12 - quando você liga o foda-se
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pra mommy, uh?
#jikookbasquete
Jeon Jungkook
🏀
Eu nunca havia dormido em um hospital antes.
Primeiro por que eu nunca havia me machucado ao ponto de precisar passar a noite, segundo por que eu nunca precisei ficar de acompanhante já que nunca ninguém próximo tinha se acidentado, e terceiro por que eu assisto filmes de terror.
Hospital a noite, é aterrorizante.
Mas absolutamente nada foi mais assustador do que ver os meus pais entrando no meu quarto, logo após eu ter beijado o Jimin. Acreditem, eles não são modelos de empatia e amor.
A expressão assustada do Jimin, só fez com que eu ficasse ainda mais nervoso. Será que eles haviam percebido algo? E se sim, será que eles iam criar confusão por causa disso?
Bom, a resposta da última pergunta era óbvia, claro que eles não ficariam em silêncio diante daquilo, principalmente por que eu nunca havia conversado com eles sobre nenhum relacionamento que eu havia tido algum dia. Não foi por não querer, foi apenas por não importar o suficiente para eles, já que eles sempre preferiram o trabalho, então não havia do que reclamar.
Eles não conheciam o próprio filho, então poderiam me julgar?
— Por favor garoto, nos deixe a sós. — meu pai falou em um tom completamente diferente do habitual, então eu já pude entender que ele estava extremamente puto com aquele flagra. Eu só não queria que o Jimin saísse daquele jeito, mas não havia nada que eu pudesse dizer naquele instante.
Vi ele levantar rapidamente da cama e fazer uma reverência desajeitada como sempre, indo em direção a porta enquanto os meus pais não disfarçavam os olhares que o dava.
— Chama o Namjoon, por favor. — falei um pouco alto para que ele ouvisse depois que tinha saído, precisava do meu amigo ali por que eu já imaginava o que iria acontecer.
— Pode começar, seu irresponsável. — meu pai elevou a voz quando já estávamos sozinhos, ao lado dele estava a minha mãe em silêncio como sempre, nunca tinha uma opinião formada, sempre deixava ele falar.
— Não tenho o que dizer, só derrapei na pista molhada e bati com tudo em um poste. Foi isso, fim da história.
Ele não pareceu acreditar no que estava ouvindo, apenas cruzou os braços e deu uma risada nasal com a maior cara de bravo possível.
— Certo, então vamos aos fatos. — ele começou, enquanto dava passos pequenos até próximo a minha cama. — Primeiro, Taehyung sofreu um acidente quando foi atrás de você, e graças a isso também vai precisar de fisioterapia já que machucou gravemente os braços.
Eu franzi o cenho por ter pensado que aquilo era um brincadeira de mal gosto, mas conhecendo o meu pai eu sabia que provavelmente aquilo não era mentira. Ele não gostava brincar com a saúde das pessoas. Com isso, olhei para a minha mãe e ela quase que de forma imperceptível, confirmou com a cabeça para que soubesse que aquilo que ele falava era verdade, então Taehyung realmente havia ido atrás de mim, e isso só fazia com que eu me sentisse culpado.
— Ele está bem? — foi apenas o que eu quis saber.
— Sim, ele está acordado. — dessa vez foi a minha mãe que respondeu.
— Bem ele estaria se não tivesse ido atrás de você, moleque. — novamente o meu pai falou. — Por que você saiu da festa, hum? Você é um irresponsável, isso sim. Não foi buscar a Nayeon em casa, deixou a garota esperando, depois disso sai sem razões em meio a chuva, o que você estava pensando afinal?
— Está preocupado comigo ou com a moto?
— Sabe quanto custa um dia nesse hospital? Não, você não sabe. Você só vive me arrumando problemas, está na hora de crescer Jungkook, você já tem dezenove anos. — ele falava impaciente enquanto andava de um lado para o outro, típico dele, tudo é sobre dinheiro e quanto eu faço eles gastarem por mês.
— Você sabe que eu não sofri um acidente por que quis, não é? — argumentei e olhei para qualquer lugar naquele quarto que não fosse ele.
Talvez ele estivesse certo na parte onde "eu só faço bosta", mas me culpar por um acidente era algo que eu não esperava que ele fizesse. Quem escolheria aquilo?
— Você não me respondeu. — ele insistiu. — Por que você saiu? Você não estava indo a caminho de casa.
Abri a boca duas vezes para falar alguma coisa, mas nada saiu. Eu não tinha resposta pronta para aquela pergunta, claro, até por que eu não podia dizer que tinha saído por que mais uma vez eu tive uma crise súbita de ciúmes sem sentido, onde eu não poderia sentir o que estava sentindo. E nem podia dizer para onde estava indo por que eu não tinha um lugar para ir quando sai, eu só queria me afastar e pensar nas minhas paranóias. Então, eu ia ficar o dia inteiro ouvindo eles fazendo aquelas perguntas que não tinha respostas.
Isso, se eles não tivessem começado um novo tópico ainda pior.
— Já que você não responde essa pergunta então vamos para outra, quem é aquele garoto que estava aqui? — ele mudou a pergunta, me vendo mudar a expressão para pânico. — Ele estava muito perto de você quando chegamos, e nunca vimos você com ele antes, ele é da escola?
— Sim. — soltei o ar que prendia quando dei a resposta, e vi a minha mãe me encarar com um olhar desconfiado. Ela apertou os olhos e me olhou como se duvidasse da minha resposta, mas meu pai não viu já que estava com o olhar fixado em mim.
— É só isso que tem a dizer? — ele colocou ambas as mãos no bolso da calça, coisa que ele só fazia quando sabia que estava perdendo tempo, e aquilo era ótimo. — Não ache que vou ficar sem respostas, Jungkook. Eu sou um homem ocupado, e só de estar aqui agora eu estou perdendo dinheiro. — novamente ele tocou no assunto mais importante para ele, não o filho, mas o dinheiro. — Eu vou procurar a resposta para tudo isso, e quando eu encontrar vai ser pior.
— Olá. — Namjoon apareceu na porta do quarto, entrando na maior cara de pau e carregando um sorriso ladino nos lábios. — Reunião de família, e não me chamaram?
— Namjoon, que bom que está aqui. — meu pai sorriu estendendo a mão para apertar a do Namu, que logo recebeu ainda com cara de bons amigos. — Você que é um rapaz inteligente e de família bem conceituada, me diga, por que diabos o Jungkook saiu da festa sem dar explicações?
— Explicações? — ele franziu o cenho, e me olhou como se buscasse respostas, mas claro que ele não encontrou nada na minha cara de desespero. — Oh, ele me deu antes de sair senhor Jeon. Ele não sairia sem me contar, eu é que estava tão preocupado na hora do acidente que acabei me esquecendo.
Meus olhos se arregalaram por um instante quando imaginei que ele falaria sobre Jimin e tudo o que havia acontecido na última semana, mas era obvio que ele não faria aquilo, então ele continuou sorridente enquanto encarava meu pai, parecia cem porcento seguro do que diria.
Um grande mentiroso se querem saber.
— E para onde ele foi? — minha mãe inclinou a cabeça para o lado demonstrando confusão, mas como eu disse, Namjoon é um belo mentiroso.
— Ele havia ido até a casa de uma das garotas do time de vôlei para buscá-la até a festa. Foi por isso que ele não foi até a Nayeon, por que sabia que ela poderia ir no carro da mãe ou com as amigas que são do grupo dela. — mentiu.
— Garota? — a minha mãe deu uma risadinha como se aquilo fosse o maior absurdo que ela já tivesse ouvido, mas meu pai pareceu comprar aquilo.
— Como é o nome da moça? Quero checar com ela.
— O nome dela é.. — ele pausou, voltando a me olhar como se pedisse ajuda.
Ok, ele não é tão bom mentiroso assim.
— Ahn Hye-jin. — respondi com convicção. — Chamamos ela de Hwasa, ela estuda comigo. — vi Namjoon soltar o ar um pouco mais tranquilo.
— Sei. — minha mãe arqueou a sobrancelha parecendo ainda mais descrente.
Não tinha algo que me machucasse mais do que essa situação. Não falo sobre meu pai não se preocupar com o meu bem estar, ou eu estar todo fodido e dolorido por causa do acidente, falo sobre eu ter que mentir sobre a pessoa que eu realmente gosto.
A algum tempo eu já havia aceitado esse fato, por isso hoje eu consigo expressar isso com convicção. Eu realmente gosto dele, eu de fato gosto do Jimin, e antes era algo pequeno que eu conseguia esconder e guardar apenas pra mim. Bom, não assim esconder, esconder, já que Taehyung notou de cara a minha mudança. Mas falo sobre não ficar com cara de bobo apaixonado vinte e quatro horas por dia.
Hoje em dia essa cara de apaixonado é mais nítido, mesmo que o Jimin não note isso. Eu acho até bonitinho a confusão na cara dele já que ele não faz idéia do tempo em que eu tenho esse sentimento guardado pra mim, mas ainda assim, dói precisar esconder dos meus pais. Odeio viver me escondendo, e eu definitivamente não queria fazer com que o Jimin também vivesse assim.
Então, não poder contar para o mundo sobre os meus sentimentos só faz com que eu me feche mais, talvez o Jimin não precise passar por isso, não é? Ele não sabe nem o que eu sinto por ele, provavelmente não deve sentir algo por mim também.. posso apenas estar sendo emocionado, sei lá.
— Eu vou sair agora por que preciso ir até a sua escola, mas antes preciso falar alguns fatos que irão acontecer de agora em diante. — meu pai falou rude como sempre, enquanto tinha agora o celular em mãos. — Consegui para você um tratamento que vai levar menos tempo do que o tratamento daqui a Coreia. Lá na Suiça eles tem algo que pode te ajudar em seis meses, é como um tratamento intensivo, que pode colocar você em quadra antes do ano acabar.
— Isso é ótimo. — Namjoon sorriu grande por ouvir a notícia de que eu voltaria a jogar em breve.
— Exato, senhor Kim. — minha mãe sorriu pequeno, começando a dar alguns passos em minha direção. — Seis meses na Suiça, e o meu bebê estará novinho em folha, não é mesmo Jeon?
— Isso. — meu pai respondeu. — Vou conversar agora com a diretora da sua escola para preparar as aulas online. Não queremos que você perca seu último ano, e nem levará tanto tempo assim. Em breve voltará a ser o capitão dos leões.
— Não quero. — disse sem muita emoção.
— O quê? — os três falaram juntos enquanto olhavam um para o outro.
Era sério mesmo que eles achavam que eu iria sair do país no início do trimestre só para fazer um tratamento? Ora, por favor. Talvez os meus pais até acreditassem nisso, mas o Namjoon?
— Eu não vou sair do país. — ditei ríspido, absolutamente nada me faria mudar de ideia.
— Você não tem opção, Jungkook. — minha mãe que já estava ao meu lado, falou um pouco mais baixo dessa vez. — Se ficar aqui será um ano de tratamento e não vai poder jogar. Lá ao menos você vai ficar apenas metade disso, e voltar para assumir seu posto.
— Você não pode deixar o time, Jungkook. Precisa se esforçar na fisio. — era obvio que Namjoon falava com preocupação, não só comigo mas também com o time. Só que eu não podia deixar o país, será que ninguém entendia?
— O Taehyung vai com você, já falei com os pais dele. Me responsabilizei pela fisioterapia dele também, então você não estará sozinho na Suiça. — era isso, ele já havia decidido tudo por mim, como se eu fosse uma criança de colo que não tem nenhuma opção.
— Eu acabei de falar que não vou. — novamente voltei a negar aquele absurdo, por mais que eu soubesse que era necessário aquela fisioterapia avançada, eu não tinha o que fazer.
Meu coração não me deixar ir.
Isso deve ter sido a coisa mais boiola que eu falei em toda a minha vida, mas pensem só, agora que eu estou mais próximo do cara que eu tinha um crush por todo esse tempo, vocês acham mesmo que eu iria me afastar?
Desde ontem eu estou me enganando, fingindo que não aconteceu nada dentro daquela salinha onde ele e o Taehyung estavam, estou fingindo que eles só estavam conversando com as bocas coladas, e não passou disso, e isso vocês chamam de quê na cidade de vocês?
Eu chamo de pessoa apaixonada e cega para um caralho.
Mas eu juro que esse sou eu tentando ser um cara evoluído que não pode surtar de ciúmes sem ter um motivo muito bom. Claro que ver o Jimin ou imaginar ele beijando o Taehyung já era um ótimo motivo não é? Mas onde esse motivo me trouxe? Para um hospital, todo fraturado e sendo puxado do armário pelo os meus pais.
Fora que não temos nada um com o outro, então, eu me sinto bem idiota por não ter escutado ele quando ele quis conversar antes do acidente.
— No fim você não respondeu nada. — meu pai voltou a falar. — Mas está tudo bem, eu vou na sua escola agora. Vejo você quando eu vier buscar a sua mãe, mas saiba que eu vou resolver tudo do meu jeito, você ainda mora sob o meu teto, viverá com as minhas regras.
Ninguém disse nada e ele apenas se virou e saiu do quarto como se nada tivesse acontecido. Namjoon me olhou e ficou esperando que eu dissesse algo, mas a minha mãe ainda estava ali, eu não podia simplesmente falar o que estava pensando. Mas o que eu pensava era: fodeu.
Eu podia até fazer birra e dizer que não ia, fugir para as colinas e viver junto com os animais, bater de frente com ele ou fazer escândalo alegando que ele não mandava em mim, mas o fato era apenas um:
Eu precisava da fisioterapia.
Não era idiota para negar isso, eu tinha consciência de que o acidente havia sido grave, e que esses pinos na minha perna não era brincadeira, mas cara, não era possível que esse tratamento só existisse a mais de 9mil km de distância. São literalmente treze horas de vôo, como podia não existir esse tipo de tratamento na Coreia?
— Filho. — minha mãe me chamou notando que eu e Namjoon já estávamos a minutos nos se encarando. — Você sabe que precisa fazer fisio direitinho, não sabe? — ela perguntou sabendo que a resposta já era óbvia. — Não bata de frente com o seu pai nesse assunto, ele sabe o que é melhor para você.
— É sério que ele falou com os pais do Taehyung? — perguntei duvidando daquilo. — Por que parece que vocês decidiram isso quando entraram aqui no quarto.
— Seu pai lembrou da clínica de reabilitação assim que o médico informou que você ia precisar de fisioterapia intensiva. Não tem nada a ver com entrarmos aqui no seu quarto, e pegarmos você perto daquele garoto.
Pude ver quando Namjoon comprimiu a boca tentando não sorrir.
Filho da puta.
— Se você diz.. — desconversei não querendo continuar aquele assunto perigoso. — Estou com fome, pode ir pegar algo pra mim?
— Claro. — ela sorriu e olhou para Namjoon ainda um pouco desconfiada. — Você fica aqui com ele? Eu volto rápido.
— Fico sim. — ele também sorriu esquisito, era mesmo um sorriso de nervoso.
Depois que a minha mãe passou pela a porta, meu amigo respirou fundo e soltou tudo de uma vez, passando ambas as mãos na cabeça como sempre fazia antes de entrar em pânico.
— E agora, caralho?
— Não sei. — sorri sem mostrar o dentes, o que fez ele quase de jogar no sofá ao lado.
— Eles viram você e o Jimin? Ele chegou no quarto do Taehyung quase chorando de nervoso.
— No quarto do Taehyung? Hum.
Hum.
— Fala sério, você não está com ciúmes né? — ele revirou os olhos. — Ele foi a única pessoa que o Taehyung se lembrou depois de perder a memória e-
— O quê? — interrompi sem entender nada do que ele falava. — Como assim perder a memória? E como assim só lembrou do Jimin? Ele não lembra de ninguém, por quê?
Namjoon suspirou.
Nos minutos que se passaram ele me explicou tudo o que havia acontecido depois que eu saí da festa. Me contou que Taehyung saiu logo atrás, e também falou que ele tinha o encontrado junto com Seokjin. Continuou dizendo que Jimin estava desesperado se culpando antes de ver nós dois, e que ele havia passado a noite ao meu lado, sem ao menos querer parar para comer ou descansar.
Falou sobre Taehyung ter batido a cabeça já que o capacete havia saído na hora do impacto, e também que ele não lembrava de ninguém, nem dos próprios pais.
— E lembrou do Jimin? — perguntei vendo ele confirmar com a cabeça. — Que estranho.
— Todo mundo achou. — ele disse dando os ombros. — Mas é uma boa coisa, significa que tudo irá voltar em breve.
Esperava mesmo que sim.
[...]
Quando chegou a hora do almoço, minha mãe já tinha se despedido já que o meu pai ligou avisando que estava esperando na frente do hospital. Ele não tinha voltado para me ver, então entendi que aquilo tudo era raiva por eu ter dito que não iria para a suíça.
Namjoon me ajudou a comer, e também ficou comigo para que eu não ficasse sozinho. Ele havia me avisado que Jimin tinha ido à escola para resolver algumas coisas, e depois disso descansar. Fiquei um pouco decepcionado por não ter conseguido me despedir dele, mas sabia que era melhor mesmo que ele fosse até em casa para dormir, hospital é bem cansativo mesmo e ele havia passado a madrugada inteira acordado.
— Está pensando em quê? — Namjoon perguntou quando me viu olhando para o teto.
Ele havia terminado de comer e estava no sofá vendo algo na tv para passar o tempo, era horrível ficar imóvel ligado a um monte de fios, eu só conseguia pensar no Taehyung e de como eu queria ir até o quarto dele.
— Queria ver o Tete. — olhei para ele e como esperado revirou os olhos, vendo nitidamente um biquinho ser formado em meus lábios.
— Nem adianta. — ele disse ríspido. — Não vai sair desse quarto, se quiser falar com ele eu ligo mais tarde quando ele estiver descansado.
— Ele está no quarto ao lado joonie, qualé. — tentei argumentar mas ele já estava de braços cruzados fingindo que não me ouvia enquanto assistia.
Que belo amigo viu.
Depois de alguns belos minutos em silêncio, ele escutou o celular apitar ganhando também a minha atenção. Quando removeu o celular do bolso, ele leu algo que parecia ser uma mensagem e sorriu, o que me deixou ainda mais curioso.
— O que foi? — perguntei e vi ele me encarar.
— Segundo Seokjin, Nayeon vem dormir aqui com você hoje.
— Como assim? — franzi o cenho e vi meu amigo ficar de pé, vindo em minha direção.
— Olha. — ele acabou me entregando o celular para que eu mesmo entendesse.
| Jinnie 🏡 :
Jonnie, temos um problema.
Nayeon vai dormir com o jk
hoje e o Jimin quer muito conversar
com ele. Então, eu tenho um plano,
só que não sei se vai funcionar.
Preciso de você gatão, vamos fazer
essa conversa acontecer, belezinha?
E ah, se jk perguntar, avisa que foi
decisão dos pais dele. Inclusive,
o pai dele encontrou com o jm
na saída do hospital, e a conversa
foi bem assustadora. [14:56]pm.
Entreguei de volta o celular dele e fixei meu olhar na parede da frente tentando engolir a informação. O meu pai havia conversado com ele. Sobre o quê? Por que? O que ele queria afinal? Ele havia ficado tão desconfiado assim? Não era possível.
Ele normalmente não abordava pessoas diretamente, sempre que queria algo ficava sondando pela as beiradas, então quanta bosta ele havia falado para o Jimin?
— Relaxa. — ouvi Namjoon dizer depois de ter voltado para o sofá, parecia conseguir ler a minha mente. — Seokjin tem um plano, então ele vai conseguir trazer o Jimin pra cá, ele sempre consegue o que quer.
— Meu problema não é esse, eu sei que ele vai dar um jeito. — afirmei o óbvio. — Estou pensando no depois. Tipo, amanhã vão me levar pra casa, e eu não sei como vai ser em relação a fisio e ao Jimin.
— Você está todo caidinho por ele, não é?
— Não sei, estou? — brinquei mesmo sabendo que a resposta era óbvia, e acabei vendo Namjoon sorrir grande coisa que ele não fazia normalmente.
— Está e faz muito tempo, espero que seja feliz agora. — ele deu os ombros, voltando a assistir um filme ruim que passava na tv.
Eu continuei com as minhas paranóias, olhando para o teto enquanto vez ou outra voltava a minha atenção para os pinos na minha perna, o que diabos eu faria agora?
Parando para pensar agora, só essa semana aconteceu várias coisas que fez com que o rumo da minha vida mudasse. Primeiro foi o trabalho que pela primeira vez em anos, me juntou a Park Jimin. Depois foi ficarmos presos no vestiário, fazendo com que ficássemos abraçados a noite inteira. Depois disso teve a parte onde eu dormi na casa dele fazendo acontecer o nosso primeiro beijo.
Nem nos meus melhores sonhos, isso tudo aconteceria de uma vez.
Só que eu já era tão acostumado a ver uma ruma de bosta acontecendo ao mesmo tempo na minha vida, que mesmo que grande parte dela estivesse dando certo eu ficava com um pé atrás esperando o momento em que algo me empurrasse. Eu mentiria se não dissesse que estava preocupado com o meu futuro no basquete, eu não sabia o que aconteceria comigo depois que eu saísse do hospital, mas eu sabia que precisava de Park Jimin ao meu lado, mesmo que fosse para dar broncas como ele sempre fazia pela manhã.
E é engraçado dizer isso por que ele não faz idéia do que eu sinto. Ele só sabe que eu gosto de beijar ele sempre que a gente se vê, e que eu fico feliz em poder abraça-lo na hora e do jeito que eu quiser, mas é apenas isso. Na cabecinha linda e inocente do meu doce, é apenas isso que eu quero e nada mais.
Claro que eu sabia que ia chegar um momento em que eu precisaria falar a verdade e me abrir para que ele escolhesse se ficaria ou ia embora, só que pensar é muito mais fácil do que falar. Eu não sei o que ele pensaria disso, de ter um relacionamento ou ter alguém gostando dele assim no susto, mas para ser sincero eu queria conhecer mais dele antes de gritar que ele sempre foi a pessoa que eu quis desde meados três anos atrás. Eu só não tinha coragem o suficiente para sequer pensar nessa possibilidade, mas agora as coisas estão diferentes, e eu gostaria de lutar pela minha felicidade ao menos uma vez para fazer a vida valer a pena.
Kim Seokjin
🏀
Eu amo o Namjoon.
Bom, não do jeito que vocês estão imaginando mas falo sobre a disponibilidade que ele tem, quando eu o chamo a qualquer hora e em qualquer lugar.
Eu havia simplesmente falado sobre um plano para colocar Jimin dentro daquele hospital, e ele já montou uma operação para que isso funcionasse, fora que, veio correndo me buscar em casa já que eu fiz drama por não querer dirigir.
Se isso não é a amor da parte dele, não sei o que é.
— Eu ainda não acredito que peguei um ônibus, só para vim até a sua casa te buscar para ir até o hospital. — ele resmungou quando me viu abrir a porta do meu apartamento. — Você podia apenas dirigir?
— Não quero. — dei os ombros, vendo ele se afastar para que eu pudesse sair. — E você fez isso por que me ama, isso está mais do que claro agora.
Ele sorriu daquela forma nervosa que ele sempre faz quando não consegue negar algo, e saímos depois que eu tranquei tudo, vendo ele olhar para os lados com curiosidade.
— Achei que você morava em uma mansão com cinquenta portas de entrada.
— Não seja exagerado. — ri com seu comentário. — Esse é o meu apartamento, mas eu moro com os meus pais ainda.
— E esse apartamento serve pra você só dormir às vezes? — andávamos devagar aproveitando o clima gostoso daquela tarde, ele parecia gostar do ambiente já que estava tudo tranquilo.
— Serve para eu ter minha privacidade, dormir às vezes, fazer trabalhos da escola, beber com amigos, serve também para trazer alguém pra dormir comigo e-
— Já entendi. — ele falou. — Vamos logo por que o Jungkook ficou dormindo sozinho.
— Você é bipolar? — questionei e vi ele travar o maxilar, ele ficava tão bonitinho bravinho. — Meu carro está no estacionamento, precisamos ir até lá, tem paciência para esperar o elevador ou quer pular pela janela?
Ele me olhou com os olhos semicerrados e chamou o elevador, cruzou os braços logo depois ainda olhando para a caixa de metal.
— Me conta sobre o plano. — ele pediu.
— Você não descansou nada, não é? — presumi que a sua irrigação fosse cansaço. — Se quiser, depois que deixarmos o Jimin lá com o Jungkook, a gente pode vim pra cá, sabe sei lá, pra beber alguém coisa.
— Está me convidando para dormir com você? — ele fez sua melhor cara de chocado.
— Não seja ridículo, estou te oferecendo paz por que você sabe bem que na sua casa você não vai ter isso. — o lembrei, já que sua mãe e o namorado haviam voltado para casa. — Se quiser pode trazer o yeonjun, não me importo, tem dois quartos.
Assim que o elevador abriu, nós entramos e apertamos o botão certo. Ele pareceu pensar por uns instantes até que a porta voltasse a se abrir, e quando finalmente saímos, ele voltou a falar com mais entusiasmo.
— Colocamos ele pra dormir, e bebemos um pouco?
— Exato. — confirmei enquanto andávamos. — Saímos do hospital e vamos direto para a sua casa, arrumamos algumas roupas pra ele e avisamos a sua mãe que vamos levar ele para passear.
— E nós vamos?
— A gente pode levar ele na praça, onde tem aqueles brinquedos aqui do condomínio. Sempre vende sorvete por lá, e eu acho que ele vai gostar. — comentei já chegando próximo ao meu carro. — Aqui também tem quadra de basquete, de futebol, piscina e um mundo de coisas para ele se divertir.
— Você disse basquete? — confirmei e dei um sorrisinho, vendo o sorriso dele crescer. Eu sinceramente não sei se já havia visto um sorriso tão bonito na minha vida, não posso ser hipócrita, aquelas covinhas faziam sucesso na escola.
— Claro, só não vou jogar com você e o Yeonjun só tem três anos.
— Como assim você não vai? — ele fez drama tomando a chave do meu carro da minha destra. — Está me convidando para um encontro e não quer me ver jogar? Isso é um absurdo.
— Encontro? O seu irmão vai estar aqui! — exclamei achando o cúmulo do contrassenso.
— Entra no carro e conversamos sobre o encontro depois. — ele lançou uma piscadela e destrancou o veículo. — Quero mesmo é saber do plano, o que você vai fazer?
— Bom, primeiro nós vamos até a casa da Hwasa e de lá vamos para o hospital. — ditei já sentando no banco e trancando a porta. Vi Namjoon fazer o mesmo, então continuei. — A Hwasa vai enrolar a Nayeon, pode deixar.
— Defina enrolar.
— Você não sabe que ela.. — pausei, lembrando que era um segredo fortíssimo e que o mundo não podia saber ainda. — Que elas são melhores amigas?
— Não era isso que você ia dizer. — ele negou sorrindo enquanto dava partida no carro.
— Não era mesmo, mas enfim. O importante é que o meu plano praticamente consiste em jogar a responsabilidade para a Hwasa e sair correndo. Amou?
— E se ela não conseguir e a Nayeon aparecer no hospital de madrugada? — touché, essas era a pergunta de um milhão de dólares.
— Na pior das hipóteses, ela flagra o Jungkook com o Jimin. — dei os ombros. — Na melhor, ela vê que ele já está acompanhado e volta para casa sorrindo e saltitando.
— Até parece. — ele disse um pouco frustado com a situação. — A Nayeon é de família importante, e sabe como é esse lance de relacionamento por bens.
— Achei que isso não existisse mais. — e realmente. Você achar que pode existir uma união sem amor, só por causa de uma empresa realmente é assustador, estamos no século XX?
— E não existe. — ele continuou dando atenção ao trânsito enquanto conversávamos. — Os pais deles é que são antiquados e arcaicos.
Concordei silenciosamente e fiquei em silêncio até chegarmos no prédio onde Hwasa morava, não ficava tão longe dali. Durante todo o trajeto eu fiquei imaginando o quão difícil seria aquele relacionamento entre os dois caso viesse a acontecer. Como amigo do Jimin isso era tudo muito novo pra mim, de verdade. Ele nunca me deu sinais de que gostava do Jungkook ou algo do tipo, ao contrário, eles só viviam se bicando durante todo esse tempo, mas sei lá, eu poderia até entender na verdade.
Não era atoa que eu estava no carro com Namjoon nesse exato momento, tendo uma conversa pacífica e marcando de nos encontrar a noite para beber alguma coisa.
Nem eu acreditava nisso.
Talvez fosse pelo Jimin, já que eu realmente queria o ajudar naquela situação esquisita. Era engraçado imaginar Jungkook tendo algo com o meu pequeno, já que ele era todo marrento e cheio de birra. Mas o que não fazemos pelo os amigos, não é? E para ser sincero, a companhia de Namjoon não é tão ruim assim como eu pensava.
Eu gostava de conversar com ele, mesmo que ele fosse todo coisado, sabe? Todo cheio de si, e com esse ego nas alturas. Era até engraçado e me fazia bem, então, alguma coisa boa surgiu de tudo isso.
— Chegamos. — ele avisou assim que paramos de frente ao prédio. — Ela está ali de frente, você vai até lá?
— Não, espera. — tirei meu celular do bolso e acabei mandando uma mensagem, avisando a ela onde estávamos, e não demorou para que ela nos achasse e viesse em nossa direção. — Aqui dentro está quentinho.
— Você é inacreditável. — vi ele dizer enquanto sorria.
— Ei! — ela exclamou assim que parou ao meu lado, colocando os braços na janela do carro e sorrindo grande. — Meu otp é real? Poxa, vocês estão saindo e ninguém me avisou?
— Que? Não. — falamos juntos e ela arqueou as sobrancelhas, provavelmente por ver a nossa reação exagerada e ao mesmo tempo. Credo, de onde ela tirou isso?
— Hum, sei. — ela deu um sorriso bem sugestivo, o que fez Namjoon soltar uma risada nasal sabendo que claramente ela não acreditava naquilo.
— Mudando de assunto, né Hwasa.. — disse pegando no seu braço para que ela voltasse a atenção à mim. — Você ligou para a Nayeon?
— Liguei. — ela contou. — Quando eu chamei ela para vim até aqui agora, ela disse que não podia porque precisava resolver algo importante. Acho que esse algo tinha a ver com o capitão. — dando os ombros, ela suspirou frustada.
— E aí? — perguntei já desesperado achando que não ia dar certo.
— Eu vou até a casa dela, relaxa. — ela parecia confiante enquanto falava. — Nada vai dar errado hoje, e os pais dela estão viajando a quase uma semana já, significa que ela vai estar sozinha lá na mansão. Relaxem e gozem, por que vocês sabem bem que o que eu quero, eu consigo. Não é atoa que prendi eles em um vestiário.
Verdade, ótima conclusão.
— Quer carona? — o jogador de basquete perguntou e viu ela negar dizendo que já havia avisado ao motorista que iria sair. — Então nós precisamos ir agora até o hospital, Jungkook ficou sozinho e precisamos esperar o Jimin chegar lá mais tarde. Dê notícias se algo não sair como o planejado.
— Paga um lanche pra ela e chama para assistir um filme que dá certo. — dei a dica e Hwasa riu, provavelmente por que iria realmente fazer isso.
— Confiem em mim, e desejem melhoras a aquele capitão marrento da porra. — ela jogou o cabelo para o lado, fazendo e semicerrou os olhos para falar. — Diga a ele que ele me deve um ano de comida grátis, só por eu fazer ele ficar com o doce dele no hospital, arg, sempre sou eu juntando eles.
— E ainda diz que eu e o Seokjin somos o seu otp. — Namjoon debochou, fazendo nós dois perder tudo e começar a rir igual a dois loucos.
— Em minha defesa quero dizer que vocês dois são bem diretos, não precisam de um empurrãozinho. — ela se afastou da janela e se abaixou um pouco para voltar a falar. — Podem ir, mando mensagem quando chegar na casa dela.
— Certo. — sorri e vi ela fazer o mesmo. — Até depois.
— Não façam nada que eu não faria. — ela avisou, já saindo de perto do carro e voltando para o prédio.
— O que ela não faria, afinal? — me perguntei conhecendo a Hwasa e sabendo que ela não tinha barreiras, e vi Namjoon confirmar sorrindo como se soubesse daquilo melhor do que eu. — Tá vendo algum palhaço?
— Eu conheço ela, cala a boca aí. — ele ligou o carro e começou a dirigir em direção ao hospital.
— Conhece ela tipo atrás da escola, enquanto engolia ela? — revirei os olhos e pude ouvir ele soltar uma risadinha, sinceramente, até a risada me irritava.
Eu falei que gostava da companhia dele?
— Tipo isso. — ele falou e me olhou rapidamente arqueando as sobrancelhas. Galanteador barato do caralho. — Por que? Isso aí é ciúmes?
— Ciúmes da Hwasa, né? Me poupe. — olhei para o outro lado fixando minha atenção nas ruas de Seoul, porque o trânsito estava calmo, e eu estava querendo matar aquele idiota.
— Relaxa, nós somos só amigos. — ele falou como se isso me interessasse. — E eu estou gostando de outra pessoa.
Ele confessou.
— Sério? — o olhei e vi ele confirmar com a cabeça, prensando os lábios como se não quisesse falar sobre aquilo. — Quem é? Me conta! — meu lado fofoqueiro de agitou com a notícia.
Nossa, eu precisava saber de tudo o que acontecia nos corredores daquela escola, ou então eu não conseguia nem dormir.
— Você acha que a conversa do Jungkook com o Jimin vai fazer a relação deles mudarem? — eu definitivamente havia mudado de assunto só para não falar sobre si mesmo, então eu recostei no banco decepcionado por não saber da fofoca toda, um saco.
— Eu espero que eles se acertem e decidam o que querem fazer. — falei sincero. — Se querem continuar se vendo ou não. Isso só eles podem resolver.
E com isso, novamente o silêncio reinou no carro e dessa vez eu dei graças aos céus, talvez eu estivesse inseguro com a resposta dele, então era melhor não saber mesmo.
Namjoon era imprevisível, mas eu querendo saber da vida dele era algo que assustava até a mim. Desde quanto a vida dele me interessava?
Jeon Jungkook
🏀
Meu coração parecia que ia sair do peito a qualquer momento. E porra, que coisa boiola do caralho.
Já estava perto de dar sete horas da noite e segundo Seokjin, essa era a hora que Jimin ia chegar, e caras, ele realmente estava vindo me ver.
Não era para eu me sentir bobo assim, era? Algo saiu errado? Eu já havia mudado de posição na cama várias vezes, e não conseguia ficar confortável de jeito nenhum, será que eu só conseguiria quando ele chegasse? Tipo, é desconfortável ficar longe dele?
Tsc, Jungkook.
Você está de parabéns por ser um grande boiola apaixonado.
Sorri com o meu próprio pensamento, e passei a mão no meu cabelo tentando parar de pensar naquele loirinho fofinho do caralho que estava perto de chegar. Só que era meio difícil.
Eu olhava para o teto e já começava a lembrar do beijo gostoso que ele havia me dado antes de sair pela manhã. Lembrava dos olhos dele marejados por ter se preocupado a madrugada inteira, e também das mãos dele me tocando com carinho para não me machucar.
Esse é o efeito Park Jimin?
Eu me sentia o maior arrebatado do mundo. Ele literalmente chegou, entrou na vida, bagunçou os meus sentimentos e pensamentos, e eu estava só levando e gostando de tudo aquilo. O que você se tornou, mermão?
Eu ainda não havia pensado na situação inteira para ser sincero, eu só sabia que gostava dele, e estava pouco me fodendo para o resto, entende? Eu queria beijar ele, dormir com ele, conversar com ele o dia inteiro.
Ele, ele, ele e apenas ele.
Meus pensamentos gritaram Park Jimin.
Bom, sempre gritou para ser sincero, mas agora eu de fato posso falar sobre isso e ser sincero comigo mesmo, o quão bom essas mudanças foram?
Parei de dar atenção aos meus próprios pensamentos, quando vi a maçaneta da porta girar devagar mostrando segundos depois uma cabeleira loira conhecida, e um ser pequeno entrando um pouco tímido. Seus olhos varreram o quarto e em segundos se encontraram com os meus, o fazendo abrir um sorriso grande.
Deus, os olhinhos dele se fechavam por completo quando ele sorria.
— Oi meu doce. — sorri de volta o vendo agora fechar a porta com cuidado, para só então vir até mim. Ele estava tão lindo, certo que ele é todo dia mas, ele estava tão lindo. — Você é lindo.
— Jungkook! — ele sorriu de novo e se aproximou para que pudesse sentar ao meu lado na cama, então eu me afastei para que ele pudesse fazer o que queria. — Você me parece melhor. Comeu direitinho?
Ele observou meus sinais vitais por um instante, e levou a mão até a minha testa, fazendo um biquinho e a maior cara de pensativo. Ele era tão, tão.. sabe? Ele era tão.
— Não está com febre. — ele constatou e me olhou esperando uma resposta.
— Eu comi tudo, pode perguntar ao Namjoon.
— Comeu? — ele sorriu. E por que caralhos o meu coração parece que vai sair pela boca quando ele sorri? — Seu coração está batendo rápido, você está bem?
Olhei para o lado e vi que a máquina entregava os meus batimentos cardíacos, mas que droga. Não posso nem morrer de amores sem que ninguém saiba.
— Estou bem. — afirmei. — Ele está batendo rápido porque eu te vi.
— Jungkook! — ele exclamou novamente sorrindo, certeza que até o fim da noite eu iria infartar. — Você gosta de mim tanto assim, é?
Ele estava sentado ao meu lado, então eu aproveitei para levar a minha mão até o seu cabelo, só para ver ele fechar os olhos e apreciar o carinho que eu estava fazendo. Merda, ele é tão fodidamente lindo.
— Gosto. — soltei sem dificuldade nenhuma. — Gosto muito.
Ele abriu os olhos e me olhou de uma forma indecifrável. Existia um pouco de dúvida eu acho, mas devia ser por que não tínhamos tido nenhum tipo de conversa sobre o assunto: eu e ele, então era normal que ele estivesse se perguntando: o que está rolando entre nós?
— Eu também gosto de você. — ele me surpreendeu respondendo. — Gosto muito.
Após a resposta, nós ficamos um pouco em silêncio. Minha mão desceu e buscou as dele, que rapidamente as juntou com a minha, e ficamos assim por alguns minutos. Ele me olhava e eu o olhava. Era incrível.
Incrível como ele me enxergava, e eu nunca havia sentido aquilo antes.
Quando ele me olhava, eu me sentia inteiro, não o Jungkook todo quebrado — literalmente — e cheio de problemas, mas sim alguém novo que eu nem sabia que estava nascendo. Era o meu eu, só que agora, remodelado.
Talvez eu achasse que era remodelado por que eu queria ser alguém bom para ele. Ele me fazia bem com tão pouquinho, que eu queria ser esse alguém para ele também. Toda a minha implicância com ele todos esses anos, era só desejo e cuidado reprimido, então eu queria colocar para fora agora, e queria muito que ele aceitasse se fosse possível.
— Me sinto em casa com você aqui. — resolvi começar a tal conversa, e ele se arrumou melhor agora virado completamente para mim. — Desculpe pelo que fiz na festa, eu só fiquei chateado, mas sei que não tinha motivos para isso.
— Você acabou de dizer que gosta muito de mim, Jungkookie.. então tinha motivos. — suas mãos permaneciam nas minhas, e ele alisava com carinho por existir alguns arranhões e machucados. — Você só deveria ter me contado antes, mas está tudo bem agora. Você teve o seu tempo.
— Meu tempo foi apenas uma semana, doçura. — comentei e vi ele sorrir pequeno, por que realmente parecia ter se passado muito tempo. — E eu sei que deve ter sido rápido pra você.
— Eu só queria saber o que a gente está fazendo, sabe? — ele ficou cabisbaixo de repente. — Tipo, eu estou aqui com você no hospital, sendo que o seu pai conversou comigo e foi bem claro ao dizer que não me queria aqui com você, e depois tem todos os nossos toques e beijos, e toda essa conversa sobre gostar e tudo mais, eu só queria entender. Nós estamos ficando?
— Estamos. — falei sério. — E eu queria muito continuar com isso, se você quiser claro. — suspirei, pensando agora como eu iria falar tudo aquilo. — Só que se você disser que sim, que quer continuar com isso, você vai precisar ser paciente e saber que vai passar raiva. E eu falo sobre os meus pais..
— Com você também né? — ele diz brincalhão e eu acabo sorrindo.
— A maior parte do tempo eu vou estar querendo beijos e amassos gostosos. — ele sorri e faz a maior cara de ingênuo possível.
— Defina amassos gostosos.
— Tipo.. — pausei e sorri, o vendo observar cada palavra que saia da minha boca, céus a mudança de clima era nítida. — Eu pedindo para você me ajudar com a fisio, subindo em cima de mim.
— Jungkook! — pela terceira vez em minutos ele exclama, dessa vez, gargalhando enquanto tenta esconder o sorriso com a destra. — Como isso pode te ajudar?
— Quer descobrir? — sorri e semicerrei os olhos, sentindo um leve tapa que ele deu em minhas mãos, ele definitivamente não pararia de sorrir.
— Como você pode ser pervertido nessa situação? Você está todo quebrado, por Deus Jungkook.
— Não estou todo quebrado, tem lugares inteiros ainda. — vi ele arquear as sobrancelhas como se estivesse interessado no assunto, então me dei por satisfeito, pelo menos havíamos parado de conversar sobre as dificuldades que iríamos enfrentar.
— Que tipo de lugar? — sendo atrevido pela primeira vez, ele se aproximou de mim cortando totalmente a distância, e eu fiquei parado nervoso feito um caralho, não era nem a primeira vez que nos beijamos porra! — Se você me disser que lugar é esse, eu te dou um beijo.
Sua boca estava bem próxima da minha agora, e ele olhava para os meus lábios enquanto esperava que eu dissesse. O clima havia mudado totalmente, e pela primeira vez na minha existência, eu pude sentir as minhas mãos soando pela aproximação.
— Começa com meu, e termina com pau.
Vi ele revirar os olhos e abrir um sorriso, o que você está fazendo comigo, Park? Credo.
— Ele não está quebrado? — ele fez cara de chocado. — Só acredito vendo.
— Por que você é assim? — perguntei e vi ele gargalhar logo em seguida. O som da sua risada era algo celestial, tão gostoso de se ouvir.
— Vou te dar um beijinho só por que você teve coragem de falar.
— Que coragem o quê, eu sou assim, bem safado e galanteador. Você sabe disso. — joguei meu cabelo para o lado, vendo ele duvidar das minhas palavras.
— Você é todo fofinho, olha só esse rostinho de neném. — ele levou os dedos pequenos até as minhas bochechas, fazendo um carinho singelo e encostando os nossos narizes. — Da vontade de morder.
— Pode morder, senhor fofinho. — debochei. — Começa no meu pescoço e vai descendo.
Ele abriu um sorriso e logo selou os nossos lábios em um beijo lento e gostoso.
Nessa altura do campeonato as nossas bocas já se encaixavam naturalmente, e já tínhamos nosso próprio ritmo. Então, foi extremamente delicioso quando Jimin cedeu passagem para a minha língua, e eu comecei a aproveitar do seu gosto.
Nossa bocas trabalhavam de forma lenta, e ele continuava fazendo um carinho sutil no meu rosto, minha mão livre segurou em sua cintura na posição que ele estava, então permanecemos assim, aproveitando o ósculo até que nos faltasse ar.
A cada beijo que nós dávamos, eu tinha mais certeza de era o melhor beijo que eu já havia dado. Talvez fosse por que eu nunca havia gostado verdadeiramente de alguém, ou talvez por que fosse Park Jimin ali, o que só fazia com que a minha vontade de tê-lo aumentasse.
— Seu beijo é gostoso igual a você. — falei assim que ele se afastou um pouquinho, ele continuava bem próximo, só que agora com os lábios vermelhos.
— Estava pensando na possibilidade de subir em cima de você. — ele brincou e foi a minha vez de gargalhar. Ele era tudo para mim cara, era estranhamente bom ele conseguir arrancar os meus sorrisos sinceros.
— Pode subir, eu já estou de pé.
Nós continuamos conversando sobre coisas idiotas e com alguns conteúdos obscenos, mas só por que eu gostava de fazê-lo rir. Ele parecia feliz por estar ali comigo, e eu estava feliz por ele estar, então com isso nós nos beijamos várias e várias vezes, aproveitando a companhia um do outro, e brincando sobre assuntos da escola.
Mas quando passou algumas horas que estávamos ali, mear meia noite, ele mudou o assunto.
— Seu pai disse que você estava namorando a Nayeon. — eu me surpreendi, e esperei que ele perguntasse. — Você pode me explicar?
— Dinheiro. — dei os ombros. — Ele quer que eu namore ela só por que os pais dela são ricos e empresários.
— Lembro dela dizer que estava saindo com você, eu não quero te cobrar nada, mas como agora estamos ficando oficialmente, acho justo saber se isso é algum tipo de relação aberta ou-
— Não. — respondi antes que ele continuasse com esse papo de relacionamento aberto. — Você é meu, e eu sou seu. Ponto.
— Você é sempre assim, ciumento? — ele cruzou os braços e se afastou um pouco, estava nitidamente segurando o riso, então eu estava tranquilo.
— Eu estava saindo com a Nayeon sim, e fazia umas semanas. — comecei a explicar. — Eu fiz isso por que os meus pais queriam que eu conhecesse ela melhor, e ameaçaram me tirar do time de basquete, então, eu só fiz o que eles queriam. Não vou ficar com ela se é isso que pensa.
— Acho que foi nessa época que os boatos começaram, e a escola inteira ficou sabendo. — ele disse, ainda pensativo.
— É, não era como se a gente escondesse isso. — constatei o óbvio.
— Então, você é meu? — ele me olhou e novamente fez cara de atrevido. — Isso quer dizer, todinho meu?
— Exato. — afirmei. — Vai fazer o que com essa informação?
— Eu? — ele ficou de pé, me fazendo franzir o cenho. — Eu vou deitar aí com você, chega pra lá e cuidado com a perna.
— Vai subir em cima de mim, é? — brinquei e vi ele revirar os olhos pela provocação, mas acabei fazendo o que ele pediu.
Gado.
— Eu vou é fazer você dormir. — ele falou sério, deitando no meu lado devagar. — Você gosta de dormir abraçado comigo, é terceira vez fazendo isso.
— Verdade. — eu o abracei quando ele colocou a cabeça em meu peito. — Você foi a primeira pessoa com quem eu dormi. — confessei, o fazendo me olhar surpreso.
— Sério?
— Juro. — senti ele se aconchegar ainda mais. — Nunca gostei de dormir com ninguém, além de Namjoon, Taehyung e Hoseok. Eu achava íntimo demais.
— E é. — ele concordou, levando a mão ao meu peito e fazendo um carinho por cima da bata hospitalar. — E eu gosto de ser íntimo assim.
— Eu também. — o vi bocejar, e sabia que ele já estava bem cansado. — Apenas com você, meu doce. Você.
Ele novamente me olhou, mas dessa vez me pediu um beijo fazendo um biquinho lindo e eu apenas o dei.
— Fecha os olhos e descansa, temos poucas horas juntos já que você vai para casa amanhã cedo, decidimos o que fazer antes de você ir, certo?
Sorri e confirmei, o vendo se aninhar mais a mim se cobrindo com a colcha da cama.
Ele dormiu bem rápido e eu notei quando a sua respiração ficou mais lenta, eu por outro lado fiquei pensando no que fazer já que tinha todo o lance de suíça e também de ser levado para casa, que era um lugar onde Park Jimin não podia entrar graças ao meu pai.
Só que, em meios aos meus pensamentos, eu acabei lembrando de algo que Park Jimin havia dito a três anos atrás, enquanto apresentava um trabalho de ciências.
Ela já havia falado sobre isso antes, esse lance de precisar lutar para amar.
Três anos atrás
( Laboratório )
— ... Então, é assim que acontece o eclipse. — Jimin sorriu, vendo todos os alunos da classe aplaudirem e darem gritinhos pela apresentação fantástica que ele havia feito. — Só que se me permite professora, gostaria de dar a minha opinião pessoal.
— Fique a vontade. — a senhora Kang falou.
— Eu particularmente sou fascinado na teoria do sol e da lua. Reza a lenda, que o sol era apaixonado pela lua, e vice e versa. Só que Deus acabou decidindo colocar o sol para iluminar o dia, e a lua para iluminar a noite. Ambos ficaram decepcionados e frustados por não conseguirem mais se encontrar, a lua aparecia sempre que o sol já tinha ido embora, então ele começou a ficar fraco e brilhar menos de tanta saudade. O sol foi coroado rei por todo seu brilho e majestade, mas ainda assim ele não era feliz, faltava parte dele. Então, Deus deu as estrelas a lua, para que não ficasse só, mas viu que não havia sido o suficiente pois o amor verdadeiro não morre. Assim, ele decidiu um dia criar o eclipse. Os cientistas dizem que o eclipse é um fenômeno que ocorre quando a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol, ocultando total ou parcialmente a sua luz numa estreita faixa terrestre. Mas naquele dia, a única coisa que se sabia, era que a lua brilhou mais forte ao encontrar o seu verdadeiro amor, e todas as estrelas festejaram esse encontro. O sol pôde declarar o seu amor, e então, acontece as vezes deles se encontrem novamente. Por isso que casais gostam de verem juntos quando há algum eclipse, pois é uma forma de festejar o amor. Você luta pelo amor, e jamais desiste dele, mesmo que você precise ficar longe por um tempo, o amor vive, e não morre passe o tempo que passar.
Atualmente
— Eu vou ser a sua lua, doçura. — disse, e depositei um beijo no topo de sua cabeça. — Você com toda a sua luz, vai brilhar mais forte quando estiver ao meu lado. Não vou desistir.
E com isso, acabei me entregando ao sono deixando para me preocupar pela manhã.
Eu sentia como se pudesse lutar cinquenta batalhas, a adrenalina corria pela as minhas veias. Eu não desistiria se ele me quisesse. Então, passaria por cima de tudo para que eu pudesse fazê-lo feliz, assim como ele já me fazia.
Min Yoongi
🏀
Seokjin havia acabado de sair, já que havia dito que passaria na casa de Namjoon para buscarem o Yeonjun. Eu havia conversado um pouco com ele sobre Hwasa, e a Nayeon que deveriam estar juntas a essa hora, estávamos torcendo para que tudo desse certo.
Hoseok e Taehyung já haviam jantado, e eu não tinha ido para casa. Acabei dormindo na cama mesmo com o jogador, e quando acordei estava novinho em folha, sem sono, e com preguiça de pegar um ônibus.
Comi qualquer besteira já que não estava com fome, e acabei voltando para o quarto, afim de dar notícias de Jungkook para Taehyung.
— Ele está bem melhor. — disse assim que passei pela porta. — Estava comendo com o Jimin quando eu passei por lá.
— Nossa, eu achei que você ia dizer que estava comendo o Jimin. — Taehyung falou e Hoseok quase de jogou no chão rindo, sinceramente onde eu fui amarrar meu burro.
— Você é tão engraçado, já pensou em ser comediante? — perguntei e vi ele sorrir soprado, sempre com aquele olhar de galanteador barato.
— Posso ser o que você quiser. — ele flertou, mordendo o lábio e inclinando a cabeça para o lado.
Um grande filho da puta.
— Mudando de assunto.. — iniciei um novo tópico e vi ele sorrir grande, provavelmente por notar a minha vergonha. — O Jimin me contou que o pai do Jungkook disse que te levaria para a suíça se fosse necessário.
— O que? — Hoseok que perguntou. — Não, ele não vai.
— Calma yag, não é você que decide isso. — revirei os olhos e fui até o sofá para me sentar. Hoseok não escondia nem um porcento do que sentia por Taehyung agora, talvez fosse por causa do acidente.
— Eu não quero ir. — o outro rapaz falou. — E sei que nem Jungkook então estou tranquilo, sei que ele vai fazer alguma coisa em relação a isso.
— Também acho. — concordei. — Jimin estava calmo, então talvez tenham pensado em alguma coisa.
— Tomara. — Hoseok falou. — Não faz sentido levar o Taehyung para outro país, sendo que em Daegu tem uma clínica que dará suporte.
— Sim, e em seis meses estarei de volta às quadras. — ele sorriu parecendo animado.
— Então, como será amanhã? — vi Hoseok vir em minha direção, e sentar ao meu lado um tanto despreocupado.
— Quando Taehyung tiver alta, eu vou levar ele para casa. Bom, nós vamos. Não sei como vai ficar com o pai do Jungkook, já que ele queria se meter até no tratamento do Taehyung, mas eu não vou deixar, então ficaremos lá com ele.
— Vocês sabem que não precisa né? — Taehyung falou baixinho, como se não quisesse incomodar. — Tem pessoas lá que podem ficar comigo e me ajudar, e vocês não podem perder aula e-
— Amanhã é sexta, e ninguém vai pra aula. Então temos sábado e domingo com você, e segunda pela manhã vamos para a aula. — ditei.
— E a tarde eu vou pra sua casa. — Hoseok deu os ombros.
— E eu também. — eu disse sorrindo.
Taehyung sorriu também e balançou a cabeça um pouco, talvez por achar absurdo.
— Tudo bem, sei que vocês me amam e vão cuidar de mim como bebê que sou.
Nós rimos juntos e ficamos esperando o sono aparecer para darmos um jeito de dormimos.
Taehyung estava melhor, e Hoseok parecia mais tranquilo agora. Tudo parecia estar bem, nós só precisaríamos conversar depois, não sobre nós dois, mas sobre nós três.
E eu esperava que a conversa fosse positiva.
Seokjin
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Yeonjun estava todo melado de chocolate.
As mãos, a boquinha pequena, a roupa que vestia, até na testa e no cabelo tinha, céus, ele parecia o Namjoon comendo qualquer coisa.
Nós já estávamos na praça do condomínio, e antes de chegarmos, havíamos passado na farmácia para comprar um pacote de fraldas. Segundo Namjoon, Yeonjun tinha um histórico de quem fazia xixi na cama a noite, então tive a brilhante idéia de proteger o meu colchão fazendo uma criança de três anos pôr uma fralda para dormir.
Só que aí compramos chocolate também, e acabamos esquecendo que além de deixar ele elétrico, aquilo o faria se melar inteiro, e para limpar demoraria uma eternidade.
— Quando você acha que ele vai cansar de brincar com essa bola de basquete? — perguntei quando Namjoon de aproximou do banco onde eu estava sentado, para se sentar também.
Ele estava jogando com o irmão a bons minutos, havia tirado a camisa e agora estava todo suado e ofegante, juro que foi a melhor visão que tive esse mês. O corpo dele era todo dividido, céus, imagina chupar cada gominho daquele e-
— Você está me secando. — que vergonha, Kim Seokjin.
— Não estou não, estou esperando você me responder.
Olhei para frente e vi Yeonjun sentado no meio da quadra ainda comendo o chocolate. Estava cheio de germes? Talvez. Mas crianças precisam de anticorpos né? Minha mãe que diz, e ela sabe de tudo, super inteligente e afins.
— Acho que daqui a pouco ele deve estar querendo ir dormir. — sentado ao meu lado, ele segurou a camiseta que estava em minhas mãos e respirou fundo olhando para os lados. — É legal aqui.
— Sim, é. — concordei.
— Está querendo que ele vá dormir, por quê? Quer ficar sozinho comigo? — a pergunta dele veio repleta de segundas intenções, e eu acabei sorrindo pela cara de pau.
— Existiu um tempo, onde você tinha medo de mim.
— Verdade. — ele voltou a me olhar. — Mas agora eu cansei de enrolar e decidi que vou ser direto.
— A é? — sorri curioso com o que ele iria fazer. — Então me diga senhor Kim, o que o senhor quer fazer?
— Eu? — ele perguntou divertido. — Essa noite eu quero te beijar, será que rola?
Soltei uma risada nervosa, e vi ele sorrir também da mesma maneira. Nós dois estávamos mesmo flertando, à luz da lua, em meio a uma quadra de basquete que ficava no meu prédio. Qual a possibilidade?
— Não sei se gosto desse Namjoon direto. — resolvi testá-lo. — Saudades do jogador medroso que tremia na base quando eu chegava perto.
— Aquele Namjoon medroso.. — ele pausou, também olhando para Yeonjun. — Era apaixonado por você.
Me virei quase que completamente para ele quando o ouvi. Ele estava dizendo mesmo que gostava de mim a um tempo?
— Você? — eu questionei. — Eu tenho cara de palhaço, Namjoon?
— É sério. — ele deu uma risadinha. — Mas você sabe, hétero e tals.
— Oh, claro, estou vendo. — debochei daquilo e ele continuou rindo.
— Relaxa, isso foi no primeiro ano. Eu não sabia bem o que era de qualquer forma, então deixei pra lá.
Continuamos olhando para a criança que estava logo a frente, e acabamos deixando o silêncio consumir o resto da noite. Em pouco tempo Yeonjun veio até nós coçando os olhos e se melando ainda mais, então decidimos entrar para dar um banho nele e colocá-lo na cama depois de comer.
Ele não demorou para cair no sono depois de escovar os dentes e deitar. Por isso, deixamos ele no quarto de hóspedes e fomos juntos para a sala, já era quase meia noite quando demos conta.
— Posso dormir aqui no sofá, se quiser. — ele disse, me vendo bocejar pela terceira vez em dez minutos. — Não quero te atrapalhar.
Eu pensei um pouco e fixei meu olhar na tv onde passava um filme qualquer que eu nem havia dado atenção. Eu só conseguia pensar que em algum momento da adolescência, Namjoon havia gostado de mim e eu nem sabia. Era engraçado agora parando para pensar, por que no primeiro ano do ensino médio, eu tinha um admirador secreto que não dava as caras de jeito nenhum. Essa pessoa deixava cartinhas, bilhetes, chocolates e cola da prova sempre no meu armário. Mas quando o segundo ano começou, tudo parou, e eu nunca descobri quem era.
— Está me ouvindo? — ele perguntou sentado ao meu lado. — Está tudo bem?
Eu confirmei que sim e fiquei de pé, vendo ele me acompanhar com os olhos. Ele parecia bem cansado já que ainda não havia dormido, e me aparecia um pouco abatido.
— Você disse que queria me beijar Namjoon, e se for fazer mesmo isso, precisa ser de baixo dos meus lençóis.
🏀
APERTA NO VOTINHO AI QUE EU TE DOU UM BEIJO
QUE SAUDADEEEEEEEE
Esse negócio de att domingo sim, domingo não está me deixando com saudades demais daqui, vou fazer algo em relação a isso rs
Oi oi oi tudo bem?
Meu deus NAMJIN ACONTECENDO
é, vem aí
Gratidão a quem está lendo, de verdade, amo mt mt vcs tudinho 😔💜
Volto rapidinho prometo de dedinho
Fiquem com esse mimo 👁️👄👁️
E me contem o que estão achando e tals
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