A reunião


Enquanto Stiles e seus companheiros estavam confabulando e aplicando o seu ousado plano a frente da residência dos Argent, outro grupo também exercia a sua própria vertente de investigação em relação ao Kanima e o assassinado na reserva... Mas esse grupo se encontrava bastante longe dos subúrbios de Beacon Hills. Mais precisamente, se encontravam na faculdade Sobrenatural, vizinha ao Instituto....

~**~

Derek soltou um suspiro impaciente. Sim, sabia, que pela a hierarquia da alcateia deveria cumprir as ordens dadas pelo superior, a qual seriam a alfa, sua mãe, e o segundo no comando, que no caso era o seu Tio Peter. A harmonia de uma alcateia se dava por meio da confiança, disciplina e fidelidade entre seus membros e seus líderes, logo, Derek não deveria questionar abertamente a ordem imposta por Peter...Mesmo que ela fosse estranha. E qual era a ordem?

– Estou morrendo de fome. – O humano a sua frente tocou a sua magra barriga. O lobisomem podia vê-la, já que a blusa branca que o rapaz usava era curta, de modo que praticamente só cobria o seu tórax. Além disso, havia as calças escuras que usava, apertadas e que ressaltavam suas curvas. Além disso, havia a jaqueta vermelha por demais extravagante. Para terminar tinha o sapato alto! Sim...Ele usava uma espécie de bota de cano longo, com um salto ponta agulha, como ele conseguia se equilibrar naquilo? O Hale não sabia e nem queria saber! Não era só a vestimenta que o incomodava, afinal, conforme andavam pela a universidade o humano atraia olhares em demasia. Derek não gostava de ser o centro das atenções, mas na companhia daquele humano parecia que estava acompanhado, de fato, um carro alegórico de algum festival carnavalesco! Mas se fosse só o vestir do rapaz...Derek conseguia suportar modas excêntricas, mas havia também a atitude! E como para exemplificar isso o referido humano estalou os dedos, quase no rosto de Derek.

– Oi, cão-guia. Onde é a cantina?

Derek rosnou.

– Ora, perdão. – Olhos verde esmeralda o miravam, havia um claro divertimento naquele olhar – Acho que deveria me corrigir...Cão-guia é um termo claramente errado, o certo seria Lobo-guia, não é mesmo?

Mais um novo rosnado.

– Petrus... Acho que... – Pigarreou Pietro, o vampiro também fora ordenado por seu irmão mais velho, Michel, de acompanhar o alquimista pelo campus – Não deveria provoca-lo tanto!

– E por que não faria isso? Pois eu seria mordido? É isso? – Piscou todo inocente Brand – Aposto que o tio e irmão de vocês dois não gostariam de saber que um de vocês provou da minha carne. Eles gostam de exclusividade, sabe?

Pietro quase tropeçou em seus pés ao ouvir aquilo. Derek paralisou, as engrenagens do seu cérebro pareciam ainda estarem se movimentando, processando o que acabara de ouvir.

– O que...O que você está querendo dizer com isso?

Petrus se virou para a dupla, mão sobre a sua cintura esguia.

– Querido, o que você acha? – Rebateu a pergunta de volta.

– Você não pode querer dizer que...Meu tio...O irmão de Pietro...E você...Digo... Vocês três...

Petrus riu da relutância ou mesmo a lentidão de Derek. Pietro, por outro lado tinha levado a mão a boca, estava controlando a vontade de rir e estava falhando de forma desastrosa.

– Se lembram da primeira aula inaugural das aulas especiais? Precisamente do momento que transformei o pomo da bengala brega do Michel em um grande e formoso pên...

– Sim! Nós recordamos! – Cortou Derek, impaciente e um pouco embaraçado.

– Acha mesmo, querido, que a forma que criei foi fruto da minha imaginação prodigiosa? Se recriei tão bem aquele glorioso membro isso se deu devia a minha experiência...Tanto tátil, visual e, por que não dizer, bucal?

O Hale levou a mão ao rosto que no momento já estava por demais vermelho. Pietro, por outro lado, já tinha começado a gargalhar.

– Eu te disse! – Falava em meio a sua risada descontrolada, até que o jovem vampiro parou, subitamente, e mirou Petrus – Isso significa que vocês três já tinham um caso antes daquela aula? Que já se conheciam?

– Sim. – Brand analisava as suas unhas, com desinteresse – Se os dois querem guardar segredo sobre isso, não é problema meu. Afinal, eles devem saber que Petrus Brand não costuma ser discreto.

– Percebi isso. – Resmungou Derek, internamente sentia um certo grau de satisfação, pois isso significava que em sua alcateia, não era o único a se relacionar com um humano de personalidade excêntrica. Não se pode esquecer que tal relação era, pelo que parece, a três... Pelo visto, Derek não conhecia, verdadeiramente, o seu tio. Bem que isso era esperado, levando em consideração o quão escorregadio Peter Hale era. Nunca se sabia ao certo o que estava pensando ou fazendo.

– Aqueles dois... – Continuou Petrus – São superprotetores ao ponto de designar vocês, vamp e lobinho júnior para serem meus guarda-costas. O que é ridículo!

Derek e Pietro trocaram olhares, talvez o humano não tivesse notado, mais havia um evidente clima tenso na universidade, principalmente ao redor do trio. Ora, isso era previsível, já que no campus, até o momento, era proibido a presença de humanos. Petrus seria o primeiro estudante humano da Universidade de Beacon Hills.

– Eles talvez...Não estivessem errados. – Sugeriu Pietro.

– Besteira! – Brand sacudiu a mão, como tivesse espantando alguma mosca irritante – Agora vamos comer, sim? Estou morrendo de fome!

O trio se direcionou a cantina da universidade. Mesas longas dispostas na ampla praça ao ar livre, havia uma lanchonete oficial da Universidade que oferecia pratos-feitos para os estudantes da universidade, contudo podia-se observar também outras bancas de alimentos, uma cafetaria e um espaço para o estacionamento de food-trucks, concessão dada para a reitora para estimular o comercial alimentício local, tendo como preferência proprietários que fossem sobrenaturais. De forma geral, parecia uma verdadeira praça de alimentação.

– O que devo comer? Já sei! Aquele hot-dog que é gigante! – Os olhos de Petrus brilhavam ao ver a referida banca, a qual vendia hot-dogs com tamanhos nada convencionais, tendo em vista a grande diversidade de tamanho e de apetite da população sobrenatural.

– Talvez devêssemos escolher algo mais comum a sua dieta...

– Eu sou alemão, sabiam disso? Salsichas são tipo um símbolo Nacional da Alemanha! Temos a Bratwurst, Nürnberger Rostbratwürste, Currywurst, Weisswurst, Blutwurst, Landjäger, Mettwurst...Enfim! Vários tipos de salsichas e linguiças! Acha que meu delicado paladar humano não consegue apreciar a sua salsicha sobrenatural? Pois acharam errado! E eu não iria nem citar o fato de já ter provado duas salsichas sobrenaturais, sendo uma de origem vampirescas e outra lupin...Hunf!

– Shhhh! – Mandou Derek que estava quase tendo um surto nervoso com aquele humano – Eu compro o hot-dog para você, ok? Só fique quieto pelo amor da lua!

– Já que você vai comprar o hot-dog, bem que podia trazer um milk-shak...

O olhar fulminante do Hale fez o vampiro se calar.

Falando isso o lobisomem foi para a fila para pegar o referido alimento, sua cara de enfezado e seu rosnar, fez com que, magicamente, os que estavam na frente da fila lhe cedessem o lugar.

Pietro e Petrus tinham já arrumado um local, uma mesa afastada, já que todos pareciam querer distância do humano. O alquimista parecia ignorar tal fato, sentado todo sorridente, parecia mesmo ansioso para provar o hot-dog sobrenatural. Não demorou para Derek voltar, em uma das mãos segurava um incrível hot-dog de quase 50 centímetros de comprimento. E na outra mão...

– Owwwt! Você trouxe o meu milk-shake!? – Pietro estava tão emocionado que quase chorou, o quase seria devido ao fato da carranca irritada de Derek ter o efeito de secar suas glândulas lacrimais.

– Não se acostumem! – Ameaçou o lobisomem para os dois, que agora estavam por demais entretidos em comer para lhe darem ouvidos. Derek soltou um suspiro, sua mente vagou para o real motivo de Petrus estar ali...Sim, o rapaz iria iniciar suas aulas no programa de pós-graduação da universidade, mas como Alan só agora matriculou Brand como seu pupilo, com a maioria das aulas já iniciadas, Petrus teria que esperar até que outros módulos fossem iniciados para assim ser um estudante universitário, propriamente dito. E as aulas especiais seriam administradas no instituto, de modo que não justificava a antecipação da presença de o humano ali. Desta forma, a real justificativa de Petrus Brand no Campus estava mais relacionada a investigação... O Kanima não fora capturado e tão pouco o seu mestre, a polícia, bem como a Alcateia e o Clã Beaumont estavam ávidos por resposta. Petrus se tornou um aliado nessa busca pela a verdade.

– Isso está muito bom!! Lógico que a salsichas alemãs são melhores, mas... – Antes que Petrus continuasse com o sua crítica gastronômica, um grande Troll (sim, era um pleonasmo, pois todo o Trol é grande, mas esse em particular parecia ser maior que a média) se aproximou da mesa aonde o trio estava e derrubou um grande bolo de carne sobre Brand, sujando parte de sua cabeça e casaco.

– Ops. Desculpe humano, eu não te vi. – Riu o Trol, outros sobrenaturais próximos também riram.

Derek rosnou, pronto para se levantar para atacar, ou melhor, iria conversar de forma civilizada com o Trol, utilizando seus punhos, garras e dentes. Pietro também rosnou, não costumava optar pelo uso da violência, mas ver Petrus sofrer bullying simplesmente por ser humano? Aquilo era errado!

– Quietos garotos. – Mandou Petrus Brand, o seu som de sua voz foi tão sério e autoritário, contrastando com sua fala sempre relaxada e provocadora. Naquele momento o alquimista parecia, de fato, um adulto – Eu lidarei com isso.

Derek e Pietro trocaram olhares, incertos, afinal, aquele Trol era, sem dúvida, muito grande! Petrus (tal como Abraham) era uma versão nanica e fofinha de um humano. Poderia dar a ilusão que se tratava de um ser inofensivo...Derek sabia que Aby podia morder, o garoto fora treinado para ser um caçador, afinal de contas, contudo e Petrus? Ele não mostrava nenhum indicativo que sabia lutar! Ele era um alquimista, isso era verdade, mas... Fora fazer cremes, poções, perfumes, remédios homeopáticos...O que Petrus poderia fazer contra o Trol?

Rex, já disse, fique na sua. – Mandou novamente Petrus passando a mão no seu casaco.

– Rex? – O Hale deu um meio sorriso – O seu sobrinho me chama assim, às vezes.

Brand deu um curto sorriso e piscou para o lobisomem.

– Ele tinha que ter puxado a esperteza de alguém, não é mesmo? – Conforme sua mão passava sobre a sujeira gordurosa de carne e molho, essa mesma sujeira para ser atraída para a palma de sua mão, se agregando e formando uma bola, meio que disforma, de carne. Em poucos segundos o seu casaco escarlate estava limpo.

– Que humilhante. – Comentou o Trol fazendo uma careta de desgosto, bem que tal expressão não foi tão diferente da feição normal da criatura – Dois sobrenaturais se submetendo ao comando de um mísero humano. O que vocês são? Os bichinhos de estimação dele? Vocês deviam sentir vergonha!

– Bichinhos de estimação? Eles? Faça-me o favor. – Dizia Petrus enquanto subia na mesa, ficando (mais ou menos) da altura do Trol – Eles são meus amigos e somente isso.

– Amigos? Um humano e um ser sobrenatural não podem ser amigos. – Rosnou o Trol – Somos diferentes demais para formar laços de amizade. Cada qual deve ficar em seu lugar...Em outras palavras, você não deveria estar aqui.

Petrus ergueu as sobrancelhas, não parecia muito impressionado com o discurso do grande ser verde que se agora estava a alguns centímetros de distância do humano.

– Querido, não tente colocar a culpa no fato de você ser "diferente" para justificar a sua falta de amizade... Pelo o que vejo, o seu principal problema é esse bafo. Eu também não iria querer ser seu amigo se sua boca fede que nem um pântano podre.

– O que disse? – Urrou o Trol, abrindo a sua bocarra e espalhando ainda mais aquele hálito fedido – Como ousa?

O grandalhão pegou Petrus pela a gola de sua já mínima camisa. Derek e Pietro se levantaram, prontos para lutar contra se fosse preciso.

– Alias... – Brand falava como se o fato de estar diante de uma criatura antropomórfica do folclore escandinavo – Queria devolver algo que você perdeu.

– Hã?

Petrus jogou a bola de carne que ainda detinha em sua mão, essa colidiu com o peitoral nu do Trol, grudando ali.

– Oh? Isso era para significar alguma coisa? – Riu a criatura.

O humano não respondeu, apenas sorriu o que provocou um rosnar em seu inimigo. Esse já estava pronto para apagar tal expressão metida do humano quando sentiu...

– Mas o que? – Voltando os seus olhos para baixo, para o seu peitoral, notou que o bolo de carne tinha se multiplicado, a descrição mais correta era que a carne gordurosa tinha se espalhado por seu tórax, como uma camada disforme e pulsante e continuava a crescer, avançando por mais áreas do seu corpo – O que você fez?

O Trol tinha já soltado Petrus e tentava arrancar com suas grandes mãos a carne do seu corpo, mas quanto mais fazia isso, mais a manto de carne crescia. Em pouco tempo, de sua cintura para baixo, a carne já tinha dominado, impossibilitando que se movesse. Petrus observava isso lambendo a gordura dos dedos de sua mão.

– Escutem bem, bonitões e bonitinhas. – Brand disse para todos os estudantes que ali estavam, observando horrorizados o Trol virar uma espécie de bolo gigante de carne – Posso ser um humano, mas isso não significa que não tenho força para me defender. Como podem ver, não sou um humano comum. Sou um alquimista, mas diferente dos outros que cursam a universidade, não vim de uma família de alquimistas...Ou seja, meus poderes não foram herdados por minha linhagem e sim, surgiram espontaneamente. Algo que vocês devem conhecer como faísca...Pois bem, isso não me torna totalmente humano como também não sou sobrenatural. Mas creio que minha natureza dual me confere salvo conduto de estudar e transitar nessa universidade, vocês não acham? Acho que já me provei ser bastante não-normal para cursar essa faculdade sobre-natural, não mesmo?

Algumas cabeças assentiram, outras ainda estavam boquiabertos com o que estavam presenciando.

– Perfeito! – Petrus bateu palmas – Afinal, não quero ter que usar minhas habilidades em meus colegas de universidade...Isso não seria educado.

E aquele foi o fim do espetáculo, seria o fim se alguém não gritasse do meio da multidão:

– O que está acontecendo aqui? – Rapidamente Alan Deaton, druida, emissário da alcateia Hale e professor da universidade, abriu caminho por entre os estudantes para então encarar a bola de carne recheada de Trol.

– Oi, mestre... – Saudou Brand com um aceno tímido. Infelizmente o druida não estava sozinho. Peter e Michel o acompanharam e também não pareciam contentes com o que viam.

– Petrus... – O tom de Alan sinalizava "Vou dar um sermão!", mas antes que o fizesse, Derek notou que Brand cambaleou. Pietro também farejou algo, um odor ferroso típico de...

– Petrus! – Em segundos, Peter e Michel estavam ao lado do humano, amparando antes que este caísse da mesa. Seu nariz sangrava e estava arfando.

– Isso é o que acontece quando você usa o seu poder em demasia. – Criticou Alan se aproximando com um olhar crítico – Alias, você ainda está usando o seu poder! Desfaça essa coisa que você criou!

O Druida apontava para o bolo de carne gigante.

– Mas... – Arfou Petrus e ainda tendo audácia de sorrir de forma travessa – Ele parece bem melhor nessa forma.

– Petrus. – Rosnou Michel – Faça o que o seu mestre mandou.

– Você já provou o seu argumento, não é mesmo? – Falou de forma mais branda, Peter – O bolo de carne já não precisa mais existir...

Brand soltou um longo suspiro, com ajuda de sua dupla de vampiro e lobisomem, se aproximou do alimento e tocou levemente a sua superfície. Aquele toque foi o suficiente para que toda a estrutura se desfizesse e revelasse um Trol todo sujo de carne e com a expressão de puro horror em seu rosto.

– Definitivamente, antes ele estava mais bonito. – Reafirmou Petrus, ganhando um rolar de olhos por parte de Michel e uma risada de Peter.

– Bem... – Alan anunciou cruzando os braços diante do peito – Acho que podemos iniciar nossa reunião, ao menos que vocês ainda desejam causar alguma outra confusão no campus?

Derek e Pietro negaram rapidamente com a cabeça. O druida conseguia ser assustador quando estava irritado.

– Perfeito. Temos assuntos sérios a tratar...

~**~

O escritório de Peter Hale não era muito diferente do escritório que o mesmo tinha na mansão Hale, ou seja, pinhas de livros espalhados, até mesmo os sofás estavam cobertos por eles. O grupo tinha que primeiro abrir espaço por entre a confusão de livros e papeis, para assim poder dar início a reunião.

– Meu caro, você já ouviu falar de e-books? Só por que somos sobrenaturais, isso não significa que devemos ser antiquados. – Informou Michel que retirava uma pilha de livros do sofá para que pudessem sentar.

– Ah! Eu tenho quase todos esses livros digitalizados. – Informou o Lobisomem todo sorridente – Mas, não consigo me desfazer dos livros físicos...Nada se compara ao prazer de tocar nas suas páginas e sentir o cheiro de papel. Mofado, algumas vezes, mas mesmo assim perfeito.

– Nisso eu discordo. – Interpôs Petrus que ainda comia o seu hot-dog – Posso sugerir algumas coisas que podem conferir uma grande quantidade de prazer... Tão grande, que talvez faça esquecer das outras sensações, reescrevendo as memórias de seu cérebro...Concentrando nessa única e divina sensação.

Ao falar isso o rapaz lambeu a ponta da salsicha, arrancando suspiros de Michel e Peter. Logo depois, Petrus mordeu a salsicha, desta vez, arrancando gemidos de dor da dupla de seres sobrenaturais, que levaram a mão, de forma instintiva para a virilha, mais precisamente para o local sensível entre suas pernas.

– Que os deuses nos ajudam... – Resmungou Alan, com impaciência.

– Uou! – Pietro ria e cotovelava, afoito, Derek – Isso foi hilário!

Derek resolveu não opinar, estava transtornado com o que estava vendo.

– Bem... – Pigarreou Peter, tentando tomar controle da situação – Nos reunimos aqui para informar os avanços de nossas investigações... Michel, você tem algo para nós?

– Certamente. – O vampiro retirou de sua pasta documentos – Fiquei incumbido de investigar o vampiro...Seu nome era Frédéric Santana. Ele pertencia ao clã MonteReis, um clã relativamente novo, formado, em sua maioria, por vampiros transformados. Pelo que os seus irmãos de clã me informaram, Fred (como era apelidado), era um vampiro da noite, no sentido, que gostava de passar suas noites em bares e boates. Precisamente, a ultima vez que foi avistado, Fred estava na boate Jungle. Pelo visto, nesta referida boate, Fred foi visto saindo com alguém, mas seus companheiros de clã diziam que isso era normal já que Fred gostava de conseguir o seu sangue do modo antigo...

– Ele atacava humanos? Isso não proibido? – Inqueriu Petrus, assombrado.

– Atacar não seria o termo correto, já que o que Fred fazia era oferecer a mordida de forma consensual... Deve entender que muitos buscam a mordida de um vampiro, já que ela confere a liberação de Endorfinas, Dopaminas e Oxitocinas, hormônios relacionados a sensação de prazer, felicidade e bem-estar. Vale salientar o efeito afrodisíaco da mordida...

– Oh! Sim...Querido, eu sei bem o que a mordida pode fazer. – Comentou Petrus sorrindo de forma marota – E não só eu, não é mesmo, Peter?

Peter pigarreou e Michel corou.

– E-enfim... – Continuou o vampiro – Fred tinha esse hobbie, logo imagino que um de seus parceiros pode ter o capturado, o trazido até a reserva e o matado.

Alan acariciou a sua barbicha.

– Isso significa que deveria ser alguém que tinha conhecimento dos seus hábitos? Alguém que não levantaria suspeitas de um ser sobrenatural, sendo capaz de atraí-lo e lubridia-lo.

Derek sentiu um calafrio, aquela discrição o lembrava de alguém de seu passado...

– Eu também tenho algo a informar. – Anunciou Petrus – Na verdade é mais uma fofoca que ouvi da Mama.

– Mama? – Perguntou Peter, franzindo o cenho.

– A dona da boate Jungle.

– Pelo que sei... – Falou Michel folheando os seus documentos– Nicolo Bianchi é o nome do proprietário da Boate.

– Aff... – O humano rolou os nomes – Não o chamem assim, pelo menos não quando estão na Boate, lá ele prefere ser chamado de Madame Niella, ou apenas de Mama. Ela faz uma ótima apresentação sendo cover de Adelle, nas noites das Drag queens.

– Ok... E o que a Mama teria para nos informar que Michel não tenha já descoberto?

– Peter, querido... Michel pode ser muito inteligente, mas as fofocas de Mama são bastante precisas. Ela sabe de tudo que ocorre em Beacon Hills, principalmente nos membros frequentes de sua Boate, como esse tal de Fred. Pois eu perguntei, já que ela é uma das minhas clientes favoritas.

– E o que ela disse? – Perguntou Pietro, que havia aberto um pacote de pipoca adocicada e comia rapidamente, parecia que o vampirinho estava assistindo algum filme ao invés de participar de uma reunião.

– Disse que Fred tinha uma queda por mulheres humanas com aspecto dominante. Entende? Ele é o tipo de cara que gosta de ser amarrado na cama, sendo chicoteado por uma mulher... Coisas desse tipo. Na noite de sua morte, Mama o viu saindo com uma mulher, apesar de que Mama não pode identificá-la, já que era a primeira vez que a via em seu bar.

– E Mama não se preocupou de informar isso a polícia por que...?

– Mama teve alguns problemas com a lei...Ora, ninguém é perfeito! Não a julguem por erros de sua juventude. Mama é uma dama...Mas ela sente muito medo dos tiras, entendeu?

– Será que você conseguiria uma descrição dessa mulher com a Mama? – Inqueriu Alan.

– Posso tentar, participo das noites das drag queens, faço o cover da cantora Shakira. – Essa informação foi recebida por um grande abalo por certa dupla de sobrenatural.

– Cover...Você canta é isso? – Quis saber Derek, que não estava entendo nada sobre toda aquela história de Drag e Mamas.

– Sim. E também me visto como...Uma caracterização completa. Danço também... Alias, segundo Mama, minha dança do ventre é por demais sexy e deixo todo mundo louco!

Essa informação desencadeou uma onda de rosnados ciumentos.

– Certo. Certo. Passemos para a segunda pauta da reunião. – Interpôs Alan – A estaca. Como sabem, essa foi roubada, mas o departamento de polícia já tinha fotografado a arma do crime e assim ainda temos evidências para usar para investigação. Petrus, você tinha nos informado previamente, que a estaca era sim oriunda dos Van Helsing, devido a inscrição na lateral...

– Sim. – Assentiu o alquimista – Já vi estacas como essa antes, Arkadius, o maldito pai de Abraham, gostava de ficar exibindo essa arma quando vinha visitar a casa da minha família.

– Contudo, você não sabia sobre o brasão de prata em formato de lobo, não é isso? – Completou o druida.

– Pois é...Mas eu prometi pesquisar a respeito, já que a família Brand era conhecida por contrabandear material místico e sobrenatural no mercado negro europeu. – Disse com evidente desgosto na fala – Foi por isso que Arkadius se aproximou de nós...Esperava conseguir produtos de alta qualidade, pelo visto. Mas, quando minhas habilidades começaram a transparecer...Meus pais resolveram expandir o negócio. Logo, eu fazia poções e outros produtos para família de caçadores. Algo que não me orgulho nem um pouco...Contudo, não fiquei muito fazendo isso. Quando minha irmã desapareceu e Arkadius se recusou a dizer o que realmente aconteceu com ela...Sem falar no treinamento insano que ele empregava em meu pequeno sobrinho...Eu não pude mais compactar com a omissão da família Brand...E fugi. Contudo, eu levei documentos comigo, que pensei que poderia utilizar, como forme de processa-los ou algo do tipo. São documentos de compra e venda, as famílias de caçadores assinavam tais papeis com os selos de suas famílias...Por isso, andei vasculhando esses papeis e por fim encontrei! – De forma triunfante retirou um papel do bolso de seu casaco. O mesmo estava dobrado e o humano o desdobrou rapidamente exibindo na parte de baixo do mesmo, no local de assinatura, um selo de coloração prateada com um lobo.

– Esse é o selo da família Argent. – Concluiu Brand.

– Argent. – Os olhos de Peter iluminaram em um azul florescente – A família caçadora de lobisomens.

– A estaca deve ter sido dada para um membro da família, daí o selo. – Sugeriu Michel.

– Existe Argents em Beacon Hills. – Lembrou Peter – Se não me engano, uma das estudantes da turma mista é da referida família.

– Não devemos nos precipitar e julgar. – Disse Alan – Devemos buscar respostas antes de incriminar alguém, lembrem-se disso. O acordo de paz ainda é muito recente e devemos prezar por ele.

– Tem razão. – Assentiu Peter lançado um olhar para Derek – Você irá seguir os passos dos Argent, veja o que eles estão fazendo de suspeito.

– Irei fazer isso, tio. – Era uma ordem direta, não era como o jovem Hale pudesse questionar, mas sentia uma certa apreensão de ficar tão próximo de uma família especializada em caçar lobisomens.

– Pietro, você irá com ele. – Mandou Michel, fazendo com que o vampiro interrompesse o seu frenético alimentar de pipocas adocicadas.

– Mas...

– Nada de mais, o nosso clã deve participar dessa investigação também.

Pietro assentiu, com hesitação. Como poderia ajudar em rastear alguém? Era tão desengonçado que mais atrapalharia do que ajudaria, mas se seu irmão queria isso...Então a culpa seria dele se eles falhassem.

– Bem, irei informar a polícia sobre os Argent. – Prometeu Alan, isso era o indicativo que a reunião estava prestes a terminar. Todavia, som de passos rápidos no corredor, seguido pela abertura brusca da porta, fazendo com que pilhas de livros despencassem, fez com que todos sentissem que os eventos do dia estavam longe de terminarem.

Uma ofegante e furiosa alfa tinha entrado no escritório de Peter. Talia Hale tinha os olhos com a íris avermelhada, fazendo com que Peter e Derek tremessem e rapidamente abaixassem a cabeça em sinal de submissão.

– Talia? – Alan parecia o menos afetado com a entrada da lobisomem – O que houve?

– Venham comigo a reserva. – Comandou – Ocorreu outro assassinato.

– Outro? – Michel sussurrou, assombrando.

– Sim. – Assentiu Talia – Desta vez, foi um lobisomem...

Derek engoliu em seco. Mais um calafrio percorreu a sua espinha. Algo sinistro ocorria em Beacon Hills e eles estavam atrasados em tentar impedi-lo. Eles estavam fracassando!

– Não mais... – Prometeu Derek Hale em sussurro. 


~**Palavras da Autora**~

Oficializado o poliamor? Sim! Acho que agora é oficial!

Conhecemos um pouco mais sobre Petrus...E também sobre o que o outro grupo está investigando, afinal, não é só Stiles e seus amigos que estão envolvidos nessa confusão, até o pescoço.

E o suspense sobre o assassino ou assassinos, só aumenta!

Espero que estejam gostando!

Proximo Cap Derek e Stiles irão se reencontrar, prometo!

Ps: Se desejam saber mais sobre os tipos de salsichas alemãs, aqui o link:

https://www.dw.com/pt-br/nove-tipos-de-salsichas-alem%C3%A3s/g-36421699

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