Capítulo XVIII
Olá, aqui vós lhes anuncio a participação de aylenakrause e sua família da pesada... Ops, digo, digo, família Lowe. Isso ae. Portanto, desfrutem desse novo capítulo e boa leitura.
Sucesso em Cicatrizes da Revolução, Aylena!
Obs: a música de Dorothy é criada por mim!
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Elena e Mildred decidiram ir atrás do jovem doutor – que naquele momento se encontrava desaparecido. Mildred já havia trabalhado a bordo do Etoille de France, portanto, ela já sabia onde era o consultório do doutor de bordo. Em meio a comissários acompanhados de sobreviventes – além de comissários, estavam enfermeiras, tripulantes e oficiais. Swane e Torres já se encontravam no mesmo corredor onde estava o consultório, elas logo chegaram e bateram na porta, onde um homem de cabelos castanhos e meio alto abriu a porta, portando o uniforme de doutor do navio.
— Em que lhes posso ajudar? — Perguntou o homem. — Precisam de alguma coisa?
— Sim! Queríamos saber se um homem está aqui. — Mildred disse segurando os seus próprios dedos. — Ele se chama Noah Zinavoy.
O doutor abaixou o olhar meio pensativo.
— Podem descrever ele?
— Ele é alto, tem cabelos castanhos e uma franja da mesma cor, o corpo é definido e ele possui mãos um pouco grandes. — Mildred respondeu. — Além disso, ele possuí um corte no braço esquerdo.
O doutor olhou para dentro da sala, logo depois voltou o seu olhar para as duas mulheres ali.
— Então deve ser este rapaz aqui! — Disse ele abrindo a porta. — Podem entrar.
Com passos firmes e lentos, Mildred e Elena adentraram a sala e avistaram o doutor deitado sobre a maca, onde estava apenas com a roupa íntima e com a cabeça enfaixada. Logo, as duas damas se encontraram ao lado da maca.
— Noah! — Sussurrou a espanhola. — Meu querido Noah.
Mildred apertou a mão de Elena, em sinal de consolo.
— Ele perdeu muito sangue, porém, ele receberá mais graças a uma bolsa de sangue do mesmo tipo sanguíneo. — Disse o doutor com uma prancheta nas mãos. — Ele, com toda a certeza, ficará em coma.
Mildred e Elena assentiram.
— Mas por quantos dias?
O doutor olhou para Zinavoy, depois olhou para a prancheta e voltou com os seus olhos para as mulheres.
— Por tempo indeterminado! — respondeu o doutor. — Isso se ele não... Partir!
Elena não podia estar acreditando, o seu amado Noah Zinavoy estaria desacordado por dias, semanas meses e até mesmo anos. Isso poderia – ou não – acontecer.
— Meu Deus! Isso não pode estar acontecendo! — Disse Elena em tom de desespero. — Me diga que ele viverá, por favor, me diga doutor!
O doutor, que tinha uma expressão de tristeza em seu rosto, precisava responder da maneira mais calma possível para a jovem bailarina.
— Eu não posso confirmar isso, senhorita!
Elena se sentou numa cadeira e com as mãos nos cabelos, começou a chorar e entrar em desespero.
— Acalme-se Elena, ele acordará logo... Acredite nisso! — Mildred se aproximou dela. — Você não pode desacreditar Elena. Pois, a esperança é a última que morre!
Elena levantou a cabeça, com os olhos marejados, ela sorriu e foi abraçada por Mildred.
— Você tem razão, Mildred. —limpou as lágrimas. — Ele acordará logo, logo!
— Isso mesmo, Elena!
— Sem querer interromper esse momento, tenho uma ótima coisa para lhe dizer. — Disse o doutor, fazendo a bailarina assentir. — Você pode visitar ele qualquer hora que quiser, pois a porta estará destrancada para você!
— Obrigada, muito obrigada mesmo, doutor...?
— Priest, doutor Priest!
— Doutor Priest, obrigada, muito obrigada mesmo!
Priest sorriu.
...
— Você viu alguma garotinha de cabelos castanhos?
— Eu não vi, senhorita.
— Ou então viu um homem de cabelos pretos, barbas por fazer e meio alto? — Milly descreveu. — Ele se chama John Potter, porém ele é mais conhecido por Jack. Você o viu?
— Sobre esse homem, eu vi alguém parecido com ele e a última vez que o vi, ele estava no salão de jantar. — Disse um jovem marinheiro. — Porém, se não me falha a memória, ele estava com esta garotinha.
Milly abriu um sorriso fraco no rosto.
— Mesmo?
— Julgo que sim, senhorita!
— Meu Deus! — Milly disse deixando uma lágrima descer de seu olho. — Muito obrigada por me informar. Que Deus lhe abençoe, jovenzinho.
O marinheiro assentiu. Emilly rapidamente deixou o local e seguiu atrás de seus dois amores. Com passos firmes e apressados, a jovem adentrou no salão, onde vários sobreviventes e passageiros se encontravam, Milly saiu – completamente perdida – andando pelo salão, chamava três vezes por Jack e Sarah. Sem resposta. Ela chamava e chamava por eles, novamente sem resposta. A jovem já não aguentava mais aquele sofrimento e decidiu se sentar numa mesa, onde esperou por alguns minutos e deixou o local. Quando saiu pela porta do salão e adentrou no convés, sentindo a brisa fria que vinha de sudeste, ela começara a procurar e olhava para todos os sobreviventes que estavam ali. De um por um, Milly seguia procurando até que...
— Quando a Milly irá aparecer?
— Eu não sei, Sarah! — disse a voz que ela conhecia muito bem. — Mas logo ela irá aparecer. Logo, logo ela vai aparecer de novo!
— Assim como agora!
O rapaz olhou para a voz que vinha de suas costas e contemplou a beleza da voz. Era ela. Emilly Harper, que estava ali com um belo sorriso no rosto e além disso, seus olhos encontravam-se marejados. Jack rapidamente largou Sarah e abraçou a dama, que colaborou no abraço.
— Oh Milly! Milly, você está viva. — disse Jack no ouvido da mesma. — É uma maravilha te encontrar. Meu Deus! Obrigado, muito obrigado.
— Pensei que você tinha sido perdido no mar! — Sussurrou Emilly. — Mas eu estava errada. Realmente, estava errada.
Eles se separaram do abraço, com sorrisos tímidos e de olhos brilhantes, ambos se entreolharam fundo nos olhos. As mãos de John se encontraram na cintura da garota e as mãos dela, nos ombros do rapaz. Se aproximaram tanto um do outro que ambos podiam sentir a respiração um do outro. Com um gesto romântico, os lábios de Milly se conectaram aos de Jack, formando um beijo doce, calmo, romântico e nenhum pouco selvagem. Ambos se separaram com sorrisos tímidos e se abraçaram, aos olhos de Sarah.
— Desculpe o incômodo. — disse a mais nova. — Mas eu estou viva, está bem?
Milly e Jack sorriram.
— Está bem! Portanto, agora você estará sobre os meus cuidados. — Disse a governanta, depois pegando a mais nova nos braços. — Seremos felizes na América, iremos esquecer de tudo que aconteceu. Viveremos uma nova vida.
A jovem pegou a mais nova nos braços e começou a caminhar, acompanhada de Jack.
— Onde ninguém poderá nos atazanar. Lá na América, iremos viver em paz! — Jack disse. — Vamos ser uma família. Uma excelente família!
— Assim espero.
[...]
Barmouth, Inglaterra
07 horas e 00 minutos
“O Queen América é torpedeado e naufraga em mar furioso. No momento não há um número certo de mortos.”
A grande notícia já circulava pelos jornais de toda a Inglaterra. Em especial, a cidade de Liverpool e Barmouth. Onde alguns dos passageiros do Queen América eram de nacionalidades destas duas grandes cidades. Nas primeiras páginas dos jornais de Barmouth, a tragédia do Queen América já mostrava que o desastre ocorrera há poucas horas atrás e várias informações eram dadas aos jornais pelo SS Etoille de France, que continha um sinal mais poderoso e manteve um contato com a base britânica de telégrafo, onde algumas notícias sobre os sobreviventes e os falecidos chegaram. Principalmente numa casa na cidade de Barmouth, onde uma bela família desfrutava do café da manhã.
— Mais um naufrágio causados pelos alemães! — Disse o quinto oficial lendo o jornal. — Coitado deles.
O homem de cabelos castanhos, lia calmamente as notícias sobre o naufrágio do Queen América e bebericava o seu café. Onde na mesa, estava sob a companhia de sua esposa e de seus filhos gêmeos, além de um carinhoso e brincalhão cachorro, que se encontrava dormindo no tapete perto da porta que tinha acesso à um corredor.
— Pobre sobreviventes, tiveram que aguentar aquele horrível frio do Atlântico. — disse a mulher de cabelos cacheados e castanhos. — Assim como nós, Harry.
O oficial a sua frente sorriu e logo desfez o sorriso.
— Aquela noite fora realmente traumática, até os dias de hoje ainda tenho recordações daqueles gritos. — Lowe disse com os olhos na mesa. — Além de perder tudo que eu tinha, perdi minhas roupas, meu valioso relógio e meu querido amigo... Moody!
— Pobre Moody, morreu tão inocente. — Disse Marina depois de bebericar um pouco do café. — Ele agora virou um anjo em nossas vidas.
— Tens razão!
O silêncio dominou o local e alguns minutos depois, três batidas na porta foram ouvidas por eles e Lowe se levantou para ir abrir a porta. Passou pelo corredor de cor azul e chegou até a sala de estar, onde girou a maçaneta da porta e se encontrou com uma mulher de cabelos castanhos.
— É aqui vive a família Lowe?
O oficial sorriu ao ver a mulher.
— Oh sim! — respondeu o mesmo com um belo sorriso no rosto. — Senhorita Chambers, que prazer em revê-la.
— O prazer é todo meu!
— Vamos entre. — o oficial pediu. — Sinta-se em casa.
A mulher adentrou pela porta.
— Obrigada, oficial Lowe.
Dorothy se encontrou perdida no meio das cores amarelo e azul, que se destacavam nas paredes da casa. Lowe convidou a mesma para ir até a cozinha e Chambers aceitou. Caminhou seguindo atrás de Harold e logo chegaram na cozinha, onde avistaram Marina e os gêmeos, Charlotte e Luke.
— Dorothy, que bom lhe ver novamente! — Disse Marina abraçando a mulher. — O que fazes aqui em Barmouth?
— É bom também lhe rever! — Respondeu a herdeira da Chambers Line e se desfazendo do abraço. — Eu vim resolver uns acordos com o estaleiro da companhia.
— Vamos sente-se!
A herdeira puxou uma cadeira e se sentou.
— Você ainda continua a mesma, não mudou nadinha! — Comentou Marina. — Parece que você andou usando cremes para rosto demais.
A senhora Lowe e Dorothy sorriram.
— Realmente, andei fazendo isso.
Dorothy olhou para os gêmeos e abriu sorriso para os mesmos, Charlotte sorriu e Luke abriu um pequenino sorriso tímido.
— Quem são essas bençãos de Deus?
— Ah sim! — Marina disse. — Essa é Charlotte e este é Luke.
— São irmãos que se amam!
Os gêmeos se entreolharam e responderam um ao outro, com a língua de fora e depois não se olharam mais. Lowe repreendeu os mesmos com um olhar de bravo.
— Então, senhorita Chambers, tem algum filho ou filha? — Lowe perguntou.
— Harold!
— O quê houve? — Ele perguntou confuso para Marina. — Só estou curioso.
Dorothy sorriu.
— Sim! Eu tenho uma garotinha de oito meses, chamada Madeleine. — respondeu a mulher. — Ela agora está com o meu namorado e imediato Andrés Palomares, a bordo do Estrella Halley.
— Oh sim! Ela deve ser adorável. — Lowe disse.
— Realmente, ela é uma garotinha adorável.
O silêncio se manteve.
— Por falar em adorável, onde está a Isabella? — Dorothy perguntou. — Há tanto tempo, eu não vejo ela desde quando vocês estavam no Buena Vista.
Lowe e Marina arregalaram os olhos assustados, eles deviam falar onde ela estavam ou deviam mentir para a mesma? Essa era a questão que circulava entre a senhorita Potter e o senhor Lowe.
— Bom... Ela... Ela... — Marina começou a dizer. — Ela... Está... Ela...
— Ela está na Irlanda, visitando um tio dela. Ela deverá voltar na próxima semana! — Lowe tomou a fala de Marina. — Mas eu avisarei a ela sobre a sua visita.
— Oh sim!
A herdeira olhou para o relógio que tinha na parede da cozinha, onde marcava 07 horas e 30 minutos. Era hora de partir.
— Bom, eu preciso ir ou o presidente do estaleiro não fechará negócio com a companhia. — Disse Dorothy levantando da cadeira. — Obrigado pela conversa.
— Mas já está indo? Está muito cedo! — disse Marina. — Fique mais um pouquinho.
— Infelizmente não posso, preciso ir. — Respondeu a mulher. — Mas quem sabe se perto do natal eu possa visitá-los novamente.
A mulher sorriu.
— Tchau Marina, tenha um ótimo dia e até a vista novamente. — desejou a herdeira abraçando a mais nova. — Cuide-se e que Deus lhe abençoe.
— Obrigada e igualmente, Dorothy.
Ambas sorriram.
— Tchau Charlotte e Luke!
Os gêmeos sorriram.
— Eu lhe acompanho até a porta, senhorita Chambers! — Lowe disse se levantando de seu lugar.
— Obrigada.
Em seguida, eles dois seguiram até a porta, onde a mesma saiu e o oficial permaneceu parado na porta.
— Bom, oficial Lowe, desejo-lhe um ótimo dia e que Deus proteja sempre vocês.
— Igualmente, senhorita Chambers!
A herdeira sorriu e abraçou o oficial, que também colaborou.
— Enfim, o mar me espera! — disse a herdeira. — Até a vista!
— Até!
Dorothy virou em direção a calçada e começou a caminhar.
— Assim eu vou, assim eu vou, assim eu vou navegando rumo ao Caribe e sem destino eu estou! — cantarolou Dorothy, enquanto caminhava rumo à calçada.
— Assim eu vou navegando rumo ao Caribe e sem destino eu estou.
Após ultrapassar o portão da casa, ela seguiu cantarolando essa música e arrancando pequeninas risadas de Lowe, que fechou a porta e voltou para a mesa.
[...]
— Não há mais nada lá fora, a não ser corpos e destroços. — Comentou o capitão Beattie. — Vamos partir agora, Greenfield!
— Sim senhor, comandante.
— Motores a meia força, Schnell!
— Sim senhor, comandante.
Os motores do Etoille de France foram ligados e com meia força, o navio começou a seguir sua viagem para Halifax*, onde chegaria apenas em dois dias, por conta do desvio que eles deveriam fazer – pois o canal de Whitefish estava raso e isso faria com que o Etoille ficasse encalhado na areia – e assim eles seguiram com sua viagem, onde a bordo estava 700 pessoas. Entre essas pessoas, Elena, Jack, Milly, Noah, Mildred e o herdeiro do magnata do aço de Pittsburgh, Matthew Wormwood.
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1.* Halifax é uma cidade canadense situada na província da Nova Escócia, perto de Newfoundland (Terra Nova). Essa cidade foi fundada em 1842 por Edward Cornwallis. Anteriormente em 1749, a cidade era apenas uma vila ou vilarejo - como preferir - e depois da guerra fundada por Cornwallis, ela passou a ser cidade e em 1996, se tornou o "Município Regional de Halifax". A cidade possuí cerca de 403 milhões de habitantes em 2016. Há relatos de que essa seria a primeira parada do RMS Titanic após atravessar o Atlântico Norte. Mas são apenas boatos e fatos falsos.
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