09 - quando a festa começou

Comentem bastante e deixem o votinho :(
Ajuda muito, boa leitura.

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#jikookbasquete

Park Jimin

🏀

Existem momentos na nossa vida, que a gente se pergunta, por que o destino é tão sagaz. Isso, em qualquer tipo de situação. Pode ser quando você encontra alguém que não via há muito tempo, pode ser quando você toma uma atitude que normalmente não tomaria, ou pode ser quando você encontra um certo capitão de basquete em frente a sua casa, te esperando com um capacete em mãos.

O destino é definitivamente sábio.

Jungkook estava vestindo uma camiseta branca, que era coberta por sua fiel jaqueta de couro preta, uma calça jeans de lavagem escura, que torneava totalmente as suas coxas, e uma bota na cor preta que combinava com o restante das peças. Ele estava lindo, e ele tinha completa noção daquilo.

Os meus passos diminuíram consideravelmente quando eu já estava na calçada do prédio onde eu morava.

Talvez fosse pela vergonha.

Eu havia me despedido da minha vó minutos antes, tentando acalmá-la em relação a Jungkook, já que a primeira vez que ela o viu, ele não causou uma boa impressão. Falo de três anos atrás quando eu fui para a escola pela primeira vez, e ele já estava lá na sala da diretora levando uma bela bronca por quase ter destruído a escola inteira. Pois é, relembrar é viver não é?

Ela ficou mais tranquila quando eu falei que estava tudo bem, e que Jungkook havia mudado. Bom, isso foi uma meia verdade já que ele continuava vez ou outra aprontando na escola, mas serviu para ela ficar com o coração tranquilo, apesar de que me disse que com certeza iríamos conversar sobre ele futuramente. E eu estaria pronto quando esse momento chegasse.

Então, saí rapidamente do cômodo tomando coragem para ficar frente a frente com ele depois de tudo o que aconteceu. E com tudo, me refiro aos dois beijos que rolaram em menos de quarenta e oito horas.

— Oi gracinha. — ele falou assim que eu estava perto o bastante. — Você está incrivelmente bonito hoje.

— Obrigado. — respondi por impulso, quase socando minha cabeça no chão de vergonha. — Você também está.

— É, eu sempre estou. — ele deu os ombros.

Por um minuto ou dois a gente ficou se encarando em meio a brisa fria de Seoul. A rua estava um pouco escura pelo horário e pela iluminação precária. Mas se me permitem dizer, ele ficava ainda mais charmoso à luz da lua.

— Eu vi a sua avó me encarando lá de cima. — ele fez uma careta, voltando a olhar para a janela tentando ver se estava sendo vigiado. — Me deu arrepios, achei que ela viria falar comigo. — ele sorriu mordiscando o lábio inferior – sendo uma das manias nele que eu mais gostava – e soltou o ar mostrando a neblina quente pelo ato, eu adorava aquele clima. — Está difícil olhar para você sem querer te beijar, vamos logo doçura.

— Você é realmente inacreditável. — neguei sorrindo enquanto observava seus olhos que permaneciam presos em mim. — Como consegue dizer isso tão naturalmente?

— Desculpe, seus lábios têm esse efeito sobre mim. — com um sorriso no canto dos lábios, e usando aquele tom provocativo que eu assumo já está gostando, ele me entregou o capacete lembrando na hora que eu não sabia colocar. — Vem, eu te ajudo.

Ele pegou o acessório de segurança da minha mão, e deu dois passos para frente ficando quase colado em mim. — Sabe, você poderia me dar um beijinho por eu ser tão cavalheiro não acha?

— Jungkook, a minha vó-

— Um rapaz bonito e de moto veio buscar o neto dela, para levar a uma festa como aqueles filmes clichês adolescentes bem ruins, você acha que ela não suspeita de nada, meu doce? — ele se inclinou até que sua boca estivesse bem próximo a minha, mas estranhamente ele não beijou os meus lábios, e sim, deixou um selar casto na ponta do meu nariz, voltando a me encarar de longe mais uma vez, para só então colocar o meu capacete.

— Ela falou que queria conversar comigo sobre você, então acho que talvez ela desconfie que possa estar acontecendo alguma coisa. — engoli a seco quase tropeçando nas palavras, porque eu realmente não esperava aquele beijinho carinhoso vindo do capitão de basquete.

Era comum Jungkook fazer o meu coração quase parar, de tão forte que batia, mas esses pequenos atos eram os que mais me deixavam à beira de um ataque cardíaco, e isso não podia ser bom sinal.

— Você diz a ela que esse bonitão aqui, fez uma homenagem pra você no muro da escola, e acabou sendo suspenso. — terminando de arrumar o capacete, ele segurou a minha destra e fez um carinho singelo olhando para os lados vendo que a rua não tinha movimentação. — Vamos, não tem ninguém na rua e já está ficando tarde.

Eu apenas concordei silenciosamente e esperei que ele subisse na moto, para que eu pudesse fazer o mesmo. E antes dele dar partida, ele fez com que os meus braços o abraçassem forte para que eu não caísse. Mas a verdade é que eu aproveitei o contato e deixei minha cabeça relaxar em suas costas, enquanto eu sentia a moto já em movimento.

A escola inteira ia falar sobre isso quando me visse chegando na festa junto com ele. E eu? Não poderia me importar menos.

Kim Taehyung
( 23h02m)

🏀

Eu estava puto.

Hoseok estava acabando com toda a minha paciência, Kai também — junto com o meu cigarro que também tinha ido para os ares — e Yoongi não parava de andar de um lado para o outro. Aquela noite não poderia ficar pior, isso claro, se Hwasa não tivesse acabado de passar pela porta da minha casa parecendo um furacão.

— O que está acontecendo? — ela perguntou quando entrou no cômodo e viu todos nós sentados no sofá, parecendo claramente que estávamos em um velório.

— Seokjin ligou e disse que pediu para Jungkook ir buscar o Jimin em casa, para levar até a festa. — ouvi o gatinho responder, abrindo um dos botões da camisa social preta que usava.

— E ele não ia buscar a Nayeon? — com a testa franzida, ela voltou a atenção para o relógio e provavelmente notou que já estava na hora da festa. — Já devíamos estar lá cacete.

A gente nem havia pensado em sair ainda.

— Exato. — Hoseok ficou de pé e cruzou os braços. — Agora o que a gente faz? Ela vai estar lá e vai ficar sem entender o motivo do bolo que ele deu, e isso tudo é culpa nossa.

— Pera aí, vamos por partes por que eu estou confusa ainda. — ela falou se aproximando de onde estamos sentados.  — Vocês estão todos aqui na casa do Taehyung por que? — questionou diretamente ao hobi.

— Eu havia combinado de pegar o Yoongi em casa, só que aí o Taehyung avisou que não queria ir de moto porque iria beber, então eu vim pegar ele também. — Hoseok constatou o óbvio, voltando a tragar o cigarro que tinha em mãos.

— E você, Kai? — ela olhou para o cantinho do sofá onde o garoto estava espremido e parecendo até um pouco deslocado, mas apesar de tímido, ele é mó gente boa.

— Eu estou ajudando no plano também.

Certo, então esse é o momento em que eu tento explicar o que está rolando.

Bom, a festa do Jackson foi uma coincidência claro, só que eu e Hwasa nós tínhamos armado antes disso, todo um plano que eu imagino que vocês já saibam, para ajudar o meu capitão.
Inicialmente eu já sabia dos sentimentos escondidos que Jungkook jurava que escondia, depois a própria Hwasa tinha me dito que Jimin estava respondendo a aqueles flertes que Jungkook estava dando na escola, e aí eu pensei: hum, por que não unir os dois, já que é claro que ambos não iriam tomar providências sem um empurrãozinho? Só que aí, deu no que deu.

Ficaram presos no vestiário e o Jungkook adoeceu. Claro que tudo se resolveu depois, mas poxa, só ladeira abaixo.

Quando descobrimos que iria ter uma festa a gente pensou que seria a segunda oportunidade perfeita para darmos a nossa última flechada de cupidos. Seokjin inventaria uma desculpa, a gente deixaria eles sozinhos na festa e tcharam, tudo aconteceria devagar e bem romântico. Só que não contávamos com a presença da Nayeon, e nem sabíamos o que estava de fato rolando entre os dois.

— O plano cagou. — me joguei de volta no sofá cansado de pensar sobre aquilo. — Acho melhor a gente fingir demência e só ir lá beber.

— Nah, eu estou curioso sobre o que está rolando com o Jungkook e Nayeon. — Yoongi falou enquanto roía as unhas. —  Será que eles estão mesmo tento algo?

— Novidade nenhuma eles estarem ficando. — Kai se pronunciou sobre o assunto. — Agora algo sério, acho que não. Jungkook faz do tipo ciumento e etc, se ele estivesse mesmo com ela, ele iria querer que a escola inteira soubesse. — finalizou dando os ombros.

— Espera! — hwasa gritou fazendo Hoseok se assustar momentaneamente e levar a mão ao peito. — Você disse que ele é ciumento?

— Bom, não conheço ele tanto assim, mas parece que sim. Não lembra que ele faltou aula quando soube que eu tinha me envolvido com o Park? — Kai nos lembrou o que havia acontecido na última festa.

— Carai verdade. — Hoseok começou a falar enquanto caminhava em minha direção. — Ele ficou quase uma semana inteira sem aparecer nos treinos e nas aulas. E quando a gente perguntou, ele disse que estava doente e desconversou.

— Doente uma porra! — exclamei revirando os olhos, enquanto o via sentando ao meu lado. — Me lembro que os pais dele ficavam mandando mensagem pra mim pedindo para eu ir lá. Eu ia, e ele me expulsava. Aí quando voltou pra aula, só faltou avançar em cima do Kai.

— Sim, do nada mano. — Kai deu uma risadinha lembrando do acontecido. — Eu sem querer esbarrei nele no corredor e quase apanhei. Só não apanhei por que o Jimin tava passando no corredor na hora, mas acho que foi pior já que ele socou a parede depois.

— Jimin te defendeu e ele ficou emocionado. — Hwasa debochou. — Agora se declarar pra ele não fez, durante esse tempo todo. Por isso odeio homem, credo. — ela fez uma careta enorme, observando o movimento da rua pela janela.

— E agora o que a gente faz? — perguntei ouvindo todo mundo suspirar junto. — Eles já devem estar chegando lá.

— Não é óbvio? Ciúmes é a chave do negócio. — a única garota presente falou. — Ele precisa sentir mais, você sabe que tudo o que ele demonstra é pouco, perto do que sente de verdade.

— Eu ainda não entendi o motivo disso tudo, até o Kai está envolvido e eu jurava que ele realmente era afim do Jiminie. — Yoongi falou. — Isso tudo porque o Jungkook é afim do meu anjinho? Não era mais fácil só contar pra ele?

— Jungkook precisa dizer, gatinho. — ouvi Hoseok suspirar, colocando a piúba do cigarro em um recipiente que estava na mesinha. — Foram três anos, não três dias. Durante todo esse tempo a gente viu ele se tornar aquilo que ele nunca foi, só pra tentar esconder algo que ele julgava ser errado. Compreende? — ele perguntou, vendo o rapaz confirmar com a cabeça. — Então, se o Jimin não aceitar os sentimentos dele tudo bem, é escolha dele, certo? Mas ao menos ele precisa saber sobre o sentimento alheio. Talvez seja recíproco e a gente nem sabe.

— Talvez ele não esteja pronto. — Kai ficou de pé e arrumou a roupa, pegando a máscara que estava em cima da mesa. — Então vamos com calma, belezinha? Vamos apenas dar um empurrãozinho, algo leve, coisa que ele nem vai notar. Por que se ele notar, a gente está fodido e nem é brincadeira.

— Esse negócio aí de ciúmes é perigoso. — comentei também me preparando para sair. — Quem vai querer apanhar hoje, uh?

— Credo, não quero violência nessa festa. — Hwasa falou em um tom autoritário, o que fez todos rirem. — Jackson quebra a nossa cara, é sério. Ele planejou essa festa a semana inteira, e vocês sabem como ele é com as festas dele. Nada pode dar errado.

— Já pensou no que vai fazer? — Yoongi me perguntou enquanto eu abria a porta da saída para que pudéssemos enfim ir. — Falo em relação a Nayeon.

— Acho que isso cabe ao Jungkook. — Hoseok respondeu atrás de mim, falando exatamente o que eu iria dizer. — Ele teve escolha e escolheu ir buscar o Jimin, mas acho que nessa festa a gente descobre qual o rolo que eles tem. — finalizando, ele viu o Yoongi confirmar e Kai e Hwasa se aproximarem para saírem.

— Vou com o gatinho e com o hobi, Kai você leva a Hwasa na sua moto. Quando chegarmos lá vamos por favor nos divertir. Se a gente ver uma oportunidade de entrar em ação, a gente faz.  — combinei com eles antes de finalmente chegarmos na calçada.

— O clube das winx está diferente. — a garota entre nós falou sorrindo.

— Eu sou a bloom, agora vamos embora. — Yoongi acabou nos puxando em direção ao carro.

Kim Seokjin
( 23h12m)
🏀

— Vai sentar em um canavial de rola, Namjoon.

Já fazia quase trinta minutos que o jogador de basquete completamente descarado, me segurava dentro de casa só pra que eu desse uma carona. Ele já havia tomado banho, se vestido, arrumado o cabelo, passado perfume, mas pra ele não era o suficiente. A vaidade dele fazia com que eu chegasse nos lugares atrasado sempre que estava com ele. Quem aguenta?

— Tenha paciência, só falta um piercing.

— Piercing onde? Sua orelha já não tem mais buraco! — levantei da cadeira onde estava sentado na sala, e em passos rápidos fui em direção a mesa de centro pegar minha carteira e a chave do carro.

— Na língua, tenha calma. — ele revirou os olhos enquanto segurava o piercing, e voltou a atenção ao espelho.

— Como eu não sabia que você tinha um piercing aí?

— Tem interesse na minha língua? — ele arqueou as sobrancelhas e me olhou daquela forma descarada que eu odiava, sinceramente, ainda bem que ele é só um.

— Tenho interesse em sair daqui e ir pra festa logo. — Bufei e fui em direção a porta para que pudéssemos sair logo. — Bora porra, não tenho o dia todo.

— Não seja grosso com o amor da sua vida, seu insensível. — ele deu uma risadinha enquanto saímos do imóvel, e trancou a porta deixando tudo seguro. — Estou preocupado com o Yeonjun, espero que ele esteja bem.

— Ele está com a avó, então está tudo certo. — o tranquilizei. — Agora vamos logo que o Jimin vai me matar quando ver eu chegando no meu carro. Seria melhor chamar um Uber, mas você fez o favor de demorar a eternidade lá dentro.

— Tá apressado por quê? — ele me perguntou, e assim que chegamos de frente ao carro, ele paralisou me olhando. — É pra ver o Jackson?

— Hãm?

— O Jackson. Vocês não tinham algo? Sei lá.

Resolvi não responder e entrei no carro esperando que ele fizesse o mesmo, e ele fez, bateu a porta tão forte que eu pude jurar que iria quebrar até o vidro.

— Amado? Quer quebrar?

— Você não me respondeu. — ele cruzou os braços frente ao corpo olhando fixamente pra mim.

— Vai se foder, Namjoon. No caminho eu procuro um canavial pra você sentar. Fofoqueiro.

A festa -
Park Jimin
[...]

Jungkook havia estacionado a moto de frente a casa do Jackson, com muita dificuldade já que a rua estava lotada de carros que pertenciam a todos os convidados. Do lado de fora já dava para ver várias pessoas do jardim, na sacada, na calçada, e todas seguravam seus copos vermelhos de cerveja, enquanto a música eletrônica soava alto por toda a vizinhança.

Eu desci primeiro e tirei o capacete, esperando que ele recebesse para que a gente pudesse entrar. E quando ele o fez, notei que Taehyung e Yoongi estavam de frente à entrada conversando animadamente, pareciam ter acabado de chegar.

— Desde quando aqueles dois são próximos? — perguntei para mim mesmo, mas Jungkook escutou e levou o olhar até a entrada, provavelmente procurando a natureza da minha pergunta.

— Também não sei. — ele respondeu. — Mas segundo os fofoqueiros da escola, seu amigo tem andado muito com o Hoseok.

O olhei assustado quando ouvi que ele havia tido aquela informação se alguém, afinal, Yoongi tinha dito que ambos estavam escondendo aquilo muito bem e que ninguém sabia. Como ele poderia saber então?

— Fonte: jurou por Deus, né Jungkook?

— Foi o Taehyung que me contou. — ele pareceu estar satisfeito com a resposta que me deu, já eu, estava confuso sem entender como o amigo dele poderia saber de algo tão íntimo, e que os dois estavam escondendo. — Para de pensar nisso e vamos entrar, você está com a ponta do nariz vermelho, sinal que está começando a ficar com frio.

— Você nota tudo mesmo né? — questionei e vi ele arrumar os capacetes na moto, antes de começar a dar passos lentos até a casa do Jackson. Eu o segui.

— Tudo em você, sim.

Céus, eu nunca me acostumaria com ele falando essas coisas.

Parecendo notar que eu havia ficado para trás, ele parou e se virou para me olhar, estendendo a própria mão. E eu quando vi, por puro reflexo a segurei, começando a ser puxado por ele até a entrada da casa.

— Namorados que namoram. — Hwasa pulou na nossa frente, fazendo Jungkook parar os passos e voltar o olhar para os amigos que estavam aglomerados na entrada. Só Deus sabe o por que. — Nem disfarçam.

— Por que está todo mundo aqui fora? — ele perguntou ainda segurando a minha mão, e deixando a livre ficar dentro do bolso da calça.

— Estávamos esperando vocês e o Seokjin que ainda não chegou. — ela respondeu.

— Ele disse que o carro dele havia dado problema. — soltei a informação, vendo os outros se aproximarem. — Mas ele vem, pelo menos foi o que me disse na mensagem.

— Oh céus, o carro dele quebrou. — Taehyung veio para perto, esfregando os próprios olhos, fingindo estar chorando. — Oh, que tristeza, oh, que maldade.

— Larga mão de ser fingido. — Yoongi que estava logo atrás dele, deu um tapa na cabeça dele fazendo o maior desequilibrar e quase cair em cima de Jungkook, que por todo esse tempo, ainda segurava a minha mão.

— Se cair em cima de mim, eu quebro a sua cara. — ele ameaçou o amigo, esse que sorriu grande e se aproximou para o abraçar. — Me solta.

— Tete te ama, meu raio de lua. — ele deixou um beijo estralado na bochecha do moreno, e todo mundo riu pela cara de nojo do capitão.

— Por que não de sol? — perguntei e vi ele negar com um sorriso quadrado no rosto.

— Meu raio de sol é o hobi.

Yoongi quase cuspiu a bebida que tomava, quando ouviu aquilo.

— Sou seu não, quem disse? — Hoseok revirou os olhos e se aproximou da Hwasa, a abraçando por trás enquanto rodeava o pescoço da garota com seus braços.

— Eu disse, logo, é lei. — Taehyung falou entre dentes, olhando agora para a entrada da casa. — Vamos entrar ou todo mundo vai ficar aqui parado sem fazer nada? Porra gente, eu quero beber até esquecer o meu nome. — ele começou uma dancinha estranha, balançando as mãos em cima da cabeça no ritmo da música, até se virar completamente e olhar pra mim. — Tá segurando a mão dele, por quê? Pode soltar.

— Ele não vai soltar. — Jungkook que respondeu.

— Credo, que mau humor. — Namjoon apareceu por trás da gente, tendo Seokjin em sua cola, e fixou o olhar em nossas mãos que estavam juntas. — A mãozinha do Jimin dentro da do Jeon desaparece de tão pequena.

— Deixa ele te dar um tapa. — Jungkook debochou, agora se virando para me olhar. — Vamos entrar?

— Vamos. — respondi e o segui, esperando que os outros também viessem.

— Credo. — ouvi Hoseok falar atrás da gente. — Algo que me diz hoje a noite será bem emocionante, quem amou?

[...]

— Não vou brincar disso, Hwasa pode parar.

A festa já rolava a uns bons quarenta minutos, e desde que a gente chegou, não fizemos nada além de beber, comer, e ficar sentados na varanda da casa que por coincidência, não tinha ninguém. A festa só rolava lá dentro.

— Vamos brincar sim, porque se fosse pra beber e ficar sentada eu tinha ficado fazendo isso em casa, vocês não sabem o que é uma festa não?

Ok, ela tinha um ponto.

Jungkook havia sumido a uns minutos, e Taehyung havia ido logo em seguida atrás dele para que ficássemos juntos, mas nenhum dos dois havia voltado ainda, o que fazia aumentar a minha curiosidade gradativamente.

— Mas a gente precisa esperar o Taehyung e o Jungkook voltar. — Hoseok comentou. — Não vai ter graça com pouca gente.

A varanda era bem decorada, e havia vários quadros bonitos pendurados na parede, que provavelmente havia sido o próprio Jackson que havia pintado. As cadeiras estofadas eram o total de dez, e estavam espalhadas frente a mesas quando chegamos, mas acabamos colocando todas formando uma rodinha, vez ou outra conseguindo ver quem estava lá fora, bebendo, fumando, ou se pegando.

O ambiente era escuro como todo o resto da casa, mas havia pontos de luzes coloridas nas paredes, o que deixava todo cômodo vermelho, azul e verde, mudando as cores frequentemente. Tinha bebida sendo distribuída por toda a casa, então, quando estava perto de acabar, Seokjin ficava de pé e ia buscar, acompanhado de Namjoon que estranhamente ainda não havia saído do seu pé.

— Chegamos. — Taehyung cantarolou se aproximando, e sentou no colo de Hoseok, sendo empurrado pelo mesmo até que estivesse resmungando no chão que o rapaz não o amava. Jungkook sentou na minha frente, onde havia estado no início da festa, e em suas mãos havia um baseado aceso, enquanto o amigo carregava duas garrafas de bebida. — Pega. — ele entregou uma ao capitão. — Vamos começar?

— Se for verdade ou consequência eu me jogo dessa varanda. — ouvi Yoongi brincar, já animado demais pelo álcool. Suas bochechas estavam coradinhas.

— Se for sete minutos no paraíso, eu também aproveito o embalo e vou junto. — Seokjin falou fazendo um comprimento engraçado com o yoon.

— Que tal... espera tive uma ideia. — a garota balançou as mãos pedindo silêncio. — A brincadeira é o seguinte, eu vou fazer perguntas a cada um de vocês, e vocês não podem dizer as palavras "Sim e Não." Se alguém disser, vai ter que pagar uma consequência em sete minutos.

— Ela literalmente juntos todos os jogos ruins, em um só. — Yoongi bufou se jogando melhor na cadeira.

— Tenho medo dessas perguntas. — confessei meio contido.

— Relaxa, vou perguntar só sobre os seus podres que ninguém pode saber, nada demais. — ela sorriu grande, tomando toda a bebida que estava no copo. — É obrigatório responder, ou então vão ficar me devendo 200,122₩ cada um.

— Credo, além de querer saber da minha vida, ela ainda quer dinheiro. — ouvi Taehyung falar, se arrumando melhor perto de Hoseok. — Ok, mas depois a gente vai dançar, beijar, e outras coisas também por que isso é uma festa.

— Não. — Yoongi revirou os olhos e mordeu os lábios, tendo a atenção de todos. — Vamos para casa porque somos jovens responsáveis.

— Vou levar você pra casa e volto pra cá. — Taehyung deu os ombros.

— Realidade: vocês dois são me levar pra casa e vão ficar por lá. — foi uma ordem, e todo mundo ficou em silêncio depois disso, porque o clima ficou estranho e a gente entendeu bem o motivo.

Seokjin ficou de pé e foi buscar mais bebidas sendo acompanhado novamente por Namjoon. Não demorou até que ele estivesse de volta, entregando uma garrafa seca para que Hwasa pudesse girar e dar início ao jogo.

— Beleza, vou girar. — eu avisou, colocando a garrafa no chão e a girando esperando para ver em quem parava. — Taehyung! — ela exclamou animada. — Já sei o que vou perguntar. — deu uma risadinha animada.

— Pega leve. — o garoto pediu, sabendo exatamente o que ela queria saber.

— Você já ficou com algum carinha da escola?

— Talvez. — ele respondeu, lembrando que não podia dizer sim, ou não.

— Você está gostando de alguém nesse momento? — ela perguntou sabendo que ele não poderia repetir a mesma palavra.

— Sempre estou. — ele sorriu grande, voltando a beber diretamente na boca da garrafa.

— A pessoa sabe disso? — ela tentou novamente só para ver se descobria quem era, mas Taehyung era esperto, não deixaria pistas.

— Se for inteligente, provavelmente. — ele finalizou.

Hoseok sorriu soprado, e Yoongi ficou em silêncio absorvendo as respostas. Taehyung nunca foi de falar sobre sua vida pessoal na escola, então literalmente ninguém sabia sobre nada dele, claro, relacionado a vida sentimental. Ele não fazia questão de contar sobre esse tipo de coisa, achava que não acrescentava em nada.

— Tá', vou girar de novo. — ela avisou, voltando a rodar a garrafa, e a esperar que ela parasse. Todos estavam ansiosos, só Jungkook que ao invés de prestar atenção na garrafa, estava prestando atenção em mim. — Hoseok! — ela gritou batendo palminhas. — Você não sabe esconder nada.

— Inferno. — o garoto murmurou.

— Hoseok.. — ela mordeu o lábio, e bateu as unhas grandes na garrafa de vidro que segurava, fazendo o som deixar o garoto ainda mais nervoso. — Você já ficou com o Taehyung?

— Não. — ele respondeu.

— Há! — Yoongi bateu palminhas, sorrindo grande. — Perdeu idiota.

— Perdi? — ele perguntou ainda sem entender.

— Não podia dizer não. — eu disse, vendo jungkook sorrir de lado enquanto olhava para o amigo. — E nem mentir..

— Como assim mentir? Eu não menti. — Hoseok falou apressado enquanto me olhava.

— Segundo as minhas fontes.. — Jungkook começou a fofoca. — Não é isso que dizem.

— Fonte: tirou do cu e rodou. — o garoto falou irritado.

— Fonte: Nayeon. — Taehyung respondeu, fazendo todo mundo ficar em silêncio, já que a garota surgiu na porta naquele exato segundo.

— Estavam falando de mim? — ela sorriu amigável, e se aproximou segurando uma garrafa de tequila. — Estão brincando de quê?

— De passar vergonha. — ouvi Yoongi responder, fazendo Seokjin gargalhar algo, levando ao jungkook a rir também. — Quer brincar?

Ela deu os ombros e se sentou ao lado de Jungkook na cadeira que estava vazia, acabando por cruzar as pernas e se inclinando para perto dele, falando algo em seu ouvido, coisa que não consegui escutar, óbvio.

Odeio ser curioso.

— Enfim, continuando. — hwasa começou. — Como Hoseok perdeu, ele vai ter que ir até ali naquela sala, que inclusive já olhei dentro e só tem objetos de limpeza, e passar sete minutos com alguém, já que essa é a consequência para todos. — a garota falou olhando para Nayeon, deixando ela a par da situação. — Como a pergunta foi relacionada ao Taehyung, você vai junto com ele.

— Céus. — Yoongi arregalou os olhos, enquanto olhava para mim.

— Eu acho.. que é melhor ser o Yoongi. — falei sorrindo tentando disfarçar, mas acho que não deu certo já que ouvi o Jungkook rindo. — Tá vendo algum palhaço além de você aqui, Jungkook?

— Uhhhhh. — o coral foi formado já que todos debocharam da minha fala, e ele só fez cruzar os braços e me encarar, como se não entendesse o motivo para que eu de repente estivesse sem um pingo de humor.

— Você está bravo? — ele perguntou e eu só fiz revirar os olhos, voltando a atenção para o que a hwasa iria escolher, e o que de fato iria acontecer.

Curioso. Puff. Não era como se eu quisesse saber desses famosinhos da escola.

— Certo, então vamos deixar o Taehyung para depois porque eu tenho planos para ele. — ele me olhou e lançou uma piscadela que eu não entendi. Mas, não deixei de notar que tanto Yoongi, como o próprio Taehyung respiraram aliviados. Hoseok apenas fitava Hwasa como se fosse perder a paciência a qualquer instante, mas não era como se pudesse reclamar, ele aceitou participar. — Yoongi, você vai com o Hoseok e são sete minutos como já sabem. Aproveitem, e por favor façam alguma coisa por que a oportunidade é única bebês. Go.

Hoseok ficou de pé, e passou a mão na calça para desamassar, enquanto Yoongi tomava de uma vez só o resto de sua bebida para tomar coragem. Nayeon continuava cochichando com Jungkook, e eu que estava sentado ao lado de Hwasa, apenas a encarava com um grande ponto de interrogação na cara. Ela parecia do mesmo jeito.

— Enfim! — ela exclamou alto, fazendo a outra garota quase pular de susto, se afastando do capitão do time de basquete. — Vamos continuar enquanto eles estão lá, o jogo não pode parar. — todos nós confirmamos, esperando que ela girasse novamente a garrafa. — Nayeon! — a garrafa tinha parado de frente a líder de torcida, e Hwasa me olhou, provavelmente já sabendo o que eu perguntaria.

— Não pode dizer sim, ou não, é isso? — ela perguntou.

— Isso, vamos a pergunta. — a minha amiga começou. — Você está namorando o Jungkook? — a pergunta pegou todo mundo de surpresa, tanto que Namjoon parou de dar atenção a Seokjin, Seokjin me olhou imediatamente, Jungkook arregalou os olhos talvez entendendo o motivo da minha mudança de humor, e a Nayeon apenas sorriu.

— Talvez. — ela respondeu.

— É algo sério? — ela tentava a todo instante ter informações, mas como não podia dizer sim ou não, a resposta sempre ficaria em aberto.

— Nunca dissemos que existia algo, mas, se existir, é óbvio que é sério. — mais uma vez ela desconversou. Hwasa revirou os olhos, e bateu as unhas na garrafa, talvez pensando de novo no que iria perguntar, ela parecia ansiosa para saber como se de fato se importasse com aquilo.

— Então vocês estão envolvidos, é isso? — essa seria a última pergunta, já que a ordem era três por pessoa, mas infelizmente ou felizmente, não foi a garota que respondeu.

— Não. — o capitão de basquete disse. — Não estamos.

— Você não pode responder por ela, e nem pode responder essa palavra, Jungkook. — Seokjin que falou, possivelmente querendo saber a resposta da garota da mesma forma que eu.

— Estamos. — Nayeon respondeu por fim.

A líder de torcida olhou para Jungkook como se não tivesse entendido a parte onde ele desmentia. E eu, apenas entendi naquele exato momento que não poderia mais acontecer nada relacionado a nós dois. Porque, não existia um nós dois.

— Jimin! — Hwasa exclamou, me tirando dos meus próprios pensamentos. — Agora é você, minie, vou pegar leve. — ela avisou, e só então notei que ela havia girado a garrafa uma vez. — Você está se envolvendo com o Jungkook também?

Eu já tinha perdido totalmente a vontade de brincar. Talvez, por que eu não conseguia mais pensar em qualquer outra coisa que não fosse no beijo que eu e o Jungkook demos, naquele mesmo dia na escola pela manhã. Ou, no beijinho que ele havia dado na ponta do meu nariz, antes que eu subisse em sua moto, para chegarmos até ali.
Ele estava traindo ela? Não era possível, era?

Eu me sentiria culpado se fosse realmente isso, se tem algo que eu odeio é mentiras e traições. Ambos pra mim não tem perdão, então pelo os céus, eu não queria estar envolvido nisso.

— Não. — respondi curto e grosso, sabendo que provavelmente iria existir uma consequência.

Nayeon me encarava com o cenho franzido, possivelmente tentava entender o motivo daquela pergunta, que pra ela, não fazia nenhum sentido. Jungkook é hétero, não é? Então qual a razão afinal?

Jungkook me olhava abismado, como se não acreditasse na minha resposta. Eu olhei para ele apenas por um segundo se quer, e vi vários sentimentos na cara amarrada do rapaz, e entre elas, estava a decepção. Dane-se. Não menti, talvez tenha mentido para mim mesmo, mas para os outros não. Não estava me envolvendo com ele, foi apenas um beijo, um selinho, e um beijo na ponta do meu nariz. Desde quando isso é se envolver? Não é, poxa.

— Ok, sua consequência é ir até a sala, e passar sete minutos no paraíso... — ela pausou, fazendo um suspense desnecessário por que eu já sabia o que ela iria fazer, acreditem, Hwasa podia ser sagaz quando queria. — Com o Taehyung.

O quê?

Seokjin se engasgou com a bebida, Namjoon abriu a boca mostrando nitidamente o seu choque, Yoongi e Hoseok que estavam saindo da sala quando foi dito a frase final, pararam bruscamente talvez pelo susto, Nayeon bateu palminhas animada com o pedido da amiga, e Jungkook, bom, Jungkook ficou de pé e saiu de onde estávamos, deixando todo mundo confuso.

— Onde ele foi? — Nayeon perguntou baixinho só pra ela mesma, enquanto olhava para a porta onde Jungkook havia saído.

— Não sei, acho que foi buscar alguma bebida. — Taehyung debochou, sabendo claramente o motivo para o capitão ter saído sem dizer absolutamente nada.

— Bora bora, vocês dois para dentro da sala agora, por sete minutos. — Hwasa balançou as mãos para que ficássemos de pé. — E a gente vai continuar aqui jogando enquanto vocês estão la e... Nossa, Yoongi. Seu cabelo tá uma bagunça. — a garota falou quando viu o meu amigo voltar para a cadeira, ainda em silêncio olhando o que estava rolando.

— Foi um choque que tomei em um fio lá dentro. — ele brincou, fazendo todos rirem.

— Cadê o Jungkook? — Hoseok perguntou, mas Taehyung não deixou que a conversa continuasse já que ficou de pé e estendeu a mão para que eu pegasse.

Eu segurei a mão dele e fui caminhando ao seu lado para dentro da sala onde Hoseok e Yoongi estavam segundos atrás. A minha cabeça estava um turbilhão de pensamentos se vocês quiserem saber, porque antes eu estava apenas preocupado com a fofoca da Nayeon e o Jungkook.

Agora, eu estava curioso também para saber o que aconteceria dentro daquela sala.

A porta foi fechada por Taehyung quando já estávamos dentro, e lá no cômodo uma luz fraca estava acesa, dando para enxergar um pouco. Eu me encostei na parede assim que entrei, e olhei para o jogador de basquete, esse que também me olhava em silêncio, enquanto acredito eu ter passado um minuto daquele jeito.

— Temos poucos minutos, o que quer fazer, minie? — a voz dele era rouca e bem baixa, talvez para que ninguém ouvisse lá de fora.

— Não sei, tem algo em mente? — oh céus, eu de fato tinha medo da resposta e do meu auto controle.

— A gente podia se beijar rapidinho né? Só assim, na brotheragem e tal. — o maior galanteador da escola se aproximou, colocando ambas as mãos na parede, me prendendo no lugar. Eu pude jurar que senti meu coração errou uma batida com a aproximação, céus ele era tão bonito. — Ninguém vai saber, vai ficar aqui dentro.

— Taehyung.. ninguém vai saber?

Olha, não me julgue. Eu tenho certeza que se você pudesse beijar o Taehyung, você beijaria.

Ele era muito bonito, e tinha uns braços fortes assim que me deixava curioso para saber se ele de fato tinha aquela pegada que todo mundo dizia. Como eu iria descobrir se não fizesse? Era pura curiosidade poxa.

— Não, ninguém precisa saber, uh? — ele esfregou o próprio nariz no meu, me fazendo fechar os olhos instintivamente. — Vai ser só um beijo, e apenas isso, certo?

Eu não respondi, não tinha forças pra isso.

Eu queria, e era isso, não iria me privar por que como falei antes, não tinha nada acontecendo com ninguém, certo? E também, quando eu achei que tinha, não tinha, e ah, vocês entenderam.

Os lábios de Taehyung roçaram levemente nos meus, fazendo um arrepio gostoso subir pela a minha espinha. Ele selou devagar, iniciando um beijo gostoso, enquanto eu sentia as mãos dele saírem da parede e segurarem com posse na minha cintura. A calmaria não durou nada, porque segundos depois ele pediu passagem para a língua, e eu dei, começando a ouvir os barulhos excitantes de um beijo molhado e indecente, fazendo com que as minhas mãos apertasse agora os ombros dele, descontando o que sentia ali, e também me segurando para não ir ao chão.

Ele levou ambas as mãos para as minhas costas, e desceu até que estivesse na minha bunda e apertou com força, me fazendo abrir a boca e arfar durante o beijo, antes de voltarmos para todo aquele clima sensual que estávamos.

Antes que pudéssemos pensar em mais alguma coisa e voltar para os beijos quentes, ouvimos batidas fortes na porta, que acreditem, eu jurei que quebraria a madeira ao meio.

Nós nos assustamos e olhamos para a porta, esperando que alguém falasse alguma coisa, mas não ouvimos nada. — Já passou sete minutos? — ele perguntou baixinho para mim, e eu neguei tendo plena consciência que não deveria ter passado nem três.

— Acho que não, mas sei lá, acho melhor sairmos pra ver o que foi. — ele prensou os lábios provavelmente frustrado, e bom, eu estava do mesmo jeito já que talvez quisesse mais do que ele.

Só que apesar de ter gostado, e tudo mais, eu ainda estava preocupado com a reação explosiva de Jungkook. Sair e deixar todo mundo sem uma explicação não era algo que ele faria, mas claro que eu não achava que tinha sido por minha culpa e de Taehyung, óbvio que ele não se importava tanto assim, não é?

Taehyung arrumou a roupa e eu fiz o mesmo, esperando que ele abrisse a porta. E quando ele o fez, vimos de cara Jungkook de braços cruzados olhando para nós dois, com o maior ar de superioridade que eu havia visto na minha vida.

Olhei para fora e vi o Kai agora sentado com o pessoal na rodinha, e todos eles olhavam para a porta querendo saber o que aconteceu. Realmente, até eu queria.

— Desculpem, ele chegou e perguntou onde vocês estavam. Eu não ia mentir, não é? — Hwasa sorriu enquanto falava, deixando claro que ela queria muito que aquilo acontecesse.

— Taehyung.. — ouvi Hoseok chamar o jogador, esse, que desde então encarava Jungkook.

— Vamos. — foi a única coisa que Jungkook falou, antes de se aproximar de mim e segurar a minha mão, para me puxar para sei lá onde.

Taehyung pensou em ponderar, notei que seu corpo ficou rígido na frente do meu, mas ele não fez nada. Talvez por que Hoseok olhava pra ele de uma forma assustadora, e também por que Namjoon havia ficado de pé esperando por aquilo, só que bom, eu ainda não tinha entendido o que estava rolando. Com qual direito o capitão fazia aquilo afinal?

Passamos por onde todo mundo estava, e eu pude ver a maior cara de surpresa na Nayeon. Eu não conseguia parar de pensar no que ela disse sobre talvez existir algo, ou talvez ser algo sério, então por que diabos ele estava me puxando para algum lugar? Não fazia nenhum sentindo, e aquilo só me deixava ainda mais confuso.

— Para onde está me levando, Jungkook? — perguntei quando notei que ele estava subindo as escadas junto comigo, possivelmente para encontrar algum quarto vazio. — Jungkook?

— Espera Jimin.

Jimin.

Nossa.

Ele abriu a primeira porta do corredor a esquerda, e entrou me levando lá para dentro sem soltar a minha mão. Quando já estávamos dentro do cômodo, ele soltou, passando agora ambas as mãos pelo cabelo e o jogando para trás.

— O que foi aquilo? — foi a primeira coisa que ele me perguntou.

— Aquilo o quê? — eu não tinha o que dizer, então pensei que se deixasse claro que tudo aquilo havia sido um grande erro, ele deixaria para lá. No caso, nós dois.

— Você e Taehyung? Isso é sério, Jimin?

— Foi só uma brincadeira, Jungkook. Não leve isso tão a sério. — eu dei alguns passos para trás quando notei a nossa proximidade. — Você está me cobrando alguma coisa? Por que você não pode, você sabe não é?

— Por que não posso? — novamente ele se aproximou, e só parou quando eu estava encostado na parede. — Por que você chegou a conclusão que eu tenho algo com a Nayeon, sem ao menos me perguntar? Foi por isso que ficou com o Taehyung?

Ele não gritava, mas a sua voz estava levemente alterada, dava para perceber. Talvez fosse rancor, decepção ou tristeza, não deu para definir aquilo que ele mostrava sentir. Mas, de certa forma me deixou triste pensar que ele poderia de alguma forma realmente se importar, e eu fui lá e caguei tudo antes de ter uma explicação.

— Você não tem nada com ela, Jungkook? — o capitão sorriu soprado, como se não acreditasse na minha pergunta.

— Não, Jimin, eu não tenho. E eu já tinha falado isso.

— Não foi o que ela disse. — dei os ombros e tentei sair de sua frente, mas ele deu mais um passo, me deixando sem saída.

— Você não me deixou explicar, não é? E eu acho que agora você espera que eu te diga. — ele olhou no fundo dos meus olhos, e negou repetidamente com a cabeça.

Essa foi a primeira vez que eu consegui de fato ver, que ele se importava.

— Jungkook-

— Aproveite a festa. — e foi isso o que ele disse, antes de abrir a porta e sair de lá, me deixando completamente sozinho.

[...]

Os meus sentimentos e pensamentos estavam uma bagunça, desde que eu entendi que para Jungkook, eu não era apenas um cara que ele beijava por curiosidade. Ele de fato se importava o suficiente para sentir alguma coisa, e eu sequer dei chance para descobrir o que seria.

Fiquei algum tempo ainda dentro daquele quarto, pensando no que havia acontecido e sem entender muito bem o que estava rolando. Eu estava confuso, e também sentindo algo que eu não sabia explicar. Talvez fosse angústia, ou talvez eu estivesse me culpando por toda aquela situação esquisita, mas não era como se eu pudesse fazer alguma coisa em relação a isso. Eu não tinha como adivinhar já que o capitão nunca deixava as coisas bem claro, como eu poderia saber?

Pensando nisso, desci as escadas ouvindo a música alta explodir nas caixas de som, enchendo o ambiente, enquanto havia alunos por todos os lados, dançando, bebendo e fumando descaradamente algo que eu nem queria saber o que era. Todos estavam animados, típico das festas do Wang. Cumprimentei alguns conhecidos, passando em meio a todos, querendo chegar logo na varanda onde o pessoal estava, e quando cheguei, eles continuavam brincando como se nada tivesse acontecido.

Pareciam ainda mais animados.

— Hey! — Hwasa exclamou, já um pouco mais alcoolizada que antes. — Cadê o Jungkook? Vamos continuar a brincadeira poxa. Hoseok já levou o Taehyung lá pra dentro, Kai levou a Nayeon, Namjoon já foi com o Seokjin, está tudo bem divertido.

— Taehyung me levou também.. — Yoongi comentou. — Quantas bocas esse garoto já beijou hoje?

— Beijei todo mundo que eu queria beijar nessa festa. Já posso dormir em paz. — o jogador brincou, levando um tapa de Hoseok que sorriu com a fala dele.

— Cadê o Jungkook? — Namjoon foi o segundo a perguntar sobre o capitão. — Ele já se acalmou?

— Na verdade.. — eu comecei a falar, me aproximando para que todos ouvissem. — Ele foi embora.

— O quê? — a Nayeon questionou, olhando pra mim assustada. — Por quê? Ele era minha carona.

— Ele foi embora? Com raiva? — Taehyung ficou de pé e me observou parecendo preocupado.

— Bom, sim. Acho que ele pegou a moto e saiu, eu não fui lá fora para ver. Ele só me deixou onde nós estávamos, e pediu para que eu aproveitasse a festa.

Hoseok olhou para Namjoon, esse que também o olhou e voltou a atenção para Taehyung.

— Quer que eu vá, ou você vai? — o loiro perguntou, já vendo Taehyung colocar o celular dentro do bolso e arrumar a carteira.

— Me dá a chave do carro, hobi. — ele pediu, mas o rapaz ponderou um pouco.

— Como eu vou levar o Yoongi pra casa? — Taehyung pareceu entender o ponto, e tirou o celular do bolso, discando um número aleatório que eu não sabia de quem era, mas já imaginava.— Tá' ligando pra ele? Ele não vai atender, você sabe né?

— O que está acontecendo, em? — Nayeon perguntou, mas ninguém respondeu.

— Pega a minha moto. — Kai estendeu a chave, e viu Taehyung a receber com pressa. — Qualquer coisa Hoseok ou Seokjin me deixa lá em casa. Fica tranquilo.

— Ele não atende. — o jogador constatou, voltando a atenção para Hoseok. — Leva o gatinho pra casa, e eu te encontro lá depois que encontrar o Jungkook. Qualquer coisa eu ligo. — ele deu o último aviso, já saindo apressado e deixando todos nós ali.

— Alguém vai explicar? — Nayeon novamente perguntou, e eu também esperava por aquilo.

— Jungkook estressado é um perigo pilotando. Da última vez ele sofreu um acidente grave, quebrou um monte de coisa inclusive a moto em que ele estava inteira, não lembra? — ela me perguntou. — Ele passou um mês inteiro sem ir pra escola.

— Lembro. — comentei. — O pai dele deu uma moto a ele quando ele tinha quinze anos.

— Sim, mas o acidente foi ano passado. Desde então todo mundo fica com o pé atrás quando ele mistura raiva e moto. — a garota completou. — Relaxa, Taehyung sempre encontra ele, vai ficar tudo bem.

— Eu disse que ele ia ficar puto com essa história. — Kai falou. — Não é a primeira vez, vocês sabem.

A última fala dele fez todos me olharem, e ficarem em silêncio. Yoongi e Seokjin mantinham os olhares sobre mim, e pareciam apreensivos. Era como se eles soubessem de alguma coisa, e estivessem me escondendo. Agora, o motivo eu não sabia, e nem o assunto. Envolvia Jungkook? E talvez.. o que ele sentia?

— Não vou conseguir aproveitar a festa preocupada desse jeito. — Hwasa afirmou, colocando a garrafa ao lado na mesinha e ficando de pé. — Vamos todo mundo lá pra fora se vocês quiserem, aí quando Taehyung ligar a gente vê o que faz.

Todos afirmaram que seria melhor, e ficaram de pé indo em direção a saída, esbarrando vez ou outra em alguém que dançava, mas sem parar para aproveitar o momento. Jackson cochichou algo para Seokjin no caminho, mas Namjoon fez questão de puxá-lo para fora, sem dar chance para que o meu amigo respondesse, eu achei estranho mas não liguei, estava mais preocupado com Jungkook e sua saída repentina.

Odiava ficar sem notícias e apreensivo daquela maneira.

Sentamos todos no jardim, lado a lado na grama, enquanto alguns dividiam a latinha de cerveja sem falar absolutamente nada. Nayeon decidiu que ficaria na festa para aproveitar, e Kai a acompanhou, deixando apenas nós seis ali fora, já que Hwasa negou que sairia do nosso lado até ter notícias, e saber se realmente estava tudo bem.

— E se acontecer alguma coisa? — perguntei baixinho a Seokjin, que me olhava de uma forma carinhosa e que demonstrava preocupação. — A culpa foi minha, Jin.

— Não vai acontecer nada, relaxa. — ele tentou me acalmar. — E você não fez nada de errado, fez? Eu não vi você fazendo nada.

— Sei lá. — Yoongi entrou na conversa, deixando a latinha de lado. — Se ele se importava com isso, era só ter dito e tal. Todos nós achamos que ele tinha algo com a Nayeon, não é culpa de ninguém.

— Ele disse que não tinha. — eu acabei lembrando. — Disse duas vezes, uma agora e outra quando eu perguntei a ele na escola antes do treino. E eu nem podia cobrar nada, vocês sabem disso.

— Para de repetir isso, Jiminie. Esse lance de que você não pode cobrar nada, não é verdade. — Jin começou. — Se ele queria ficar com você, é óbvio que teria que deixar claro se tinha algo com outra pessoa ou não.

Acabei deixando aquela conversa morrer, enquanto esperava notícias dos rapazes. Eu havia decidido ir pra casa depois daquilo tudo, e talvez amanhã procurasse Jungkook para conversar ou sei lá, apenas para dizer que sinto muito por não ter escutado ele ou algo do tipo. Claro que fazia apenas dias que havíamos ficado e passado por um monte de situações engraçadas, mas por quanto tempo o sentimento pode existir? Não sabíamos.

Somos responsáveis pelo os sentimentos que os outros sentem por nós mesmos, não é verdade? Pelo os nossos sentimentos também, claro, mas precisamos cultivar e cuidar com carinho daqueles que nos amam, e que nos querem bem.
Eu nunca ousaria pisar nos sentimentos alheios, e parecia que eu havia feito aquilo, e ligado o foda-se. Só que eu não sou assim, e eu precisava muito deixar isso claro.

Trinta minutos haviam se passado quando o telefone do Namjoon tocou pela primeira vez.

Ele atendeu e pareceu perder o ar por alguns segundos, fazendo com que todos ficassem de pé preocupados pela reação. Ele ouviu por mais algum tempo o que a pessoa dizia, e desligou soltando o ar que prendia, para enfim nos dar alguma posição.

— Jungkook sofreu um acidente, e estão levando ele para o hospital central. Precisamos ir até lá, agora. — ele falou apressado. — Não encontraram Taehyung.

E assim, a festa chegou ao fim.

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