07 - quando você beija um certo capitão

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{ ... }

"Last year took a toll on me
But I'll make it with you next to me
Around the world and back again
I hope you're waiting at the end"
Troye Sivan.

#jikookbasquete

Park Jimin

🏀


Qual a sua música favorita, afinal?

Minha avó sempre disse, que a música tem a resposta para tudo o que precisamos. Incrível não é? E é até um pouco engraçado se pararem para pensar nessa afirmativa sem sentido, mas normalmente quando estamos tristes ou felizes, pegamos o nosso fone de ouvido e conectamos, para ouvir algo que nos faça apenas sentir o momento. Seja ele qual for, a música nos faz sentir bem.

Tem músicas que falam sobre términos, sobre amor não correspondido, sobre traição, rancor, mágoa, literalmente sobre tudo. Hoje em dia até sobre sexo tem. E eu estou citando essa memória bonita da conversa que tive com a minha halmeoni¹, por que Jungkook havia colocado uma música em seu celular, enquanto comíamos juntos já que havia chegado a alguns minutos. E a música era There For You, do Troye Sivan.

Eu ainda estava meio pensativo sobre o que havia acontecido antes que a comida chegasse. O capitão estava perto demais, falando coisas bem estranhas, e para ser bem sincero, uma parte minha estava achando interessante aquele jogo de vai e vem. Por que olhe só, que Jeon Jungkook ficava flertando comigo, não era novidade. Já fazia um bom tempo que ele fazia isso com frequência, e com ainda mais frequência eu costumava dar foras nele, mas a minha dúvida era: e se eu não desse?

O que ele faria?

Existem várias respostas para essa pergunta, e entre elas uma que me assusta. Mas, não deixa de ser algo curioso, não é? Seria mais que justo eu causar nele, as coisas que ele causa em mim, ou pior sei lá. É aquela coisa do Gay panic, você só tem, se você se interessa pela pessoa.

— Isso está muito bom. — ele comentou enquanto comia, se referindo ao Bibimbap que havíamos pedido. — Não está comendo, por quê?

"Por quê não paro de pensar na hipótese, que seria flertar com você." Pensei, mas claramente não disse. Era estranho ter esse tipo de pensamento do nada, afinal, não era eu que odiava um certo capitão de basquete? Pois é, mas depois que dormimos juntos a coisa ficou um pouco mais esquisito do que o comum, e isso inclua os meus pensamentos.

— Estou sem fome. — tentei desconversar.

Ele não pareceu acreditar, tanto que acabou colocando mais comida no meu prato, utilizando o hashi. Ele me olhava curioso, talvez tentando desvendar os meus devaneios, mas nem eu entendia bem o que estava acontecendo, quem dirá ele.

— Vai comer. — ele ditou. — Você perdeu peso de uns meses pra cá, e eu não faço ideia do por quê.

— Fiz dieta. — resolvi comentar. — Não estava me sentindo bem com o meu peso.

— Vou começar a fazer esse tipo de dieta. — o capitão comentou, fazendo com que eu o olhasse assustado.

— Você não precisa disso, Jungkook.

— Vou parar, quando você parar, Park Jimin. — ele soltou o hashi, e me olhou. Eu acabei me perdendo no modo que ele me olhava, e aquilo me fez perder bons minutos o encarando. — O seu corpo é lindo, e sempre foi. Desde que eu te vi a três anos atrás, e até hoje a minha opinião não mudou. Eu notei que o seu humor muda constantemente, e agora eu sei o motivo. Gostaria que você se visse, como eu te vejo. Quero que se sinta bem consigo mesmo, mas não de uma forma que te deixe infeliz. — as suas mãos buscaram as minhas, que permaneciam em cima das minhas coxas. — Está tudo bem você se manter saudável, certo? Sua saúde está sempre em primeiro lugar. Mas não vamos passar dos limites, ok? Se alimente bem, e eu tenho certeza que a sua felicidade vai ser suficiente para muita gente.

Ótimo, lá estavam as borboletas no meu estômago.

Era muito bizarro que em apenas três dias, tudo o que eu sentia por Jungkook tivesse mudado. Por quê até a sexta, eu o achava um garoto mimado e sem sentido. E agora, no domingo eu continuo com o mesmo pensamento, desculpa. Mas, parece que meu cérebro esqueceu dessa parte, e aí só basta ele abrir a boca pra eu ficar sem ar e com os olhos arregalados igual a um bobo. Ok, dormir com ele no vestiário realmente não foi uma boa ideia.

Só que ele começou a se mostrar uma pessoa diferente nesses dias, e por mais que pareça que não houve mudança, eu senti sim, que ele parecia estar se esforçando. E aí é que eu vim entender o motivo de toda aquela atenção que ele vinha me dando nessas semanas, ele parecia já estar querendo se aproximar a algum tempo, e isso tudo só o ajudou a chegar até mim mais fácil. Agora, a pergunta que fica é: por quê? Sejamos sinceros, Jungkook é o garoto famosinho da escola, que tem milhares de amigos e pessoas ao seu redor, qual a necessidade de estar ao meu lado? Pois é, não faz sentido algum.

— Ok, eu vou comer. — me dei por vencido.

Enquanto comemos a casa estava silenciosa, só se ouvia a música no celular do capitão tocando, e o barulho da chuva lá fora, deixando claro que não iria passar tão cedo. Vez ou outra a casa era iluminada com os raios, que dava para ver nitidamente rasgando pela janela, um aviso claro de que iria ser um temporal, e que a noite ia ser ainda mais fria do que o comum.

Quando terminamos, Jungkook fez questão de levar os pratos até a pia, me deixando na sala onde eu arrumei todas as folhas que estava em cima da mesa e coloquei em uma pasta, sabendo que iríamos usar bem cedo na apresentação da escola. Juntei tudo e fui até o quarto para pegar a minha mochila e já deixar arrumado, e nesse meio tempo, Jungkook apareceu na porta e ficou me observando por alguns segundos. Talvez estivesse com tanta vergonha quanto eu, mas sei lá, ele é Jeon Jungkook, não parece ter vergonha de nada.

— Aqui é realmente pequeno. — ele falou enquanto adentrava no cômodo, e sentava confortavelmente na minha cama. É, ele de fato não tinha um pingo de vergonha na cara.

— Sim, eu avisei. — disse, e terminei de arrumar o que precisava para a apresentação. Não ia arriscar esquecer nada, esse trabalho foi difícil de fazer.

— Você recebeu a mensagem do Jackson? — ouvi a pergunta e o olhei confuso, eu não havia pegado o celular enquanto estávamos fazendo o trabalho, então não tinha visto as novidades.

— Não. O que foi?

— Vai ter uma festa na casa dele, como sempre. Parece que é pra comemorar a volta às aulas, sei lá. Acho que é só uma desculpa pra todo mundo beber e afins. — hum.

— E?

— Você vai? — suas sobrancelhas arqueadas deixava claro a sua curiosidade. Não que aquilo fosse ruim, as festas do Jackson eram sempre lendárias, mas sempre regadas de confusões.

— Não sei. Vou ver com Seokjin e Yoongi depois. — dei os ombros. — Quando vai ser?

— Quarta. — ele olhou para o celular e voltou a atenção até mim. — Vai ser uma festa de máscaras.

— Interessante.

Sorri com a idéia, e fui até o guarda roupas para procurar o meu pijama, depois que peguei, voltei para Jungkook e vi ele ainda me observando. Aquela atenção toda me dava calafrios.

— O que foi? — perguntei e vi ele suspirar, levando as mãos para trás, se apoiando enquanto tinha as pernas abertas.

Uma bela visão, se querem saber.

— O Kai vai estar lá, provavelmente.

— Não vamos falar sobre isso, Jungkook. Já disse que isso não é da sua conta.

Ele sorriu. Odeio ele.

— Estou só comentando, por quê na última festa vocês..

Ele pausou, e foi tempo suficiente para revirar os olhos umas três vezes. Não sabia se ele queria se inteirar das fofocas, ou apenas estava curioso para saber qual era a minha relação com um dos seus jogadores. Mas em todo caso, esse é o motivo para que eu não goste de me envolver com ninguém do colégio. Todo mundo fica sabendo algum dia, e se uma pessoa só sabe, a escola inteira fica sabendo.

— Não tenho nada com ele, se é isso que você queria saber, capitão. Agora, por gentileza, se preocupe em dormir, porque precisamos chegar cedo na escola, e ensaiar para a gente saber como vamos fazer.

— Hum.. — ele murmurou. — Não consigo dormir de roupa, mesmo que esteja frio. — ele pausou. — Posso dormir com alguma calça sua? Fico só sem a camisa.

Não.

— Sim.

Droga.

Mordi o lábio por não conter a minha boca grande, e fiquei de costas para ir até o guarda roupas novamente buscar algo que servisse nele. Queria muito negar aqui e agora que não queria que ele ficasse sem camiseta no meu quarto, e na minha cama, mas eu estaria mentindo. Sinto muito, mas eu queria sim e como queria.

— Tem alguma escova de dentes reserva? — ele ficou de pé e removeu a camisa, e eu consegui ver pela visão periférica o que ele fez. Céus, meu estômago estava revirando. — Park?

— Tem no banheiro, primeira porta à direita no corredor. Está dentro da primeira gaveta. — tentei falar devagar, mas acho que saiu tudo rápido demais. Bom, ele não pareceu ligar, já que saiu e me deixou no cômodo sozinho, tendo a maior crise existencial da minha vida.

Peguei de vez a única calça confortável que tinha e que possivelmente cabia nele, e a joguei na cama, aproveitando que ele saiu para finalmente me trocar. Depois, fui até o banheiro onde ele estava para que eu pudesse também me escovar, e ele havia deixado a porta aberta, mostrando claramente sua silhueta bem delineada amostra.

— Onde está a calça?

— Oh. — eu deixei na cama porque queria que você trocasse na minha frente, risos. Pensei, credo. — Esqueci em cima da cama.

— Esqueceu ou quer que eu me troque lá? — ele pode ler pensamentos? Botei a mão na minha testa só por precaução.

— Pode ir na frente e se vestir, vou me escovar ainda. — ele semicerrou os olhos, e não pareceu convencido com o meu pequeno esquecimento, mas acabou sorrindo e guardando a escova de qualquer jeito na gaveta. Não era como se eu pudesse passar mais vergonha.

— Amei esse seu pijama do coelho, combina com você.

Ok, eu poderia sim.

Ele passou por mim, e fez questão de esbarrar já que o espaço era pequeno. Quando ele finalmente saiu, eu consegui levar a mão ao peito, constatando o óbvio que era: eu ficava nervoso com a aproximação dele. Odeio o meu corpo responder a isso, e odeio não conseguir esconder esse tipo de sentimento, mas, ele parecia se esforçar para provocar. Eu tinha vontade de fazer a mesma coisa com ele.

— Quem aguenta ele? — Perguntei, me olhando no espelho. — O auge é estar falando sozinho dentro do banheiro, sobre o capitão do time que eu detesto. Parabéns Park Jimin, essa fase chega para todo mundo.

Kim Seokjin
( Casa do Namjoon )
🏀

— Namjoon, você é burro?

Perguntei pela milésima vez, e vi o loiro rir na minha cara com aquele tom debochado que eu odeio. Péssimo. Fazer o trabalho com ele foi a pior coisa que a professora poderia me fazer em todos esses anos, mas é o que dizem né? Quando os professores começam a shippar os alunos, tudo vira um inferno. O que ela tinha na cabeça? Vento. Só pode.

— Você é tão estressadinho. — ele falou, levando vez ou outra o cigarro a boca. — Eu já falei o que sei sobre o assunto, se você não entendeu, o burro é você.

Claro, obviamente isso vai dar muito certo.

— Eu já terminei a minha parte, a sua está confusa.

— Você que está confuso, o trabalho está ótimo, tanto a minha parte como a sua. Vai dar certo, você explica o seu e eu explico o meu. Simples.

— Simplis. — resmunguei, o imitando. — E se ela pedir para eu explicar o seu também?

— Ela não vai. — ele falou fazendo pouco caso, e jogou a piúba de cigarro no vidrinho que estava em cima da mesa. Só faltava tacar fogo no trabalho também, ódio. — Agora, podemos beber? Tem cerveja e vodka na geladeira, tipo, já que eu não posso sair, a gente podia beber junto não é?

— Pensa que eu esqueci o que você fez semana passada? Ridículo. — revirei os olhos e vi ele fazer cara de paisagem, jurou que eu iria esquecer.

— Eu não fiz nada, você está alucinando.

— Não se faça de desentendido, Namjoon. Eu vim ficar com o seu irmão, e quando eu cheguei você já estava meio bêbado. Se jogou em cima de mim dizendo que queria me beijar!

— Eu? Tá bom, você jurou. — ele rebateu.

— Você não estava tão bêbado assim, então para de fingir. Eu sei que você lembra, e até então eu não tinha batido nessa tecla, mas se você ousar fazer de novo, eu juro por Deus que quebro essa sua boca.

Ok, vamos aos fatos sobre o garoto prodígio da escola que as vezes fica dando uma de idiota.

Primeiro, ele não é hétero. Tudo bem que a escola inteira pode pensar o contrário, que os amigos dele também, que o universo também, que até os familiares acreditam nessa mentira, mas o meu gaydar não falha, e ele apita toda vez que Namjoon chega perto de mim. Inclusive, a um tempo atrás saiu um boato que ele tinha sido visto ficando com o Jackson Wang, um dos jogadores do time de basquete. Mas claro que ambos negaram, só que bom, o Jackson é um velho conhecido meu... Se é que vocês me entendem.

Jack é um galinha nato, sabe bem aproveitar a vida e afins. E quando eu digo que ele aproveita bem, consigo me incluir nesse meio já que ele foi o primeiro cara com quem eu fiquei na vida. Bom, nós não chegamos a transar ou algo assim, porque eu nunca tinha feito aquilo, e estava com medo. Mas nós trocamos uns beijinhos em uma noite bem animada, em uma das festas maravilhosas que o Luhan deu. E foi apenas isso, mas foi o suficiente para saber que Jack é bissexual, apesar de que quase ninguém sabe disso.

Segundo que, desde quando eu cheguei na escola, Namjoon ficava me olhando de uma forma diferente. Eu não sou cego, e nem idiota, sei bem que os olhares dele não era de alguém que estava procurando amizade, mas claro que nunca perguntei nada. E bem, durante todos esses anos, a gente só se falou quando necessário. E quando eu falo só quando necessário, quero dizer sempre, já que a diretora me colocou para vigiar ele, coisa que eu não queria fazer. Mas era normal já, acontecia qualquer coisa que envolvia Namjoon, ela já me procurava e vinha com:

"Seokjin, meu anjo, Kim Namjoon está no corredor seis, com os outros meninos fazendo a maior bagunça. Será que você poderia ir lá? Só você sabe como controlar ele."

Com controlar, ela quer dizer que só eu sei intimidar ele e eu descobri isso da melhor forma possível se quiserem saber.

Flashback Namjin
( Três anos atrás )
Narradora:

— Isso não vai dar certo. — Namjoon falava quase desesperado, enquanto via Jungkook tentar abrir a sala do professor de química, sem ter nenhum sucesso.

— Cala a boca. — Hoseok murmurou. — Se você continuar falando, alguém vai pegar a gente aqui.

— Não seja idiota. — Taehyung disse, revirando os olhos. — Tem câmeras aqui, esqueceu? Claro que vão pegar a gente como sempre, só que se formos rápidos, dá pra fazer isso e correr.

— Oh claro. — Jungkook negou. — Até parece que Park Jimin não vai me bater com aquelas mãozinhas minúsculas dele quando eu entrar na sala. — ele suspirou cansado. — Da última vez, ele jogou um copo de leite de banana na minha cara.

— E você continua fazendo. — Hoseok afirmou. — Deve ser porque gosta né?

— E você pode falar? — o capitão perguntou. — Yoongi vai comer seu couro, você sabe que a diretora colocou ele atrás de você.

— E de mim também. — Taehyung fez pouco caso.

— Eu só sei que se Seokjin me pegar aqui, é capaz dele ter um colapso, por quê ele deve estar no xadrez agora, e toda vida que eu me meto em encrenca, a diretora liga pra ele e ele vem puto de ódio. — Namjoon continuou, enquanto roía as unhas. — Ele vai me matar, é sério. Ele me ameaçou da última vez.

— Nem lembro quando foi a última vez. — Hoseok ficou pensativo, tentando lembrar.

— Ontem né? — Namjoon o lembrou. — Quando a gente trancou todo mundo na quadra de vôlei e ninguém conseguiu sair por horas.

— Ah sim. — o garoto concordou. — Verdade, Yoongi ficou pistolando. Me chamou de irresponsável, e disse que eu me achava, acredita?

— Acredito. — Taehyung sorriu, fazendo Hoseok prensar a boca. — Ele me disse que ia me bater, aí eu mandei ele subir na cadeira primeiro pra poder ficar justo, e ele saiu todo estressadinho, batendo a porta, quase quebrou.

— Eles ainda vão nos matar. — o capitão falou, e os outros três concordaram silenciosamente. — Principalmente por quê eu consegui abrir essa porra! — ele exclamou a última palavra mais alto, e empurrou a porta, já sendo tempo suficiente para Taehyung, Namjoon e Hoseok entrarem bem rápido. Ok, agora estava tudo pronto, eles iam descobrir os podres do professor.

Enquanto isso, Seokjin estava na sala de xadrez, treinando para uma competição que aconteceria em alguns dias. Ele havia passado muito tempo ali, e ainda não achava o suficiente. Ele era muito bom, na verdade o melhor de todos os competidores, mas nunca era o bastante. Ele era determinado demais para não querer alcançar a perfeição, e ele iria naquele ritmo.

— Seokjin, querido? — a voz feminina e familiar o alcançou, e ele olhou para a porta da sala, vendo a diretora de pé, segurando uma chave que ele sabia muito bem qual era.

— Não acredito. — ele bufou, cruzando os braços e colocando a cabeça sobre a mesa. — O que ele fez agora? Eu vou matar.

— Você não sabe nem qual deles foi, querido. Você sempre cuida de três e-

— Foi o Namjoon, aquele.. aquele.. aish!

— É realmente foi ele. — ele falou dando os ombros. — Preciso que resolva, você é o líder e eu estou confiando em você, Seokjin. — em passos rápidos ela entrou na sala, estendendo a chave para o rapaz. — Aqui, essa é a chave da sala de detenção três. Está vazia.

— A senhora sabe que ele não vai querer ficar lá, não é? Ele nunca fica, e eu não posso ficar vigiando. Preciso treinar.

— Dê o seu jeito, pequeno príncipe. Tenho certeza que você vai conseguir fazer com que ele fique lá por pelo menos duas horas, tudo bem?

Não, não está tudo bem.

Seokjin fechou a cara e pegou a chave, esperando que a diretora contasse o que tinha acontecido. Mas a mulher não deu muita informação, apenas disse qual a sala onde ele estava e com quem. Certeza que Yoongi e Jimin também haviam sido chamados, por que todo dia era aquilo.

Namjoon definitivamente era a cruz que Seokjin carregava.

Ele ficou de pé e saiu apressado pelo os corredores, procurando a sala do professor de química. Aquilo só podia ser uma grande piada. Ontem mesmo eles estavam fazendo bosta pela a escola, e hoje, estão fazendo de novo? O quanto eles gostavam de chamar atenção? Seokjin chegou a conclusão que muito, mas claro que a diretora nunca resolvia. Toda a direção, professores e corpo docente só queriam saber do dinheiro que eles pagavam. Era raro eles serem suspensos, porque aí aparecia os pais reclamando e dizendo que iam tirar eles da escola.

Assim é fácil demais continuar fazendo o que quer, não é mesmo?

Parando na porta da sala, Seokjin já conseguiu ver os garotos dentro da sala, parecendo super confortáveis. Jungkook e Taehyung estavam mexendo no computador do professor, enquanto Hoseok estava sentado olhando para o ventilador de teto, e Namjoon estava esbarrando nas coisas como sempre. Já havia derrubado metade dos livros das prateleiras no canto da sala, apanhando para arrumar e derrubando mais três. Jin riu com aquilo.

Jimin e Yoongi ainda não haviam chegado, então ele imaginou que poderia resolver aquilo sozinho. Suspirou tomando coragem, e segurou na maçaneta, a abrindo com confiança, tendo agora a atenção de todos os rapazes para si.

Jungkook continuou mexendo no computador como se nada tivesse acontecido, Taehyung sorriu e olhou para Hoseok, esse que havia ficado de pé em um pulo. Namjoon, bom, Namjoon ficou mais branco que uma vela. Ele paralisou completamente, ainda segurando um livro que havia apanhado do chão. Céus, Seokjin estava intimidador.

— Eu posso saber, o que caralhos vocês estão fazendo aqui dentro? — o líder da sala perguntou, e viu que os garotos sorriram como se ouvissem uma piada. Bom, não Namjoon, ele estava sério.

— Tô colocando um cavalo de Tróia aqui, mas é rapidinho. — jungkook falou.

— Eu não acredito nisso, jungkook! — Jimin apareceu na porta da sala ofegante, falando após ter ouvido o que o capitão falou, ele estava puto.

— Oi doçura, vem aqui ver. Aquele cara vai ficar desesperado.

— Por que estão fazendo isso? Sabem que vão para a detenção né? — agora foi Seokjin que falou, esse que dava passos lentos em direção a Namjoon, observando o loiro se encostar completamente na prateleira enquanto dava passos para trás.

— Ele é um homofóbico imundo, que fez o Luhan chorar. Fora que é racista, tem noção disso? Ele pegou muito pesado na última aula, só falou bosta. — Taehyung explicava, enquanto abria a embalagem de um pirulito.

— Nós tivemos uma reunião com a diretoria sobre esse assunto, vocês sabem disso. — Jimin explicou. — Achamos que ele vai ser demitido.

— Ótimo. — Jungkook finalizou o que fazia. — Mas deixei um presente pra ele de qualquer forma.

— E você, meu bem.. achei que tivesse dito que ia te bater da última vez, huh? — Seokjin segurou o livro que estava na mão de Namjoon, e o colocou no lugar, quase o pressionando sobre a prateleira para poder alcançar o local certo, e isso fez o jogador engolir a seco.

— Você é tão violento. — o jogador conseguiu dizer entre dentes. — Não pode ameaçar me bater, vou dizer a diretora.

— Você não tem sido um bom garoto ultimamente, joonie. Está querendo chamar a minha atenção? — dando um passo à frente, Seokjin quase colocou o próprio corpo no do rapaz, ficando cara a cara com ele, faltando poucos centímetros para encostarem os narizes.

— Meu doce.. — Jungkook cochichou, agora estando do lado de Jimin, que observava o que Seokjin fazia. — Por que não me trata daquele jeito, huh? Não me incomodo de você me prensar em uma parede.

— Cala a boca jungkook. — o loiro revirou os olhos. — Ele está ameaçando bater nele, quer apanhar?

— Com essas suas mãos pequenas e gentis? — sorrindo ladino, Jungkook ganhou um tapa forte no ombro, o que fez ele gemer pela dor e colocar a mão no local. — Caralho, tua mão é pesada baixinho. Credo.

— O que está acontecendo aqui? — Yoongi apareceu na entrada da sala, e Taehyung pulou em cima do Hoseok, caindo sentado no colo dele.

— Fodeu, hobi. Agora a gente morre.

— Já fiz o meu testamento, deixei tudo para o Mickey. — o jogador respondeu.

— Só podia ser vocês, né porra? — o menor negou com a cabeça, se aproximando dos dois. — O que eu disse da última vez, hum? Vocês estão mesmo afim de morrer?

— Seus olhos são tão lindos. — Hoseok disse. — Parece um gatinho, não é Taehyung? Não parece? — ele cutucou o rapaz que estava em seu colo, e Taehyung concordou rapidamente com a cabeça, tendo consciência de que iria ser jogado pela janela a qualquer momento.

— Sim, um gatinho fofinho e bondoso. — o rapaz sorriu grande e quadrado, fechando os olhos, esperando que Yoongi ficasse mais calmo com aquele ato, mas claro que não foi o que aconteceu.

— Os dois. Pra detenção. Agora. — o menor tinha as mãos fechadas em punho, e falava claro e em bom som.

— Mas a gente tem treino e- — Taehyung foi interrompido.

— Agora. — Yoongi semi cerrou os olhos.

— Mas o treinador Lee vai- — Hoseok também foi interrompido.

— Agora. — ele repetiu.

Taehyung até poderia novamente tentar fazer com que Yoongi ficasse calmo, e esquecesse aquilo, mas ele sabia que não ia funcionar. Então, ele foi o primeiro a ficar de pé, esperando Hoseok também levantar para seguir o rapaz até a outra sala.

— Você é muito estressadinho, sabia? — Yoongi rolou os olhos e abriu a porta, esperando ambos os jogadores saírem.

— Você não viu nada, Taehyung. — Hoseok falou, levando um tapa na cabeça dado por Yoongi, para andar mais rápido.

Após saírem, Jimin tossiu para obter a atenção de Seokjin, esse que o olhou sem se afastar de Namjoon.

— Eu vou levar o Jungkook para a detenção. Acho que a diretora nos deu salas diferentes, está com a chave da sua aí?

— Estou. — ele balançou a chave para que Jimin pudesse ver. — Pode ir, te vejo mais tarde.

Jimin ponderou um pouco. — Tem certeza que está tudo bem? — os olhos do menor foram até Namjoon, e ele viu o jogador completamente colado nos livros. Céus, ele estava claramente assustado.

— Claro, por que não estaria? — um sorrisinho brotou nos lábios de Seokjin, e Jimin acabou dando os ombros. O amigo sempre sabia resolver suas coisas, não ia ser agora que ele iria se meter.

— Ok, estou indo então.

Jimin bateu o próprio ombro no de Jungkook, obtendo a sua atenção, e acenou silenciosamente para a porta, como um aviso claro que era para saírem.

— Poxa, não vai me empurrar na parede, doçura? — o capitão arqueou as sobrancelhas, e sorriu ladino esperando a resposta. Mas ela não veio, o menor apenas foi na frente e abriu a porta, passando por ela. Ele sabia que Jungkook o seguiria de qualquer forma, não precisava nem obrigar.

O capitão cruzou os braços e andou atrás de Jimin, como o loiro esperava. E assim, ambos deixaram Namjoon e Seokjin sozinhos na sala, e bom, o jogador devia algumas explicações.

— Pode começar a falar a verdade. — Seokjin ditou.

— Não sei do que você está falando. — o jogador tentou desconversar.

— Não seja sonso, Namjoon. Você está se metendo em todo tipo de confusão esses dias. Só essa semana foi cinco vezes, cinco. — ele falou baixinho, porque já estava bem, bem próximo ao jogador. — Vamos lá, meu bem. Eu sei que tem uma razão.

— Não t-tem, Seokjin. Eu só.. só estou entediado. — o jogador engoliu a seco, e prendeu o ar quando sentiu a respiração quente de Seokjin se misturar diretamente com a sua.

— Não tem coisa melhor para fazer, então? Tipo, no tédio.. não tem coisa melhor, Joonie?

Céus, Namjoon ia infartar.

— Eu.. não sei.. tem? Está pensando em algo para me distrair? — uma risadinha foi ouvida, e Namjoon achou o som mais bonito do mundo. Como poderia alguém ser tão.. tão.. inacreditavelmente cruel e elegante e charmoso e-

— Depende.. — ele sussurrou. — Você atrapalhou o meu treino. — ele fez um biquinho adorável, levando ambas as mãos agora a prateleira, prendendo Namjoon de ambos os lados. — Eu posso então atrapalhar o seu, não posso? Diga que eu posso..

É, ele sabia como provocar alguém.

Namjoon estava confuso, mas não era como se conseguisse raciocinar com Seokjin tão perto daquele jeito. Ele literalmente tinha tido um pane no sistema, estava completamente desconfigurado, não sabia nem respirar direito com a aproximação. Nossa, nem ele sabia que seu corpo reagia daquela forma na presença do outro.

— Pode.. — céus, ele estava tão vidrado que nem mesmo se ouviu.

— Então, eu vou atrapalhar hoje certo? — a destra de Seokjin encontrou o queixo de Namjoon, segurando ali com cuidado, olhando nos olhos bonitos do rapaz fixamente, enquanto molhava os próprios lábios com a língua. — Vou atrapalhar te levando para a detenção.

Quê? Espera.

— Mas? — Namjoon viu Seokjin se afastar, ainda mantendo o sorriso no rosto. Ele estava um pouco corado, mas ainda assim, deixava o ar de deboche ser notado. — Você.. você.. Seokjin?

— O que foi? — o garoto deu as costas e foi andando até a porta, com seu ar de superioridade, o que o deixava ainda mais atraente aos olhos do jogador.

— Você me enganou!

— Enganei nada, eu realmente vou atrapalhar o seu treino porque você estará na detenção. — ele olhou no relógio, e notou que realmente era a hora do treino de basquete. — Vamos, seremos só eu e você durante duas horas em uma sala fechada. Está animado? Eu não. Agora vamos.

O jogador prensou os lábios e fechou as mãos em punho, deixando claro o quanto estava irritado por ter sido iludido. Bom, não que ele quisesse algo com Seokjin, longe disso é claro, mas o líder pegou pesado e Namjoon odiava provocações.

— Vai ter volta Seokjin. — ele disse, enquanto andava até a porta. — Você vai ver, vai me pagar direitinho.

— Eu não vou pagar nada pra você, agora saí logo. — ele empurrou o loiro pelo os ombros e fechou a porta para irem até a sala destinada a eles.

E assim Seokjin notou aquilo que já era óbvio. Namjoon ficava intimidado facilmente quando ele estava perto, e certamente, ele usaria isso ao seu favor.

Atualmente
( Narradora off )

— Bom, eu não lembro de nada. — ele falou, enquanto me olhava atentamente. — Mas se não quer beber, então eu vou para o meu quarto dormir, porque já está tarde.

— Vá e faça silêncio. — mandei. — Yeonjun está dormindo e a gente não quer que ele acorde. — Namjoon assentiu antes de sair.

Eu fiquei na sala ainda arrumando tudo, para sairmos cedo antes de irmos para a escola.  Com certeza teria que pegar alguma roupa de Namjoon emprestada já que eu não havia trazido nenhuma, mas isso não iria ser um problema.

Problema mesmo, é o que eu iria causar em Namjoon futuramente, só para pagar o que havia feito na semana passada. O rapaz flertou, me ludibriou, falou o que queria e no final, quase me beijou. Mas não fiquei irritado claro, eu sabia que Namjoon não faria algo assim se estivesse sóbrio, mas isso não descartava a bela ideia que eu havia tido. Vou beber amanhã, ou bom, fingir que bebi já que vamos entregar o trabalho pela manhã, e depois disso estaremos livres. Então, quero ver a reação de Namjoon, já que ele jurou que eu havia cedido aos seus encantos.

Mas e ele? Cederia?

Park Jimin

🏀

— E então? Não vamos dormir? — Jungkook perguntou assim que me viu entrando no quarto, já pronto para deitar. Ele já estava coberto deitado na minha cama, vestia apenas a calça que eu havia dado, e estava sem camisa. Céus, ele era mesmo um grande- — Vai ficar só olhando?

Pisquei notando que havia ficado encarando por alguns segundos, e andei em passos pequenos até a cama, tentando retardar o que eu sabia que ia acontecer, mas não tinha jeito. Nós apostamos, e eu perdi. Era claro que eu sabia que ele pediria algo daquele tipo. Claro que dormir com Jungkook não era lá essas coisas ruins e tal, mas era estranho, não era? Tipo, qual lógica de você dormir duas vezes com um colega da escola? Realmente, sem lógica nenhuma.

Só que bom, não era como se eu tivesse escolhido aquilo. Ele queria dormir abraçado comigo, e eu dei graças ao universo por pelo menos estarmos vestidos, não é? Já que da última vez, não foi bem o que aconteceu.

— Está em silêncio, por quê? — ele perguntou, me vendo se sentar na beira da cama. — O que aconteceu? Está tudo bem?

— Só estou com vergonha, Jungkook. É normal.

— Nós já dormimos juntos, Jimin. — ele disse.

— Eu sei. — acabei esfregando as mãos uma na outra, repousando logo depois em cima do meu colo, observando os coelhinhos que estavam estampados no meu pijama. — Não deixa de ser vergonhoso.

— Nah, para de pensar nisso e deita aqui do meu lado, tá chovendo demais e está fazendo frio. — ele bateu no espaço pequeno ao lado dele, mostrando onde eu deveria deitar, mas o que era engraçado, é que ele disse estar com frio, e estava sem camisa. Análise.

— Veste a camisa, então.

— Não se preocupe, vou estar abraçado com você, então não vou sentir frio.

Oh.

Errrr.

Céus.

Engoli a seco e respirei fundo, decidindo socar a vergonha em algum lugar do meu ser e fingir que aquilo não estava acontecendo. Bom, talvez se eu fingisse que era próximo a Jungkook, ou até mesmo que nós tínhamos um relacionamento, as coisas ficassem mais fáceis, não é? Certo. Era exatamente isso que eu ia fazer. Não ia durar muito, afinal, eu estava com sono e nós tínhamos aula cedo, então, não é como se fossemos conversar a madrugada inteira.

Deitei do seu lado, e ele mal esperou para fazer com que a minha cabeça ficasse em seu peito, rodeando seu braço no meu pescoço para me dar apoio. Eu estava completamente colado no capitão, minha mão acabou por repousar em seu peito, e eu pude sentir seu queixo resvalar na minha cabeça. Nós realmente estávamos colados.

— J-jungkook.. — chamei, mas sinceramente foi mais um pedido de algo que eu nem sabia o que era. Pelo os deuses, eu havia acabado de dizer que não ia ficar com receio.

— Calma, vou cobrir você. — ele gentilmente passou o lençol pelo meu corpo, fazendo com que nós dois ficássemos embrulhados, e quentinhos, ouvindo apenas o barulho da chuva que insistia em continuar.

E nesse instante, a vergonha e o receio foram embora.

Jungkook estava passando a mão no meu cabelo, como um cafuné gostoso, em silêncio deixando com que o meu sono chegasse. Sua respiração era lenta, e por estar próximo, consegui sentir seu cheiro familiar, o que estranhamente me acalmava. Talvez nós estivéssemos próximos demais, rápido demais. Mas parando para pensar, não foi tão rápido assim. Eu conheço o Jungkook a anos, e até então, não havia me aberto significativamente para que nós viéssemos ter uma conversa. Talvez esse fosse o real  motivo para que eu o achasse mimado e sem noção, eu não o conhecia. Conhecia sua forma artificial, por isso eu não conseguia ver que durante um bom tempo ele cuidou de mim, de uma forma bem esquisita tenho que dizer, mas do seu jeito.

— Jimin? — ele me chamou quando passou uns minutos já daquele modo. Eu estava tão quentinho, e tão tranquilo daquele jeito que quase não consegui responder.

— Hum?

— Olha pra mim. — ele pediu. — Quero ver uma coisa.

Acabei levantando a cabeça para o olhar ainda naquela mesma posição, e ele sorriu ladino como sempre, pausando o cafuné que fazia para me encarar.

— Você é muito lindo. — ele quase sussurrou, fazendo automaticamente as minhas bochechas esquentarem.

— Jungkook.. — esfreguei a minha bochecha em seu peito, na tentativa falha de esconder a minha vergonha. Mas a única coisa que consegui, foi fazer com que o seu corpo ficasse rígido pelo meu toque, então voltei a o encarar.

— Não faz assim, meu doce. — ele falou um pouco manhoso, mas ainda sustentando sua voz rouca. Pude sentir na hora, sua mão livre alisar o meu rosto. — Não posso fazer o que eu quero, então não me provoque.

— E o que você quer Jungkook? — minha curiosidade não deixou que eu segurasse a minha língua grande. — Me fala.

— Me deixa fazer.

Jungkook umedeceu os lábios, e o meu olhar foi direto para a sua boca quase que automaticamente. Senti ele se arrumar na cama, ficando agora virado para mim, nos deixando cara a cara, sua mão que antes estava no meu rosto, ficou fixo no meu pescoço, enquanto o polegar vez ou outra raspava no meu lábio inferior. Não tinha dúvidas do que ele estava pedindo, e eu, não tinha dúvidas do que fazer naquele instante, mas eu pude notar nitidamente o quanto o meu corpo respondia a ele, quando o meu coração começou a bater mais rápido.

Eu acabei confirmando com a cabeça que sim, e nem havia notado isso muito bem. Só vim entender o que havia feito, quando devagar ele se aproximou, deixando o seu rosto a centímetros do meu. Eu conseguia sentir sua respiração quente na minha, e também, sua mão deslizar pelo o meu braço até chegar a minha cintura. Quando o fez, ele apertou devagar resvalando o próprio nariz no meu, fazendo com que eu fechasse os olhos em expectativa, e caras, meu estômago estava revirando.

Eu não estava acreditando que iria deixar que o capitão de basquete me beijasse, nunca nem havia passado pela minha cabeça antes. Mas estar ali com ele, a sós, sentindo seu cheiro gostoso e seu calor no meu corpo, era a confirmação de que sim, eu queria muito, mesmo que fosse uma vez só.

Tomando iniciativa, eu acabei quebrando totalmente a distância e me aproximando mais, deixando com que o meu peitoral tocasse completamente no dele. Minha mão o abraçou, e ele me puxou pela cintura para ter mais apoio, o que fez com que as nossas bocas se tocassem. Ele esfregou os nossos lábios, antes de finalmente me beijar, e eu pude vê-lo fechar os olhos antes de fazê-lo, mostrando que estava tão entregue a aquele momento quanto a mim mesmo.
Inicialmente era apenas um toque singelo, pude sentir a maciez de seus lábios, sentir seu toque forte e gostoso, sentir toda aquela coisa dentro de mim revirar, até que ele puxou a minha mão até seu peito, apenas para sentir seu coração bater tão forte quanto o meu.

E aquele foi o último adeus que eu dei a minha sanidade.

Acabei abrindo a boca, dando total acesso a Jungkook, esse que não perdeu tempo em buscar a minha língua com a dele. O beijo ficou molhado e lento, eu estava aproveitando cada pedacinho seu, enquanto ele chupava devagar a minha língua, mordendo vez ou outra o meu lábio, só para depois voltar ao contato gostoso de outrora. Minha mão deixou o seu peito e foi até a sua nuca, deixando um carinho lá, subindo até os seus cabelos para deixar um aperto firme e fraco. O capitão judiava de minha cintura por baixo dos lençóis, estava cada vez mais perto, cada vez querendo mais e isso era nítido pelo os toques que ficavam mais intensos.

Quando nos separamos para obter ar, seus lábios desceram pelo meu queixo, deixando beijos molhados e quentes pela pele sensível. Ele continuou descendo até chegar no meu pescoço, e eu acabei inclinando a cabeça para trás, dando mais espaço para que ele fizesse o que quisesse. E ele fez, já que começou a chupar e lamber sem pudor algum, enquanto eu mordia meus lábios com força para conter sons manhosos pelo os arrepios na minha pele, minha mão já maltratava os seus cabelos, e eu não queria que aquele desejo todo acabasse.

— Jungkookie.. — o chamei pelo apelido, quando já havia chegado no pico da minha necessidade.

Ele pareceu entender quando buscou com o meu rosto com ambas as mãos, só para voltar a me beijar. O beijo agora era bem mais quente, nossas bocas se chocavam com ganância, pura luxúria, querendo mais, buscando mais, o desejo já consumia nós dois, tudo estava puro tesão, e eu não poderia estar mais satisfeito. Beijar Jungkook iria entrar para a lista de coisas que eu mais gostei de até hoje, e eu não queria parar.

— Meu doce.. — ele chamou entre o beijo, mas não paramos. Nossas línguas brincavam, vez ou outra eu parando para chupar a dele, e os sons que faziam eram nada castos. — Minie.. — novamente ele chamou, mas não era como se quisesse parar. Nossos corpos estavam em chamas. — Jimin..

— Hum?

— Meu celular está tocando. — ele disse suspirando completamente sem ar, e claramente chateado. — Preciso atender, está tocando desde a hora que começamos.

— Nossa, eu nem ouvi.

— Você estava ocupado, doçura.

Certeza que algum momento eu iria morrer de vergonha.

Ele pegou o aparelho e atendeu ao meu lado, não deixando de acariciar o meu queixo, vez ou outra alisando rente aos meus lábios. Mas foi só ele ouvir quem era, que sua expressão mudou, parecia pensativo.

— O que foi Taehyung? — ele perguntou, mas eu não pude ouvir o que o rapaz estava falando. Parecia explicar alguma coisa, já que Jungkook estava lhe dando total atenção, o que me deixou curioso.

— Manda ela ir embora, por favor. Diga que amanhã conversamos, certo? Não posso falar agora. — hum. Não entendi.

— Taehyung, só faça o que eu pedir, por favor. Amanhã na escola eu falo com você. — o garoto na outra linha não parecia feliz com o que Jungkook havia dito, e eu não fazia ideia do que poderia ser.

"Manda ela ir embora?" Ela quem?

Ele acabou por desligar o telefone e colocar de volta na mesinha onde estava, antes de voltar a atenção para mim. Eu juro, juro de dedinho que eu ia perguntar o que tinha acontecido, mas antes que eu fizesse, eu criei senso e lembrei que eu não podia fazer aquilo. Não era da minha conta, não é? Eu não podia simplesmente me meter.

— Já são quase meia noite. — ele disse. — Não está com sono?

Sono era a última coisa que eu estava sentindo naquele momento, mas eu sentia que ele tinha ficado frustrado com a ligação, então não iria contestar.

— Sim, vamos dormir?

Jungkook concordou e eu apaguei a luz do abajur, voltando para seu peito, e sentindo ele voltar a me abraçar. E ali nós ficamos, até que o meu sono chegasse, e eu acabei dormindo rápido, lembrando que assim que amanhecesse, nós iríamos enfim entregar a porcaria daquele trabalho.

🏀

Quando amanheceu, eu e o Jungkook não demoramos absolutamente nada para começarmos a nos vestir para sair, conversando pouco e nos movendo mais. Ele vestiu a mesma roupa que veio, já que não tinha outra que servisse, e disse que no armário da escola tinha um par reserva que ele sempre deixava para emergências, lembrado que dava tempo de se vestir lá antes da aula, então eu estava tranquilo. Fizemos a higiene matinal, e comemos algumas besteiras que havia na geladeira só para não dizer que não tomamos café, mas iríamos compensar na hora do intervalo, então saímos apressados.

Yoongi havia me ligado e eu não havia visto. Sua mensagem de texto dizia "Nós precisamos conversar, me encontre na escola". Eu fiquei até surpreso, já que normalmente ele não avisa antes de soltar a bomba, só que então, eu lembrei que Taehyung havia dormido na casa dele na noite passada, e que talvez, o assunto poderia ser sobre o que o Jungkook havia falado com o amigo antes da gente ir dormir.

Tentei pensar em outra coisa no caminho, enquanto estava agarrado a Jungkook em sua moto, mas a minha cabeça só girava em torno das possibilidades. O que era tão importante para que ele chegasse a me mandar uma mensagem? Não podia ser coisa boa, e ia ser a primeira coisa que eu iria perguntar quando chegasse lá.

🏀

@jkbasquete @jmbasquete no tt.

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