Capitulo Vinte e Seis
Derick Evans:
Quando voltamos para dentro, Charles, sem aviso, me pegou no colo e me girou no ar, arrancando uma risada surpresa de mim. Ele só sabia sorrir, com aquele brilho nos olhos que eu tanto amava, o tipo de sorriso que fazia meu coração derreter. Girando como se o mundo estivesse em câmera lenta, tudo o que eu conseguia sentir era a alegria pura e contagiante que emanava dele. Quando finalmente me colocou de volta no chão, nossos rostos estavam tão próximos que não havia espaço para mais nada, exceto o momento. E então, sem hesitar, ele me beijou.
O beijo foi intenso, cheio de paixão. Nossos lábios se encontraram com uma força que parecia carregar todo o amor, todo o desejo e a alegria do momento. Eu podia sentir o calor dele contra o meu corpo, seus braços me envolvendo com firmeza, como se ele nunca quisesse me deixar ir. Estávamos tão envolvidos que perdemos o fôlego, mas nem isso nos fez parar. Ficamos ali, juntos, até que o mundo ao redor desaparecesse completamente.
— Meu marido — Charles murmurou, com a voz rouca de emoção, seus dedos traçando linhas suaves pelo meu rosto, como se quisesse gravar cada detalhe na memória. — Eu te amo loucamente!
O calor em suas palavras me fez sorrir ainda mais. Era surreal ouvir isso dele, agora que éramos oficialmente casados. Olhei para ele, sentindo o mesmo amor transbordar dentro de mim.
— Eu sou louco por você — respondi, puxando-o para mais um beijo, mais suave, mas ainda cheio de sentimento. Quando nossos lábios finalmente se separaram, o mundo começou a voltar aos poucos, e eu perguntei, com um sorriso travesso: — E agora?
Antes que Charles pudesse responder, uma voz familiar interrompeu nosso momento.
— Agora, uma grande festa! — Sam surgiu do nada, com seu sorriso típico, quebrando o clima romântico, mas de uma forma que só ela sabia fazer. — E depois, os dois vão para aquela lua de mel dos sonhos que vocês planejaram com tanto cuidado!
Charles e eu trocamos um olhar cúmplice, ambos sorrindo como adolescentes apaixonados. A lua de mel era algo que havíamos planejado com carinho, mas, antes disso, havia a celebração com todos que amávamos.
— Então, hora da festa! — Todos disseram em coro, enquanto risadas e aplausos enchiam o ambiente.
A música começou a tocar novamente, mais animada agora, e o salão encheu-se de energia. As luzes suaves, as risadas e a alegria de nossos amigos e familiares criaram uma atmosfera mágica. Era hora de celebrar, de dançar, de compartilhar a felicidade que transbordava de nós dois. E assim, com Charles ao meu lado, sabia que a festa seria só o começo de muitas outras aventuras que viriam a seguir.
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Eu nunca imaginei que veria alguém tão radiante quanto vi Charles naquela noite. Ele estava exultante, rindo, bebendo e dançando como se fosse a primeira vez que experimentava a verdadeira liberdade. Ver aquele brilho nos olhos dele, a alegria incontrolável que emanava de cada movimento, fez meu coração se encher ainda mais de amor. Era engraçado vê-lo tão solto, quase infantil em sua empolgação. E então, como se não fosse o suficiente, ele decidiu que todos nós deveríamos nadar — de roupa e tudo.
— Vamos, todo mundo! Hora de nadar! — Charles anunciou, com os braços erguidos, atraindo risadas e olhares incrédulos.
Eu ri junto, embora estivesse um pouco confuso. Ele falava em um banho de mar, mas... não havia mar por perto. Na verdade, estávamos próximos a um rio, algo muito mais tranquilo, mas ainda assim, Charles já tinha convencido a todos de que seria uma ótima ideia pular na água. E claro, como sempre, ninguém conseguia resistir à sua energia contagiante.
Ver minha família, amigos, e principalmente Charles, completamente imersos naquela felicidade, me fez perceber algo: o que me fazia mais feliz naquele dia não era apenas o fato de estarmos casados, mas ver o quanto ele estava aproveitando cada segundo, rindo, se divertindo. Este era o dia mais feliz das nossas vidas, e a verdadeira magia estava em compartilharmos esses momentos juntos, sem medo de sermos ridículos ou de quebrar as regras.
Houve, no entanto, um momento inesperado. Enquanto todos estavam em êxtase, pulando e rindo perto do rio, a música que nos acompanhava em cada passo da festa foi interrompida de repente. O som morreu, e logo percebemos que a energia do aparelho havia acabado. Para piorar, a violonista, que tinha sido a grande responsável por criar o clima perfeito com sua música, já havia partido.
Por um instante, parecia que a festa perderia seu ritmo. Mas, claro, Charles sempre tinha uma solução. E, dessa vez, seria ele a salvar o momento.
Carlos apareceu com um violão nas mãos, um que Charles reconheceu imediatamente. Era o mesmo violão que tínhamos pedido para Sam trazer de surpresa, e o sorriso que surgiu no rosto de Charles ao ver o instrumento foi indescritível.
— Não acredito! — ele exclamou, pegando o violão com cuidado. Seu olhar estava repleto de surpresa e emoção. Eu sabia o quanto ele adorava tocar, e naquele momento, era como se tudo estivesse se alinhando para que ele pudesse transformar o fim inesperado da música em algo ainda mais especial.
Charles se sentou em um banquinho improvisado e ajeitou o violão no colo, suas mãos acariciando as cordas como se fosse um reencontro com um velho amigo. Ele olhou para mim, um sorriso suave nos lábios, e perguntou com um tom de pura adoração:
— Qual música meu lindo esposo quer ouvir?
Eu sorri de volta, sentindo uma onda de ternura tomar conta de mim. Sabia exatamente qual canção queria ouvir, uma que sempre nos conectou de uma maneira especial. Uma música que carregava o peso da nossa história, das nossas risadas, das nossas lágrimas e do nosso amor.
— Toca a nossa música — sussurrei, meus olhos fixos nos dele.
Charles assentiu, seu sorriso ampliando-se. E então, sem pressa, começou a dedilhar as primeiras notas. O som era suave, envolvente, e parecia se misturar com o murmúrio tranquilo do rio ao fundo. As cordas vibraram com perfeição, ecoando pelo ar da noite, enquanto ele tocava a melodia que era só nossa. Era simples, mas carregada de significados. Cada acorde parecia contar a nossa história, cada nota trazia de volta uma memória.
Todos ao redor silenciaram, encantados pelo momento, e eu apenas observei Charles. O jeito que ele fechava os olhos enquanto tocava, se entregando à música, me fazia sentir que o amor que compartilhávamos era a coisa mais bela do mundo.
Naquele instante, soube que, apesar de qualquer imprevisto ou surpresas da vida, enquanto estivéssemos juntos, tudo estaria no lugar certo. E essa música, tocada sob o céu estrelado, foi a prova disso.
Todos aplaudiram quando Charles terminou a primeira música, e eu continuei olhando para ele, completamente hipnotizado. Sua voz, suave e envolvente, era como se fosse a melodia mais bela que eu já tinha ouvido em toda a minha vida. Cada nota parecia reverberar dentro de mim, e eu não conseguia desviar o olhar. Era como se o tempo tivesse parado, e tudo ao nosso redor desaparecesse. Só havia ele, com o violão nas mãos, e aquela voz que fazia meu coração acelerar.
Charles, percebendo a energia do momento, sorriu para mim, e sem que ninguém pedisse, começou a tocar outra canção. A sua voz e as melodias das cordas criavam uma atmosfera mágica que envolvia a todos ali. As risadas suaves, as conversas que antes preenchiam o espaço, foram gradualmente substituídas por um silêncio reverente, como se todos soubessem que estavam testemunhando algo especial. Cada música que ele tocava era acompanhada de olhares emocionados e sorrisos suaves.
Ele tocou uma música atrás da outra, sem pressa, sem forçar. Apenas fluía. A cada canção, meu peito parecia mais cheio de amor, e eu sabia que não era o único. Os convidados estavam igualmente encantados, muitos já tinham se levantado para dançar de forma descontraída, outros apenas balançavam ao som das notas, aproveitando aquele momento tão genuíno.
A noite avançava, mas parecia que ninguém queria que ela acabasse. Charles seguiu tocando, sua voz preenchendo o ar até altas horas. O tempo não tinha importância, o relógio não existia. Era apenas o som da música e o amor que pairava no ar, envolvendo a todos em uma sensação de paz e felicidade.
E eu? Eu continuei lá, admirando-o, sem conseguir acreditar na sorte que tive de encontrar alguém como ele. Naquela noite, sob o brilho suave da lua e das estrelas, com o som das cordas e da sua voz preenchendo o espaço, percebi que não importava o que o futuro trouxesse. Enquanto eu tivesse Charles ao meu lado, tudo estaria bem.
Depois de todo o dia de festa, eu finalmente fui tomar um banho, esperando que a água quente aliviasse o cansaço que parecia pesar em cada parte do meu corpo. Estava exausto, como se a energia tivesse sido drenada por completo. Pensei que, ao deitar, o sono viria rápido, mas quem disse que consegui? O cansaço físico estava lá, mas minha mente parecia não desligar. Peguei o celular, os olhos semicerrados por conta da luz, e vi que o relógio marcava 23h50. Era difícil acreditar que a cerimônia havia começado pela manhã e que a festa durou quase o dia inteiro, terminando só por volta das 22h. Todos estavam exaustos, sem exceção.
Olhei para o lado e lá estava Charles, mergulhado num sono profundo. Ele roncava suavemente, o rosto relaxado, como se estivesse tendo o descanso mais tranquilo do mundo. Sorri ao vê-lo assim, tão em paz, sabendo que o dia havia sido tão especial para nós dois. Eu não queria incomodá-lo, então me levantei da cama lentamente, tentando não fazer barulho, e saí do quarto.
A casa estava silenciosa, com apenas o som distante de alguns passos lá fora. Eu caminhei até a porta, saindo para o lado de fora, onde o ar fresco da noite me envolveu. Acabei indo em direção à beira do lago, o mesmo lago que Charles tanto mencionou mais cedo, e me sentei em uma das cadeiras que ainda estavam por ali, parte da decoração que permanecia intacta. A lua estava alta no céu, iluminando a superfície da água com um brilho suave, e as estrelas cintilavam como pequenas joias espalhadas pelo manto escuro da noite.
A beleza daquela noite me fez respirar fundo. Tudo estava perfeito — o silêncio, a tranquilidade, e a lembrança do dia que tínhamos acabado de viver. Olhei ao redor e vi que toda a decoração ainda estava ali: as flores, as luzes, as cadeiras... Parecia que o local ainda respirava a alegria do casamento. Amanhã, viriam desmontar tudo, mas por agora, eu me permiti apreciar o cenário por um pouco mais de tempo.
Fiquei pensando em tudo o que aconteceu, e um sentimento de gratidão encheu meu peito. Eu não estava apenas feliz por ter me casado com o homem que amo, mas também por ter compartilhado isso com pessoas tão importantes para mim. Ver o sorriso do meu tio, a felicidade dele ao me entregar no altar, foi algo que nunca vou esquecer. Ele sempre esteve ao meu lado, e fazer parte desse momento, sentir que ele estava tão orgulhoso de mim, foi uma das melhores sensações do dia.
A brisa da noite acariciava meu rosto enquanto eu continuava ali, apenas contemplando o céu e relembrando os momentos vividos. Foi o dia mais feliz da minha vida, e eu sabia que, enquanto tivesse Charles ao meu lado, muitos outros dias assim viriam.
Enquanto eu me sentava à beira do lago, cercado pelo silêncio acolhedor da noite, as lembranças do dia começaram a dançar na minha mente. A música suave, as risadas, os olhares trocados, e principalmente o sorriso de Charles, tudo estava gravado em mim como uma pintura eterna. A lua refletia na água calma do lago, criando um cenário quase mágico, e ali, sozinho por um breve momento, me permiti sentir cada emoção que o dia havia trazido.
O ar fresco e a tranquilidade da noite me deram uma sensação de paz, como se o mundo inteiro estivesse nos dando sua bênção. Senti o peso dos últimos meses se esvaindo, toda a ansiedade, o planejamento, as preocupações com o casamento... Tudo isso agora parecia insignificante diante da alegria que estava vivendo.
Eu me perdi na imensidão do céu estrelado, e um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios. Charles, que ainda dormia lá dentro, era tudo o que eu sempre quis, e estar casado com ele era como viver em um sonho do qual eu nunca queria acordar.
Decidi que já havia me perdido naquelas estrelas o suficiente por uma noite. Levantei-me, com cuidado para não perturbar a quietude ao redor, e voltei para dentro da casa. O silêncio continuava suave, acolhedor. Entrei no quarto em que Charles estava dormindo, e o vi ainda deitado, com um sorriso leve no rosto, como se até em seus sonhos ele estivesse feliz. Aquilo me fez sorrir também.
Com cuidado, me deitei ao lado dele, tentando não fazer barulho. E mesmo sem estar completamente acordado, ele se mexeu, instintivamente me puxando para perto, abraçando-me como sempre fazia. Seu calor era reconfortante, como um lembrete constante de que eu nunca mais estaria sozinho.
— Eu te amo — sussurrei, sabendo que ele provavelmente não ouviria, mas sentindo que precisava dizer.
O mundo podia estar em silêncio, mas o amor que eu sentia era tão alto e tão claro dentro de mim que parecia preencher cada espaço ao nosso redor. Fechei os olhos, sentindo a batida suave do coração de Charles contra o meu, e deixei o sono finalmente me levar, sabendo que, ao acordar, ele estaria ali. E que, a partir de agora, seria assim para sempre.
Era o fim de um dia inesquecível, mas o começo de uma vida inteira juntos. E eu não poderia estar mais feliz.
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Gostaram?
Até a próxima 😘
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