2•Hora do Pesadelo.
As luzes não voltaram, as de emergência acionaram. Dispostas em alguns cantos luzes vermelhas acionaram, no breu total não ficariam.
O sinal nada de voltar e antes que a professora dissesse algo pra os acalmar o som das enormes portas de metal desceram com tamanha força que arrancou uma onda de gritos dos alunos.
–o museu está fechado por hoje, o que acham de brincarmos um pouco?__os autos falantes dispostos em alguns cantos avisaram.
Poderiam até dizer ser algo bobo, mas a voz rouca e a risada maquiavélica tornou o medo maior.
As luzes se acederam apenas pro pavor ficar mais forte, diante das portas agora com proteção reforçada de aço os dois seguranças estavam caídos mortos encima de uma enorme poça de sangue.
__ALUNOS VENHAM AQUI!__a professora gritou tentando não entrar em pânico, precisa conter e acalmar seus alunos diante de tudo que ocorria.
Todos correram se agrupado no centro do museu, diante de um enorme de T-Rex.
__professora eu quero ir embora.__uma garota chorava agarrada ao braço da amiga.
__eu sei, vamos embora. Fiquem todos juntos e não soltem de sua dupla.__a mesma procurou na bolsa seu celular e ao olhar nada, não havia sinal.
__não tenho sinal, alguém aí tem?__ela tentava a todo custo passar tranquilidade, mesmo que as pernas da mesma estejam parecendo gelatinas.
Todos pegaram seus celulares e em prantos e desesperos avisavam que estavam sem sinal.
De um corredor um ser encapuzado de preto com uma máscara da exposição de chacais estava parado, parecia apreciar aquilo.
A professora se pôs na frente dos alunos, uma senhora de 50 anos, de estatura relativamente média e com o porto físico minino, tentava proteger com seu corpo 20 crianças, difícil e quase impossível.
__por favor, nos deixe ir embora senhor.__a professora implorava em lágrimas.
__venha aqui!__a voz grossa e completamente sombria a chamou.
__por favor.__ela negava enquanto implorava por sua vida e de seus alunos.
Ele ergue a mão relevando um controle.
__o controle pra destravar a saída está bem aqui, venha buscar.__era surpreendente como a voz conseguia mudar rapidamente.
Agora continha um misto de sedução e até calmaria.
__professora eu quero ir embora.__um garoto pediu em desespero.
__é só vim pegar.__ele sibilava com tamanha sedução, chegava a ser até convidativa.
Uma garota saiu da formação tentando ir, porém a professora segurou seu braço a puxando pra trás e tomando a inciativa.
__é só pegar?__tentou certificar que era só isso.
__só. Eu apenas queria brincar, mas parece que não gostaram do meu jogo.__e novamente a mudança no tom da voz.
Sua voz soava magoada, recentida.
A professora a passos lentos ia em direção ao ser, rezava que esse pesadelo acabasse e voltasse pra sua aconchegante casa.
__fiquem com sua dupla crianças.__tornou a repetir para seus alunos e mesmo sem ela ver, alguns se agarraram como um bote salva vidas em sua dupla.
Ao parar diante do ser o mesmo estendeu o controle e a professora agarrou o mesmo agradecendo em lágrimas.
__obrigada moço, muito obrigada!__foram suas últimas palavras.
Em um ato rápido, ele sacou uma arma da parte de trás da sua cintura e um único tiro direto na cabeça.
Os gritos e o corpo da pobre professora despencou no chão.
A gargalhada sádica e a negação de cabeça do mesmo era viva.
Ele se divertia com isso, se divertia muito com aquilo.
Se agachando e pegando o controle ele ergueu e apertando um botão, fumaça começou a surgir por todo aquele local.
Beatriz agarrou a mão de William e tomou coragem, não era ela a ficar parada esperando sua vez, não mesmo.
Choros, súplicas e desespero, mas naquele momento a voz alta e sem medo surgiu, era Beatriz tomando a frente;
__CORRAM, SE ESCONDAM COM SUA DUPLA!__foi a deixa. Pareciam baratas atordoadas, esbarrões e gritos.
William correu puxando Beatriz, a mesma em meio a corrida retirou a mochila pra pegar o que seria a salvação deles e de todos ali presentes.
Porém um esbarrão em William e o mesmo foi pro chão com Beatriz, mas esse foi o problema, no meio da fumaça ela não conseguiria achar, nem se quer a mochila conseguiu pegar, William a puxou pelo braço correndo pra longe daquela maldita fumaça.
Ao conseguir enxergar algo além da fumaça, Beatriz corria igualada a William, um corredor e outro viam alguns alunos, porém ao chegarem na exposição de esculturas realistas, William fechou a porta e logo a trancando.
Recuperava o fôlego assim como Beatriz, o mesmo a puxou pra um canto e retirou a mochila pegando uma garrafa d'água.
__quer água?__William questionou e nada.
__Beatriz.__nada.
Ao tocar o ombro dela a mesma ergueu a cabeça o olhando.
__tô falando com você.__ele estendeu a garrafa pra ela.
__obrigada.__a voz da mesma soou mais alto que o normal.
__por que está gritando?__ele franziu o cenho confuso e a mesma após tomar água olhou a feição confusa do mesmo.
__que foi?__o mesmo tom alto de antes.
__tá surda? Por que tá gritando?__ele a olhou sério e lá ela leu seus lábios.
__foi mal. William eu não escuto nada sem meus aparelhos auditivos, na queda os perdi lá fora, consigo ler lábios e comunicação ASL. A comunicação de sinais.__os olhos do mesmo se arregalaram em choque.
__você tá de sacanagem?!__o mesmo coçou a cabeça nervoso.__custava avisar antes?! Eu não sei comunicação de sinais e estamos tentando sobreviver, não dá pra...
A mesma segurou seus ombros o parando de frente pra ela e o mesmo parou suspirando.
__não sei comunicação de sinais.__falou calmamente e ela concordou.__e não dá pra ter a tranquilidade se você parar pra ler lábios.__ela deu de ombros.
__não posso fazer nada. Melhor nos separarmos...
__quê?!__o mesmo a olhou incrédulo.__você que deu a idéia de; fique com sua dupla, a professora antes de morrer disse dupla e agora você quer se virar sozinha? Tá maluca?!
Levou uns segundos pra entender e organizar pra então falar;
__eu serei um fardo.__ele fez um sinal pedindo pra falar num tom mais baixo e ela tentou.
__eu não escuto nada, se nos perdemos eu vou ser alvo fácil e acabo te pondo em problemas. Você sozinho pode ter mais chance.
__ah claro, você é maluca em simplesmente tá de boa com tudo! Vamos ficar juntos, lembra de mais cedo, olhos e ouvidos?__concordou.__vamos inverter, você os olhos e eu os ouvidos.
__isso não vai dar certo.
O mesmo pegou a echarpe do pescoço dela e enrolou no pulso dela e logo no dele.
__juntos!__afirmou convicto.
__eu achei algumas coisas estranhas nesse lugar.__avisou fugindo do assunto o fazendo franzi o cenho.__achei um parafuso que não se encaixava em nada no banheiro, estava no chão caído.
__saída de ar. Notei isso em alguns lugares enquanto andávamos.
__provavelmente ele usou pra algo, não faz sentido o parafuso se soltar do nada, lembro a professora falando que o museu é bem cuidado e vistoriado.__revirou os olhos.
__muito bem vistoriado.__William ironizou.
__e a outra era o fato de só ter a gente e os seguranças que morreram. Bom, alguns. Mas não tinha civil.
__verdade. Será que isso foi planejado, tipo sequestro?
__pra roubar pobre?__ele ri e ela deu de ombros.
__terrorismo!__falaram juntos ao acharem a resposta.
__é a única explicação pra matar os dois seguranças e a professora. Se for isso mesmo ele não vai parar.__William avisou calmamente olhando no rosto dela.
__eu tenho um modo pra gente sobreviver, confia em mim?__o mesmo de imediato estranho a sinceridade e a clareza da mesma.
__como? Olha, se você tiver...
__se disser que tenho algo haver com isso, eu mesmo mato você!__o alertou ameaçadora.
__eu diria isso? Jamais.__não poderia negar que sentiu um certo medo na ameaça da mesma.
__confia ou não?
__tô amarrado com você, isso é resposta suficiente?__ele ergueu o pulso e a mesma sorri.
__ótimo, vamos...
William tapou sua boca no momento que ouviu o som da maçaneta, pedindo silêncio com o indicador a mesma concordou.
__essas esculturas realistas parecem até vivas.__sussurrou calmamente pra que ela lesse seus lábios.
A mesma olhou as esculturas concordando com a cabeça. Chegavam a dar um certo medo.
–é tão bom saber que aceitaram jogar comigo, eu fico tão feliz.__a voz nos altos falantes ecoaram novamente e dessa vez só William escutou, ele e os jovens que estavam escondidos em algum canto desse museu.
William não sabia se agradecia Beatriz não ouvir e com isso não ouvir a calorosa e macabra voz do assassino terrorista, ou se ficava preocupado pelo fato dela estar totalmente alheia a tudo.
Mas confiaria na primeira opção, soaria um pouco acalentadora.
Mas como se não estivesse tudo uma merda sem fim, as luzes novamente caíram e só as de emergência iluminavam os locais desse museu.
__ótimo, o próprio filme de terror!__William resmungou e Beatriz se levantou calmante o fazendo ir com ela pra algum canto.
Ele decidiu confiar em sua dupla, até por que ele percebeu que ela tinha uma noção e podia jurar que não via total medo em seus olhos. O que era intrigante em meio a tudo.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top