Prólogo

( Estou reescrevendo então todos os comentários foram apagados ☹️ )

Não esqueça o votinho

Park Jimin

Eu odeio basquetebol.

E se você não sabe que esporte é esse, é só uns caras batendo em uma bola de um lado para o outro da quadra, como se fosse a coisa mais legal do universo, cinco de cada lado para ser exato e durante quarenta minutos. Certo, eu não queria saber tantos detalhes assim, mas a minha escola definitivamente é comandada por aqueles delinquentes de casaco vermelho. 

Não que eu goste de julgar o esporte alheio, mas já julgando..

Poderia especificar um milhão de motivos e razões que pudessem de fato fazer com que vocês me entendessem, no entanto, citarei apenas um porque estou de bom humor. Um cara, e acreditem, ele definitivamente é o pior garoto que vocês poderiam um dia conhecer. 

Jeon Galinha Jungkook. Este é o nome do dito cujo.

Se pegasse tudo o que eu odeio em homem, e colocasse em alguém, esse alguém seria o Jeon. Ele definitivamente consegue ser aquilo que eu mais odeio no mundo, sem fazer esforço nenhum. 

Vê se pode.

Não que eu espere muito desses caras que jogam, porque eles são a elite do colégio e vivem aqui e ali cercados por garotas, vestindo aqueles grandes casacos vermelhos com leões em todos os lugares que podem se vangloriar. 

Meu problema era com exclusivamente um cara.

Jeon Jungkook é um típico adolescente mimado, impetuoso, soberbo, paquerador e cara de pau que não aprende nada porque prefere ser acompanhado no vestiário masculino por alguma garota.

Agora por favor. Quem em sã consciência concordaria em ficar com alguém em um vestiário sujo e coberto por germes?

Ok, não estou aqui para julgar, desculpe. Mas o que aconteceu naquele dia me irritou absurdamente, porque se há uma coisa que descobri sobre esta sala e escola, é que nada mais importa, exceto os jogadores do time de basquete que aparentemente têm que passar de ano a todo custo mesmo que não saibam de nada.

E é claro que eu, Park Jimin, tive que lidar com isso assim que a professora resolveu começar a me odiar de uma maneira incomum.

— Certo, vamos começar a separar os grupos para o trabalho de história — Sunhee arrumou o óculos e segurou firme a chamada. — O senhor Taehyung fará sozinho como sempre já que segundo ele, não gosta de pessoas — a turma gargalhou com a afirmação, e o citado apenas deu os ombros concordando. — Então, nos resta Hwasa que irá fazer com a senhorita Nayeon, Jackson que fará com o Kai, Chanyeol com o Taemin, Namjoon com o senhor Seokjin, Hoseok pode ficar com Yoongi, o restante podem escolher com quem ficar, e.. — ela parou e me olhou sustentando um sorriso maléfico. — Senhor líder de turma, Park Jimin, ficará com Jeon Jungkook hoje.

Não faça isso!

Não não não!

— Professora! — Seokjin levantou e bateu forte ambas as mãos na mesa, quiçá a ponto de explodir. Ele sabia que iríamos ser usados, afinal, desde quando aqueles garotos estudam?

Não era à toa que do outro lado da sala, lá no fundo, cercado por várias pessoas que gostavam de bajulá-los, estava o frango da turma, sentado na mesa, e estranhamente sem o uniforme do time, mas desta vez vestindo uma jaqueta de couro preta e calças da mesma cor.

Ele me encarava de uma forma ameaçadora, como se eu tivesse medo de cara feia. Ridículo, louco para levar uma cadernada naquele narigão!

— Sr. Kim, se quiser questionar minha escolha, peço que vá ao conselho e informe a diretora. Eu não irei mudar os pares apenas para agradar você, lide com os seus deveres, vice-líder — os alunos deram gritinhos animados conforme Namjoon apertava as mãos de Jungkook. Era  como se fosse uma estranha comemoração de vitória, havia ficado com Seokjin o garoto mais inteligente da classe, essa reação ridícula era de se esperar.

— Professora — chamei baixinho tentando não ter a atenção de todo mundo na sala, porque se tinha algo que me deixava envergonhado era atenção demais. Só que como o universo me odiava, todo mundo pareceu escutar já que de imediato tudo ficou silencioso.

— Park Jimin? — a professora voltou a sorrir e eu quis morrer naquele instante. 

— Como esse trabalho vai ser feito? Não temos conteúdo o suficiente, acabamos de voltar de férias, o ano nem começou direito — acabei olhando para o chão porque convenhamos, sou bastante tímido. Pode aparentar que não, pois falo abertamente do meu ódio e de como sou injustiçado nesse lugar. Mas a realidade é que além dos dois amigos que citei, não falo com ninguém por aqui, exceto a hwasa que sempre me ajudou, mas fora os três, mais ninguém.

— Não seja por isso, meu anjinho. Irei passar hoje conteúdo o suficiente para que vocês estudem durante o fim de semana inteiro — a sala inteira começou a reclamar e a professora pediu silêncio para que pudesse voltar a me odiar em paz. — Darei algum tempo também, no fim da aula entrego a cada um de vocês um papel com os possíveis temas para que vocês escolham. Vocês podem pesquisar na internet e buscar livros na biblioteca, podem também usar cartolina para fazer um mapa mental ou conceitual, tenho certeza que vai ajudar. E ah, façam na casa do colega de vocês, não quero ver ninguém perambulando pelos corredores com a desculpa de que estão estudando, entenderam? Sei bem que vocês querem apenas badernar. 

Mas que porra?

Como diabos eu iria colocar Jeon Jungkook dentro da minha casa? Ou pior, como eu ousaria pisar com os meus pés de pobre dentro da mansão daquele garoto? Eu ia desaprender a andar na hora, credo. 

Conseguem perceber agora o motivo para eu ter dito que a professora Sunhee me odeia? Era esse! Não existia sequer a possibilidade daquilo dar certo, mas também não era como se eu tivesse opção. Era o primeiro trabalho do trimestre visto que havíamos acabado de iniciar o terceiro e último ano. Precisávamos de boas notas desde o início, e é claro, tudo seria graças ao meu esforço como sempre.

Me perdendo nos meus pensamentos por alguns instantes, eu estava parado sem parecer sequer respirar olhando fixamente para o quadro branco. 

Vez ou outra observava a professora guardar todo o material antes do sinal tocar, para que enfim pudéssemos sair. 

Foi então que senti uma mão acariciando suavemente meu ombro, me tirando do meu devaneio. Quando olhei para o lado para tentar descobrir quem era o dito cujo, não foi necessário olhá-lo, afinal, as tatuagens em seus dedos e mãos o haviam exposto, e eu estava muito acanhado para encará-lo de qualquer maneira. 

Eu odeio esse sentimento de impotência.

— Parece que vamos fazer isso juntos, meu doce — eu podia sentir sua voz no meu ouvido, ele provavelmente estava se inclinando. — E quero que você saiba que com a palavra vamos, quero dizer que você vai, porque não tenho tempo com o treino e tudo mais.. — descobri pela primeira vez que Jeon Jungkook cheirava a perfume francês, uma mistura de cigarro e fragrância feminina. Uma combinação que quase me deixou doente. — Mas não se preocupe, baby. Eu sei que você é inteligente e pode fazer isso sozinho, farei o meu melhor por você na quadra, belezinha?

Eu já disse o quanto ele era cara de pau?

Nessa altura eu juro para vocês que eu tive uma vontade tremenda de procurar na minha bolsa o óleo de peroba que eu sempre carregava comigo para passar na cara dele.

O óleo é só uma metáfora, não me leva tão a sério.

— Não vou fazer sozinho, Jungkook — eu ainda olhava para frente conforme falava. Tinha asserção que se eu me virasse para ele e tentasse dizer algo olhando em seus olhos, eu me arrependeria amargamente, fora que eu iria ceder, era sempre assim — Por favor, tire um tempo pra' fazer comigo, ou então eu faço sozinho e tiro seu nome do trabalho. 

A sala estava uma bagunça, todos estavam arrumando os materiais para que pudessem finalmente ir embora, então acabou que ninguém ouviu o que ele falou baixinho depois de ter escutado aquilo.

— Eu tenho um encontro agora à tarde, e tenho treino à noite por volta das seis horas. Se você quiser me levar para a sua casa depois, tudo bem. Mas vai ter que me pagar uma bebida antes, senhor Park. 

Eu acabei tossindo vergonhosamente igual a um tuberculoso, sentindo as minhas bochechas esquentarem na hora. Não era isso que vocês estão pensando porque o Jeon Galinha Jungkook é hétero. O que ele estava fazendo era apenas controle reverso, só que eu não permitiria que ele me usasse como fazia com todos naquela escola.

Ele acabou deixando uma coisa muito importante escapar, iria treinar a noite. Os treinos aconteciam aqui na escola, então, eu poderia muito bem vir até aqui só para sair puxando ele até a minha casa ou até a biblioteca para começarmos esse grande pesadelo. 

Porque por mais que eu preferisse de fato fazer sozinho, coisa que evitaria muita dor de cabeça desnecessária, eu não perderia a oportunidade de fazer aquele garoto tomar jeito e mudar, então, eu iria sim fazê-lo ao menos pesquisar metade do assunto.

— O seu encontro será comigo, senhor Jeon. Pode esperar — falei baixinho para ele não escutar, mas claro que ele já havia saído para se juntar com a sua turma.

Seria muito difícil, mas eu iria tentar. 

E antes que eu pudesse começar a arrumar as minhas coisas, e por fim ir para casa tentar pensar em um plano que funcionasse, vi a luz do meu celular acender, mostrando que havia recebido uma mensagem de texto. 

Hwasa:

• Minnie, ouvi toda a conversa com o jungkook porque tô' sentada aqui atrás de você. Acredito que você vá tentar fazer com que ele realmente ajude, não é? Então, eu tenho um plano. E ele consiste em você entrar no vestiário e esperar ele lá quando o treino acabar. Acredite, vai dar certo. Te explico melhor mais tarde quando minha detenção acabar. Xoxo :*      ✓✓ 11:03am.

Então era isso, eu efetivamente iria me meter no meio do vestiário masculino, quando todo mundo já tivesse saído. Não era como se algo pudesse dar errado, não é?

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