Capítulo 5
A segunda-feira tinha sido intensa para ambos os lados e eles mal conseguiram pegar no celular durante toda a semana. As pessoas costumam dizer que todo mundo tem um tempo livre para responder quem entra em contato, mas o fato era que Jungwon simplesmente deitava e dormia em qualquer lugar quando tinha cinco minutos livres. Jungwon estava correndo de um lado para o outro com seus ensaios e agora, estava usando seus dias de folga para ocupar a cabeça com algo que gostava bastante: livros.
Ou pelo menos estava tentando. Conforme as semanas passavam, estava cada vez mais difícil usar uma distração que demandava concentração E bom, ele acabava caindo no sono toda vez que tentava..
Jake tinha sido um bom amigo quando cedeu seu espaço para dividir com ele e Jungwon sempre seria grato por isso. Mas agora, Heeseung sempre os visitava durante a noite e as manhãs seguintes eram no mínimo estranhas entre os três. Jungwon quase nunca ouvia Heeseung entrar e sair do apartamento e ele sabia exatamente a razão pela qual Jake escondia que estava tendo um lance com Heeseung. Mas agora que ele tinha um motivo para ficar acordado até tarde, começara a notar que apesar de todo o esforço para não incomodá-lo, a cama de Jake ainda batia na parede repetidamente. Claro que isso não era o suficiente para acordá-lo, já que esse barulho nunca tinha sido tão alto antes. Porém, aquela tarde de sábado era a primeira livre para os dois em muitas semanas e o olhar de Jake quase implorava para que Jungwon saísse de casa.
— Estava pensando em — Jungwon começou — Não, esquece.
— Pensando no quê?
Ele já sabia que seria encorajado pelo amigo mesmo que a situação fosse a maior loucura de sua vida. Então, só continuou:
— O Jongseong não disse mais nada sobre nos vermos outra vez.
— Achei que você tinha descartado o Jongseong.
— Não fale assim. Eu não sou esse tipo de pessoa, apesar de ter dito que faria isso, eu jamais faria.
— Entre em algum aplicativo de relacionamento e marque para sair com outra pessoa. Esses apps são ótimos para pessoas que não querem nada profundo e não pretendem ver um ao outro depois.
— Passo.
— Então eu não tenho como te ajudar.
Jungwon pensou um pouco sobre o assunto que queria abordar antes de falar sobre Jongseong e descobriu que agora era o momento certo.
— Sabe, eu sou muito grato por você ter me acolhido aqui, mas acho que tô preparado para morar sozinho de novo.
Jake pareceu preocupado.
O principal motivo para o ex-namorado de Jungwon não ter ido até ele, era justamente porque Jungwon morava com Jake e todos sabiam disso.
Além de ter receio do que Jake poderia fazer, ele conseguia odiar e temer Heeseung ainda mais.
— Você tem certeza?
— Sim. E além disso, você precisa da sua privacidade para receber o Heeseung aqui.
Jaeyun ficou pálido e ia tentar se justificar, porém, Jungwon foi mais rápido.
— O quê foi? — Jungwon arqueou a sobrancelha e lançou um olhar desafiador para o amigo — Vocês escondem tão mal. Ou acharam que eu não ia perceber o sumiço estranho dos dois lá na galeria e as roupas perdidas dele pela casa? Não sou tão bobinho como você pensa.
Jake escondeu o rosto com as mãos.
— Tarde demais para sentir vergonha, eu escutei vocês gemendo essa madrugada e foi a primeira vez em toda minha vida que eu pensei em me jogar dessa janela.
O amigo pegou uma almofada e enterrou o rosto vermelho nela enquanto dizia alguma coisa que Jungwon não entendia.
— O quê?
— Eu disse que é por isso que você está falando sobre ir embora e sobre minha privacidade, juro que não queria que você escutasse nada disso e também não quero que você vá embora assim.
— Na verdade, eu preciso achar um lugar para mim porque estou gastando muito tempo e dinheiro tendo que me deslocar para as salas de prática já que é dificil dançar aqui dentro. E além disso, essa era a sua sala de ensaio barra quarto da Layla e fizemos dela um quarto para mim.
O amigo ficou pensativo.
— Ou então — Ele disse — Você está querendo trazer o Jongseong para cá e sou eu quem está atrapalhando.
Jungwon tossiu.
— EU SABIA! — Jaeyun continuou.
— Eu nunca disse nada disso. Você está inventando coisas.
— Você nunca me disse nada sobre nada. Como foi aquele encontro?
Jungwon sabia que aquela era uma forma do amigo sair do foco do assunto. Chegava a ser estranho o fato dele ser tão tímido fora dos palcos.
Bom, pelo menos com Heeseung ele se soltava e isso já era o suficiente para Jungwon.
— Foi perfeito. Ele é um cavalheiro e não parece forçado, sabe? Tem gente que trata você como um príncipe com segundas intenções, mas o caso dele não parece ser esse — Jake prestou atenção em cada palavra do amigo — Ele me levou para ver a Torre. Eu não sei se fiz a coisa certa beijando ele no primeiro encontro.
— Você fez o que queria e se não é nenhum crime, você fez o certo. E além do mais, seria loucura não beijar aquele homem.
— Seria. Mas agora não sei o que fazer.
— Uma coisa de cada vez. Só não corte o contato com ele.
— E se eu o chamasse para sair? Tenho duas noites livres no fim de semana.
— Acho uma ótima ideia. Pode trazê-lo aqui se não quiser sair, sei como esses dias estão sendo cansativos. Você já conhece as regras e... sexta que vem eu vou conhecer Daegu com o Heeseung.
Jungwon não fez mais perguntas e passou a semana inteira alternando entre procurar um novo apartamento e fazer ensaios nas horas vagas.
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Era sexta de tarde e Jongseong estava virado. Tinha passado a madrugada de quinta para sexta escrevendo acordado sem parar, tentando fazer algo que pudesse aliviar a tensão entre ele e a editora.
Sunghoon estava certo o tempo todo, aquele manuscrito era terrível e seria uma perda de tempo e reputação publicá-lo.
Por outro lado, a cópia antecipada dos primeiros capítulos de seu primeiro suspense com cenas eróticas entre dois homens tinha sido muito bem aceita pela editora, o que era surpreendente para Jongseong.
Acontece que ele estava sem inspiração alguma para desenvolver o romance entre os dois rapazes naquele momento. Sunghoon tinha dito para ele usar experiências pessoais para as cenas mais quentes, mas Jongseong mal conseguia se lembrar qual fora a última vez que tinha passado dos beijos com alguém, então, seria quase impossível colocar a escrita em prática ou qualquer coisa do tipo. Ele não conseguiria se lembrar de nenhuma sensação que envolvesse outro homem tocando seu corpo de forma íntima, era perda de tempo ter que escrever algo que ele saberia que seria ralo e superficial.
E toda essa luta para escrever durante a madrugada, fez com que ele dormisse a tarde toda e só acordasse quase cinco da tarde. Yooki era o responsável por todo o barulho na porta de seu quarto quando ele despertou. O pote de ração estava vazio há horas e o cachorro precisava sair para fazer suas necessidades.
— Caralho! — Ele passou a mão no rosto antes de levantar para abrir a porta, pegando o celular no caminho — Desculpa, bebê. Te deixei sozinho o dia inteiro. Eu vou me trocar e nós vamos passear.
Yooki tinha reconhecido a palavra "passear" e agora não parava de latir e correr em direção à porta. Jongseong só teve tempo de lavar o rosto, escovar os dentes e trocar de calça antes de sair com o cachorro, que se aliviou de uma vez no primeiro arbusto ainda dentro do condomínio.
Olhando o celular com atenção enquanto Yooki andava na sua frente, ele percebeu três mensagens de Jungwon. Todas elas tinham sido enviadas seis horas antes dele acordar.
Jungwon: Eu estava pensando aqui e acho que já está na hora da gente se encontrar de novo. Quero muito, aliás. Eu ando muito cansado e ocupado procurando um novo apartamento, mas por enquanto, estarei sozinho aqui até domingo à tarde.
ps: Estou tentando dizer que quero te ver mas não tenho energia suficiente para sair de casa, então, estou te convidando para assistir um filme ou conversar, qualquer coisa que não me tire de casa.
Ah! E filme realmente significa filme, ainda não estou preparado para dar mais um passo, mas vou entender se você não quiser.
Jongseong se sentiu um idiota por não estar acordado as onze, quando Jungwon tinha mandado a mensagem, porque agora ele achava que Jungwon provavelmente estava pensando que a falta de resposta era porque ele tinha dito que não estava preparado para o próximo passo.
Jongseong: Perdão pela demora, passei a noite em claro escrevendo e acabei dormindo o dia inteiro.
[FOTO]
Esse carinha aqui me acordou no desespero, acho que ele estava quase pegando o telefone e ligando sozinho para algum ativista dos direitos dos animais.
Alguns minutos depois, Jungwon reagiu à foto do Yooki com um coração e escreveu de volta:
Jungwon: Ele sabe que tem um pai ótimo, não se preocupe. Você está bem?
Jongseong: Estou um pouco desnorteado por ter dormido a tarde toda e acordado no susto, mas sim, estou bem. E você?
Jungwon: Estou bem, com preguiça de fazer o jantar.
Jongseong: Eu queria te ver hoje. Posso passar aí ou você prefere deixar para amanhã?
Jungwon: Hoje está ótimo. Vou ficar te esperando. Moro no E06.
Jongseong: Escolhe um filme bom, eu levo o jantar. Até mais tarde. ♡
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Ele ainda estava nervoso quando deu três batidas na porta de Jungwon e foi recebido com um sorriso enorme. Ele quase tinha se esquecido de como aquela covinha no rosto de Jungwon era capaz de afetá-lo.
— Entre e fique à vontade — Jungwon disse após cumprimentá-lo com um beijo no rosto — Não repare muito nos bonecos do Jake, ele coleciona e estão espalhados pela casa toda.
O apartamento não era exatamente o que Jongseong esperava, ele estava surpreso de um jeito bom. Era um bom apartamento e muito bem mobiliado. Entretanto, não havia sinais de que também pertencia a Jungwon.
— Você pode colocar sua bolsa no meu quarto, é a primeira porta à esquerda. Só tome cuidado com...
Jungwon mal conseguiu terminar sua frase quando um cachorro enorme começou a latir e correr em círculos em volta do convidado.
— Essa é a Layla, a cachorrinha de quem eu tomei o quarto.
A cachorra colocou as duas patas dianteiras no peito de Jongseong enquanto tentava lamber o rosto dele.
— Não se preocupe, ela só tem tamanho. Por dentro é só um bebê — Jungwon falou rindo ao perceber o desespero de Jongseong — Relaxa, Jay. Ele só ataca se eu ou Jake pedirmos. Layla, desça daí.
Ela obedeceu e desceu no mesmo instante, e em seguida, sentou para esperar o carinho.
— Você dorme no quarto da cachorra? — Jay perguntou enquanto abaixava para tocar a cabeça de Layla, sem demonstrar que ainda estava morrendo de medo de ser mordido.
— Uma longa história para depois do jantar. Vem aqui, tenho uma coisa para você.
Jungwon puxou Jongseong pelo braço e o levou até a sala onde entregou um livro nas mãos dele.
— Eu estava planejando te entregar semana passada, mas fiquei sem tempo. Fiz uma dedicatória, espero que não se importe com o meu garrancho.
Antes mesmo de abrir a embalagem, Jongseong já sabia exatamente o que era e não pode evitar um sorriso enorme.
Tinha pego muitos livros daquele em mãos. Tinha assinado quinhentas cópias em um único dia apenas na Coréia. Ele reconheceria seu próprio trabalho de longe. Jongseong se sentiu lisonjeado por fazer um bom trabalho a ponto de ser presenteado com ele por outra pessoa.
— Eu também tenho uma coisa para você — Jongseong lembrou dos livros que prometera à Jungwon durante as conversas por mensagens.
Fingindo surpresa, Jongseong agradeceu e prometeu que começaria a ler assim que chegasse em casa. Por outro lado, Jungwon parecia extremamente animado para começar a ler os livros que Jay lhe presenteou.
— Têm uma dedicatória. Fofo — Jungwon disse, fazendo Jay corar — Sua letra é linda, digna de um escritor. E falando nisso, quero ler algo seu. É quase uma ordem, gosto de livros nacionais e você está me privando do privilégio que eu deveria ter.
— Privilégio?
— Estou saindo com um escritor que não me deixa ler nada que ele escreve. É quase um crime, Park Jongseong.
Jungwon continuou insistindo porque tinha muita curiosidade, mas não era o tipo ruim ou insuportável de insistência. O nome Park Jongseong não daria em absolutamente nada caso fosse pesquisado no Google e Jongseong não tinha contado a ele qual era o gênero que ele escrevia. Ele achava melhor começar a dizer alguma coisa antes que Jungwon achasse que ele estava mentindo para impressioná-lo.
— Prometo te trazer um manuscrito do meu próximo lançamento. E eu amei o presente.
— É melhor guardar na bolsa antes que a Layla comece a morder achando que é brinquedo. Pode colocar em cima da minha cama, ela não entra mais lá.
Jongseong se apressou e observou o quarto de Jungwon. Era grande e tinha uma parede enorme toda espelhada, aquilo não era algo incomum para ele porque Niki também tinha um quarto espelhado que usava para praticar. Mas ele se perguntava como seria um lugar com a identidade de Jungwon fora do trabalho? Será que ele gostava de móveis de madeira escura, assim como ele? Será que escolheria alguma peça de decoração vintage como ele faria?
Ali só tinha uma cama de solteiro, uma cômoda pequena, uma arara com alguns casacos pendurados e uma mesa de cabeceira. Em contrapartida, era nítido que Jungwon era bem organizado e só lhe faltava um espaço próprio.
Ele voltou para a sala e acompanhou Jungwon, que organizava todo o jantar na pequena mesa de centro da sala.
— Se importa se a gente comer aqui? — Jungwon perguntou — Não gosto de comer naquela mesa da cozinha, aqui é muito mais confortável.
Jongseong concordou e se sentou em uma almofada no chão, ficando de frente para o outro.
— E então, como foi a sua semana?
— Eu diria que foi estressante por vários motivos, mas não ter criatividade para desenvolver o casal principal do meu novo livro está acabando comigo. Então, é bom estar aqui e me distrair um pouco.
— Uau! Estou ficando cada vez mais ansioso para ler algo seu. Não quero ser insistente, claro, mas tenho que admitir que sou curioso.
— Não posso te julgar, estou ansioso para ficar na primeira fila te vendo dançar.
— Ah, Jay, não é grande coisa.
— Ouvi coisas diferentes, sabia? — Ele serviu o vinho nas duas taças enquanto Jungwon o encarava com interesse.
— Que tipo de coisa?
— Bem, eu te disse que tenho um amigo que também dança, e ele disse que mal pode esperar para trabalhar com você de novo. E ele é meio exigente demais, então, se ele disse que você é um dos melhores que a Coréia tem, eu acredito cegamente nas palavras dele, porque ele não é muito de elogiar as pessoas.
Jungwon sorriu enquanto revirou os olhos.
— Que exagero da parte dele.
— Está sendo modesto, Yang, eu sei que você é bom — Jongseong serviu a comida para os dois e puxou o gancho para perguntar ainda mais sobre Jungwon — E a sua semana, como foi?
— Uma loucura. Idols dão mais trabalho do que crianças. Hoje cedo, dois garotos se trancaram dentro da sala de ensaio e isso me rendeu um atraso de quarenta e cinco minutos, tive que pular o almoço.
— Você estava sem comer até agora?
Jungwon olhou para ele como quem estava arrependido de ter dado essa informação. Mas no fim, deu de ombros e continuou:
— Acontece bastante. Às vezes não tenho tempo, principalmente quando coisas desse tipo acontecem. Às vezes não tenho fome, também. É como eu disse, acontece.
Jongseong pegou dois palitinhos de metal e molhou uma tira de frango no molho, em seguida, levou à boca de Jungwon que hesitou bastante.
— Vamos, abra a boca — Jungwon riu, mas acabou cedendo — Isso, bom garoto.
Os dois caíram na gargalhada e Jongseong continuou dando um pouco de cada coisa para ter certeza que Jungwon não ia enganá-lo e fingir que estava comendo para apenas beber.
Enquanto comiam, o assunto foi fluindo para outros campos e o filme que iam assistir acabou virando uma pauta importante entre eles.
— Não consigo acreditar que você nunca assistiu As Branquelas!
— Fiquei curioso, vamos assistir esse primeiro — Jungwon tirou toda a comida que sobrou de cima da mesa e guardou na geladeira. Eles puxaram o sofá e se sentaram confortavelmente, segurando apenas suas taças de vinho.
Eles passaram mais da metade do filme se aproximando, ou "acidentalmente" encostando as mãos nas do outro. O filme era engraçado, Jungwon estava gostando de ver pela primeira vez com alguém que soubesse explicar qualquer dúvida sem estragar o filme. Em um momento, Jungwon encostou a cabeça no ombro de Jongseong.
— Está com sono? — Jay pausou o filme para olhar diretamente a ele.
— Nem um pouco.
— Podemos continuar outro dia se você tiver cansado.
— Nem pensar! — Jungwon se encolheu ainda mais nos braços de Jay.
É claro que ele sabia exatamente o que Jungwon causava nas pessoas, tinha estado com ele em público duas vezes e não pôde deixar de reparar os olhares que ele recebia. Mas algo naquele ângulo parecia valorizar ainda mais a beleza daquele rosto.
Ou então, talvez ele estivesse ficando maluco. Nunca saberia dizer.
O que o deixou completamente chocado foi perceber que Jungwon estava olhando para ele da mesma forma.
— Devo ficar preocupado com esse olhar?
— Você é tão lindo. Muito lindo, Jay.
Jongseong riu antes de puxar gentilmente o queijo de Junhwon e depositar um beijinho rápido nos lábios.
— Será que está bêbado?
— Não mesmo. E não precisaria beber para te falar isso, eu já disse outras vezes.
Mesmo após dizer que não precisaria beber, Jungwon pegou sua taça e virou o resto de uma vez, fazendo Jay sorrir.
— O quê foi? — Jungwon perguntou rindo de volta — Você pode passar horas me elogiando, mas fica vermelhinho de vergonha quando eu digo o óbvio?
— Eu não sou tão tímido quanto parece. É que vindo de você, é grande coisa para mim.
Junhwon fez uma cara de quem queria perguntar o que raios Jongseong queria dizer com aquilo. Só que ele não deu tanto tempo para o outro pensar no que dizer, porque sem nem perceber, ele já estava se preparando para beijar Jungwon.
A língua dele tinha gosto do vinho caro, aquele mesmo vinho que agora estava pela metade. E ele cheirava a alguma fruta cítrica, mas Jongseong estava perdido demais para conseguir especificar qual era.
O segundo beijo foi lento e de tirar o fôlego. No terceiro, o filme já não parecia mais tão interessante assim. No quarto beijo, Jonhseong já tinha se perdido completamente, sequer tinha percebido em que momento tinha deitado no sofá. Ele só sabia que gostava da sensação de ter o corpo de Jungwon em cima do dele.
Ele sabia que tinha que respeitar os limites de Jungwon. Como ele tinha dito na mensagem, o filme era para ser apenas filme. Mas ele parecia tão entregue ao momento que Jongseong poderia apostar que ele tinha se esquecido completamente da mensagem que tinha mandado. Então, achou melhor lembrá-lo para que não houvesse algum arrependimento depois.
— A gente para quando você quiser. Não tenho pressa.
O corpo inteiro se arrepiou conforme Jungwon assentiu, metade por causa das sensações e a outra metade pelo mistério que envolvia o ambiente, ele não sabia o que aquilo significava. A sala parecia quente demais. Pequena demais. Ele não teve certeza na hora, mas desconfiou de ter deixado um gemido escapar.
A essa altura, Jongseong já sabia que era apenas o segundo homem que Jungwon tinha tocado em toda a sua vida, então, ele já imaginava que era um terreno complicado e sabia que tinha que ir com muita calma. A vontade de levá-lo para o quarto e beijar cada centímetro de sua pele antes de fazer amor com ele naquela cama minúscula era a parte que gritava mais alto, mas até lá, ele tinha que se contentar com o agora. E agora, ele já tinha muito, porque saindo de seus pensamentos, ele tinha notado algo bom e engraçado demais para ser deixado de lado. Jungwon estava semi-duro apenas por Jongseong ter dito uma coisa qualquer em seu ouvido.
Jungwon sabia que era em vão torcer para Jongseong não perceber o volume patético em sua causa sem motivos maiores do que um beijo e algumas palavras sussurradas em seu ouvido. Mas era tarde demais, Jay já tinha notado a muito tempo e ambos sabiam disso. Aquilo deixava óbvio que fazia muito tempo que alguém tinha tocado nele daquela forma, mas agora, pela forma que ele puxava a cintura de Jongseong mais perto em busca de contato, qualquer um poderia perceber o quanto ele sentia falta daquilo.
A mão que estava dentro da blusa de Jungwon desceu devagarinho e parou no elástico da calça preta de moletom, o impulso que ele deu foi espontâneo e Jongseong não podia simplesmente negar o que lhe era pedido com um olhar. Começou tocando a ereção por cima da calça enquanto beijava o pescoço dele. Jungwon quase se contorceu quando o toque ficou ainda mais preciso, ele já estava tão duro que parecia incomodar de forma dolorosa.
— O quê foi? — Jongseong perguntou quando Jungwon desviou o olhar — A gente para por aqui se você quiser. Eu não vou reclamar nem um pouco se tiver que passar o resto da noite só beijando essa boquinha.
Jongseong passou o polegar nos lábios, agora muito inchados e avermelhados de Jungwon, que sorriu na hora.
— Você precisa parar de falar no pé do meu ouvido ou isso vai acabar antes mesmo de começar — Ele responde envergonhado, com a voz um pouco manhosa demais.
— Achei que você gostasse, estava gemendo até agora.
Jungwon riu alto antes de puxar Jongseong para um beijo molhado e completamente desajeitado. Quando o beijo acabou, Jungwon olhou para Jongseong fechar os olhos e enquanto respirava fundo com a cabeça enterrada em seu pescoço.
— Tá tudo bem?
— Estou ótimo! Só...
Junhwon entendeu sem precisar ouvir o fim da frase. Era óbvio que ele entenderia, estava acontecendo com ele também. A calça muito apertada estava deixando Jongseong desconfortável. Ele, assim como Jungwon estava desesperado para se livrar das próprias calças, conforme o tempo passava, eles buscavam por cada vez mais contato e ele percebia cada reação do corpo de Jungwon quando suas virilhas se tocavam.
Jongseong ousou um pouco mais, ainda atento com cada movimento de Jungwon e pronto para tirar a mão de dentro da boxer dele caso ele pedisse, mas o que ele recebeu de volta foi um aceno com a cabeça, indicando o quanto ele queria ser tocado ali. Jungwon estava molhado e quente, após Jongseong deslizar o polegar pela cabeça do pau de Jungwon, não foi difícil fazer nenhum outro movimento. Se livrar das vestes de baixo foi fácil para os dois.
Em um momento, Jungwon pareceu se preocupar com tudo em sua volta. Por olhar a porta algumas vezes, Jongseong sabia que provavelmente ele estava pensando em como estaria ferrado se Jake voltasse mais cedo sem avisar, e em como era estranho ser pego nú com outro homem no sofá da sala do seu amigo. Mas poucos minutos depois, quando Jongseong voltou para o sofá e o colocou sentado em seu colo, enquanto com uma única mão segurava e fazia movimentos cuidadosos masturbando os dois de uma vez só, os pensamentos se tornaram sobre eles. Apenas sobre os dois.
Ele notou o quanto o cabelo dele tinha crescido desde a última vez que se viram, e como ele ficava ainda mais bonito com os fios caindo sobre a testa. Jungwon se inclinou para beijá-lo, sem esquecer de deixar um espaço para Jay poder continuar tocando os dois. Jay mal dava tempo para o outro respirar, estava começando a sentir os batimentos acelerarem e seu corpo reagia com desespero tentando buscar mais contato. Entretanto, ele também sentia o corpo de Jungwon ficar mais tenso em cima de seu colo e soube que o alívio estava próximo.
Jumgwon voltou para a posição que estava ante e Jay fez questão de resmungar quando o beijo foi quebrado, em seguida, outro gemido mais arrastado escapou e esse atingiu Jungwon de uma forma diferente, porque no mesmo instante ele sentiu aquele desconforto no abdômen e pouquíssimo tempo depois, a mão de Jongseong estava impregnada do líquido branco. Não apenas a mão, a blusa de Jay e o sofá preto de Jake também estavam respingados, e então, os dois perceberam que grande parte da bagunça entre eles era de Jongseong.
Com o corpo relaxado, Jungwon se permitiu dar risada de toda a situação antes de deixar um selinho nos lábios de Jongseong, que parecia estar divagando em outra realidade.
— Gostei muito de você ter personalizado a minha camiseta, mas acho que vou precisar de uma sua emprestada quando for pra casa — Jongseong disse rindo e sem abrir os olhos, quando abriu, ficou sem graça ao notar para onde Jungwon olhava rindo — Merda! Seu amigo vai matar a gente.
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Eu gostaria de reagir a esse capítulo com uma figurinha...
Muito obrigada pelas 60 leituras e espero que tenham gostado desse capítulo.
(me desculpem pelos erros e se tiver algum emoji perdido pelo texto, eu uso eles pra sinalizar onde colocar a fonte em italico e etc)💜💜
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