Capítulo 46

Mansão Riddle.
Mattheo Riddle.

O medo era algo engraçado de se sentir. Ele te mostrava que tinha algo de muito valor a se perder, o tornando fraco de certa forma.

Medo e angustia, era o que sentia nessa manhã ensolarada e bonita de ver através de minha janela do quarto.

Em todos esse anos, nunca havia sentido algo parecido, me deixando com raiva de mim mesmo por estar tão perdido. Minhas mãos tremiam levemente a cada vez que ficava quieto em um canto, quando conseguia, já que estava quase fazendo um buraco no chão.

Já se passaram algumas horas desde que Jasmine havia ido para a missão que meu pai ordenara a meses atrás com Theodore e Rabastan. Sinceramente, não sei o que se passou na cabeça de Voldemort para mandar três pessoas sem preparo nenhum para atacar uma das Sedes da Ordem da Fênix.

A porra de três adolescentes.

Estava andando de um lado para o outro em meu quarto, com uma mistura de sentimentos. Raiva, dor, medo, angústia. Não consigo entender a cabeça dele para mandar logo a Jasmine, a garota mais pura que conheço, para matar pessoas.

- Por que ele não me mandou? - indaga em meus pensamentos totalmente raivoso.

Sem mais aguentar, sigo para o escritório dele. Entro brutamente sem bater e nem nada, o encontrando sentado em sua cadeira como um rei e minha mãe em seu colo fazendo carícias em seu rosto.

Faço uma careta de nojo para essa cena

Voldemort olha para mim com as sobrancelhas arqueadas e minha mãe dá um sorriso. Ela se levanta do colo do meu pai e vem até mim, pegando em minha mão e me conduzindo para me sentar na cadeira em frente da mesa dele.

Voldemort me olhava profundamente e eu sustentava seu olhar cheio de raiva

- Por que está aqui, Mattheo? – ele pergunta acendendo um cigarro

- Ora essa – minha mãe se intromete voltando a se sentar em seu colo, pegando o cigarro e apagando o mesmo – Ele é nosso filho, aposto que quer ficar um tempo conosco – ela falava me olhando profundamente, para me fazer concordar indiretamente.

- Exatamente isso – confirmo com o rosto contorcido em raiva

Voldemort dá de ombros, ignorando a minha presença e voltando a sua atenção a minha mãe

Olho para aquela cena com nojo.

Como uma mulher tão boa como ela consegue ter um relacionamento como esse com o meu pai? Como eles agem como se nada estivesse acontecendo?

Com raiva e sem mais aguentar essa imagem, soco a mesa em minha frente

Os dois me olham, minha mãe com os olhos arregalados de pavor e meu pai com deboche

- Tem alguma coisa te afligindo, Mattheo? – pergunta cinicamente

O olho com raiva enquanto travava meu maxilar.

- Claro que não, querido – minha mãe começa dando alguns beijos no rosto de meu pai, tentando tirar sua atenção de mim – Ele com certeza não fez por mal – termina dando alguns selinhos nele, que sorri para ela

Reviro os olhos

- Na verdade, tem uma coisa sim me afligindo – começo ignorando a tentativa de minha mãe e ganhando a atenção dos dois - Uma coisa que não entendo, na verdade. Como três adolescente sem preparo e reforço nenhum, são mandados para eliminar uma das Sede da Ordem, no qual, vão estar com diversos bruxos? – termino vendo minha mãe suspirar derrotada

Voldemort abre um sorriso macabro, tirando minha mãe de seu colo e se sentando em minha frente na mesa

- Está questionando minhas decisões? – pergunta e me levanto, ficando na sua altura

- Sim, até porque não foi uma decisão tão sábia assim – respondo ganhando um tapa no rosto

Ouço um lamento de minha mãe e olho para meu pai com mais raiva ainda

- Nunca questione as ordens de seu Lorde – Voldemort responde acendendo um cigarro e indo até uma das janelas – Pense nisso como um castigo – fala debochadamente se virando para mim, pega o cigarro em seus dedos e aponta o mesmo para mim – Acha que não vejo como aquela cadela está fazendo a cabeça do meu próprio filho, virando-o contra seu próprio pai? – pergunta fazendo com que eu cerrasse os punhos.

Sinto minha mãe segurar minhas mãos enquanto negava com a cabeça quando tento avançar no mesmo.

- Então isso é um castigo para mim? – pergunto e ele assente – Por que então não me mandou no lugar ou até mesmo não me puniu como sempre fez? – pergunto e ele me olha, com um sorriso no rosto.

- Não ia ser a mesma coisa – fala simples – Agora saber, que a mulherzinha que ama não está mais aqui, tem um impacto mais profundo – ele comenta rindo – Aliás, tenho grandes planos para você com a filha do primeiro-ministro russo, afinal está na hora de expandir os negócios – fala em um tom de falsa felicidade abrindo os braços.

Sinto uma raiva crescer em mim e minha magia começar a se desestabilizar, quebrando alguns pertences de meu pai, que não se abala nenhum pouco.

- Saia daqui Mattheo – minha mãe fala furiosamente – AGORA – ela grita autoritária, me fazendo marchar com raiva para meu quarto novamente

Chego em meu quarto puto da vida, dando socos em tudo que podia, quebrando móveis e chutando a cadeira que ficava na minha mesa de estudo. Pego a minha varinha, começando a lançar feitiços para desestressar.

Caio na cama com as mãos na cabeça e com uma imensa vontade de chorar com medo de alguma coisa acontecer a Jasmine.

[...]

Do meu quarto, escuto alguns sons de aterrisagem e saio correndo. Encontro os Lestrange's e Nott's na sala de visita com minha mãe, e sem tempo para os cumprimentar, saio correndo para o Jardim, com eles me seguindo encontro apenas dois corpos deitados no mesmo, fazendo meu sangue gelar.

Rabastan e Theodore se contorciam de dor

Vejo Pandora, se aproximando de seu filho e começando a acariciá-lo. Minha mente está pifando, não consigo pensar e ver mais nada. Tudo começou a ficar preto em meu campo de visão e só conseguia pensar nela.

Jasmine.

Cadê ela?

Com meu peito subindo e descendo rápido e de forma pesada, finalmente tomo coragem.

- Cadê a Jasmine? – eu e Rodolphus perguntamos ao mesmo tempo.

Rabastan nos olha e abaixa a cabeça chorando, fazendo meu coração parar por alguns segundos ao mesmo tempo que uma vontade de chorar vem a tona rapidamente.

Escuto bem longe Pandora perguntar novamente e sinto que vou desmaiar ou vomitar a qualquer momento.

Volto a realidade quando escuto a voz de Rabastan.

- Ela... lançaram uma magia muito forte nela – responde chorando, enquanto mostrava suas mãos ensanguentadas – Não consegui protegê-la - solta um soluço alto - Sua barriga estava com um imenso buraco e ela estava perdendo muito sangue. Eu juro que tentei estancá-lo, mas os ataques voltaram com mais intensidade e antes que pudesse pensar em alguma coisa, Nott nos aparatou para cá - faz uma pausa para tentar respirar - Não consegui trazê-la comigo – sinto o ar sair dos meus pulmões e coloco minha mão no peito – Me desculpem, eu sou um péssimo irmão que não conseguiu protegê-la – pedia desesperado

Não estava conseguindo respirar, minha cabeça e peito doíam como se fossem explodir a qualquer momento e me seguro para não chorar

Escuto choros ao meu redor e parece que fui tirado da terra, parecia que estava em um limbo flutuando, sem noção de nada ao meu redor

Sem pensar duas vezes, retiro minha varinha das minhas vestes e sigo para o escritório do meu pai. Escuto os gritos desesperados de minha mãe, quando passo por ela, sinto braços me envolverem para me fazer parar e empurro rapidamente seja lá quem for, e continuo a seguir para meu destino de origem

Lanço um feitiço na porta do escritório de Voldemort, fazendo ela se quebrar em vários pedaços. Ele lia o profeta diário como se nada estivesse acontecendo.

Ele abre um sorriso enquanto fechava o profeta e guarda em uma das gavetas de sua mesa

- Acredito que para tal comportamento aqui me mostrado, meu plano saiu perfeitamente bem, estou certo? – pergunta abrindo um sorriso

Minha mão tremia e agora, saiam lágrimas silenciosas de meus olhos

- Mattheo, pare agora – minha mãe pedia desesperada da porta

Vejo Voldemort acenar com a sua mão, fazendo os estilhaços da porta se unirem formando uma nova e aparecendo em seu lugar novamente, fazendo ela se fechar atrás de mim em um baque, sendo selada com um feitiço para minha mãe não entrar. Ele sai de trás de sua mesa, dobrando as mangas de sua blusa e deixando seu braço a mostra.

Escutava os murros e batidas desesperados de minha mãe tentando entrar.

- Agora, iremos ter uma conversinha de homem para homem – avisa com um olhar indecifrável.

Empunho minha varinha, lançando a primeira magia que vinha na minha mente. Crucio. Quero fazê-lo sofrer do mesmo jeito que ele sempre me fez.

Ele desvia do feitiço sem muito esforço e faz uma falsa cara de mágoa.

- Quer cruciar seu pai? – pergunta com uma falsa tristeza, colocando a mão no peito.

Sem pensar direito, começo a lançar inúmeros feitiços e maldições nele, no qual desvia de todos perfeitamente bem e sem esforço nenhum.

Começo a ficar cansado e esgotado, psicologicamente e fisicamente, tento me segurar em uma das cadeiras em minha frente e volto a chorar, dessa vez, chorava e soluçava ao mesmo tempo.

Ele finalmente conseguiu me quebrar por inteiro. Tirou o meu ponto de paz. Tirou a chance de eu ter uma vida boa e feliz.

Ele me tirou tudo.

Minhas pernas começaram a falhar e caio de joelhos no chão, ainda chorando, quando sinto o primeiro soco ser deferido em meu rosto me fazendo cair de vez no chão e cuspir sangue.

Mais um soco, mais outro, um chute em minha barriga, chute em meu rosto, mais socos. Ele distribuía socos e chutes por todo o meu corpo. Pega minha cabeça e bate no chão, me fazendo ficar zonzo. Estava começando a perder a consciência quando ele para.

Voldemort agarra meus cabelos, me fazendo olhá-lo e solta um riso

- Fraco – ele fala e cospe em meu rosto, me jogando no chão novamente

Limpo meu rosto rapidamente com fúria nos olhos e tento me levantar, cambaleio um pouco e me apoio na cadeira. Ele dá um soco forte minha barriga, me fazendo voltar para o chão com falta de ar e dor.

- Te criei para ser um Lorde, um homem forte que um dia assumiria meu legado e não uma mocinha que chora por um rabo de saia – cuspe as palavras com raiva enquanto me contorcia de dor no chão – Isso é culpa de sua mãe – afirma enquanto pegava um lenço para limpar suas mãos do meu sangue

Voldemort pega a sua varinha e abre um sorriso

- Crucio – pronúncia apontando-a para mim – Você vai aprender a ser homem agora – ele falava enquanto sustentava sua magia em mim

Tento não gritar por um momento, o que é bem difícil. Parece que estou sendo esfaqueado por mais de mil facas ao mesmo tempo. A dor é delirante. Voldemort intensifica a maldição e começo a não aguentar mais, a dor era enorme e começo a gritar enquanto me debatia no chão.

Os gritos de minha mãe agora são abafados pelo meu.

Começo a chorar de dor.

Dor pela tortura no meu físico. Dor no meu psicológico por ter perdido a única pessoa que me fazia feliz e que me amava. Dor pelo meu próprio pai não me amar. Dor pela dor que minha mãe deve estar sentindo ouvindo seu único filho ser torturado. Era apenas dor.

Sem mais aguentar, sinto meus olhos se fechando e vejo o lindo sorriso de Jasmine.

Isso é um sinal? Estou indo me encontrar com o meu amor e finalmente te paz?

Solto um sorriso em meio a tortura. Finalmente viverei em paz com Jasmine, apenas eu e ela, por toda a eternidade.

Finalmente fecho os olhos parando de sentir dor.

Estou chegando meu amor.

✦ Oi seguimores, estão bem? Espero que sim.

✦ O que acharam do capítulo? Espero que tenham gostado.

✦ Queria me desculpar pelo sumiço, isso não foi nenhum pouco legal mas não estava conseguindo conciliar a minha vida com a escrita aqui na plataforma, por isso, peço inúmeras desculpas.. Não prometo voltar com a atualização recorrente como antes mas tentarei me esforçar mais um pouco para atualizar o máximo possível sem ficar esse tempo todo inativa.

Beijinhos no coração e não esqueçam de comentar e votar.

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