15 - quando você sonha alto

Beijo na boca é coisa
do passado, agora a moda é
deixar votinho e namorar
pelado.

#jikookbasquete

Jeon Jungkook
🏀

2 semanas depois.

As semanas se passaram um pouco rápido demais e eu contava os dias para que finalmente pudesse vê-lo de novo. Park Jimin sem ao menos saber disso, estava sendo um dos maiores motivos para que eu me dedicasse ao tratamento e recuperação, então, todos os dias eu ligava para ele antes de dormir e prometia que o veria em breve.

E esse dia era hoje.

Ao longo da semana foi tudo bem difícil, eu tive aula online todos os dias devido ao acidente, tinha que tomar um monte de remédios, controlavam a minha alimentação e eu estava proibido de ver meus amigos. Pois é, parece que meus pais ficaram bem bravos com o lance do tratamento aqui na Coreia.

Eu finalmente arrumei uma forma de não precisar sair do país, só que pra isso eu tive que convencer os meus pais dando um bom motivo, e é claro que não consegui de cara, afinal qual o motivo que eu tinha além de querer ficar? Mas o que eles não sabiam, é que eu tinha uma arma secreta chamada Jeon Chaeryeong que estava sempre ao meu lado para qualquer decisão que eu tomasse, e bom, foi só eu ligar para a minha avó que ela ameaçou arrancar a herança do meu pai e tudo o que ele tinha. Com isso, ganhei a aprovação, mas com isso veio o belo castigo.

Sem a visita dos meus amigos durante um mês.

Taehyung já tinha tido dois surtos de ódio por causa disso, o pai dele até ligou xingando o meu pai por não deixar que o meu melhor amigo falasse comigo, mas o meu pai bateu o pé no chão e disse que o filho irresponsável dele não iria encontrar ninguém durante um tempo, tete quase chorou por chamada de vídeo, mal sabia ele que eu estava do mesmo jeito.

Já Namjoon e Hoseok estavam empenhados em descobrir a fofoca sobre o tal Park que o meu pai procurava, eu não fazia idéia do porque que o Jimin estava tão intrigado com isso, mas como eu havia dito a ele que iria descobrir, acabei pedindo aos meninos que buscassem informações. Além disso, eles também estavam querendo descobrir quem era o tal anônimo que havia resolvido falar de mim para o cara com quem eu estou flertando. Acho muita cara de pau possa-se dizer, mas as teorias de Namjoon sobre isso foram bem perspicaz, por isso ele começou a buscar pela escola.

No início ele achava que tinha sido alguma líder de torcida ou jogadora do time de vôlei que possivelmente era afim de mim e havia descoberto o meu caso com Jimin, mas não tinha como já que nenhuma delas o conhecia para ter essa informação. Claro, tinha a Hwasa, só que ela é super amiga do pequeno, então não faria isso. E a Nayeon que é líder das líderes de torcida poderia até suspeitar, mas provas ela não tinha, então ficamos na estaca zero esperando que o tal número me respondesse, eu havia mandando mensagem a uma semana atrás e nada, foi aí que as teorias de Hoseok começaram.

Ele começou a pensar que ao invés de ser alguém afim de mim, poderia ser alguém afim do Jimin, e é claro que isso é muito mais provável, afinal, quem não gostava dele naquela escola? Só um louco, por favor.
Então eles colocaram o Kai contra a parede e perguntaram se ele sabia algo sobre isso, essa parte me deixou bem.. como eu posso dizer? Feliz, se querem saber. Mas, ele não sabia de nada, e segundo Namjoon ele até estava do meu lado já que havia feito planos para que eu e o Jimin ficássemos juntos, então deduzimos que não era ele. Depois eles fizeram uma sondagem pela escola para saber se alguém estava falando sobre isso, mas não ouviram nada e foi aí que a gente começou a desconfiar dos alunos que haviam saído há pouco tempo.

Chanyeol — que inclusive é meu amigo — e Taemin — que é um babaca apaixonado pelo Jimin — estavam no time de basquete no início desse ano, mas acabaram saindo a pouco tempo dizendo por aí que faziam isso porque queriam se distanciar de algumas pessoas da escola. Essa suspeita durou poucos dias, por que quando finalmente eu contei para o Jimin que nós suspeitavamos do tal amiguinho dele, ele cortou nossas asinhas afirmando que Taemin não faria algo assim, e muito menos sabia de nós dois, então voltamos novamente a estaca zero.

Pensamos também que poderia ser alguém mandado pelos meus pais, só que não fazia sentido de qualquer forma porque geralmente eles agem de forma direta e não indireta, tanto que quando ele quis fazer com que eu me afastasse do meu doce, ele simplesmente foi lá e falou um monte de merda pra ele. Eles não pareciam dispostos a esconder o desconforto e a raiva em relação a Park Jimin, então as suspeitas passaram.

Mas de ontem para hoje acabamos deixando esse assunto um pouco de lado, já que não haviamos tido respostas, e acabamos focando no assunto que o Jimin havia me pedido. Primeiro porque havíamos marcado para nos encontrar hoje quando os meus pais viajassem e eu queria poder dar alguma notícia para ele sobre isso, e segundo porque de fato aquilo também estava me intrigando, e me deixou ainda mais intrigado quando eu acabei descobrindo que aquele nome rapidamente se encontrava nos sites de buscas, coisa que não fazia sentido nenhum.

— Não tem fotos dele, só uma de quando ele foi encontrado na rua alcoolizado mas não dá para ver direito. — Namjoon comentou enquanto estava em uma chamada de vídeo comigo, Hoseok e Taehyung que também estavam empenhados em descobrir sobre ele, eu havia acabado de almoçar a pouco tempo e esperava encontrar qualquer informação que pudesse ser suspeita, ou algo que fizesse o loirinho parar de ser desconfiado.

— Não quero foto, quero saber o que o meu pai queria com ele. — comentei enquanto mexia no MacBook que estava em meu colo já que eu estava sentado na cama de forma confortável, e acabei suspirando por estar cansado e procurando a bastante tempo, que inferno que não se acha a vida do tal homem na internet. — Não tem nada falando sobre a família dele?

— Quer saber da família dele, por quê? — Taehyung perguntou parecendo confuso.

— Acho que Jimin acha que pode ser um parente, não sei. — revelei o que já era óbvio. — Meu pai também achou que era já que perguntou pra ele.

— Tem falando que ele tem dois filhos. — Hoseok comentou enquanto tinha os olhos presos em seu computador que aparecia na imagem do meu celular.

— Isso a gente já sabia. — mordi meu lábio inferior e continuei procurando impaciente, era uma porra virar stalker de um velho desconhecido.

— Olha o que eu achei. — Namjoon comentou, fazendo com que nós prestassemos atenção no que iria ser dito. — Park Jaehwan, cinquenta anos, natural de Busan na Coreia do Sul, morava no Japão com os seus dois filhos adotivos, Park Jinyoung e Park Seonghwa. Aos trinta anos ele se tornou presidente de um time de basquete local no Japão, mas especificamente em Tóquio. O time cresceu bastante e ele conseguiu construir uma fortuna com isso já que os lobos brancos ficaram famosos por toda a Ásia. — ele continuou lendo. — Mas com a morte de seu marido Lee Park Doyun, ele acabou entrando em depressão e com isso, caindo de cabeça no álcool e fazendo com que o time fosse assumido pelo seu filho mais velho. Segundo fontes, o antigo presidente e trenador não tem parentes vivos além de seus próprios filhos, e hoje ele permanesse internado em Busan, em uma clínica de repouso para que venha a melhorar de sua situação atual.

— Que triste. — Hoseok falou o que provavelmente todos nós pensamos.

— Ele era famoso e casado com um cara, tudo isso morando no Japão, imagina só a pressão que ele sofria. — falei abrindo a página que Namjoon havia lido para ver se encontrava mais alguma coisa.

— Pressão? Devia ter sofrido com a homofobia por anos, e ainda assim conseguiu construir uma família. — Taehyung sorriu ao falar. — Ele tem o meu respeito ao menos.

— Triste os filhos precisarem internar ele fora do país onde ele vivia. — comentei parando logo em seguida. — Ué, eles não precisavam na verdade. — franzi o cenho. — Por que colocaram ele em Busan?

— Por que foi onde ele nasceu? — Hoseok respondeu com outra pergunta.

— Entranho.. — agora foi a vez de Taehyung começar a desconfiar. — Tenho certeza que no Japão tem ótimas clínicas que poderiam ajudar com isso, e seria até melhor já que os filhos poderiam visitar o pai com frequência. Por que então colocar ele tão longe?

— Não faço a mínima idéia. — dei os ombros agora pesquisando sobre os pais dele. — Procurem sobre familiares, disseram que não tem nenhum vivo, mas deve ter nomes.

— Se foi tão fácil saber onde ele estava, por que seu pai não foi até ele? Ele tem acesso a internet e sabia o nome dele. Será que é outro Park Jaehwan?

— Taehyung, eu não sei. — Bufei frustado e revirei os olhos quando notei que não havia nomes de familiares. — Não tem nome nem de pai, e nem de mãe. Como porra vou saber se é parente de Jimin, caralho?

— Eu acho que você deveria perguntar ao seu pai. — esse foi Namjoon que falava como se aquilo fosse bastante óbvio. — Se ele estava procurando, então você chega lá e diz que achou. Então, consequentemente ele vai atrás, e aí a gente pode descobrir alguma coisa.

— Eu concordo. — Hoseok suspirou cansado e fechou o notebook, voltando a atenção para a câmera do celular. — Espera ele voltar de viagem e aí você solta a bomba, diz que descobriu sobre o tal Park e que ele está em uma clínica, a gente procura o endereço e entrega a ele, e aí deixamos seguimos ele até lá, sei lá.

— O que o Jimin me faz fazer, que porra. — resmunguei jogando o aparelho de pesquisa na cama e segurei o celular ainda os vendo. — Se for parente dele, tem alguém mentindo. — revirei os olhos só de pensar na hipótese.

— Eu não estou é entendendo mais nada nesse caralho. — ouvi Taehyung falar sabendo que até eu mesmo estava confuso. — Encontra o Jimin hoje e conta o que descobrimos, aproveita e diz que eu estou com saudades. Vou é dormir, se descobrirem alguma coisa me liguem.

— Siididisresmunguei o imitando e ele sorriu antes de desligar a chamada, Namjoon e Hoseok sofriam pela minha infantilidade. — Saudades estou eu nessa merda.

— Calma capitão, você vai encontrar ele hoje. — Hoseok brincou enquanto me via ansioso para um cacete.

— O que vão fazer, hoje? Planejou alguma coisa? — curioso como sempre, Namu pareceu interessado no assunto, o que atraiu a minha atenção.

— Estava pensando em arrumar a casa na árvore e ficar com ele por lá, o que acham?

— Romântico e tal, só cuidado com a perna. — preocupado como sempre, Namjoon deu o aviso. — Não faça esforço e se comporte.

— Quando tempo para remover os pinos? — Hobi perguntou.

— Os externos tiraram hoje de manhã, estou só com um monte interno. — suspirei olhando para a perna e me sentindo aliviado por não ter que quase morrer para não bater como eu estava fazendo ao longos dos dias.

— Certo, temos que ir porque é sábado e tem treino agora a tarde. — ouvi Namjoon falar e me senti ainda mais inútil já que tinha que ficar de molho por muito tempo até que pudesse volta para a quadra. — Segunda começa a sua fisio, se esforce para voltar logo capitão, não é a mesma coisa sem você.

Após algumas conversas aleatórias falando que contávamos os dias para que eu pudesse finalmente assumir de novo o time, prometi que em um mês eu daria uma passada no treino para ver como estava indo as coisas, e eles pareceram satisfeitos com a minha promessa de visita. Joguei o celular ao meu lado ouvindo vários passos pela casa, e então eu soube que em poucas horas os meus pais estariam fora dali e eu poderia ligar para Jimin, que se mostrava tão ansioso quando eu, meus pais ficariam uma semana fora e era tempo suficiente para que eu fizesse o que queria e matasse a saudade que estava me corroendo.

[...]

Acordei com batidas na porta e quando me virei para olhar o relógio que havia ao lado da minha cama, quase saltei vendo que já marcava quase sete horas da noite. Sentei confortavelmente e arrumei a roupa que vestia antes de mandar a pessoa entrar, e quando vi, era a Yuna que trabalha aqui em casa carregando uma bandeja e um belo sorriso falso, então eu já sabia que era hora de comer e tomar a medicação.

— Você bota medo nos enfermeiros, Jungkook. Não tem vergonha?

Sorri com a fala dela e a vi se aproximar para deixar próximo a mim tudo o que eu precisava por hora, mas a verdade é que minha cabeça estava em outro lugar. Para ser sincero, em um certo loirinho.

— Jimin chegou?

— Sim. — ela respondeu e eu arregalei os olhos pela surpresa. — Não te acordamos porque ele não deixou, mas faz trinta minutos que ele está arrumando a casa da árvore, que não é na árvore.

— É na árvore, Yuna. — coloquei o analgésico na boca e o tomei com um pouco de água, ela parecia satisfeita com o meu feito. — Só não é em cima.

— Coisa de rico metido a besta, isso sim. — ela brincou esperando que eu comesse logo. — Já falei com os outros que estão trabalhando aqui hoje, ninguém vai contar que ele esteve aqui, então pode ficar tranquilo. — com isso eu sorri por
que não tinha dúvidas que eles me apoiariam.

— Agradeça a todos por mim. — ela levou a mão ao peito como se estivesse chocada com o que eu disse, então revirei os olhos sabendo que ela estava certa de estar assim. — Para de drama.

— Você nunca agradeceu por nada, Jesus, esse menino é milagroso? — ela alisou o queixo com a destra fingindo estar pensativa. — Você está apaixonado? Droga Jungkook, cadê a sua postura de bandido mal?

— Soquei no cu, Yuna. No cu. — sorri sem mostrar os dentes e ela bufou enquanto me observava comer.

— Então você é o passivo? Céus Jungkook, chocada passada.

Com um sorrisinho maroto ela saiu rapidamente do quarto sem ao menos me deixar responder a aquela provocação. Merda, a pessoa não tem um minuto de paz dentro dessa casa nem para comer.

Decidi então que a faria raiva e não comeria só por causa de sua cara de pau, coloquei a bandeja em cima da mesinha que estava ao lado da cama e rapidamente decidi ficar de pé para tomar um banho e me trocar, esperando que Park Jimin não ficasse cansado de tanto esperar.

O processo demorou mais do que o esperado já que eu precisava usar muletas para me locomover, tomei um banho demorado aproveitando para lavar o cabelo e ficar cheirosinho, e só após isso foi que devagar fui até o closet escolhendo algo confortável para dormir já que eu esperava ficar na companhia dele lá fora a noite inteira.

Quando enfim saí do quarto, fui avisado por um dos empregados que Jimin já estava a minha espera, então não demorei muito para sair até o quintal. Não fazia idéia do que ele tinha feito por lá, mas a minha ansiedade fazia as minhas mãos suarem só de imaginar que eu iria vê-lo.

Pensar que passaria um tempo com ele depois de duas semanas inteiras, isso foi o suficiente para que eu quase fosse correndo até onde ele estava, só que em um determinado ponto acabei me machucando um pouco devido ao esforço, então, fui forçado a diminuir a velocidade para não causar futuros danos.

Parando agora de frente a grande casa na árvore que meu pai havia construindo a muitos anos atrás, notei que havia muitas luzes acessas lá dentro, algumas piscando, enquanto outras eram constantes, e nesse instante senti meu coração bater forte. Puta que pariu, eu vou ter um piripaque.

Andei com um pouco de facilidade já que eu havia me acostumado com as muletas, e quando parei na porta de entrada que estava com a janela aberta, eu imediatamente vi Jimin agachado fazendo algo que não dava para ver bem já que ele estava de costas, e, cantarolando alguma música que possivelmente ficava em seu fone de ouvido.

Ele estava incrivelmente lindo.

Sua camisa era rosa bebê e sua bermuda preta, o deixava simples e tão bonito que chegava a ser surreal. Seu cheiro estava por toda a casa e eu podia sentir da porta, fazendo meu sangue ferver para outros lugares que eu não me orgulho muito agora, mas me assusto pela velocidade que isso aconteceu. Ok, eu poderia facilmente estar ficando louco, mas caras, foram duas semanas. Quem poderia me julgar afinal?

— Psiu. — fiz o som conhecido por ele, e imediatamente ele se virou sorrindo de um canto a outro com os olhinhos fechados e as bochechas tão coradas quando eu lembrava, porra, a pose de bandido mal foi para a casa do caralho.

— Jungkookie — ele falou animado e ficou de pé rapidamente vindo em direção a porta, e quando a abriu, se jogou nos meus braços — talvez se esquecendo que eu estava um tanto machucado — e eu o abracei tão forte que pude ouvir ele suspirar pelo contato, oh, eu estava com tanta saudade daquilo.

Desse sentimento ou seja lá o que for, que faz meu coração acelerar e meu corpo clamar por toques em todos os lugares possíveis, essa euforia louca e esse carinho sem tamanho que faz com que eu fique ali parado o tocando em meio a uma noite fria, enquanto somos iluminados pela lua e por poucas luzes que iluminam o lado de fora da mansão. Eu sinto o coração dele bater contra o meu, tão forte quanto, e então eu levo meu nariz até seu pescoço, resvalando sutilmente sentindo seu cheiro gostoso que estava me aquecendo como brasa, ao mesmo tempo que ele deixa beijos em meu ombro, deslizando seus dedos pela a minha nuca descoberta.

Sim, estamos todos bem fodidos.

— Senti saudades. — confessei sem ao menos notar já que estava imerso a um turbilhão de sentimentos e desejos abundantes.

— Eu também. — ouvi a sua voz e meu interior revirou satisfeito pela aquela revelação e por saber que o tinha em meus braços. Suspirei aliviado por isso, e me permitir fechar os olhos para aproveitar aqueles momentos que eu sabia que iriam ser poucos. — Como está a perna? — sua pergunta foi regada de cuidados, mas não nos mexemos, continuamos da mesma forma enquanto conversávamos.

— Você quase pulou em cima de mim, mas estou vivo. — sorri e ele se afastou desesperado olhando para baixo, parecendo notar que eu estava mesmo machucado.

— Aí meu Deus, desculpa. — ele me olhou transbordando compaixão, e eu dei os ombros para que ele soubesse que não me machucou.

— Está tudo bem, só preciso sentar.

— Vamos entrar. — ele acabou me ajudando então a entrar no recinto, até que eu estivesse sentado de frente a um dos colchões, já que havia dois no chão. — Pronto, coloquei essa poltrona aqui só pra você.

— Você pode sentar no meu colo, se quiser.

O vi revirar os olhos enquanto carregava um sorriso extravagante, e só então me permitir olhar por dentro da casa, vendo cada coisa que ele havia feito ali, como colocar luzes coloridas de um canto a outro do lugar, e, arrumar as camas com um monte de doces e salgados de todas as qualidades possíveis, ao lado de um notebook.

— O que preparou para essa noite, meu doce?

— Vamos ver um filme e dormir abraçadinhos, será que é o suficiente?

— Por hora, sim. — concordei o vendo se aproximar de mim sorrateiramente, talvez querendo o mesmo que eu. — Mas agora eu queria mesmo era que você sentasse devagar nas minhas coxas, e só aí, me desse um beijo daqueles que só você sabe dar.

— Não vai machucar? — ele franziu o cenho olhando se existia algum machucado exposto, ou algo que o fizesse recuar, mas os curativos estavam em dia e a medicação também, então não havia nada que impedisse.

— Os machucados são nas pernas, não nas coxas, vem cá. — o puxei devagar quando ele já estava parado na minha frente, e com cuidado ele colocou uma perna de cada lado, segurando nos meus ombros, e sentou lentamente observando sempre as minhas reações para saber se estava tudo bem. — Você é ainda mais lindo de pertinho, sabia?

Ele abriu um sorriso lindo e segurou o meu rosto com ambas as mãos, nossos olhos estavam presos um no outro e não foi surpresa para mim quando ele roçou os nossos lábios gerando um arrepio gostoso. Meus dedos rasparam em seu quadril coberto, e quando seu nariz resvalou no meu, senti sua respiração pesada e quente me dizer que ele já estava tão ansioso quando eu, querendo aquele toque e querendo logo, então eu afundei os meus lábios nos seus.

De início era apenas um toque casto, um selinho onde eu sentia seus lábios macios que eu gostava tanto nos meus, me fazendo pensar em porque havia passado tanto tempo sem senti-lo dessa forma. Mas guloso como ele era, e eu estava com tanta fome quanto ele, não demorou para que ele pedisse passagem para a língua e para que eu concedesse, então tão rápido quanto eu aceitei, foi o aperto que ele deu em meus ombros quando eu suguei seus lábios antes de voltar de fato ao beijo e a criar um ritmo delicioso onde eu me banhava com o seu gosto, sentindo hora ou outra ele rebolar sem intensão.

Sua língua se enroscava com a minha em uma dança sensual, e eu afundava os meus dedos em sua carne coberta, o ouvindo gemer deliciosamente dentro da minha boca. Suas mãos pequenas saíram dos meus ombros e foram devagar até a minha nuca, alisando o lugar como se adorasse a minha pele, e eu não demorei para rodear o seu corpo repousando as minhas mãos em sua bunda grande, desejando que ele estivesse sem roupa para que eu pudesse sentir melhor.

Com esse pensamento foi inevitável não ficar quente, eu o apertei ainda mais sobre mim enquanto deixava ele me beijar como quisesse, e com isso ele novamente gemeu sentindo o quão duro eu já estava quando sentou bem em cima, me arrancando também um suspiro pelo contato.

Precisávamos de ar, e foi por isso que nos afastamos contra gosto para aproveitar do pescoço um do outro. Eu acabei sendo mais rápido, por isso acabei atacando primeiro a sua pele sensível que a camisa não cobria, meus lábios varreram seu pescoço, resvalando meu nariz vez ou outra para sentir seu cheiro gostoso enquanto minha boca sugava sua pele leitosa para criar marcas e o deixar mais excitado.
E funcionou.

Jimin inclinou a cabeça para trás me dando mais visibilidade, e ficou com a boca entre aberta e os olhos fechados, soltando gemidos baixinhos que fazia meu sangue todo focar em apenas um lugar, lugar esse que ele estava judiando, repetidamente criando um atrito que fazia todos os pelos do meu corpo eriçar querendo mais, e ele sabia, sabia tanto que parou quando eu busquei novamente o seu olhar, e ele pareceu notar o que fazíamos.

— Jungkook — meu nome em sua boca soou como uma advertência, uma advertência bem sexy já que ele estava corado, e com os cabelos colados na testa devido ao suor que provava que ele estava bem quente.

— Me beija. — reivindiquei aquilo que tanto desejava, e vi ele soltar todo o ar que prendia, antes de também prender os lábios pensando provavelmente no que diria.

— Acho melhor a gente parar, você não está em condições de fazer isso, e tenho medo de não conseguir barrar o meu desejo e nem o seu.

— O meu com certeza você não vai conseguir. — arqueei a sobrancelha e vi ele dar um sorrisinho antes de negar com a cabeça e ficar de pé um pouco desajeitado. Eu conseguia ver nitidamente o tamanho do seu desejo, mas eu estava mais preocupado com o meu, por isso olhei para baixo e pensei o que eu iria fazer para aquilo descer. — Parece que temos grandes problemas. — comentei o vendo se virar para olhar.

— Pensa que vamos assistir um filme clichê adolescente que ajuda. — ele voltou a se virar e ir até onde estava mexendo antes que eu entrasse, e aquilo me deixou curioso.

— O que está fazendo?

— Pipoca, arrumando os doces, preparando os salgadinhos, procurando onde eu coloquei a roupa que eu trouxe para dormir aqui, pegando indicações de filme no aplicativo de indicações e-

— Você vai dormir aqui comigo? — o cortei antes que ele continuasse, mostrando cem por cento do meu entusiasmo. — Não precisa de roupa, lembra? Podemos tirar e com certeza vamos nos aquecer melhor assim.

— O que me assusta é que você está falando realmente sério. — ele brincou e se virou para levar uma bandeja cheia de baganas para próximo ao notebook que estava em cima dos colchões. — Vamos comer besteira e assistir, no fim da noite eu deixo você me dar mais alguns beijinhos, e depois vamos dormir juntos. Tem plano melhor que esse, capitão? — sua voz estava carregada de humor, e eu não demorei à ficar de pé para ir até onde ele estava.

— Esses são os planos que eu quero para uma vida, doçura. Não apenas para uma noite.

Com um enorme sorriso, ele me ajudou para que eu não me machucasse quando sentasse no colchão no chão, e com todo o carinho do mundo ele arrumou tudo colocando todas as coisas que precisaríamos bem pertinho de nós, antes de dar o play para que o filme começasse.

Kim Taehyung
🏀

Hoseok e Yoongi haviam ido embora no momento em que o meu pai entrou no quarto contando a novidade ou fofoca sobre a Nayeon que havia viajado a duas semanas atrás.. Ele contou que o pai dela havia ligado para ele só para ter certeza que Jungkook já havia embarcado, mas aparentemente não sabia que ele havia escolhido ficar e se tratar por aqui, o que foi um grande susto. Parece que o Jeon mais velho não se deu o trabalho de contar ao futuro sogro de seu filho que os planos haviam mudado, e isso o fez ficar furioso.

Segundo ele, a menina havia pedido para receber aulas online durante seis meses para ir até o outro país ficar com ele, e isso tudo ordenado pelo os pais dela, que preferiram tirar a menina da escola sem razão nenhuma, para mandá-la até outro país para no fim ficar sozinha.

Não prolonguei a conversa com o meu pai porque ainda estava atordoado demais naquele dia com a conversa que havia tido mais cedo, envolvendo Hoseok, Yoongi e eu, e isso não havia passado nesses dias. Eu não havia mais visto nenhum dos dois, não porque ele não apareceram, mas porque eu pedi um tempo para digerir tudo o que havia escutado, apesar de que na hora para mim tudo havia feito sentido.

Eu verdadeiramente precisava de um tempo para pensar, porque na nossa sociedade não é comum ter um relacionamento a três e isso infelizmente é um fato. O meu problema não era que eles são dois homens, afinal, os meus pais sabiam desde sempre que eu não escolhia gênero e sexualidade, cor ou raça, status financeiro ou algo assim, eu sempre foquei na pessoa em si, desde muito novo. Mas eu nunca havia parado para pensar em ter um relacionamento com mais de uma pessoa, e foi por isso que eu pedi um tempo para os dois e eles me deram sem contestar, o que foi muito bom para que eu pudesse raciocinar como aquilo funcionaria.

Eu não ligava muito para o que as pessoas iam pensar ou falar, mas me assustava a possibilidade de que eles se importassem com isso. Todos esses dias antes de dormir eu fiquei pensando que eu poderia chegar e estragar tudo o que eles já tinham, que haviam construído há meses e eu nem sabia, mas eu acabei me permitindo pensar nas palavras que havia escutado naquele dia. Hoseok foi sincero em declarar o seu amor, e foi corajoso em dizer que gostava dos dois a invés de querer iludir os dois. E Yoongi foi caridoso e sábio qualidades que eu não sabia que ele tinha, ele deixou claro que tentaria e deixou ainda mais claro que eu seria capaz de fazê-lo feliz, isso fazia meu estômago revirar em ansiedade.

Eu poderia fazer isso, poderia tentar pelo menos.

Com isso em mente decidi que duas semanas já havia sido tempo demais, e a algumas horas havia mandado mensagem para os dois perguntando se eles poderiam aparecer aqui em casa para que eu pudesse dizer alguma coisa sobre a conversa anterior, eles prontamente disseram que estavam vindo e era por isso que eu estava aqui sentado na cama, ansioso e suando frio, não fazia idéia do que dizer mas eu estava pronto para falar.

Quando eles chegaram Savanah veio me avisar, então eu me dirigi até a sala onde eles estavam, sabendo que meus pais haviam viajado como sempre, e a casa inteira estava em silêncio já que estava de noite. Eles estavam sentados no sofá e foi a primeira coisa que eu vi quando desci as escadas, ambos me olharam quando notaram a minha presença, mas só Yoongi sorriu, provavelmente porque Hoseok estava nervoso e cheio de paranóias como sempre.

— Oi gatinho. — sorri para Yoongi que piscou para mim antes que eu pudesse olhar para Hoseok. — Oi gatão.

— Adoro essa sua calma em meio a um terremoto. — Hobi debochou e eu revirei os olhos pararando de frente para os dois.

— Não estou calmo, estou nervoso na verdade. — confessei vendo os dois confirmarem com a cabeça que também estavam. — Vamos conversar aqui ou é melhor no quarto?

— Quarto. — Hoseok escolheu. — Alguém pode escutar e eu não 'tô afim de exposed no futuro.

— Até parece que é por isso que ele quer ir até o seu quarto. — agora o gatinho que brincou, me arrancando um sorriso e uma birra de Hoseok que estirou a língua.

Subimos as escadas em direção ao meu quarto e a cada passo que eu dava, ficava ainda mais nervoso. Chegava a ser engraçado porque eu conheço os dois a três anos, e sabia que eles não iriam me julgar caso eu tentasse tirar alguma dúvida de como isso poderia funcionar, mas ainda assim meu coração batia rápido. O cheiro de Yoongi estava mais atraente para mim agora, e aquilo que eu já sentia por Hoseok a algum tempo só se intensificou, e era assustador, mas ao mesmo tempo uma delícia de se sentir.

Passando pela porta do cômodo eu esperei que os dois entrassem para a fechar. Vi as bochechas de Yoongi adquirir uma cor carmim e eu sabia bem o que ele estava pensando, afinal, estávamos sozinhos na casa, sozinhos no quarto, e com aquela tensão sexual espalhada por todo o ambiente. Era difícil até de respirar ali dentro, e era certo que não era só eu que me sentia daquela forma.

— Como está se sentindo hoje? — ele perguntou olhando para os meus braços. — Está tomando o remédio direito? E a fisio?

— Começo na segunda feira. — contei sem ao menos me mover, não queria sentar e não queria que eles sentassem, então permaneci de pé próximo a porta. — E os remédios estou tomando de quatro em quatro horas, estou sem dor e me sentindo bem, não se preocupe.

— O que queria nos dizer? — mais ansioso que nós três, Hoseok perguntou. — Desculpe, mas preciso saber, a curiosidade está me matando você sabe.

— Eu queria dizer que eu topo tentar, eu não faço idéia de como isso vai funcionar mas eu realmente quero, e eu dizer naquele dia que queira sem ao menos pensar foi prova disso.

— Mas depois você recuou. — Hobi me lembrou.

— Por medo do desconhecido, eu nunca fiz algo assim então é normal querer pensar um pouco. — expliquei e vi Yoongi concordar.

— Está tudo bem, tete. — ele sorriu antes de se aproximar de mim em passos lentos. — Estaremos aqui sempre que precisar conversar sobre isso, ou tirar alguma dúvida. Lembre-se que é novo para a gente também, nós nunca fizemos isso. — sua mão encostou no meu ombro, e só então eu consegui notar a diferença de altura, céus ele era encantador.

— Não quero atrapalhar o relacionamento de vocês. — revelei o que mais me assustava.

— O único relacionamento que existe agora é o de nós três, não de nós dois, Taehyung. — dando passos até mim, Hoseok também se aproximou até que estivesse ao nosso lado. — Nós iremos tentar como você propôs, certo? Você nunca atrapalharia nada, está aqui só para somar e não dividir.

— E nós iremos só ficar caso você não queira compromisso, eu e Hoseok não namoramos, então está tudo bem. — Yoongi explicou com cuidado, como sempre.

— Tudo bem, estou esperando só o beijo que eu pedi outro dia. — brinquei com a situação e ambos sorriram parecendo aliviados.

Talvez eu estivesse realmente em dúvida quando estava sozinho, mas na presença deles parecia tão certo que não tinha razões para duvidar.

— Quer beijar quem primeiro? — com a mão agora em meu queixo, Hobi me fez olhá-lo enquanto esperava uma resposta.

— Os dois. — dei os ombros após a resposta.

— Você é guloso. — ele constatou enquanto me soltava para segurar Yoongi pelo braço e puxá-lo até que estivesse no meio, entre mim e ele. — Guloso e está machucado, então vai com calma porque não queremos te machucar ainda mais.

Yoongi agora em minha frente, tinha os olhos fixos em meus lábios esperando que eu fizesse algo para quebrar a distância. Mas quem fez foi Hoseok que estava atrás dele, e o empurrando sutilmente ele colou o gatinho em mim, assim como estava colado nele por trás, merda, aquilo era tão excitante.

— Eu já te beijei uma vez, então, Yoongi acha justo de provar primeiro.

E o desgraçado sorriu após a fala, tinha certeza que estava causando arrepios no meu corpo por estar dando ordens daquele jeito, mas não tinha o que fazer, eu adorava aquele seu jeito mandão, e adorava ainda mais ver que Yoongi estava obedecendo facilmente enquanto eu só pensava em fazer o mesmo.

Senti as mãos pálidas do menor alisar o meu abdômen, subindo delicamente observando os próprios dedos, até estar com as mãos em cima do meu peitoral fazendo o meu corpo responder automaticamente a aquela provocação. Ele mordeu os próprios lábios e olhou em meus olhos antes de suspirar, provavelmente porque Hoseok estava beijando a sua nuca sem pudor algum, enquanto as mãos maltratavam a cintura.

Yoongi ficou na ponta dos pés para me beijar, e o quando o fez, soltei o ar ainda em sua boca que estava apenas escostada na minha me fazendo sentir algo estranho que nunca havia sentido antes. Me sentindo maravilhosamente bem com aquele contato, aprofundei o beijo pedindo passagem para a minha língua e ele concedeu, tomando cuidado a todo instante com os meus braços, enquanto sentia Hoseok envolver os nossos corpos em um abraço gostoso e acolhedor. Suas mãos grandes pousaram na minha cintura, enquanto eu tinha Yoongi alisando o meu peito. Talvez Hoseok judiando de sua pele sensível, fizesse ele ficar um pouco mais agressivo durante o beijo, mas eu estava gostando, caralho era tudo o que eu queria.

O ritmo era ele que comandava, tentava ao máximo não tocá-lo já que meus braços doíam com qualquer esforço, mas foi impossível, eu o tinha tão submisso em minha frente que acabei o puxando, surpreendendo e trazendo Hoseok consigo, e quando ele se afastou para tomar ar, eu inclinei a sua cabeça para o lado esquerdo, dando espaço para que eu e Hoseok iniciasse um beijo afoito e cheio de saudade.  Yoongi não saiu do meio, ficou exatamente onde estava, o que só fez tudo ficar melhor, principalmente quando eu senti seus lábios no meu pescoço, lambendo descaradamente como uma provocação suja já que os movimentos eram circulares.

Meu membro fisgou e ele pôde sentir.

Possivelmente sentia que Hoseok estava da mesma maneira já que ele se movia como se estivesse aproveitando a aproximação para roçar em nós dois, só de imaginar isso tudo ficava ainda mais quente, e o beijo de Jung era como gasolina fazendo tudo incendiar.

As bocas continuam em movimento, o gosto do beijo dele ainda era o mesmo, o sabor de hortelã me deixava inebriado, assim como o de Yoongi que havia me deixado extasiado. Parecia que eu não estava pisando no chão, meu corpo estava tão leve por estar ali com eles que me fazia pensar no porquê que eu não havia feito aquilo antes. E quando as mãos de Yoongi desceram pelo meu corpo, até que eu o sentisse segurar as mãos de Hoseok, ambos desceram juntos até a minha bunda, e aquilo fez com que eu sentisse que éramos um só. Fodidamente bom.

— Hoseok.. — a voz era de Yoongi que agora estava tão imerso ao prazer quanto nós dois, eu podia sentir, sentia sempre que ele se atrevia a mexer e causava um atrito na minha virilha. — Acho melhor a gente parar, ele ainda está machucado..

Eu os queria, eles me queriam e aquilo era surreal demais, aquele cuidado, aquele carinho gostoso, aquele desejo, o formigamento na virilha, aquele furacão no estômago que me deixava mais ansioso, merda, eu estava completamente entregue aos dois, e eu estava gostando disso.

Quando Hoseok pareceu entender o que Yoongi havia dito, ele finalizou o beijo deixando selinhos molhados e demorados em meus lábios como se não quisesse parar o que fazia. Ele se afastou e beijou Yoongi que sorria ao sentir seu gosto, talvez por estar tudo misturado, e eu acabei sorrindo também, estar finalmente com eles era tudo o que eu queria fazer.

— Ok, agora que a gente literalmente selou um compromisso, podemos comer alguma coisa? — minha fala fez eles me encararem, e era óbvio que eles acharam que eu falava de outra coisa. — Parem com isso, eu estou falando de comida, vocês que só pensam putaria.

— Quem não te conhece que te compre, né Taehyung? — Yoongi brincou me fazendo revirar os olhos.

— Vamos dormir aqui hoje, então, se vire para nos alimentar bem. — Hoseok debochou piscando para mim enquanto saia do quarto.

Eu odiava estar doente, se eu estivesse bem eu ia mostrar como ele ia se alimentar bem nessa porra.

Metido do caralho.

Jeon Jungkook
🏀

O filme era uma merda.

Jimin gargalhava com as idiotices dos personagens principais, enquanto eu me preocupava realmente com a sanidade deles. Tipo, será que existia mesmo alguém daquele jeito? O filme contava um clichê onde um cara e uma mina iam morar sem querer no mesmo apartamento por um erro no contrato, e aí em meio a brigas ridículas eles se apaixonaram e o cara tratava ela como uma bosta. Como isso deu certo, afinal? Ele ignorava ela e se fazia de louco, porra de homem imundo do caralho, como que alguém gostava daquilo?

— Ele é um idiota. — comentei quando vi que ele havia esnobado ela no meio da escola, ele simplesmente saiu andando e deixou ela falando sozinha, mas que porra.

— É só um filme, para de ficar com ódio deles, que a veia da sua testa vai estourar. — ele bateu na minha cabeça, enquanto estava com a boca cheia de pipoca mastigando animadamente.

— Se ela ficar com ele no final eu nunca mais assisto essas porcarias. — resmunguei tirando o braço das costas dele e cruzando em frente ao corpo, estávamos sentados no colchão de frente para o notebook na nossa cama.

Nossa cama. Meu. Deus.

— Você gosta de meteor garden, não pode opinar. — ele me olhou de forma sínica e deu um sorrisinho.

Filho da puta, sabe o poder que tem sobre mim com aquele maldito sorriso lindo.

— Como foi o seu dia e a sua semana? Estou mais interessado em você. — soltei os braços e voltei a posição inicial onde deixava a minha mão repousando em seu ombro, ele me olhou parecendo irritado por interromper o filme, mas quem caralhos quer saber daquilo.

— Taemin e Chanyeol voltaram para a escola. — eu me surpreendi com a informação, mas deixei ele continuar. — Eles iam estudar em outro lugar mesmo, mas o treinador do time de basquete colocou Taemin no seu lugar até você voltar, e você sabe, o Chan vai para onde o Tae for.

— Hum. — soltei um murmurro, e ele prensou a boca em um gesto estranho que ele só fazia quando estava confuso. — O que foi?

— Eles me falaram umas coisas estranhas, e eu não sei se devo te contar. — mordendo o lábio inferior ele parecia pensar sobre isso, o que me deixou ainda mais curioso. — Só que é sobre você e o Chan é seu amigo-

— Me conte. — cortei as suas explicações. — Não é como se eu pudesse sair daqui e ir lá quebrar eles na pancada.

— Credo Jungkook. — ele bufou antes de se afastar para virar totalmente para mim. — Eles me falaram a mesma coisa que o número anônimo, sobre você e seu temperamento.

— E você acreditou? — franzi a testa porque ele parecia realmente confuso com o que estava falando, não sei se era sobre o que eles disseram, ou se era sobre mim e aquilo me deixava um pouco aflito.

—  Eu preciso que você me fale que realmente mudou, Jungkook. — ele falou um pouco cabisbaixo. — Tipo, você era um idiota antes, me desculpa pelo que eu vou falar, certo? Mas é realmente estranho a sua mudança, tipo, em dias você mudou completamente de opinião. Não estou reclamando, não quero que ache que estou. Mas eu realmente preciso saber se posso confiar nessa sua nova atitude, porque eu tenho medo de você voltar a ser um completo imbecil.

— Foi só o Taemin chegar que você começou a duvidar de mim, não é?

— Eu não estou te pedindo isso por causa de alguém. Estou te falando o que sinto porque até eu me assustei com a sua mudança repentina. Quem dirá as outras pessoas, Jungkook. — sua mão encontrou a minha e repousou ali enquanto me olhava, ele parecia sincero ao dizer que estava assustado com tudo o que eu havia me tornado a pouco tempo.

E isso me lembrou que eu ainda escondia algo dele.

Como por exemplo, detalhes do meu acidente. Eu ainda não havia explicado como aconteceu, e nem exatamente o porquê. Mas sabia que Jimin precisava saber, e talvez entender tudo o que havia ocorrido naquele dia.

— No dia da festa, quando você ficou sozinho com Taehyung e depois eu te puxei até algum dos quartos.. eu estava indo te contar uma coisa. — me arrumei melhor na cama e vi ele olhar para o chão, talvez por que ter lembrado daquele episódio épico. —  Eu tinha decidido naquele dia, que iria assumir para a escola que estava ficando com você ou seja lá o que estamos fazendo, e consequentemente para os meus amigos e para qualquer um que quisesse saber.

— Jungkook, a gente só tinha se beijando poucas vezes. — ele argumentou. — E seus pais, Deus, eles iriam saber pela Nayeon.

— Você realmente não entendeu?— ele franziu o cenho e esperou a explicação como se estivesse realmente sem resposta. Ele parecia estar confuso desde o início, e não foi surpresa para mim. — Foram três anos, Jimin. Três. Eu era afim de você em silêncio por todo esse tempo, e quando finalmente aconteceu, quando finalmente eu tinha você nos meus braços, ou pensava que tinha, eu não queria mais esperar. Eu iria apostar todas as minhas fichas, iria pedir para que ficasse comigo, porque não queria que fosse apenas uma, duas, ou três vezes.

O silêncio pairou durante alguns minutos, e eu esperava que ele ficasse surpreso com o que eu havia acabado de falar, mas ele apenas compreendeu. Isso me fez pensar que talvez ele já soubesse disso, só que era improvável.

Só quem sabia era Taehyung.

— Quando eu descobri que gostava de você, foi seis meses depois que você chegou. Eu não queria aceitar isso, não queria aceitar que gostava de um cara, porque porra, nunca havia acontecido e eu também era um completo idiota com os gays da escola antes de você chegar. Eu assumo isso. E eu não vou colocar a culpa nos meus pais e dizer que aprendi com eles, porque isso foi de mim mesmo, e nada vai poder explicar isso, peço até desculpas, mas foi a realidade. Eu não sabia o que fazer, se eu deveria ficar em silêncio, se eu deveria contar a alguém, se eu deveria conversar com você ou procurar um psicólogo para entender o que estava acontecendo, mas eu escolhi ficar em silêncio. Em silêncio, e continuar sendo o Jungkook artificial. — eu o vi engolir a seco e pensei por um instante o quanto aquilo havia o magoado durante os anos, mas eu precisava falar tudo, queria que ele acreditasse em mim. — Eu magoava as pessoas. Fazia de propósito e conseguia dormir bem a noite como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas não me orgulho disso. Em uma das brigas que tive com o Taehyung, ele gritou que eu era frustrado. Frustrado por ver outras pessoas amando, frustrado por ver que podia sim existir felicidade, frustrado por não ter algo como aquilo na minha vida, ter apenas coisas fúteis, como um relacionamento de fachada, e pessoas que me temiam. Eu era um covarde. Covarde por não te dizer o que sentia, por não deixar de ser aquela pessoa arcaica, e preconceituosa que achava melhor ser famoso e amado por todos sendo um completo inútil, do que falar o que sentia e ser odiado por todos.

— Então era isso, Jungkook. Você tinha medo de contar que gostava de mim, e ser odiado? Por ser bi, por começar a ser considerado gay? — ele arqueou a sobrancelha e apertou a minha mão, meu coração batia rápido, não sabia o que ele iria pensar sobre isso.

— Tinha medo do preconceito, medo de receber as mesmas palavras duras que eu cheguei a desferir várias e várias vezes na escola. Medo do desconhecido, do sentimento novo, da indiferença das pessoas, dos meus pais, da minha própria família. Foi algo que talvez eu não consiga colocar em palavras, mas sei que não é motivo para que eu tenha magoado tanta gente, só que eu assumo o meu erro agora. Eu não quero ser mais assim, Jimin, por mim, e por você.

— Então na festa você iria me dizer que queria que todos soubessem da gente?

— Eu ia contar que eu queria conversar com a Nayeon. Antes da festa quando você foi falar comigo no treino, nós ficamos de conversar sobre isso depois e a conversa nunca veio. Você perdeu o foco porque eu fiz com que você perdesse o foco para que eu não te contasse naquele momento que eu havia ficado com ela algumas vezes, fiquei com medo de você desistir ou algo do tipo, mas eu só fiz aquilo para tentar me enganar mais uma vez. — passei a mão no rosto tentando me acalmar um pouco, mas eu devia continuar até que ele soubesse do resto. — Iria conversar com os meus amigos, e com os meus pais. Iria abrir o jogo na escola e pedir desculpas a quem eu machuquei. Eu sinceramente não sei quando deixei de ser o Jungkook calmo e sensato do ensino fundamental, eu pediria perdão. E inclusive é algo que eu ainda quero fazer.

— Eu acredito nisso Jungkook, de verdade, por algum motivo eu sei que você quer.

— No dia do meu acidente eu saí da festa não com raiva. Bom, eu mentiria se dissesse que não estava chateado com Taehyung, mas na realidade, eu estava triste. Triste por que mal havia conseguido me aproximar de você, e já havia outra pessoa tentando algo, e por ironia do destino, meu melhor amigo. E isso fez com que eu quisesse beber, mas eu não queria só beber, eu queria beber para vomitar e passar mal mesmo, sabe? Tipo, beber até lavar a alma, mas eu já não estava ligando para muita coisa, tanto que nem lembrei que iria pilotar a moto. Passei em um bar e comprei vodka mesmo sabendo que aquilo não iria dar certo, então eu só fiz pilotar bebendo como se fosse a coisa mais normal do mundo, até eu chegar na rota nove, e bater com tudo em um dos postes que havia lá. — dei os ombros o vendo ficar chocado com o relato. — Não é culpa sua, eu fui negligente.

Ele voltou a se aproximar ficando ainda mais perto, sua mão não abandonou a minha e eu tenho certeza que aquele semblante triste foi por lembrar daquela noite ridícula.

— E para ser bem sincero, a primeira coisa que pensei quando abri os olhos, foi que Taehyung me encontraria. Eu sabia que ele iria sair de lá para vim atrás de mim, tinha quase certeza, e quando acordei com o resgate me colocando dentro da ambulância, eu não vi ele, e sabia que algo estava errado, só depois eu desmaiei. — ele balançou a cabeça concordando como se soubesse como eu me sentia, e eu suspirei mais aliviado por ter falado sobre tudo o que eu queria falar.

— Sobre a Nayeon, ela sente algo por você? — eu neguei rapidamente. — Por que você sabe que foi irresponsável da sua parte ficar com ela sabendo que você não queria isso, não é?

— Eu sei. — confessei mais uma coisa. — Não foi mais de três vezes, e ela sempre me disse que não sentia nada.

Vi ele balançar a cabeça e olhar para a porta de entrada da casa na árvore, senti meu coração apertar novamente, mas dessa vez por achar que ele não acreditava muito naquilo.

— Não sei porque o Chanyeol me falou aquelas coisas sendo que ele é seu amigo. — sua voz era quase um fio, e isso me deixou preocupado já que ele não havia contado tudo o que ele tinha falado. — Mas eu realmente acredito em você, se você diz que quer mudar e precisa mudar, eu estarei ao seu lado para presenciar isso.

Fechando os olhos, Jimin encostou a própria testa na minha, me passando um ar de conforto enorme. Saber que ele estava ao meu lado mesmo depois de entender que eu havia feito um monte de merda era fortalecedor, me fazia ter mais força para enfrentar o que viesse.

Eu me sentia capaz de tudo, e eu faria de tudo para ficar ao seu lado.

— Eu.. — parei na metade quando notei que ele me olhava assustado. — Eu agradeço de verdade. — apertei os lábios por saber que não era aquilo que eu queria dizer, mas vi ele suspirar e me pareceu certo não falar agora. — Obrigada por estar aqui, prometo te fazer feliz até quando você permitir.

— Confio em você, Jungkookie. — ele beijou os meus lábios com carinho, e logo voltou a me fitar. — Mesmo que você diga que odeia clichê.

Sorri com a sua fala e deixei que ele voltasse a posição inicial, quase deitado no meu peito.

— Gosto do nosso clichê, isso já é um começo.

E com isso, voltamos ao filme que agora, nem era mais tão ruim assim.

Kim Namjoon
🏀

Minha mãe havia reaparecido do nada com a desculpa de que estava com saudade de casa, então eu estava com Seokjin e Yeonjun do lado de fora esperando que ela e o namorado saíssem outra vez. Jun brincava com uma bola, enquanto eu estava ao lado de Seokjin que não parava de mexer no celular um minuto, ele tinha passado a tarde com o meu irmão para que eu pudesse treinar, e quando viu minha mãe chegar, resolveu ficar mais um pouco.

— Posso saber o que é mais importante que eu? — vi ele sorrir ao ouvir a minha pergunta, mas ele continuou digitando, parecia conversar com alguém.

— Acho que sei quem é o tal anônimo que vocês estão falando a semanas. — ele me olhou parecendo ser óbvio aquilo que dizia. — Vocês são tão lentos.

— Como você-

— Inteligência, eu uso a minha. — ele me cortou, e logo mostrou a tela do celular onde tinha um número desconhecido. — Esse número que está conversando comigo é o número que está falando com Jungkook e Jimin. E com ajuda do Jackson, eu consegui rastrear e saber de onde vem.

— Está conversando com você? — estranhei ao ouvir.

— Sim, e achar que eu desconfiava da Hwasa. — ele sorriu e negou voltando a atenção ao telefone. — Taemin é apaixonado pelo Jimin desde o início do ensino médio, e assim é com Chanyeol que é obcecado pelo Jungkook.

— Chanyeol? Não mesmo. — eu disse confiante. — Ele é hétero, todo mundo sabe disso.

— Hétero igual a você e o F4? Me poupe, Namjoon. — voltando a sorrir ele começou a explicar. — Hwasa me contou que Chan é apaixonado por Jungkook desde o ensino fundamental, onde vocês estudaram juntos. E ele tinha informações dentro da escola, é amigo da Nayeon, e ela pode ter contado sobre o Jimin.

— Está me dizendo que o Chanyeol é o dono desse número? — fiquei de pé ao ouvir aquilo e passei as mãos pelo rosto tentando digerir.

— Estou dizendo que o endereço que o Jackson achou, é onde o Chanyeol mora com o Taemin. Eles estão juntos já que os pais dos dois estão em outro país. — tranquilamente ele colocou o celular de volta no bolso, e ainda sentado, continuou a me olhar.

— Não acredito, se Jungkook souber disso ele vai-

— Quebrar eles? Sim, ele vai. — ele completou o meu pensamento. — Cabe a você contar ou não, eu apenas descobri.

Comecei a andar de um lado para o outro tentando pensar no que eu iria fazer com aquela informação. Se eu contasse para Jungkook ele iria querer ir até lá para tirar satisfação mesmo estando todo fodido, e com isso Taehyung ia descobrir, e então ele iria querer ir também. Não era como se eu pudesse esconder isso, mas também não era como se eu pudesse contar agora.

— Posso te dar um conselho? — Seokjin perguntou e eu o olhei imediatamente como se suplicasse por aquilo. — Espera um mês e aí você fala. — ele deu os ombros e ficou de pé para vir até mim. — Daqui a um mês é aquele treino lá importante, onde vocês desafiam o time da outra escola e com certeza ele vai querer ir assistir. Daqui pra lá ele já vai estar melhor, não recuperado, mas melhor. Então, você conta um dia antes, e aí ele decide o que fazer.

— E o Jimin, você vai deixar ele conversando com o Taemin sem saber do que está suspeitando?

— Se eu contar para ele, ele vai dizer ao Jungkook mesmo que seja sem intenção. — ele segurou em meus ombros, e a minha mão foi imediatamente em sua cintura. — Relaxa, eu não vou sair do lado dele. Se acontecer qualquer coisa estranha, eu conto a ele sem nem pensar duas vezes.

— Mamolados! Mamolados! — Yeonjun gritou tendo a nossa atenção, e acabamos rindo pela forma se ele mexia o quadril enquanto dançava.

— Shiu, sua mãe vai ouvir! — Seokjin o repreendeu sorrindo, mas não negou que eramos namorados pela primeira vez. — E você, está na hora de entrar, vejo vocês no parque amanhã. — ele apontou para o meu peito, sem me afastar verdadeiramente.

— Sim senhor. — roubei um selinho e ele arregalou os olhos em surpresa. — Dirige com cuidado, conversamos amanhã.

— Meu deus Namjoon, você quer mesmo fazer a sua mãe ver nós dois assim do nada? Cristo. — ele reclamou tentando não sorrir mas não deu certo, sua birra eu conhecia e sabia bem quando não passava de manha.

Com isso ele saiu no carro indo em direção a própria casa e eu acabei me perdendo e não falando o que queria. Mas nós tínhamos muito tempo, eu ainda iria contar tudo o que eu sentia por ele em algum momento.

🏀

Eu voltei e antes do combinado só para avisar que: próximo capítulo já estaremos na fase DOIS amou

Podem olhar lá na apresentação de personagens o visual deles porque vai mudar e será descrito ao longo do capítulo irraaa

Está saindo mais rápido porque eu estou de férias, então prometo voltar até domingo que vem tá? Talvez antes e afins.

Me digam o que estão achando, o próximo terá mais emoção acreditem rs

Para quem leu a au: meu deus Chanyeol e Taemin chegaram, boa sorte kk

Usem a tag no tt e sigam os personagens tá?
@ jkbasquete @ jmbasquete @ kthbasquete @ mygbasquete @ jhsbasquete 😍

Vou deixar aqui a nova capa que será colocada assim que virar os 100k, amo vcs

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