14.Epílogo

Cinco longos anos haviam se passado desde a última vez que Alétheia o viu partir. Tortuga, agora um lugar completamente diferente do caos desordenado de antes, prosperava sob sua liderança. Mas naquela manhã, um pressentimento se instalou no peito da sereia, algo que ela não conseguia ignorar, mesmo enquanto supervisionava o carregamento de mercadorias nos portos.

O sol já estava alto no céu, brilhando sobre as águas calmas do mar. De repente, um grito ecoou da vigia do porto, chamando atenção de todos ao redor. "Navio à vista!" Alétheia, que conhecia o mar como ninguém, sentiu o coração acelerar e, de imediato, seus olhos se voltaram para o horizonte.

A brisa do oceano soprou mais forte, carregando a promessa de mudança. Lá, emergindo lentamente na linha onde o céu e o mar se encontravam, as velas vermelhas inconfundíveis surgiram. O Red Force, imponente como sempre, cortava as águas com a mesma grandiosidade que sua tripulação lendária. As ondas se abriam em reverência ao seu avanço, e os mastros altos dançavam sob o vento, carregando o símbolo da tripulação que já era temida e respeitada em todos os mares.

Os sussurros se espalharam rapidamente pelo porto, marinheiros e mercadores parando suas atividades para olhar. Aquela silhueta grandiosa trazia memórias de tempos gloriosos, de histórias de aventuras e perigos enfrentados. Cada metro que o navio avançava, mais claro ficava quem estava a bordo.

Alétheia observava em silêncio, os olhos fixos no navio. Os cinco anos de ausência pareciam se dissolver na água diante dela. O Red Force se aproximava como um predador silencioso, o casco robusto cortando as ondas com uma suavidade impressionante. As velas tingidas de vermelho sangue contrastavam com o azul do céu e do mar, e o emblema da tripulação pirata reluzia, imponente, sob a luz do sol.

As lembranças daquele ruivo provocador inundaram sua mente. As promessas, os sorrisos, os beijos intensos e os toques que ainda queimavam na sua pele, mesmo depois de tanto tempo. Ele havia prometido que aquilo nunca seria um adeus, e agora, a promessa estava sendo cumprida.

Os murmúrios à sua volta se intensificavam conforme o Red Force se aproximava do porto. A cidade inteira parecia segurar a respiração, ciente de que a chegada daquele navio não era qualquer evento. Alétheia, por outro lado, permanecia serena, seus olhos presos à figura que certamente estava no convés, observando a ilha que, de certa forma, sempre lhe pertencia, uma que Shanks ficava ali, então compreenderam que se tratava do porto do ruivo.

O navio finalmente atracou, balançando levemente nas águas calmas do porto. A expectativa estava no ar, quase palpável. E então, com o ruído das cordas sendo puxadas e âncoras sendo lançadas, a tripulação começou a descer. Mas Alétheia sabia que, em algum momento, ele surgiria. E quando surgisse, o tempo que havia passado pareceria insignificante.

Os primeiros piratas começaram a desembarcar, trazendo consigo a energia caótica e a familiaridade de anos no mar. Alétheia permaneceu onde estava, observando enquanto a tripulação de Shanks se espalhava pelo porto, rindo e gritando, mas sua atenção estava focada em apenas uma pessoa. Seus olhos percorriam o convés, em busca da figura que dominava seus pensamentos, e então, ele surgiu.

Shanks desceu lentamente do navio, os olhos tão penetrantes quanto Alétheia lembrava, brilhando com aquele mesmo misto de provocação e calor. O ruivo estava exatamente como ela se recordava, talvez com um toque a mais de maturidade nos traços e cicatrizes que só o tempo e as batalhas podiam proporcionar, mas ainda inegavelmente o mesmo pirata que havia deixado Tortuga anos atrás. Ao avistá-la, um sorriso de canto tomou conta de seu rosto, e ele parou por um instante, observando-a com aquele olhar profundo que sempre fazia seu coração acelerar.

Alétheia sentiu uma onda de calor percorrer seu corpo, os nervos à flor da pele. Ela vestia um longo vestido branco, com os ombros expostos e o tecido leve fluindo ao redor de suas pernas com cada brisa que passava, exatamente no estilo que fazia jus à elegância de uma verdadeira Swan. Seus cabelos verde-água, agora mais longos, estavam trançados até a altura de sua bunda, contrastando de forma magnífica com o branco imaculado de seu vestido. O vento jogava algumas mechas soltas ao redor de seu rosto, e ela sabia que estava linda naquele momento, uma visão que ele jamais esqueceria.

Shanks deu alguns passos à frente, o sorriso crescendo em seu rosto enquanto seus olhos percorriam cada detalhe dela. O mundo ao redor pareceu desaparecer, e só havia os dois ali. Ele parou diante dela, tão perto que Alétheia podia sentir o calor de seu corpo. Seus olhos encontraram os dela, e por um instante, foi como se os cinco anos de distância nunca tivessem existido. O desejo, a saudade, o sentimento bruto de pertencimento estavam todos ali, entre eles.

— Ainda tão bela quanto a última vez que nos vimos, sereia — Shanks murmurou, a voz rouca e cheia de significado.

Alétheia não pôde evitar o sorriso que se formou em seus lábios. — E você ainda tão cafajeste quanto antes, ruivo.

Antes que ela pudesse dizer mais, Shanks agarrou sua cintura com a única mão que tinha, puxando-a para perto de si de uma forma que parecia natural, como se ela sempre tivesse pertencido ali, junto a ele. O movimento foi intenso, como ele sempre era. Alétheia sentiu seu corpo se chocar contra o dele, e seus olhos não conseguiram se desviar dos lábios que se aproximavam. O aroma de rum e sal do mar a envolveu, aquele cheiro tão característico dele que fazia seu corpo reagir de imediato.

— Senti sua falta, Alétheia — ele confessou baixinho para que só ela ouvisse, e antes que pudesse responder, os lábios de Shanks encontraram os dela com uma urgência que ela reconhecia muito bem.

O beijo foi avassalador. Não havia mais distância, não havia mais anos de separação. Só existia o agora. Os lábios de Shanks se moviam com fome, capturando os dela com uma intensidade que a fez esquecer o mundo ao redor. O calor dele invadiu o corpo de Alétheia, e ela retribuiu com a mesma vontade. Suas mãos subiram automaticamente para os ombros dele, sentindo os músculos firmes sob o tecido da camisa, enquanto seu corpo se moldava ao dele, encaixando-se de maneira perfeita.

Shanks apertou sua cintura com mais força, aprofundando o beijo, explorando cada canto de sua boca com a língua, e Alétheia suspirou contra os lábios dele. Aquele era o beijo que ela ansiava por anos, o beijo que preenchia todas as lacunas deixadas pela distância. Os lábios dele eram quentes, provocantes, e cada movimento seu parecia uma promessa não dita. Ela sentiu os dedos dele deslizarem pelas suas costas, os toques habilidosos deixando um rastro de calor por onde passavam, enquanto ele a segurava como se nunca mais fosse deixá-la ir.

O beijo se tornava mais intenso, mais urgente. Alétheia podia sentir o coração de Shanks batendo acelerado contra o peito dele, tão rápido quanto o dela. Seus corpos estavam tão próximos que era impossível distinguir onde um começava e o outro terminava. Ela se sentia perdida no toque dele, nos suspiros que escapavam de seus próprios lábios, na forma como ele a segurava como se ela fosse sua âncora, a única coisa que o mantinha firme no meio do caos.

Quando finalmente se separaram, ofegantes, os olhos de Shanks estavam fixos nos dela, brilhando com desejo. Ele sorriu, um sorriso lento, quase possessivo, enquanto passava os dedos pela bochecha dela, afastando uma mecha solta de cabelo.

— Isso nunca foi um adeus — ele sussurrou, os lábios ainda próximos o suficiente para que ela pudesse sentir o calor de sua respiração.

— Não, nunca foi — Alétheia respondeu, ainda tentando recuperar o fôlego, o coração disparado no peito.

E, naquele momento, enquanto ele a segurava firmemente contra si, ambos sabiam que, por mais que o tempo passasse, eles sempre encontrariam o caminho de volta um para o outro. O destino deles estava entrelaçado, assim como seus corpos estavam agora, envoltos na sensação quente e inegável de pertencimento feito por uma escolha do coração.

Fim.

A Foto acima não me pertence.

Muito obrigada por cada leitura, estrelinha e carinho com a fic. Confesso que eu também fiquei imaginando um mini Shanks correndo pelas ruas de Tortuga, mas não foi dessa vez.
Shanks e Alétheia se despedem aqui e em breve outras virão.

Lembrando que tem FICLIST de ONE PIECE no meu perfil, então me segue para não perder nada ;)

Até a próxima piratinhas! 👒

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