Os inimigos são revelados
O cheiro de morte sempre o incomodou, apesar dos anos de serviço. Era de imaginar que deveria se acostumar a lidar com cadáveres, mas fato era que buscou trabalhar no FBI pelo bom salário e a possibilidade de atuar em algo mais burocrático e menos sangrento. Nem todo o agente federal sujava as suas mãos com o trabalho de campo. Mas, Rafael McCall sempre tivera o azar de ser designado àquele tipo de coisa. Tudo por causa a uma falha que cometera no passado... Um pequeno desvio de informação a ser vendido para os meios de comunicação. Ora, não fora grande coisa e não atrapalhou tanto assim a investigação. Talvez, o serial killer tenha escapada de algumas barreiras policiais, mas isso foi mais um erro dos idiotas que traçaram o perfil do suspeito do que as matérias de jornais!
Essa era forma de seus superiores se vingarem? O designando para missões degradantes e que o obrigasse a se sujar com a podridão sobrenatural? Pelos visto, era essa era a sua realidade...
— Idiotas... — Resmungou quando expirou uma nuvem cinzenta de fumaça. Já era o terceiro cigarro que consumia, esperava que o tabaco pudesse abafar o cheiro repugnante daquela quitinete. Contudo, não estava adiantando muito...
— Senhor? — Um jovem policial questionou, mirando Rafael com um ar de preocupação.
— O que? — Continuou a resmungar.
— Esse é um local de um crime...
— E?
— As bitucas de seu cigarro, está contaminando a cen...
— Que saco, não precisa ser tão metódico quanto a isso, Collins. Afinal, deve ter sido alguma aberração paranormal que fez essa sujeira. Não precisa se empenhar tanto em catalogar tudo... O caso já está resolvido.
Enquanto falou isso, indicou com o cigarro a sala onde se encontrava. Ao chão um corpo ensanguentado com uma expressão congelado de horror em seu rosto meio reptiliano, seus olhos dourados miravam o vazio. Marcas indicativas de fogo escureciam os moveis da modesta sala de estar. Um dragão ocidental, era o tipo de ser sobrenatural morto.
— Como pode concluir isso com tão pouco evidên...
— Collins, quem é o agente federal aqui? Você ou eu? — Jogou o uma bituca do cigarro em um dos cantos, ignorando o olhar de reprovação do policial.
— Essas coisas... — Fez um gesto com a mão para o corpo — Não são fáceis de matar, logo deve ter sido outro monstro que fez isso. Isso está na natureza deles: ser violentos. Deveria saber disso, Collins, por pedir transferência para essa cidade... Ou, simplesmente imaginou que aqui seria igual a qualquer outra cidade dos Estados Unidos?
— Eu... — Collins mordeu o lábio inferior, não sabendo como responder ao seu superior, o que provocou divertimento a Rafael. Tinha escolhido o policial correto, o novato recém-transferido, ainda não influenciado pelo Xerife Stilinski, logo não se opondo as suas ordens.
E Cody Collins não foi o único escolhido. Policiais que foram afastados por indisciplina e conduta antiética foram convocados, além de reforços de condados vizinhos. Reforços constituídos de oficiais de polícia que, como Rafael, tinham uma aversão aos seres sobrenaturais. Uma equipe perfeita.
— ...Informar a alcateia?
— O que disse, garoto? — McCall expirou uma grande nuvem de fumaça, fazendo Collins tossir.
— Eu... — Abanou com a prancheta, dissipando aquele ar poluído — Eu perguntei se deveríamos informar a Alcateia Hale sobre...
— Collins, não se faça de idiota, sim? A investigação pertence ao FBI, logo está no nível federal, não tenho nenhuma obrigação em informar aqueles vira-latas sobre o meu trabalho.
— Mas...
Rafael praguejou internamente, talvez não tenha sido uma boa ideia ter escolhido aquele rapaz como membro de sua equipe afinal de contas.
— Mas o que, Collins?
— A população de Beacon Hills deveria ser informada. Digo, isso é um assassinato e pode estar relacionado as outras vítimas...
— Nossa investigação deve ser mantida em sigilo. Sabe o que isso significa, Collins?
Falou isso atirando o seu cigarro em uma poça de sangue próximo o cadáver. Não esperou pela a resposta do novato, enfiou as mãos no casaco e saiu do apertado quitinete. Não dava a mínima para as outras vítimas, só aceitou aquele trabalho por saber que era na jurisdição do maldito Stilinski... Queria vê-lo humilhado, tanto o Stilinski sênior quanto a praga de seu filho. Se não fosse pela a presença deles, ele ainda teria uma família.
Uma família que limpasse sua casa, fizesse as compras do mês, lavasse suas roupas e o melhor: que serviria de uma boa desculpa para faltar o trabalho, conseguir algum bônus e até mesmo promoção. Família era um instrumento útil quando bem utilizado. John Stilinski não sabia utilizar a família como uma vantagem...O pior, ainda a estava aumentando adotando um órfão sobrenatural! Criando problemas desnecessários e diminuindo o valor de seu trunfo. Que ganho ele teria em receber um adolescente rejeitado por todos?
Bem que uma família formada por uma esposa traidora, um Stiles com claros problemas psicóticos que deveria ser internado em algum reformatório, um outro "filho" (roubado) contaminado com a doença de licantropia... Não era bem uma família e sim um hospício.
No lado de fora, no beco imundo e úmido, Rafael tateou os seus bolsos buscando por mais cigarros.
— Merda...
— Quer um cigarro?
Rafael procurou com os olhos quem havia falado. Não havia requisitado muitos policiais para acompanhá-lo, pois não queria levantar suspeitas sobre a sua investigação. Ademais, tinha designado a maior parte de seus subordinados na missão de seguir os passos do xerife e seus asseclas.
Olhou para os lados, tudo que podia ver era becos escuros e latas de lixo. Tentou parecer calmo, mesmo que seu coração tivesse aumentado o ritmo. E se aquilo que matou o dragão não estivesse longe?
— Eu disse... Quer um cigarro? — Agora que pode ouvir melhor notou que a voz era feminina e isso o fez relaxar. Uma mulher emergiu das sombras de uma ruela próxima.
O coração de Rafael acelerou novamente, mas desse vez por outros motivos. A mulher que estava a sua frente era exuberante. Cabelos dourados, ondulados que decaiam sobre o seu corpo divino. Seios roliços e empinados, corpo escultural ainda mais delineado pela a roupa de couro que usava. Rafael quase apalpou a sua carteira, pronto para fazer uma oferta para aquela beldade... Será que ela era cara?
— Então? — Ela retirou um cigarro do meio de seus seios. McCall engoliu em seco com tão lascivo gesto.
— Querida, eu estou no meio do trabalho, mas podemos ir em um desses becos e fazer...
A mulher riu, uma risada que Rafael não gostou nenhum pouco.
— Você não faz o meu tipo, coroa. — Falou isso enquanto acedia o mesmo cigarro.
— O que...
— Eu não vi aqui flertar, sabe? E não faria nada com você, nem que me pagassem um milhão... Eu tenho um gosto requintado.
Rafael sentiu o impulso para empunhar a sua arma. Estava cansado daquele tipo de mulheres que achavam que tinham alguma autoridade. Mulheres que esquecem do seu papel na sociedade.
— Eu não faria isso se fosse você...
Quando isso aconteceu? Quando foi que ela retirou aquela arma? Quando foi que ela encostou o cano frio do revólver no meio de sua testa? Ele sequer a viu se movimentar...
— Sobrenatural...
A fisionomia da beldade mudou para algo horrendo. Uma careta mista de nojo e cólera. Rafael temeu que ela puxasse o gatilho. Seu corpo enrijeceu, esperando o tiro mortal que não veio.
— Sou humana, seu paspalho. Uma humana muito melhor que você, claramente, já que sequer conseguiu me acompanhar. Pensei que um agente federal tivesse um treinamento melhor... Que decepção.
Rafael optou por ficar calado.
— Por isso a humanidade precisa de nós. Verdadeiros protetores dos humanos: os caçadores.
— Oh! Você é uma caçadora? Peço perdão, não imaginei que entre os valorosos caçadores tivesse...
— Mulheres? — A mulher arqueou uma das sobrancelhas, enquanto engatilhava a sua arma.
— Eu iria dizer beldades...Digo, sempre imaginei que os caçadores fossem do estilo de gladiadores, brutamontes, cheios de cicatrizes...Entende? Sem ofensa, lógico.
— Hum...Eu tenho sim cicatrizes. Enfim, não preciso receber elogios de alguém como você... — O cano da arma agora descia da testa para a bochecha de McCall.
— Devo avisar que não estou sozinho, meus homens...
— Dois de seus policiais estão na esquina comprando donuts. O único que poderia te dar suporte é um novato que nunca atirou para matar...E isso eu posso garantir, matar é minha especialidade.
Rafael não sabia o que deveria fazer ou dizer. O que ela queria?
— Mas eu não sujo minhas mãos com sangue humano. Bem, não vou mentir...Isso depende, afinal sabemos que existem humanos que merecem mesmo perder a vida. Principalmente aqueles que se filiam aos seres sobrenaturais... — Falava isso e pressionava o cano da arma com mais força no já trêmulo agente do FBI.
— Senhora...
— Kate, me chamo Kate Argent.
Ela ofereceu o nome dela assim, do nada? Não temia que Rafael fosse investigá-la? Ou ela nem se preocupava...Ou...Rafael não iria sobreviver para sequer poder fazer algo contra ela.
— Vim aqui para fazer uma proposta.
— Uma proposta?
— Foi o que eu disse. Uma proposta. Estamos observando você, por isso achamos que pode nos ser útil.
Rafael não sabia se o que o assustava mais era o fato de estar sendo vigiado por caçadores ou por estes mesmos caçadores estarem lhe oferecendo uma proposta. Os caçadores podiam ser classificados como assassinos profissionais fanáticos que por anos ficaram ocultos da humanidade fazendo o que faziam de melhor: caçar. Rafael tinha passado os olhos nos relatórios emitidos pela CIA referente ao processo de abertura, quando as famílias de caçadores foram, por fim, expostas e suas organizações desmembradas. Recordava das fotos das câmaras de torturas, das coleções de troféus, das valas comuns onde se livraram dos corpos de suas presas...
— Útil? O que eu poderia oferecer...Digo, eu sou apenas um funcionário público...
— Temos objetivos em comum. Pelo menos, meu pai concluiu isso. Ele é o cérebro, sabe? Eu sou apenas o rosto bonito com uma arma mortífera em mãos.
— E quais seriam esses objetivos?
— Queremos liquidar com o que essa cidade representa. Beacon Hills tem que acabar. — Ela falou aquilo em um tom tão frio que Rafael sentiu seu próprio corpo congelar.
"Meu objetivo nunca foi acabar com a cidade..." Pensou, meio desesperado.
— Sei que você não gosta dos sobrenaturais... — Kate continuou falando, agora mais animada — E pelo que vejo aqui, nem pretende investigar os nossos crimes. Isso só comprova como podemos ser bons aliados.
"Os crimes..." Engoliu em seco "Então, essas mortes foram cometidas por caçadores...".
— E você será recompensado por nos ajudar.
— Serei? — Rafael sentiu o seu interesse ser despertado. Até o momento não via muita vantagem em se aliar àquele grupo assassino.
— Já imaginou como você será recompensado pelo governo quando fornecer provas de que sobrenaturais são incapazes de manter uma sociedade pacífica. Que o equilíbrio entre humanos e não humanos é pura falácia. Você será visto como um salvador...Aquele que teve coragem de ir além do mimimi dos ativistas, das ONGs, enfim, todos esses caras que dizem proteger os direitos de todos os seres vivos. O único direito que deve ser respeito é o humano. A maioria deve governar a minoria monstruosa.
Kate continuava a tagarelar o seu discurso fanático, por outro lado, Rafael analisa as suas opções. Sem dúvida, haveria uma vantagem em desmoralizar o que Beacon Hills representava. Uma cidade que inspirava a tolerância entre as raças de seres...Aquilo ia contra todos os fundamentos de Rafael McCall. A diferença sempre iria existir, não há como ocultar essa verdade. Todos deviam aceitar isso e parar de tentar tratar o outro como igual. Era pura babaquice.
O que realmente atiçou o interesse do agente do FBI foi a possibilidade de destruir completamente Stilinski e sua família. Aquele seria um golpe fatal naquela falsa família que John e Melissa estavam construindo. Era uma forma de Rafael se vingar, mostrar que era superior a eles... E ainda mais, poderia voltar para o Bureau * como herói. Suas faltas passadas seriam esquecidas...E os trabalhos de campo seriam, por fim, esquecidos.
— O que tenho que fazer?
Kate deu um sorriso que expressava mais malicia que divertimento.
— É isso que gosto de ouvir. Bom garoto.
Ela deu uma leve tapinha na bochecha de Rafael, como se parabenizasse um cachorro ao invés de um homem crescido.
Rafael ignorou tal fato, o mais importante é alcançar o seu objetivo. Os meios para alcançar a sua recompensa não deviam ser levados em consideração. Sairia vencedor, esse era o seu verdadeiro destino.
~***~
Andava apressado pela calçada. Desde que saíra do dormitório sentia aquela estranha sensação de estar sendo perseguido. Pelo o que? Não sabia dizer, mas a sensação parecia aumentar a cada passo que dava.
"Você está sendo ridículo..." pensou subitamente parando. A sua volta pessoas continuavam o seu trajeto, atarefadas com suas próprias vidas. Havia enfeites de Halloween sendo arrumados pela prefeitura nas esquinas, panfletos sobre o grande festival de Beacon Hill Institute eram distribuídos. Tudo parecia normal. Não havia ninguém o perseguindo.
Um pouco mais aliviado, o rapaz resolveu se sentar em dos bancos a frente de uma loja de doces. Passou a mão na testa, sentindo o suor que ali se acumulara.
— Está tudo bem. Está tudo bem. — Repetiu a si mesmo, tal como fosse um mantra. Tinha que parar de se deixar dominar por esses sentimentos estranhos. Ele não um esquisitão, pelo contrário! Ele era...
— E aí garoto...Tem fogo?
Alguém se sentara ao seu lado. Estranho, estava tão absorvo em seus pensamentos que sequer sentira a presença do estranho? Não conseguiu farejá-lo.
A sensação tinha retornado. Ela o atingiu de forma avassaladora, como um soco bem na boca do seu estomago.
Tenso, virou o rosto para encarar aquele que deveria ser seu perseguidor. Um homem estava sentado ao seu lado, usava roupas de couro com demasiado metal, argolas e espinhos. A sua pele era pálida, quase translúcida. Tão translúcida que ele podia ver as veias negras pulsando. Seus olhos possuíam a íris tingida de vermelho escuro e o miravam de forma intensa.
— Fogo? — Insistiu o estranho.
— Eu...Eu não fumo. Digo... Acho que vou indo...
— Onde pensa que vai? — O ser o agarrou, só então ele notou uma mancha escura bem no meio do peito do estranho — Temos tanto que conversar...
— Eu...Não...
Não era só uma mancha. Era um buraco. Onde deveria estar o coração, havia um buraco grotescamente aberto. Sangue ainda vertia do ferimento, gotejando sobre a roupa de couro. Sangue espesso e escuro.
— Não temos nada que conversar! — Exclamou se livrando das mãos frias.
— Como não? — O homem sorriu, exibindo suas presas vampirescas — Afinal, você me matou... Quem não teria vontade de questionar o seu próprio assassino?
O garoto se afastou, cambaleante. Ignorando o fato que estava colidindo com algumas pessoas. Estava alheio aos questionamentos dos outros...Sua mente só focava no vampiro ainda sentado no banco, com o seu sorriso diabólico.
"Isso é uma alucinação!" tentou raciocinar "Eu não estou dormindo direito...Isso tudo é resultado da insônia".
Algo agarrou o seu tornozelo. Hesitante, ele olhou para baixo. Deveria não o ter feito.
O ser o que segurava sua perna era algo horrendo. Um homem parcialmente transformado em sua forma beta lupina se arrastava pelo o chão. Ele era apenas um tronco, a sua cintura para baixo não existia...Podia ver as suas tripas se arrastando junto com o tronco, pintando a calçada de vermelho.
Ele olhou para os lados. Ninguém estava vendo aquele lobisomem? Pela indiferença dos pedestres só comprovava o fato que só o jovem rapaz estava vislumbrando aquela assustadora visão.
— Me ajude... Por favor... — O lobisomem clamava, tentando subir nas pernas do rapaz.
— Você não é real...Nada disso é real... — Falou chutando com desespero o que deveria ser uma ilusão. Se virou e se viu mirando a si mesmo refletido na vitrine na loja de doces.
— Não... — Repetiu, tocando o seu rosto — Isso não pode ser eu...
Tocava a sua face em desespero. Não conseguia sentir as escamas que imagem na vitrine exibia. Contudo, o fato de não as sentir, não dissipava a sensação de que elas poderiam existir.
— Não! — Gritou ou melhor, praticamente urrou.
Algo tocou o seu ombro. Por extinto atacou, empurrando quem quer que fosse a nova ilusão a atormentá-lo. Não iria ser idiota, iria correr...Iria fugir... Iria escapar daquele pesadelo.
~***~
— Isaac! Você está bem? — Ethan ajudou o jovem lobisomem a se levantar.
— Eu estou bem... — Garantiu com um sorriso forçado.
— O que foi que aconteceu? Digo...O Jackson do nada te empurrou! Tipo, bro, nada maneiro. Sem falar que ele parecia exalar uma áurea bem negativa. Precisava urgentemente de um banho de sal grosso!
— Eu não sei o que aconteceu... — Isaac voltou seu olhar para as ruas do centro comercial de Beacon Hills, tentava encontrar a figura de Jackson em meio a multidão. Nada.
— Ele parecia tão atormentado... — Sussurrou, preocupado — Será que isso estaria relacionado a...Você-sabe-o-que?
O sereiano franziu o cenho, sem entender.
— Você-sabe-o-que? Você quer dizer o Kani...Humf!
— Ethan! Você não pode falar isso em voz alta. — Murmurou alarmado, tapando a boca do amigo.
— Humhumm! — resmungou o tritão ainda com a boca silenciada.
Isaac soltou um longo suspiro. Ali não era o local ideal para discutirem isso.
"Será que podemos mesmo ajudá-lo?" questionou a si mesmo, com insegurança. Teria que confiar no plano proposto por Peter Hale. Confiar que o Kanima poderia ser capturado e que poderia ser salvo.
* Federal Bureau of Investigation ou Departamento Federal de Investigação
~~**Palavras da autora**~~
Olá! Aí está uma nova atualização! Os vilões estão aparecendo...E o confronto final está se aproximando.
Kate está na cidade! O que ela irá fazer com o Derek? E sua família?
Qual será o papel de Rafael?
Enfim, vários questionamentos...
Espero mesmo que tenham gostado do capítulo! Até a próxima!
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