9•Eu te amo!
William estava ainda no mesmo lugar e depois de um tempo quando ouviu o grito de Beatriz mando ele ir, ele sorriu em saber que ela ainda tá viva, mas temia saber por que ela gritou daquele jeito.
As luzes voltaram uns minutos depois e ele ainda permaneceu no mesmo lugar.
-5 ainda estão no jogo.__a voz dele no auto falante soou em uma risada.-vejo que um de vocês não seguiu o pedido da coleguinha e da professora, deixou a dupla pra trás, que feio.__ele fez um som como se dedaprovasse a atitude.-mas tem uma dupla que me deixou chateado, não querem brincar e mataram meus companheiros, me jogaram extintor, isso mágoa.__um falso drama.__Mas admiro a resistência de sobreviverem ao último jogo na cozinha, assim como gostei da atitude da jovem surda de me enfrentar, ela tem fibra, pena que ela não me escuta. Será que ela e o parceiro serão os vencedores pra me verem sem máscara?__a mudança de humor desse sádico é inacreditável.
William gelou, seu corpo tremia e ele sentia que suava frio.
Aquela maldita voz narrou tudo e o que mais deixou William nesse estado, é saber que Beatriz o enfrentou. Queria ver ela, precisava saber que ela estava bem.
Ele não pode negar, quer a abraçar, ele não disse tudo antes do plano dela começar, tinha mais coisas pra dizer, mas não disse. Ele precisa dizer, precisa tocar ela pra saber que ela está bem.
Quando passos foram ouvidos William encarou a entrada. Notou um par de pés descalços e andar pro armário metálico a frente da onde William estava.
Só poderia ser ela!
Beatriz segurou o mesmo jogando pra frente, ignorou o corpo morto ali, a bagunça. Só precisava ver William, quando o armário tombou e só parou quando encontrou a outra parede, William bateu na tampa atracando a mesma e saiu com rapidez dali.
Ao se levantar ele abraçou a mesma com força e as lágrimas que ele prendeu saíram como uma enxurrada.
Os braços da mesma envolveram ele com força e fechou os olhos, estava feliz de o ver bem, seguro.
William se afastou segurando o rosto dela.
__está bem? Eu ouvi o aviso dele no alto falante, você o enfrentou, está bem mesmo?!__ela estreitou os olhos pra ler os lábios do mesmo e logo concordou.
__consegui.__ela sorri e o mesmo beijou o rosto da mesma.
Ele retirou a mochila das costas pegando a echarpe molhada ainda e a mesma ficou surpresa, ele guardou.
__você não sai mais sozinha.__avisou amarrando o pulso dela e logo o dele.__vamos ser uma dupla juntos, eu não vou mais ficar longe de você!__ela concorda sorrindo.
Era agora ou nunca, ainda estavam em perigo, ele precisa dizer.
Segurando a mão da mesma ele olhou o rosto dela, enquanto com a outra mais secava as lágrimas que não paravam de escorrer.
__Beatriz, existe pelo mundo a fora amor a primeira vista, mas no meu caso é amor ao primeiro desespero.
Os olhos da mesma se arregalaram ao entender o que ele quis dizer.
__você tá dizendo que me ama?__a voz soou mais alta do que em todo o processo sem os aparelhos, Beatriz agora gritou, assim como gritou na fuga, William sorri sem se importar.
__amo, eu te amo Beatriz!
__eu não sou quem você pensa.__ela abaixou a cabeça e ele segurou suas mãos e a mesma o olhou.
Que ela fale alto, que ela grite. Ele não tem certeza se irá sobreviver, quer ouvir que não está se iludindo sozinho, quer dizer o que sente.
Sentimento que surgiu tão rápido e inesperado, mas não é só o medo, ele sabe que não é. O jeito dela o encantou, ele a ama e isso ninguém mudará. Que ele morra! Se ela sobreviver ele ficará feliz, se ambos morrerem juntos naquela maldita noite, ele pelo menos tentou salvar ela, ele pelo menos disse o que sentia.
__você é Beatriz, a jovem mais extraordinária que eu já conheci. É astuta e corajosa. Isso deixou de ser só uma dupla, eu quero ser mais que sua dupla nessa loucura. Somos diferentes, e daí? Dizem que os opostos se atraem, a gente é a prova.__ele sorri e uma lágrima escorreu dos olhos da mesma.
Ninguém nunca disse isso a ela, seu primeiro e último namorado a largou após ver como a mesma era, nas palavras dele ela não era delicada, parecia mais um menino que uma menina.
E William não parece se importar com isso, por algum motivo o que leu de seus lábios, foi algo tão lindo e ao mesmo tempo simples e claro, como ela gosta.
Ela o abraçou forte e agora mais do que nunca precisariam sair dali, ela espera que pela segunda vez aquele dispositivo a salve, mesmo que talvez seja a última vez, isso ela não saberá até o momento certo.
Ela quer tentar o amor novamente, quer apresentar William a seus pais, quer saber se esse sentimento vingará. Assim como quer implorar aos pais que não a deixem, eles são a base dela e seriam pra sempre assim.
Não quer ser deixada, não sabe o que seria dela sem eles.
Ele saiu do abraço e a olhou;
__me diga que não sou louco, me diga que não estou me iludindo sozinho.__a mesma após ler seus lábios, só tinha uma resposta e não pensou.
Ela avançou em seus lábios e ali, naquele almoxarifado bagunçado, ambos encima de uma poça de sangue e um corpo a um passo deles, nada disso importava agora.
William colou mais o corpo de ambos e aprofundou o beijo.
Ao se separarem com um selinho ela o olhou;
__isso responde sua pergunta?
__sim, responde!__ele sorri e quando ela se virou pra sair do almoxarifado William a seguiu, porém já no corredor William olhou suas mãos com sangue e olhou Beatriz a sua frente.
Ele segurou seu braço e ela parou o olhando.
__sangue!__ele ergueu a mão.__você tá machucada?!
Foi só aí que ele notou um corte na sombrancelha, um machucado na bochecha, ambos pela mesma ter o rosto contra a parede na briga. Ele segurou o rosto da mesma e ela deu de ombros.
Ele virou a mesma e olhou algo minando da jaqueta dela e escorrendo pela calça escura.
Ergueu um pouco a jaqueta e notou a blusa cinza da mesma com sangue na parte de trás, já que na frente estava pela briga com os cães. Mas aqui era pior, estava minando da blusa.
William desfez o nó da echarpe do seu pulso e logo do dela, e virou a mesma pra ele. Ela o olhava atenta enquanto ele passava a echarpe pela cintura da mesma pressionando o ferimento e amarrando um pouco forte.
__não se esforça mais, não posso te perder.__implorou com os olhos vermelhos e ela concordou.
Ele puxou a corda do capuz dele e não era tão longe como a echarpe, mas daria pra amarrar o pulso de ambos, ele não quer ela longe mais.
Após amarrar, ele ficou ao lado dela e a mesma negou ajuda, o sangue quente ela não sentia nada, isso era bom.
Ele digitou o que ouviu e ela leu ficando ciente de situação. De 20 alunos só 5 sobraram.
Ela digitou o que teriam que fazer agora. Marcou no celular dele um timer de uma hora e ele ficou confuso, mas ao pegar o celular e lê entendeu;
Eu fiz o que tinha que fazer, só que temos que sobreviver por uma hora ainda. Não estamos totalmente seguros e agora que ele está com raiva da gente, temos que ter cuidado redobrado.
O mesmo concordou, porém ela precisava o avisar, apagando o que escreveu, tornou a digitar;
Isso já funcionou uma vez, mas com tudo não sei se dará certo. Estou te avisando que talvez não tenhamos sorte.
Ele leu e sorri leve, bloqueou o celular e sussurrou apenas pra ela ler seus lábios;
__mesmo se não der certo, você tentou. A gente lutou até o fim, idependente do que ocorra no final, não iremos desistir, ficaremos juntos. Sairemos juntos ou morremos juntos, não fique assim, ok?__a mesma sorri fraco e concorda.
Tornaram a correr, Beatriz o guiava e ele estava novamente na função de ouvidos e não falharia. Ela já se machucou demais, notou ela com um canivete suíço e quando perguntou ela apenas apontou pra si mesma e ele levou alguns segundos pra talvez entender que era dela. Ele deduziu que ele talvez tenha pegado na mochila dela.
Foi quando um disparo ocorreu, aquilo foi proposital, o eco fez William parar em choque.
Ela o olhou e ele negou prosseguir por ali e mudando a rota eles correram voltando todo o caminho e indo pra exposição de bichos pré históricos. William não poderia confirmar, mas talvez o tiro não foi totalmente proporcional e sim exato. Ele não podia duvidar desse maluco, mas quais seriam as chances do tiro ter sido justo no que deixou a dupla pra trás.
Olhos em todo canto e se ele resolveu matar sabendo exatamente onde o mesmo estava, mas também poderia ser a outra dupla. Ele não queria pensar nisso, mas infelizmente se pegou pensando.
Ao chegarem na exposição de bichos pré históricos, havia uma grade, como se alguém fosse roubar um macaco empalhado de quase um milênio.
Mas ambos fecharam a entrada com a grade e trancaram com o cadeado que ali estava.
Beatriz olhava todos os ângulos e notou ali a saída de ar, alto demais pra eles e pra ele.
Correu até a parede e tocou a mesma fechando os olhos respirando fundo, precisava tirar uma dúvida e bem fraco sentiu uma vibração do outro lado.
O ventilador do duto de ar estava naquela parte, ele poderiam seguir pelo duto pro outro lado.
Admitiria sem problemas que o que está salvando eles até agora eram as saídas de ar por que se não fosse isso a situação seria complicada.
Mas algo a intrigou, a saída que viu era alto demais, precisaria de muito esforço e inteligência que no desespero falta.
Aqui não a saídas de ar baixas, só tem uma entrada, que foi a mesma que eles fecharam e trancaram. Qual a graça que ele teria com essa área?
Qualquer um poderia ter fechado isso, o garoto morto aqui o parceiro do mesmo que estava morto no almoxarifado, eles poderiam ter feito isso, medo talvez, mas se o cadeado estava ali ele não ligou pra isso, por que aqui tem alguma coisa que não precisaria ele pisar aqui toda hora ao cair das luzes.
-dizem que brincar muito é cansativo, dá um sono não acham? Eu acho que uma dupla vai dormir logo, logo.__William ao ouvir aquilo por algum motivo olhou a porta de grades e correu pra mesma.
Beatriz não entendeu o motivo do Wiliam correr pra lá, mas sabia dentro de si que ali tinha algo errado.
Pegando o canivete e abrindo a tesoura útil pra não ficar roendo unhas, mas agora ela teria outra utilidade. Ela ajeitou o cadeado e começou a tentar abrir o mesmo, já fez isso em alguns treinos com Avalon.
Foi quando um o local começou a ficar com uma névoa, Beatriz olhou e xingou. Devia ter imaginado algo assim.
__gás do sono.__ela tornou a olhar o cadeado e precisava abrir o mesmo.
Literalmente o museu era o território dele, ele tinha armadilha em todo canto, nenhum lugar é seguro.
William olhava o desespero de Beatriz atento, mas infelizmente ele não ficaria só a espera da solução dela, um som de engrenagem surgiu acima da entrada, William olhou e notou uma maldita porta metálica descer.
Quem coloca duas malditas proteções na exposição de animais pré históricos, o que isso vale? Isso é loucura!
Seria um risco, mas ele não teve tempo de pensar, desfez o nó em seu pulso, se agachando um pouco e colocando os joelhos no chão, ele passou os braços por entre as barras da grade e agora a situação estava por um tris de ferrar com eles.
Se eles ficarem mais tempo ali irão apagar, logo o mesmo surgiria com a chave do cadeado já que a mesma não estava ali e abriria tudo os matando.
Não chegaram tão longe pra morrer na praia.
Não era como segurar as mãos de Beatriz, aquilo era mais forte e William fazia toda força que podia.
Quando o cadeado abriu, Beatriz o retirou rapidamente e o jogando no chão e abrindo o lado dela.
Se ajoelhou segurando a porta pra que William tirasse os braços, ao fazer isso a porta estava tão perto. William passou e segurando a mesma com o último resquício que tinha, foi tudo tão rápido. Beatriz passou e quando sua cabeça estava na lateral do pé de William as mãos do mesmo cederam.
O mesmo sentou no chão, a visão meio embaçada e Beatriz da mesma forma.
Eles inaralaram o suficiente pra retardar ambos.
Levantando a mão lentamente, parecia pesar uma tonelada a mão da mesma, mas ao conseguir a deitar sobre a barriga, ela escorregou a mão direita em direção ao ferimento, ao chegar no ferimento ela pressionou o ferimento, seu grito saiu e fechando forte os olhos ela afastou o dedo do ferimento.
Isso recobrou um pouco da consciência, dor a dor foi mais forte.
Sentou no chão com dificuldade pela dor que seu sangue frio a fazia sentir agora.
Pegando o canivete que estava ao seu lado, ela abriu a lâmina pequena e fincou na coxa de Wiliam que estava com os olhos pra fechar.
Aquilo o fez gritar e retirando a lâmina o mesmo levou a mão na coxa fechando forte os olhos.
__por que fez isso?!__ele resmungou e ela não entendeu, mas decidiu explicar por que fez isso.
__inalamos o suficiente pra ficarmos aéreos, a dor recobrou os sentidos, desculpa mas você estava prestes a apagar.__em meio a voz alta que ecoou um pouco ele concordou.
Retirando o cadarço do coturno do mesmo ela amarrou acima do ferimento e apertou com força, prendendo um pouco a circulação diminuiria o sangramento.
Se levantaram e agora era a única opção segura pra eles, não tinham muito tempo e ainda estavam anestesiados.
Entrando no almoxarifado William fez o mesmo, engoliria o nojo, esqueceria tudo. Ele viu o garoto morrer a sua frente, viu sua professora morrer na sua frente, avistou cenários sangrentos no decorrer dessa maldita noite, então o medo que ele tinha e o nojo foram embora.
Beatriz já era negada de nojo, e não ligaria, agradeceria aos filmes de terror que assistia.
Ela colocou a tampa no local e William estava na porta olhando tudo, quando ela segurou os braços do garoto, William pegou as pernas e ela o deitou na frente da tampa, uma barricada humana por assim dizer.
William fechou a porta e trancou a mesma, entendeu o plano dela e não era de todo ruim, eles precisam sair dessa sonolência que só foi um terço embora.
Pegaram o armário tombando e ajeitaram como barricada na porta, pegaram tudo que estava ali e colocaram frente do armário como um reforço.
William se encostou na segunda barricada e Beatriz estava colada ao corpo que jogaram um alguns sacos de lixo que acharam ali.
Ela seria a segunda barricada caso ele viesse pela saída de ar.
É, eles estavam mais seguros ali do que em qualquer outro lugar do museu naquele momento.
William estendeu a mão pra Beatriz e a mesma segurou.
As luzes caíram e ali não tinha luz de emergência, estavam no mais absoluto breu, sentados sob uma enorme poça de sangue, um cadáver de companhia e temendo serem os próximos na nova rodada desse sádico.
William pegou o celular ligando a lanterna e pelo menos uma luz teriam, não temeu pela claridade os denunciar, aquele doente com toda certeza sabe que eles saíram, basta a vontade dele escolher quem pegará agora.
William também não errou a primeira opção, realmente o tiro foi exato. Foi exato no garoto que deixou sua dupla pra trás, agora sobram 4.
Quem será a próxima dupla?
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