O Jardim - Parte 2


Não iria ficar desesperado. Não iria entrar em pânico. Iria inspirar profundamente e expirar como fosse vomitar todo o ar do seu pulmão. Talvez, estivesse mesmo prestes a vomitar.

"Calma, Stiles Stilinski! Você está no controle" pensou otimista, ou melhor, estava tentando iludir a si mesmo, afinal uma coisa deveria ter certeza não estava no controle de nada.

"Deve existir alguma lógica..." tentou analisar a situação "Todas as minhas viagens ao passado, elas são motivadas por alguma coisa!".

Antes que pudesse continuar a sua reflexão sobre o tema, observou a aproximação de alguém pelo campo de flores. Sim, agora havia um exuberante campo florido aonde antes era um terreno devastado e infértil. Rosas, margaridas e até mesmo girassóis enfeitavam o ambiente. Existia uma horta e um pequeno pomar. O cheiro de vegetais frescos, frutas maduras e flores era inebriante. Todo o ambiente tinha mudado de modo que a mansão já não apresentava aquele clima de casa mal-assombrada.

– Derek! – alguém gritou no meio das folhagens. Um garoto escapuliu do campo de flores, nem ligando para as pétalas de margaridas que persistiam em seus cabelos escuros. A criança não perdeu o tempo em começar a cavar, com uma destreza digna de um lupino.

– Esse é o Derek criança? – inqueriu Stiles para si mesmo admirando aquela nova versão do seu namorado. O menino rosnou e fez uma cara emburrada, sem dúvida era um indício mais do que evidente que era Derek Hale. A cara de chupador de limão ainda não chegou o nível master de sua versão do futuro, de modo que a carinha do mini Derek era mais fofa do que ameaçadora.

– Achei! – anunciou a criança retirando algo da terra, uma pelúcia de raposa.

– Derek! – outra criança saiu das folhagens, mais velha e com uma expressão nervosa – Espera...

– Você realmente enterrou o Foxy! – acusou o mini Derek para a garota – Isso é muita maldade, Laura!

"Oh! Aquela era a Laura?" Stiles não reconheceu logo de cara, pois a Laura criança era bem mais gordinha do que seu eu futuro. Além de usar o penteado ao estilo maria Chiquinha.

– Ora, maldade? E você quebrou a minha barbie! Eu só estava dando o troco!

– Sua barbie estava fazendo parte do um experi...Experim...De um teste. – esclareceu Derek depois de várias tentativas de dizer a palavra "experimento".

– Eu não me lembro de ter concordado com isso...

– Você concordou sim. Eu disse que iria levar a sua boneca para uma viagem especial...

– Especial é diferente de espacial! – corrigiu Laura – Eu não sabia que você iria amarrar a minha boneca em um foguete e...E... Fazer que o trocho voasse e levasse a Marlene junto!

– Ela seria a primeira boneca a visitar a lua! – respondeu Derek com os olhinhos meio que cintilantes devido a animação.

– Por que você não amarrou o Foxy, então?

– Foxy tem medo de altura. – disse isso abraçando sua pelúcia todo sujo.

– Nerd... – resmungou Laura – Eu não vou pedir desculpas!

– Vai sim!

Até o momento tudo parecia normal. Uma briga entre irmãos. A diferença era que tais irmãos não eram humanos, assim, logo as duas crianças começaram a rosnar, olhos se iluminaram com a típica cloração dourada lupina, garras cresceram, dentes se alongaram e pelo começou a crescer e se alastrar. O que eram antes fofas crianças, agora eram fofas crianças raivosas peludas e prontas para te arrancar a mão na mordida.

Stiles queria tirar uma foto da cena. Mesmo eles tendo assumido sua forma beta, as crianças pareciam filhotinhos ao invés dos temorosos lobisomens adultos, logo inspirava mais reações de "Owt" do que "Oh! Por favor não me mate!". Contudo, seu celular não funcionava, a tela estava congelada e indicativo de horas e dia da semana estava todo louco, alternando em datas e símbolos estranhos. Definitivamente não podia usar aparelhos eletrônicos no passado, uma nova descoberta a ser adicionada a lista.

– Ei! Podem parar! Nada de brigas no meu jardim! –mais um personagem foi adicionado a história. Stiles sobressaltou, pois, a voz veio de alguém próximo a árvore aonde se encontrava. Outra pessoa estava logo ali, sentando na base da árvore, até o momento oculta aos olhos de Stilinski.

– Desculpe papai... – falou Derek, mas ainda não tinha retornado a sua aparência humana. Tão pouco a sua irmã.

O pai de Derek, o mesmo cara que tinha visto Stiles na viagem passada, se aproximou dos seus filhos com um olhar que mesclava divertimento e curiosidade. Definitivamente não era uma expressão que um pai prestes a dar um sermão deveria portar.

– O Foxy parece meio sujo... – notou o pai, ficando de joelhos para assim ficar no mesmo nível das crianças – Teremos que lavar...

– Foxy também não gosta de água. – argumentou Derek lançando um olhar mortal (uma versão fofa de olhar mortal, vale ressaltar) para a sua irmã.

– Esse Foxy é todo cheio de frescura... –resmungou Laura, cruzando os braços diante do peito.

– Então, pelo o que entendi... – continuou falando o adulto – Derek construiu um foguete e mandou a Marlene para o espaço sideral?

Derek assentiu, olhos novamente cintilantes de alegria. Pelo visto, o pequeno Derek gostava de coisas relacionados ao espaço.

"Ele deve gostar do Star Wars..."ponderou Stiles, apesar de seu namorado fazer questão de parecer estúpido em relação a coisas consideradas geeks. Será esse um segredo do Derek Hale? Ele é um geek enrustido? Se esse fosse o caso, era o dever de Stiles tirar Derek do armário! Fazer ele abraçar o lado geek da força!

– Derek, você realmente construiu um foguete? – o pai voltou a perguntar, desconfiado. Stiles até entendia a suspeita, afinal, Derek parecia ter entre 7 ou 8 anos de idade, não parecia ser capaz de construir um foguete, pelo menos não sozinho...

– Bem... – o pequeno Derek olhou para baixo, claramente evitando o olhar crítico do seu pai – Era um expe...Um...Exp...

– Experimento. – completou Laura, sem paciência, ganhando um olhar de reprimenda de seu progenitor.

– Experimento, mas não seu? – insistiu o pai.

– Er... – Derek não respondeu, mas não precisava mesmo responder pois uma exclamação que veio da floresta foi a melhor resposta para a questão. Stiles mais uma vez agradecia por não interferir no passado, de modo que as figuras que ali estavam não ouviram o seu estridente grito. Alguém saia da floresta...Um rapaz deveras atraente, com um sorriso malandro estampado nos lábios.

– Peter? – sussurrou, algo meio ilógico de se fazer, já que o outro jovem não iria escutá-lo. Peter parecia ter 18 ou 20 anos.

– Achei! – declarou a versão rejuvenescida de Peter Hale, em uma das mãos estava uma garrafa de refrigerante pintada e modificada para parecer um foguete. Na lateral letras azuis indicava o nome "Nasa".

– Então, o experimento é seu? – o papai do Derek não parecia impressionado com a chegada do outro membro Hale – Não sabia que a faculdade de Antropologia instruía seus estudantes em fazer esse tipo de atividade...

– Enrique. – Peter sorriu de modo todo galante, mas não parecia surtir efeito no humano – Eu só estava tentando fazer algo divertido... Estimular a criatividade é uma forma educativa para estimular a inteligência! Estou apenas instruindo o meu sobrinho favorito rumo a grandiosidade...

– Ou você estava entediado e decidiu se meter em alguma confusão, mas desta vez envolveu os seus sobrinhos... – cortou Enrique erguendo uma sobrancelha e fazendo Peter dar uma risada nervosa.

– Não foi uma confusão, foi um experimento científico totalmente seguro. – falando isso mostrou o "foguete" manufaturado, só agora Stiles tinha reparado que algo estava preso por fita durex no referido experimento.

– Marlene? – Laura se aproximou, o algo que estava preso no foguete era a tal boneca, fonte de toda a briga das crianças.

– Ela está sem cabeça! – constatou, horrorizada.

– São os riscos da profissão de astronauta. O espaço pode ser a última fronteira da humanidade e por isso possui os seus perigos. – tentou explicar, Peter. Derek assentiu com veemência, como se entendesse a que riscos o seu tio estava se referindo.

– Eu quero a cabeça da Marlene! – exigiu Laura começando a rosnar com raiva.

Peter já iria arrumar uma nova desculpa, mas foi interrompido por Enrique.

– Ainda resta bastante tempo até o jantar. Acho que é tempo o suficiente para achar a cabeça da pobre Marlene...Afinal, pelo que entendi, a boneca não teve escolha nessa história. Ela foi uma vítima e não uma astronauta destemida.

– Enrique, você já viu o tamanho desta floresta e o tamanho da cabeça da barbie? Foi sorte que consegui encontrar o meu foguete e... – sussurrou Peter, nervoso. Era a primeira vez que Stiles viu o destemido Peter Hale vacilar.

– Você é um lobisomem, não é mesmo? Possui um prodigioso olfato! Aposto que conseguira encontrar, tal como encontrou o foguete. – Enrique disse dando uma leve tapinha no ombro do Hale mais velho.

– Enrique, você é o meu cunhado preferido... Como pode fazer isso comigo? – choramingou Peter.

– Sou o seu único cunhado. – lembrou o humano sorrindo – E você terá ajuda... Meus filhos estão precisando mesmo de uma aula sobre rastreio.

– Sim! – Derek exclamou animado, Laura ainda lançava uma mirada furiosa para o seu tio.

E Enrique não tinha terminado.

– Foi você que disse que estava tentando instruir seus sobrinhos, estimular a inteligência deles, essa seria uma ótima oportunidade.

Peter resmungou algo, mas Stiles não conseguiu ouvir. Pelo visto, Enrique usou as próprias palavras do Hale contra ele mesmo. A admiração que Stiles sentia pelo pai de Derek só aumentava...

– Vamos, filhotes...Temos uma cabeça para encontrar. Chamarei a missão de A busca pela a cabeça decepada! – anunciou Peter apontando para floresta da reserva de Beacon Hill, as crianças deram gritinhos animados. Logo o grupo se emprenhou na mata acompanhado pelo o olhar atento de Enrique. Olhar esse que não se deteve somente no grupo...De forma sutil o pai de Derek mudou seu foco para outra pessoa, nesse caso, seria Stiles Stilinski.

O adolescente sentiu um calafrio percorrer sua espinha. Uma coisa era assistir as cenas do passado, outra coisa é ser notado por uma desses personagens. Ainda mais, alguém que no futuro estaria morto.

– Er...oi? Lindo dia, não é? – saudou Stiles acenando com a mão trêmula – Sei que é um dia no passado, mas acho que ainda é dia, então posso dizer que o dia é lindo...Ou melhor era. Enfim...

– Devo concordar. Foi um dia lindo. – disse Enrique se aproximando de Stiles que, por sua vez, deu passos para trás, colidindo de encontro a árvore e paralisando.

– Não precisa ter medo. – tranquilizou o outro.

– Olha...Eu não queria te ofender e tal...Mas não estou acostumado a conversar com...Er... – fez gestos elaborados com a mão sem saber que palavra usar.

– Um fantasma? – Enrique sorriu de forma compassiva.

– É isso que você é? Um fantasma?

– Sei que estou morto. – respondeu Enrique voltando seu olhar para a mansão e o jardim, era um olhar triste e saudoso – Acho que isso me classifica como fantasma ou um espírito.

– Mas...Por que está aparecendo aqui...Nas memórias do passado?

– Me sinto preso, ou melhor, atraído. Compelido a reviver os eventos passados até chegar o momento da minha... – se calou e voltou a encarar Stiles – É um ciclo vicioso, entrelaçado de sentimentos e rancor.

– Entendo... – sussurrou Stiles, não que ele entendesse de verdade. Contudo, não podia negar a tristeza da situação de Enrique, ficar revivendo o passado podia ser reconfortante como também doloroso.

– E isso nunca acaba? Quando morremos...Iremos ficar condenados a...

Enrique negou com a cabeça.

– Nem todos que morrem ficam assim...Na verdade, eu já deveria ter abandonado esse ciclo há muito tempo. Eu vejo uma espécie de porta de luz...Me chamando para o além vida... Mas eu me nego a seguir para ela. – ao falar o pai de Derek mirou um canto da paisagem, aonde ficava a horta. Stiles seguiu o seu olhar, mas nada viu ali a não ser melancias e aboboras. Será que ali estava a referida porta? Só os mortos devem poder vê-la...

– E por que você permanece aqui? – quis saber Stiles.

– Porque sinto dor de Derek, meu filho. – ele voltou a focar em Stiles – Ele se sente culpado pelo o que ocorreu...E não posso abandoná-lo quando sinto a culpa o consumindo.

– Culpa...? Mas... – Stiles sabia que algo incomodava seu namorado, algo que ele não conseguia expressar em palavras, mas era bastante evidente em seu semblante. Talvez tal remorso explique algumas das atitudes do lobisomem, como o fato de sempre querer proteger a todos e principalmente Stiles. Ele não deve querer perder mais pessoas queridas...Não de novo...

– Ele não foi o culpado pelo incêndio! – falou Stilinski em defesa de seu namorado – Digo, ele era apenas um adolescente...E...

Enrique deu um sorriso triste que fez o coração de Stiles apertar, mas antes que pudesse formular mais uma pergunta, sentiu o ambiente se alterar. O que era uma paisagem florida e tranquila, agora dava lugar a um obscuro ambiente. O cheiro doce do jardim deu lugar ao odor desconfortante de fumaça. Stiles logo reparou que a mansão estava em chamas. Aquela era uma memória que Stiles não queria reviver...O momento mais traumático que os Hales deviam ter sofrido.

Enrique ainda estava ao seu lado, o que era estranho já que o pai de Derek deveria estar lá dentro...Morrendo.

– Ali... – apontou o fantasma para uma pessoa, uma sombra correndo da mansão. Uma mulher. Stiles não conseguiu vê-la com exatidão, era como fosse um borrão em meio a toda a fumaça e fogo.

– Quem é? – disse, tossindo. A fumaça do passado era bastante real ao ponto de Stiles se sentir sufocado.

– A causadora do desastre. – respondeu Enrique, lágrimas começaram a escorrer da face do fantasma.

– Ela? Foi ela que causou o incêndio?

– Ela causou o desastre no passado e poderá causar um novo desastre no presente. – Enrique mirou Stiles e tocou levemente o seu ombro – O coração do meu filho já está ferido e temo que não poderá se recuperar de um segundo golpe... Por isso não posso abandoná-lo...Nenhum deles...Minha família está em perigo.

– Eu...Eu não vou deixar que algo assim aconteça de novo. – prometeu Stiles, apesar de não saber ao certo como poderia evitar aquilo.

Enrique sorriu desta vez havia menos tristeza em seu semblante, talvez até uma certa esperança. Stiles sentiu o peso da responsabilidade cair sobre si, mas não se arrependeu de sua promessa. Iria proteger Derek e também iria trazer paz a alma de Enrique, que de certa forma era o seu sogro.

– Humano! – algo rosnou ao fundo. Stiles, tossindo, voltou seu olhar para a mansão e para o seu horror vislumbrou um lobo saltando de uma das janelas da casa. Era o mesmo lobo assustador de sua última visão, desta vez ele estava envolto em chamas. O cheiro de carne queimada e podridão emanava de seu corpo e causou ânsia e medo em Stilinski.

– Humano...Irei arrancar seus braços e consumir os seus órgãos... – prometeu o lobo, saliva escura escorria de sua boca repleta de dentes.

– Q-quem...Quem... – balbuciou sem conseguir terminar a pergunta. Enrique encarava a figura lupina com preocupação.

– A vida pós morte não é igual para todos. Alguns sofrem os arrependimentos das escolhas que fizeram em vida...E na morte, seu rancor, ódio e o desejo por vingança obscurece sua consciência o transformando em uma espécie de monstro...

O lobo avançou em direção a eles, passos lentos e dando uma risada insana. Stiles queria acordar daquele pesadelo, mas também deseja saber mais sobre aquelas figuras do passado que não estavam ligadas as memórias. Figuras que podiam interagir com Stiles e talvez...Até machucá-lo.

– Esse é o avô de Derek, pai de Talia e o antigo alfa da alcateia Hale: Eric Hale. – informou Enrique com rapidez – E você deve voltar para o presente...

O lobo se aproximava mais e mais.

– Eu...Eu quero voltar! – exclamou Stiles dando um beliscão no braço, querendo acordar, mas aquilo não funcionava, pois não estava vivendo um sonho. Mesmo sendo o passado, era bem real.

Enrique parecia alarmado, Stiles estava desesperado. Fechou os olhos e tentou pensar na outra realidade. Pensou em sua família. Pensou em seus amigos. Pensou em Derek. Queria voltar ao presente.

– Irei te comer...Humano...Vou começar arrancando seu pescoço...

Stiles ainda conseguia ouvi-lo. Sentiu Enrique o empurrando para trás, mas o movimento não surtiu o mesmo efeito da vez anterior. Enrique não o empurrou rumo ao presente. Ainda estava ali...Preso ao passado do dia do incêndio.

"Eu não posso morrer aqui..." pensou, ainda de olhos fechados. Temia abri-los e ver o pavoroso lobo bem a sua frente.

Então, sentiu um puxão. Era como seu corpo fosse sugado por uma estranha força. Uma corrente sem possibilidade de lutar contra. Sugado e guiado rumo ao....

– Stiles! Stiles! – aquela voz era familiar e um súbito alívio o dominou. Sem relutância abriu os olhos só para encontrar um gato o mirando com curiosidade.

– Você não é Derek! – exclamou, assustado.

– Lógico que não...Sou muito melhor do que isso, sou Salem. – falou o gato preto, com evidente frustração na fala.

– Stiles... – Derek estava ao seu lado. Na verdade, estava sobre ele, já que Stiles estava caído no chão sobre a árvore – Você está bem? Você foi para o passado de novo, mas...Simplesmente não retornava!

Stiles viu pânico na voz de Derek e logo se sentiu culpado por isso. Não queria causar preocupação ao outro, ainda mais quando não foi algo intencional.

– Eu não queria ter ido para lá... – confessou, ainda sem se levantar. E o gato estranho ainda estava sobre o seu peito, o observando – Eu não estou tendo controle sobre isso...

– Realmente, se não fosse por mim, era bem provável que você ficasse perdido por lá. Eu aceito sardinhas como forma de agradecimento e preciso mesmo de alguém que escove o meu pelo... – começou a tagarelar o gato.

– Quem? – Stiles franziu o cenho para o felino.

– Ele é Salem...O gato-bruxo que te falei. – informou Derek que mirava o gato com certo receio. Stiles sabia que o Hale tinha um "medinho" de gatos, apesar de ele não confessar isso com todas as palavras.

– E você me ajudou? Como? – inqueriu esperançoso, será que aquele gato-bruxo poderia ajudá-lo a controlar o seu poder.

– Não foi fácil. – Salem falou lambendo uma de suas patas e depois passando a mesma em sua cabeça – Magia temporal não algo fácil de controlar...E não pretendo fazer isso novamente! Por isso, exijo meu pagamento em sardinhas!

– Er... – Stiles não sabia o que responder quanto a isso. Contudo, não podia negar as sardinhas ao seu salvador.

– Salem, será que pode sair de cima de Stiles para que ele possa se levantar? – Derek falou, não fazendo nenhum indicativo de tentar pegar o gato no colo.

– Sim, ele tem que levantar para pegar as sardinhas. – ponderou o gato saltando para o lado e assim permitindo que o confuso Stiles se levantasse.

– Você está bem? – perguntou o Hale novamente, aparando o namorado ainda trêmulo nos braços.

– Acho que estou...Digo... – não sabia muito bem como definir a sua condição atual, definitivamente estava com medo. Além disso havia toda as novas informações que tinha adquirido de sua viagem ao passado. Coisas que não sabia se deveria falar ao namorado...

Fantasmas?

Incêndio?

Culpa?

E a verdadeira culpada?

Suas visões do passado eram pistas para resolver os problemas do presente. Problemas envolvendo Derek, aquele que gostava (ou mesmo, amava! Não queria ainda admitir isso em voz alta, mas era bem provável isso que sentia). Era isso que Stiles tinha concluído. Essa era a motivação de seu poder. 

~~**palavras da autora**~~

Desculpe a demora, mas aí está mais uma conclusão da viagem ao passado.

Gostaram? 

Sabemos mais sobre o pai e avô de Derek... Que foram morto no incêndio.  Além de mais visões do passado da família Hale.  E assim, entendemos mais sobre o personagem Derek!

Mais questões surgem, entretanto..

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