Capítulo 48

Londres Trouxa.
Mattheo Riddle.

Minha cabeça ardia de tanto doer e parecia que um caminhão trouxa tinha passado umas três vezes por todo o meu corpo. Resmungo de dor e sem coragem de abrir os olhos. Tento me mover e recebo pontadas de dores por toda a extensão do meu corpo.

Abro meus olhos devagar, tentando me acostumar com a claridade. Com a visão ainda turva, vejo um corpo sentado em minha frente e tento pegar minha varinha, tateando minha calça. Sem sucesso. Pisco mais algumas vezes tentando me acostumar com o ambiente claro e percebo que estava sem meus sapatos e blusas, estava em uma cama desconhecida coberto até a barriga, onde tinha vários hematomas e machucados sendo tratados.

Fico confuso com tudo isso e tento focar minha visão na pessoa sentada a minha frente, me surpreendo em seguida com quem eu vejo.

Rodolphus dormia todo desengonçado na cadeira.

Tento recapitular todo o meu dia anterior e não consigo entender o que estou fazendo com eles e muito menos onde estou. Rapidamente, tira um travesseiro de minha cabeça e jogo nele, fazendo-o acordar assustado com as mãos para cima fechados em punho, como se estivesse se preparando para dar um soco em alguém. Ao me ver, suspira aliviado.

Abro a boca para falar alguma coisa e a porta de entrada é aberta. Rabastan chega carregando uma enorme sacola e três cafés. Ele abre um sorriso quando me vê e faço uma careta não entendendo mais nada.

- Bom dia, dorminhoco – Rabastan brinca.

Rodolphus se levanta e vai até o irmão pegando um dos cafés e a enorme sacola para ver o que tem dentro, se sentando em uma das camas. Rabastan vem até mim e coloca os dois copos de café na mesa ao lado e me ajuda a sentar na cama, com as costas encostada na cabeceira.

- Obrigado – agradeço assim que ele me da um café, dou um gole rapidamente, soltando um suspiro de alívio em seguida, estava precisando disso e não sabia – Onde estou? Por que eu estou com vocês? O que aconteceu? – faço as perguntas rapidamente

Rodolphus solta um riso.

- Bom... – ele começa – Nem eu sei onde estamos, só sei que é um hotel de estrada em Londres na parte Trouxa. Então, sem magia – fala me entregando minha varinha – Estamos juntos, por que eu e meu irmão te salvamos da morte eminente – termina e volta a comer um pão.

Sinto um tapa suave na minha cabeça fazendo as dores voltarem com tudo e olho indignado para o lado encontrando Rabastan, que me olhava com raiva

- Você é maluco? – pergunta e fico confuso - Quem você pensa que é para desafiar Voldemort desse jeito? Queria morrer? - ele pergunta e fico calado

Morrer...

Sinto meus olhos lacrimejarem e lembro de Jasmine. Ela está morta.

Abaixo a cabeça e tento segurar as lágrimas

- Por que não me deixaram lá para morrer? - pergunto com a voz embargada - Por que estão aqui, não deviam estar em um enterro agora? – tento esconder meu rosto vermelho

Sinto uma mão em meu ombro e a cama se afundar na minha frente

- Riddle... – Rodolphus sussurra e nego com a cabeça não querendo ouvir ninguém

- Ela não está morta – Rabastan solta rapidamente me fazendo olhar para ele surpreso e com os olhos arregalados enquanto lágrimas ainda caíam por minha bochecha.

- O que? – sussurro não entendendo

Rabastan respira fundo e se senta ao lado de seu irmão

- Eu vi as memórias de Rabastan – Rodolphus fala atraindo minha atenção – No momento em que ele e Theodore aparataram, uma mulher ruiva apareceu e a tirou de lá - sorri esperançoso - Só temos que saber onde Jasmine está agora para levarmos você até ela - fala e sinto meu corpo se encher de esperanças novamente

- É sério? - pergunto intercalando meus olhos para os gêmeos que assentem juntos - Mulher ruiva? - pergunto novamente, agora, com um sorriso no rosto de felicidade.

Os gêmeos se entreolham confusos.

- Você a conhece? - Rabastan pergunta e afirmo, ganhando sorrisos aliviados dos dois.

- Quem é? - Rodolphus pergunta e sinto meu sorriso quase rasgar meu rosto de tamanha alegria, levo o copo para minha boca bebendo o café rapidamente.

- Lilian Evans.

O olhar de espanto deles foi bastante cômica. Minha barriga dói assim que solto uma risada, fazendo minha mão ir até o local.

- Como? - os dois perguntam juntos.

- Voto perpétuo - respondo dando de ombros.

- Você sabe onde ela está? - Rodolphus pergunta e nego com a cabeça.

- Ainda não, mas vai ser questão de tempo até eu descobri.

Eles acenam com a cabeça e se olham com esperança. Rabastan levanta a cabeça para o céu e fecha os olhos rindo, como se estivesse agradecendo.

Rodolphus coloca uma mão em seu ombro e sorri assim que o irmão o olha, os dois se abraçam rapidamente e me olham. Solto um meio sorriso e abaixo a cabeça.

Sinto um movimento e levanto a cabeça novamente, vendo os dois vindo para cima de mim, me abraçando.

- Ta doendo - murmura esmagado pelo abraço.

Eles soltam uma gargalhada e me olham.

Rodolphus dá um tapa — um pouco mais forte que o normal — em meu ombro me fazendo gemer de dor.

- Finalmente fez algo que pense, em - brinca e faço uma cara de indignado.

Rabastan solta uma gargalhada e volta a comer, assim como seu irmão. Reviro os olhos e pego o saco da mão deles, que soltam uma risada baixa.

[...]

Haviam se passado dois dias desde o incidente e desde então não saímos daquele quarto de hotel.

Estava agoniado preso naquele cômodo, queria ver com meus próprios olhos Jasmine viva e claro, agradecer imensamente a Evans, que agora é Potter, por isso. Claro que ela não tinha escolha, mas mesmo assim, agradecê-la.

Nesses dois dias me recuperei o bastante para poder não ser um peso total à Jasmine e claro, ajudá-la em sua recuperação, que com certeza estaria pior que a minha. Já consigo ficar em pé e dar pequenos passos. Confesso que os gêmeos são ótimos colegas de quartos, mas isso eu não diria à eles.

No momento, Rabastan está fora procurando um meio para nos fazer sair daqui enquanto eu e Rodolphus nos mantíamos informados sobre o mundo bruxo. Parece que Voldemort mandou um esquadrão de Comensais atrás de mim, ele acredita que algum bruxo esteja me acobertando. O bom, estávamos livres no mundo trouxa, ele nunca iria pensar em me procurar aqui.

Então, depois de muita insistência e conversas, finalmente entramos em um acordo e iríamos procurar por Jasmine.

Alguns minutos se passaram e Rabastan entra no quarto com um pequeno sorriso e girando uma chave na mão.

- Consegui um carro - ele se gaba enquanto fico confuso, assim como seu irmão.

- O que é um carro? - perguntamos juntos fazendo o recém chegado revirar os olhos.

- Um meio de transporte trouxa - responde dando de ombros.

- Como você sabe tanto sobre o mundo trouxa? - Rodolphus pergunta desconfiado.

Seu gêmeo dá de ombros e se joga na cama novamente.

- Então, estamos esperando o que para sairmos? - indago impaciente.

- Nada, vamos logo - Rodolphus se levanta pegando sua varinha enquanto me dava o cinto que ele transfigurou, era a mala da Jasmine com nossas coisas.

Pego rapidamente o objeto colocando em minha calça, assim como minha varinha.

Todos nós estávamos vestido praticamente iguais. Calça jeans escura, tênis preto e blusas de manga, sendo que a minha era preta enquanto a dos gêmeos eram verde escura.

Rabastan pega a chave e juntos caminhamos para fora do quarto. Todos nós estávamos de boné, para evitar qualquer problema. Mesmo no mundo trouxa, podiam ter gente vigiando, então todo cuidado era pouco.

- Você sabe usar isso? - pergunto apontando para o veículo ganhando um acenar de Rabastan.

- Eu li o manual quando estava vindo - responde de forma simples.

Rodolphus e eu nos encarando com as sobrancelhas arqueadas e respiramos fundo.

Era nossa chance.

Há algumas horas atrás, havia mandado um patrono para a Potter perguntando onde ela morava que estávamos indo até ela. Sua resposta veio rapidamente, juntamente com a confirmação de que Jasmine estava viva e se recuperando lentamente.

Então, com uma velocidade parcialmente lenta, Rabastan dirigia por entre as ruas movimentas de onde estávamos até Godric's Hollow.

A casa em si era pequena. Tinha dois andares e a vizinha era agradável, tornando o ambiente em si acolhedor. Um pequeno sorriso sai dos meus lábios ao ver que Jasmine estava sendo bem tratada.

Meu coração começa a acelerar conforme nós íamos nos aproximando da porta, pelo canto de olho percebo que os gêmeos estão inquietos assim como eu.

Bato afobamanete na porta e respiro fundo, tentando manter a calma.

Lentamente ela é aberta, revelando James Potter com um sorriso no rosto.

- Oi - ele cumprimenta de forma agradável e nos dá passagem.

Entramos juntos e ficamos parados no hall de entrada, observando a casa. Por dentro ela era ainda mais aconchegante. Um cheiro delicioso saia da cozinha parecendo algo extremante gostoso, fazendo minha barriga roncar.

- Sejam bem vindos a minha humilde residência - o Potter fala alegremente fazendo nós três sorrir, levemente sem graça - Bom, depois batemos papo, não é mesmo? - indaga brincalhão caminhando para as escadas - Acredito que tenha uma pessoa que queiram ver - James nos chama com a mão e sem pensar duas vezes, sigo até ele.

Nós quatro subíamos as escadas silenciosamente. Passamos por um corredor e paramos no final dele, em frente a uma porta.

James bate suavemente e escutamos um entre bem baixinho.

Sem pensar duas vezes, entro rapidamente.

Meus olhos lacrimejam na mesma hora ao ver a cena.

Era uma mistura de sentimentos que jamais pensei em sentir.

Jasmine estava deitada em uma cama com Lily do seu lado, fazendo o curativo em sua barriga. Ela rapidamente abaixa a blusa e olha para porta, me encontrando nela. Seus olhos se arregalam assim como sua boca abre um pouco.

- Mattheo? - sua voz embargada é como a melhor sinfonia em meus ouvidos.

- Sou eu meu amor - respondo me segurando para não chorar.

A Potter se levanta do seu lado e rapidamente caminho até ela, me sentando ao seu lado.

- Oi - murmuro com os olhos vermelhos de prender o choro.

- Oi - ela responde colocando suas mãos em meu rosto, fazendo com que eu fechasse os olhos e deixassem as lágrimas escaparem.

Ela acariciava meu rosto e meus cabelos. Levo minhas mãos para seu rosto também, seguindo seu passo e abro os olhos, olhando diretamente para os seus esverdeados.

Sorrimos ao mesmo tempo um para o outro e sem pensar duas vezes, elimino a distância e beijo seus lábios em um selinho demorado.

- Eu te amo - ela sussurra e deixo uma lágrima cair.

- Eu te amo.

✦ Oi seguimores, estão bem? Espero que sim.

✦ O que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado.

✦ Capítulo não revisado, então desculpa qualquer erro.

Beijinhos no coração e não esqueçam de comentar e votar.

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