Capítulo 12
Após hospedar meu irmãozinho da maneira certa, digo ditando minhas regras, claro, almoçamos em um restaurante próximo do meu apartamento, não deixei que ele passasse fome com miojo. Não queria ter que deixá-lo sozinho, mas foi preciso, não tinha porque levá-lo junto comigo para a mansão Albuquerque.
A primeira coisa que queria fazer após chegar na mansão era procurar Anabel e pedir desculpas. Errei jogando minha fúria toda em cima dela, esperava que ela pudesse me desculpar. Pro look daquele dia optei por uma calça jeans e um moletom de capuz rosa. Talvez se perguntem, e o seu colete? Não coloquei até porque cão que late não morde.
Durante o trajeto fiquei em silêncio. Quando desci do carro, encontrei Anabel sentada próxima ao jardim em uma cadeira de balanço. Envergonhada, caminhei em sua direção.
— Olá! — falei acenando com a mão sem graça. — Me desculpe por tudo que te disse, você não tem culpa do meu ataque de fúria. Não vou julgá-la caso não queira olhar mais na minha cara.
— Tudo bem, Pamela. Apenas pensei que pudéssemos ser amigas, entende? Vivo presa ultimamente nessa prisão sem grades. Com certeza, você deve saber sobre as drogas em uma das festas em que estive. Mas nem tudo que sai na mídia é verdade, sim, encontraram drogas comigo, todavia, não eram minhas, armaram para mim.
Aquela sua revelação foi bem inesperada, pois não sabia de tal ocorrido. Aproximei-me um pouco mais e toquei uma das suas mãos.
— Podemos ser amigas, Anabel, contudo, te peço que evite fazer coisas sem me consultar antes, está bem? Olha, poderia ter acabado muito mal o que você fez. Sinto muito pelo que te aconteceu, juro que não sabia sobre esse ocorrido com você.
Ali jogamos as cartas e nos entendemos. Depois de tudo esclarecido fui com ela até o quarto do seu irmão. Adentrei sozinha e para minha surpresa encontrei Theo debaixo das cobertas. Para alguém que tinha transado encontrei-o muito deprimido.
— Melhor você sentar e aguardar porque não planejo levantar hoje dessa cama! — disse ele, virando-se de bruços.
Coloquei minha bolsa na poltrona e fui na sua direção sem muita paciência para birra de um caduco. Puxei as cobertas e lhe dei uns tapas no bumbum.
— Theo, não seja malcriado, saia dessa cama agora mesmo! Vou te encher de porrada se continuar deitado!
Não era somente uma ameaça, seria capaz, sim, de enchê-lo de porrada. Ele tinha uma bunda bem gostosa de bater, não foi sacrifício nenhum pra mim. Enquanto aguardava, Theo me puxou para a cama, derrubando-me ao seu lado. Meu coração disparou enquanto nos olhamos seriamente.
— Você é mais louca do que pensei. — falou tocando meu braço, arrepiando meu corpo inteiro. — Pode me fazer um favor?
Assenti sem palavras do que ele pediria para mim, naquele instante acredito que faria qualquer coisa mesmo que fosse alguma loucura. Entretanto, o que ele fez em seguida foi me derrubar da cama junto com ele. Ambos caímos como jacas maduras no chão. E não fui eu que caí na parte macia, foi ele! Senti todo seu peso no meu corpo e muito desconforto!
— Te esmaguei? — questionou, rolando pro lado. — Eu somente queria que fosse embora...
Theo caiu na gargalhada sentando-se no chão. E eu? Bom, continuei como uma jaca despedaçada no chão. Não tinha graça nenhuma o que ele fez, mesmo que tenha sido sem querer. Coloquei as mãos no rosto e chorei constrangida.
— Sou uma piada pra você? Onde estou errando, me diz? Por que continuo insistindo em sua recuperação? Devo desistir? Você é um babaca! — desabafei.
— Não chore, Pamela, me desculpe. Juro que não queria ter feito que fiz. — falou, tentando uma aproximação. Limpei minhas lágrimas e lhe mostrei a língua. — É assim que pretende conquistar meu respeito?
— Você é um cachorro louco! Isso mesmo, tá ouvindo bem? Cachorro louco! Quem tem que conquistar respeito aqui, é você, o meu! — afirmei, sentando no chão, em seguida batendo em sua coxa com força. — Tem sorte que tenho as unhas curtas, caso contrário enfiaria elas no seu coro!
— Ora, ora, estou sendo ameaçado! Chaveirinho, tenha cuidado porque não sou um cachorro que late e não morde! Quero só ver sua cara quando eu te morder, tenho uma mordida e tanto...
Incrédula de suas palavras, forcei uma risada bem falsa. E que papo de chaveirinho era aquele? Um novo apelido? Sério? Ele poderia ter sido melhor!
— Então, morde, Theo, anda! Morde como o cachorro louco que digo que é! — provoquei, arqueando a sobrancelha esquerda.
— Que língua afiada você tem, meio metro. — debochou, puxando-me para mais perto de si. Meu corpo estremeceu com seu toque caloroso no meu rosto. Não consegui mexer um músculo sequer. Seus olhos próximos aos meus era muito provocativo, ao menos, para mim era.
— O que é isso? — perguntei, batendo em sua mão atrevida após cair na real do quão errado aquela situação era. — Não seja atrevido!
— Não brinque com um homem, Pamela... — murmurou de um jeito sexy, mordendo seu lábio inferior.
Engoli em seco sem desviar meus olhos dos seus. Meu pobre coração parecia estar em um desfile de carnaval. Eu queria me convencer que ele era somente mais um dos meus pacientes, mas ali ele despertou algo dentro de mim, algo que não queria sentir.
Não sabia qual caminho seguir: A razão ou a emoção. Theo era proibido pra mim e com certeza, seria um caminho sem volta se eu ultrapassasse o limite.
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