8•Frente a frente com o terror.

Enquanto corriam em alerta William a puxou pra um canto perto de um vaso de planta e a mesma o olhou confusa.
Ele segurou o rosto da mesma com carinho e encostou sua testa na dela, aquele afeto foi tão bom a ambos.
Ao se afastar e olhar o rosto da mesma, enquanto tornou a segurar o rosto dela.

__eu não sei se vamos sobreviver a esse inferno.__falou calmamente.__mas quero que saiba que eu estou feliz de estar com você.__seus olhos marejaram.

__até agora estava achando meu aniversário uma merda.__ela ri.__mas agora nem tá tão ruim assim.__William a abraçou forte.

Ela se afastou e olhou o mesmo atenta.

__a gente vai sair daqui vivos!__a afirmação dela deixou o mesmo intrigado.__eu tenho um plano, arriscado mas se der certo sairemos vivos dessa maldita noite.

__que plano?

__preciso pegar minha mochila.__aquilo fez o mesmo a olhar em choque.

__quê?! Pra que quer a mochila?

__preciso pegar algo dentro dela, iria fazer isso no começo da confusão, mas na correria a perdi lá onde a professora morreu.

__Beatriz tá maluca?! Quer simplesmente descer dois andares e ir justo pro local mais aberto de todos.__o mesmo estava descrente com o que acabará de ouvir, pra quem tem salvado ambos com maestria, o plano dela era suicídio.

__eu preciso. Você disse que confiava em mim.__ela o encarou.

__confio, mas agora isso é loucura. Quer adiantar nossa morte podemos ficar aqui e você continua gritando, nem precisamos ir pra lá, morremos aqui mesmo.__o mesmo a olhou sério.

__eu quero sair viva, eu sei o que estou fazendo. Preciso da minha mochila.

__a minha está aqui, continua usando ela.

__não, você não entende...

__olha, se você dizer que tem uma granada dentro da sua mochila, ou a porra da chave pra sairmos daqui, beleza.__ela respirou fundo.__do contrário não servirá de nada o risco.

Estava um pouco difícil de acompanhar a leitura labial com William surtando, mas ela se esforçou e conseguiu.

__digamos que é bem mais útil que uma granada e melhor que a chave pra sairmos daqui.__ele a encarou descrente.

__não...

__você disse que iríamos no fliperama quando fossemos embora. Eu ainda quero ir, então me deixa fazer isso. Eu sei que é um risco, mas não podemos ficar nessa situação, eu com a minha mochila é a única chance de sobrevivermos.__aquilo o deixou mais confuso, o que tem na mochila pra ela fazer um ato imprudente desses.

__eu não quero morrer antes de implorar pros meus pais não me devolverem. Por favor William, continua confiando em mim.__os olhos marejados da mesma o fizeram repensar tudo.

Ela parecia ter certeza que a mochila os ajudaria muito, ela tem muito a perder, ela não está disposta a morrer sem lutar.

O mesmo concordou em um longo suspiro.

__qual o plano?__a olhou e a mesma agradeceu com um sorriso.

Ela já sabia o que faria, mas isso o faria surtar, mas ela não pode correr o risco de o colocar em perigo.

Ela desamarrou um dos coturnos dela e pediu o apontador dele.

Quando ele pegou o mesmo ela o mandou quebrar e entregar a lâmina pra ela.

Ao fazer o que ela mandou ela pegou o mesmo e colocou dentro do sutiã, a câmera filmava eles, ela estava disposta no canto esquerdo diretamente nos dois.

Beatriz não pensou e arremessou o mesmo na câmera, agradecia ser boa de mira e com a precisão certa a mesma deixou de mostrar o ponto vermelho que indicava estar ligada.

William a olhou em choque, mas não tinha tempo, o plano já corria.

Correu pegando o mesmo e puxando o pulso do William passaram dali indo pro corredor além daquela câmera, e lá mais a frente estava outra, arremessou novamente o coturno e o mesmo ato.
Naquele corredor levariam eles a uma escolha, direita era pra quadros importantes da história, esquerda pra bichos pré históricos.

Mas o que ela precisava estava na esquerda, antes exatamente de entrar na ala de bichos pré históricos.

Foi primeiro nessa e a câmera estava disposta no topo da entrada, ela pediu arremessou o coturno e não foi tão ágil, precisou arremessar novamente e ao pegar o mesmo correu pro da direita e ainda em movimento mirou e arremessou o coturno.

William a virou pra mesma o olhar.

__o que está fazendo?

Ela pediu o celular e ele entregou e ela digitou o plano rapidamente. O arremesso de coturno danificou as imagens e não a voz, ele poderia ouvir tudo.

E daí que ela falou sobre a mochila? Ele ouviu sim mas até ele chegar, ela esperava ter feito o que precisava, também confiava na agilidade de corrida sozinha, como nos treinos.

É, dessa vez William não iria com ela.

Preciso distrair ele, dessa vez seremos uma dupla separados.
Nos encontraremos pela passagem de ar do almoxarifado, eu já vi enquanto explicava tudo. Os dutos tem uma ligação, e irei o encontrar no duto.
Ele vai achar que estamos em uma das alas, e você não fará som algum até eu encontrar você.

Ela mostrou a ele e o mesmo ao ler a olhou em choque.

__não!__aquilo já era demais.__não ficaremos separados nesse lugar.

Ela pegou o celular e digitou novamente.

Eu posso fazer isso. É a única chance que temos, eu prometo que encontro você e eu nunca quebro uma promessa, desde que fui adotada foi assim.
Pro plano dar certo temos que ser uma dupla separados, você ficará no duto e não sairá de lá.

Ele leu e olhou olhou negando temeroso.

__eu sou seus ouvidos, você sabe que não escuta nada. Como poderá ver o perigo, e as luzes?__ele não queria.__me deixe ir, eu vou e pego sua mochila. Só diga o que tenho que fazer e eu faço.

Ela pegou o celular e digitou;

Você não saberia o que fazer, eu sim, só eu entenderia.

__do jeito que você fala me deixa mais aflito. Beatriz a sua audição é uma dificuldade nesse inferno. Eu só estou preocupado. Pensa melhor, por favor.__pediu a olhando. Ela pegou o celular digitando o ultimato.

Eu tenho um plano pra tudo isso. Eu tenho outros sentidos além da audição e provei pra você que posso ser útil sem ela.
Não temos mais tempo, você confiou em mim, não vou desapontar você. Faça isso por favor e se as luzes cairem não saia da onde está em hipótese nenhuma.

Agora só diga; vamos juntos ou nada feito.

Ele pegou e leu aquilo em choque, ela não é felino e não enxerga no escuro, não tem óculos de visão noturna, mas tinha determinação nesse plano.
Por um segundo odiou dizer que confiava nela, devia ter insistindo em ouvir o plano antes, agora é tarde.

Ele segurou a mão dela e beijou a mesma.

__vamos juntos ou nada feito!__ela sorri agradecendo.

__tá bom, só que siga meu plano.__a voz alta era útil agora pro plano.

Ainda agarrada ao coturno correram em silêncio até a porta na esquerda e abriu com cuidado.

Ela pereceu que nada estava trancado além das saídas.
Aquilo era realmente um jogo, o jogo de pique-esconde.
Ele caça e mata, está adorando ver os improváveis lugares que eles estão. Só que ele não previu que alguém usaria esse jogo a seu favor. Beatriz usaria esse jogo ao favor dela e de William.

Acho que o nosso assassino não contou com uma jovem astuta e hábil pra achar solução de muitos dos seus jogos. É, nosso assassino não imaginava que uma das adolescentes dessa excursão tinha noção básica e saída rápida pra isso. E afirmo que ele não está gostando disso.

Ao entrarem a mesma encostou a porta e olhou a saída atrás de um armário de prateleiras metálico.

Com a ajuda de William afastaram com cuidado e ela notou que estava desparafusado, ele iria olhar aqui, ver qualquer vestígio e se estivessem juntos provaria que passaram ali, mas era essa a segurança que ela deu a William.

Abriu com cuidado a tampa a puxando e o mesmo a olhou uma última vez.

Mostrou o celular pra ela e a mesma leu a simples coisa, mas sentia a súplica nos olhos dele.

Tome cuidado.

Concordando com a cabeça ele se agachou e se forçou em silêncio e rastejou pelo duto, mas foi de costas, queria vê se ele entrasse ou qualquer coisa.

A audição serviria pra caso algo viesse por trás.

Quando ela colocou a tampa, se afastou e com dificuldade ajeitou o armário e olhou uma última vez confirmando se estava idêntico de como estava antes, ao se certificar saiu em silêncio e fechou a porta com todo cuidado.

Ao chegar onde jogou a primeira vez o coturno, arrancou o outro do pé e agora está no silêncio absoluto.

Respirou fundo uma última vez e começou a correr, sim as câmeras a viram sozinha, mas e se o plano fosse um ataque surpresa caso necessário.

Tolo e talvez falho? Mas não era pra ser eficaz e sim deixar o assassino intrigado com o jogo que eles fizeram, fora que ela já contava com a falta de luz em breve.

Ela sabia que seus pés estavam silenciosos, não por que ela não escutava, mas por que isso foi um truque que Liam ensinou pra ela, os passos de um gatuno silencioso.

Virou dois corredores e desceu rapidamente o primeiro rolo de escadas, quando terminava de descer o segundo o breu.

Engoliu seco e nem isso a parou, as luzes vermelhas acenderam e era a única iluminação no momento. Precisava confiar no seu sexto sentido, confiava nele desde que sofreu aquele acidente que tirou sua audição, após um longo e exaustivo processo pra se adaptar a nova situação, confiava no sexto sentido que apurou e isso nunca falhou, não poderia acreditar que isso falharia agora.

Faltava um pouco, faltava passar por duas exposições, infelizmente onde ela estava era a única saída pra ir onde precisava.

William sentiu o coração na boca quando as luzes caíram. O pesadelo dos vivos ainda naquele lugar. E pra ele era pior, imaginar Beatriz a solta no escuro e sem ouvir nada era o seu maior medo agora, nem se importava com ele, era só ela que passava em sua mente.

__Deus por favor, eu sei que não sou ninguém pra pedir nada. Mas se você ajudar Beatriz agora, eu juro que deixarei meu cabelo com o tom natural e manterei esse corte de agora que me traz lembranças de tempos bons.__pedia proteção a Beatriz, se segurava pra não chorar.__e juro que todo domingo irei na igreja. Por favor ajude ela!__fechou forte os olhos e os abriu em seguida em choque ao ouvir um grito.

Era um grito feminino, seria Beatriz? Seria ela em perigo?

Levou a mão na tampa e antes de tocar pra empurrar a mesma e sair dali, a porta foi aberta e travou.

Era um garoto, os gritos da garota pararam e quando o menino tentou fechar a porta um pé impediu.

Um empurrão e o garoto caiu no chão e a porta foi aberta totalmente. William viu os pés envolvidos por um sapato escuro e engoliu seco.

__estamos a sós e eu achei você!__a voz do assassino soava com diversão enquanto o garoto chorava.

Será que era ele o próximo, será que ele morreria e Beatriz ficaria sozinha?

O garoto implorava enquanto jogava tudo que tinha na reta. Aquele local pequeno ficou em segundos uma bagunça, o garoto tentou se defender avançando e na porta mesmo a sentença veio.

William só viu o corpo despencar no chão com uma faca cravada no peito e por medo até a respiração ele prendeu.

Notou quando o assassino se curvou um pouco e só conseguiu ver a mão do mesmo envolvida por uma luva preta e o mesmo puxou a faca.

Agradeceu mentalmente que tinha uma bagunça ali e um balde quase escondendo a saída.

Ouviu os passos se distanciando e por uns 20 segundos manteve a respiração presa e quando não ouviu mais nada soltou o ar calmamente com medo de fazer um som alto.

O sangue que saia do jovem manchou o chão ao seu redor e agora o William tornou a rezar por Beatriz.

Precisava confiar nela, mas o medo o deixava relutante. Confiava e ficava a espera dela, ou ia no risco ao encontro dela?

Mas e se ela não voltar? Ou ele sair e ser pego e ela voltar e não achar ele.
Tem tantos fatores e William só desejava o final dessa noite maldita e ir pra um lugar seguro de tudo com Beatriz.

Beatriz já estava saindo da última exposição e quando avistou graças as luzes de emergência o enorme esqueleto de T-Rex sorri aliviada.

Lá estava o corpo da professora, os dois seguranças que estavam na entrada e simplesmente mais 2 alunos mortos.

Ignorou isso e correu os olhos e avistou sua mochila perto de um dos corpos mortos, um dos alunos.

Segurava a lâmina do apontador na mão, não era grandes coisas, mas era afiado. Uma caneta não seria tão útil do que algo que causa um corte.
Sim, ela tinha medo mas estava ciente que corria risco.

Correu e pegando a mochila e o sangue pingava da parte de trás.
Olhando novamente ao redor não havia nada. Abriu a mesma e pegou duas coisas que seriam úteis.

Apanhou colocando entre os dentes o canivete suíço que ganhou de Avalon, não fica sem ele. Mas o que ela mas precisava ela segurou e sentiu um alívio.

Abraço e mochila e olhou o dispositivo pequeno do tamanho de uma paleta de sombra pequena cabia na palma da mão e era de uma largura e espessura mínima.

Sabia que não adiantaria ali naquele lugar, esse era a outra parte do risco.

Quando daria um passo ergueu a cabeça e notou uma silhueta no meio da escuridão correndo em sua direção.

Sem pensar ela jogou a mochila na direção do ser e desviou pro lado esquerdo correndo desesperada pra entrada da esquerda.

__VAI LÁ WILLIAM!__o grito ecoou longe, nem afetaria em nada ela.
Não era nada, apenas pra que ele achasse que William estivesse ali e não voltasse pra averiguar o almoxarifado.

Enfiou dentro do sutiã o dispositivo e tirou o canivete dentre os dentes e puxou a lâmina.

Seu sexto sentido não falhou, virou o tronco com o braço esquerdo esticado e passou de raspão a lâmina do seu canivete no seu problema.

O mesmo jogou o tronco pra trás e a mesma se agachou girando a perna o dando uma rasteira, o mesmo saltou e Beatriz na mesma agilidade colocou as mãos no chão pra sustentar o peso pra outra perna acertar a canela do mesmo o desequilibrando.

É ela não seria não fácil de derrubar e isso do mesmo modo que o tirava do sério, estava sendo divertido ver sua vítima resistir.

Rapidamente se levantando Beatriz tornou a corre puxando com a mão direita um galho de uma planta fazendo o vaso tombar.

Ao avistar a escada subiu saltando alguns degraus e quando viraria pra segunda leva de degraus, uma dor e seu corpo foi contra a parede, sua bochecha estava calada na parede. O grito da mesma saiu e ignorando isso ela acertou o cotovelo direito no mesmo seguido de uma cabeçada, aquilo doeu também mas virou chutando a barriga do mesmo que havia dado um passo pra trás. Com o chute o mesmo desequilibrou e ela não assistiu o final, tornou a correr ignorando a vertigem que atingiu ela e a dor maldita nas costas na altura do quadril um pouco acima na lateral esquerda.

Jogou um quadro da parede pra trás, mais outro e virou um pouco a cabeça vendo o vulto um pouco distante. Entrou na primeira porta que surgiu na frente e pela primeira vez na maldita noite odiou não ter tranca.

Aquilo parecia um escritório, como inferno não teria tranca?!

O motivo era por que era uma réplica do escritório, fazia parte da exposição.

Se virou sentando no chão e com os dois pés forçava a porta, veria se ele perfurasse a porta ou algo semelhante.

Pegou o dispositivo e abriu rezando estar alto suficiente.

Apertou o botão mínimo na lateral e uma luz verde surgiu, significando que estava alto o suficiente, notou três pontinhos surgindo e sumindo como se carregasse e em 3 segundos a frase; Sinal enviado!

A tela ficou escura novamente e ela colocou o dispositivo no chão e lançou com toda força como um disco de hóquei em direção a estante de livros no lado esquerdo.
O dispositivo se perdeu embaixo do mesmo e o aviso que ele desistiu foi a religação das luzes.

Ele voltou pra sala de controle, ela se levantou e abriu com cuidado a porta olhou os dois lados e nada. Agarrada ainda a seu canivete ela correu o sangue quente ajudava a não sentir tanta dor.

Pegaria o William e iriam se esconder em outro lugar. Agora tudo se resolveria, mas teria que segurar as pontas mais um pouco.

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