Capítulo XXVI
Era um dia calmo e tranquilo no bairro de Noah e Elena, já havia se passado alguns dias desde compra da casa e por isso, Zinavoy ficara esquisito, ele passou a ser mais receoso e medroso, após receber uma ameaça no bilhete de Wormwood. “O que ele estava tramando?”, “Onde ele está?” e “Com quem está?”, essas eram as questões que rodeavam a cabeça de Noah. Mas as mesmas não tinham respostas e nem pistas. Elena percebera isso no comportamento do doutor, que sempre olhava as janelas, mantinha as cortinas fechadas e nem saía de dentro de casa. Isso era completamente estranho para a espanhola.
— Bom dia, querido! — Ela desejou radiante. — Dormiu bem?
— Bom dia querida. — Zinavoy sorriu. — Ah... Sim, eu tive uma ótima noite de sono!
Elena sorriu e pegou uma xícara que estava na bandeja em cima da mesa, colocou um pouco de café na mesma e bebericou um pouco do líquido negro.
— Querido, preciso falar algo com você! — ela avisou. — O assunto é sobre o seu comportamento que está muito estranho ultimamente. O que está acontecendo com você?
Noah arregalou os olhos e sorriu meio sem jeito.
— Oh, não está acontecendo nada querida. Pode ficar sossegada que não está acontecendo nada comigo! — Ele sorriu e bebericou um pouco do seu café. — Só estou meio confuso e cansado por estar preocupado com o meu consultório em Liverpool. Creio que eu tenho uma montanha de consultas para realizar.
Elena assentiu.
Passaram-se alguns segundos, e a bailarina estava calada quando olhou para a janela na cozinha, e encarou a mesma até ver raspas brancas cair do céu. Era a neve. Estava nevando em Nova Iorque. Com um olhar curioso, a mesma saiu dali e seguiu com passos calmos até a porta dos fundos, passou pela mesma e logo adentrou no jardim atrás da casa. Esticou a mão e viu um floco de neve cair sobre a palma da mesma. Um sorriso largo e brilhante brotou na face da espanhola, que com as mãos levantadas para o céu, rodou e dançou sobre a neve branca e macia. Aquela era a primeira vez que Elena vira a neve de perto, pois desde quando nascera na Espanha, nunca tinha visto a neve de perto – pois onde morava, nunca nevava.
Sob o olhar curioso de Noah, ela brincou, correu e se divertiu com a aquela chuva de flocos, que simbolizava que o natal e o inverno estavam muito próximos. O doutor se aproximou da janela da cozinha – com a xícara de café nas mãos – ele observou a sua amada e recordou do que ela havia dito há alguns dias atrás. “Eu espero não ser mais uma de suas garotas, Noah, ou eu irei embora para bem longe de você e nunca mais voltarei!”, ele lembrou. Depois, ele balançou a cabeça tentando esquecer isso. Porém, ele temia muito que Elena pudesse encontrar a carta de Rose e soubesse de tudo sobre Peggy, ou até mesmo a pessoa que lhe mandou a ameaça contasse para ela. Isso era o que ele tinha mais medo.
— Elena! Ei, querida! — Ele a chamou. — Venha para dentro, pois a temperatura vai cair. Venha logo!
— Está bem! — Ela respondeu. — Estou indo.
Poucos segundos depois, a bailarina já se encontrava dentro da residência e tentava acender a lareira. Mas ela logo conseguiu.
— Pelo visto, vamos enfrentar uma tempestade de neve. — Noah disse observando a rua ficar de cor branca. — Portanto, feche as janelas e ligue o aquecedor. Pois, irá fazer bastante frio!
Elena bateu cadência – fingindo que o doutor era um capitão.
— Sim senhor, comandante!
[...]
Passaram-se algumas horas desde o começo da tempestade, mas a neve deu uma trégua para os habitantes daquele bairro quase deserto. Noah e Elena estavam deitados sobre o chão, onde escutavam os boletins de notícias que passava no rádio. O silêncio entre o casal era grande e fazia apenas a voz do locutor no rádio ecoar pela casa. Enquanto, a bailarina se concentrava nas notícias, o doutor se encontrava em seus profundos pensamentos e recordava-se do bilhete que recebera dias atrás, mas também se perguntava, de quem poderia ser? A sua mente afirmava que era de Matthew Wormwood, mas a sua intuição girava entorno de Friedrich von Kammacher ou Reginald Schneider. Até que quatro batidas foram ouvidas na porta.
— Noah, tem alguém batendo na porta. — Elena avisou. — Pode ir abrir e ver quem é?
— Está bem! Eu irei.
O doutor levantou-se calmamente e seguiu até a porta, antes de abrir, olhou pelo olho mágico e se encontrou a pessoa que menos queria encontrar um dia. Matthew Wormwood. Noah nem se quer abriu a porta e se afastou da mesma assustado.
— Elena! — ele a chamou. — Matthew está aí fora.
Elena se levantou rapidamente e assustada, se pôs presente ao lado de Noah. Ela estava desesperada.
— O que iremos fazer, querido? Ele vai entrar aqui e vai nos matar! — Dizia a espanhola assustada.
Noah andou em círculos desesperado e logo chegou numa conclusão.
— Tive uma ideia. Vá para o segundo andar da casa e puxe uma cordinha no teto, que mostrará a passagem para o sótão. — Ele disse em pânico. — Me espere lá e deixe a porta aberta.
— Mas e você?
— Eu vou logo atrás!
Elena assentiu e subiu para o segundo andar, correu um pouco e puxou a corda que ficava pendurada, onde revelou a passagem para o sótão. Com um certo receio, subiu cautelosamente os degraus de madeira e lá esperou por Zinavoy. Enquanto isso, Noah cria coragem e decide abrir a porta, onde encontra Matthew com um sorriso malicioso no rosto.
— Olá, doutorzinho de meia tigela! — Matthew disse. — Como estás?
— Boa noite, imbecil! — O doutor acertou um soco no rosto de Wormwood. — E para você é Noah Christopher Zinavoy!
O herdeiro desabou no chão, porém, o doutor se abaixou e acertou outro soco no homem.
— Seu desgraçado! — Wormwood se levantou. — Você vai me pagar!
— Eu irei te pagar com isso! — o doutor acertou um soco no abdômen do herdeiro.
Em seguida, Noah foi ao encontro de Elena. Porém, Matthew se recuperou rapidamente e agarrou na borda do casaco de Zinavoy, que logo se livrou dele muito rápido e continuou a subir os degraus. Correu até a escada onde levava ao acesso do sótão, subiu as mesmas e quando estava lá em cima, recolheu os degraus. Na porta de entrada, colocou a primeira coisa que ele encontrou – que foi um cabo de vassoura – para bloquear a descida dos degraus.
— Espero que isso funcione! — Elena disse ofegante. — Nos ajude meu bondoso Deus!
Eles ficaram em silêncio, enquanto Wormwood vasculhava e chamava por Noah e Elena. O doutor não podia enfrentar Matthew por ele ser muito forte e sempre andar armado, por isso, ele optou se esconder e esperar que ele fosse embora. Quando o silêncio se apresentou, o britânico e a espanhola respiraram em alívio, mas algo começou a puxar a porta de entrada do sótão. Era Matthew. Que puxava incansavelmente aquela cordinha que ficava pendurada no teto.
— Aquele cabo não irá aguentar, Noah! — Ela avisou desesperada. — Precisamos fugir daqui ou ele nos matará!
Noah olhou para todos os lados e logo os seus olhos chegaram na janelinha pequena que tinha na parede, aquela era a única saída e que podia leva-los ao telhado da casa. Onde provavelmente Matthew não os encontraria. Zinavoy colocou uma caixa de madeira abaixo da janela e subiu para o telhado, onde se sentou, pegou bem firme nas mãos de Elena e puxou a mesma para o telhado. Onde ficaram em silêncio e sentiram a temperatura ficar mais baixa. Wormwood conseguiu abrir a porta e logo se pôs presente no sótão.
— Noah, minha querida Elena... Onde estão vocês? — Chamava Matthew. — Apareçam e vamos conversar.
O herdeiro procurou por todo o sótão, porém, logo viu que a janela estava aberta e que tinha uma caixa posicionada embaixo da pequena janela. Matthew fez o mesmo trajeto do casal e logo encontrou eles.
— Achei vocês, meus queridinhos! — Wormwood ficou em pé sobre o telhado. — Agora, eu terei a minha vingança!
Noah e Elena se afastaram mais e mais do homem. Matthew humilhava e xingava os piores nomes para o casal, que se afastava – porém, não se intimidava com as humilhações e xingamentos vindo do herdeiro. Logo, o britânico e a bailarina chegaram ao fim do telhado, e se efetuassem mais um passo eles poderiam cair do alto do telhado.
— Fim da linha, meus queridos. — Matthew gargalhou. — Agora será decisão de você Elena. Você vai querer ficar com ele e morrer, ou comigo e viver? Escolha... Eu ou ele?
Elena – pela primeira vez – sentiu-se presa numa escolha que nem ela mesma poderia sair. Olhou para Noah e para Wormwood. Ela não sabia o que fazer, até que Zinavoy agiu acertando um soco no olho de Matthew e depois empurrando o mesmo, que se afastou um pouco e quase caiu do telhado.
— Você não vai mais ameaçar ela, entendeu? — Noah empurrou ele outra vez. — Você é um imbecil, idiota, desgraçado e infeliz.
Noah empurrou mais uma vez Wormwood. O herdeiro chegou ao fim do telhado e mais um passo, ele caía.
— Você vai deixar ela em paz e nunca mais irá nos infernizar. — Noah olhou nos olhos do herdeiro. — Portanto, quero que vá pro inferno!
O doutor empurrou Matthew e o mesmo caiu do alto do telhado da casa, onde um grito foi ouvido por toda a vizinhança. Logo, o herdeiro estava estirado no gramado na frente da casa. Aparentemente estava morto. Noah se aproximou cuidadosamente para ver o corpo e chegou na conclusão de que ele estava morto.
— Ele deve morrido. Acho que agora, viveremos em paz, querida. — ele abriu um sorriso fraco.
Elena olhou para ele com receio.
...
Poucos minutos depois de Wormwood cair, a polícia e a ambulância já se encontrava em frente à casa da família Zinavoy. Onde faziam uma investigação sobre o homicídio ou tentativa de homicídio. A polícia havia chegado numa conclusão, mas antes, precisavam checar os fatos e saber de toda a verdade. Porém, uma pessoa foi capaz de subordinar o chefe de polícia, dizendo que Noah assassinou Wormwood apenas apertando uma de suas veias no pescoço. Isso foi o bastante para o chefe acreditar e ir atrás de Zinavoy.
— Senhor Zinavoy, você pode me acompanhar até a delegacia?
Noah desconfiou.
— Porque?
— Não faça perguntas e me acompanhe, por favor!
Noah assentiu.
— Vamos!
— Eu posso ir, chefe? — Elena indagou preocupada.
— Não, acho melhor ficar por aqui mesmo, senhorita! — Disse o homem.
Noah e o chefe de polícia entraram na viatura, em seguida, partiram dali rumo à delegacia da cidade.
...
— Bom, segundo algumas das testemunhas, afirmam ter visto você empurrando o senhor Matthew Alexander Wormwood do telhado de sua própria casa! — Disse o chefe de polícia. — Isso é verdade, senhor Zinavoy?
— Eu apenas me defendi, oficial. — Noah disse com uma voz calma. — Ele queria me matar e matar à minha futura esposa!
O chefe anotou o relato de Noah numa folha, depois parou e olhou para o doutor. Em seguida, levou os seus olhos para um oficial que estava ali por perto e fez um sinal para o mesmo.
— Sinto muito, senhor Zinavoy! — disse o chefe— Mas, você está preso por tentativa de homicídio. Ficará preso até cinco dias e depois irá para a penitenciária de Smallville!
O policial colocou as algemas nas mãos de Noah e o chefe ordenou que levasse ele para uma prisão improvisada.
— Mas, eu tenho o direito de ter uma ligação, não é mesmo? — O rapaz perguntou.
Em seguida, ele foi jogado numa sala, que tinha uma porta com apenas uma pequena janela em forma de círculo na mesma.
— Claro que tem, mas apenas daqui a uma hora. — avisou o oficial.
Noah assentiu.
Passaram-se cerca de uma hora, logo, Noah foi liberado por quinze minutos para fazer uma ligação para familiares ou amigos. Em busca de liberdade. Primeiro, ele ligou para o seu tio Freddie e avisou que estava preso, o tio do mesmo correu rapidamente para a cidade. Assim, em segundo e terceiro se foi feito com Jack e Elena, que compareceram rapidamente na delegacia. Todos eles com um único objetivo, libertar Noah da prisão.
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Obs: Desculpem-me se este capítulo estiver meio confuso em algumas cenas. Perdoe-me!
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