Capítulo VIII
Ele não te ama, Elena…
Ele está apenas abusando de você…
Ele não te ama...
— Vamos acorde. Ande logo sua moribunda!
— Levante dessa cama, você não está acamada e muito menos doente. Vamos! — Gritava Matthew.
— O que houve, Matt?
— Acorde vamos! — Gritou o herdeiro.
Elena fora acordada a força e ela não sabia o que realmente estava acontecendo. Porém, já estava de pé às 06 horas e 55 minutos da manhã, possivelmente todos estariam dormindo ou acordados em suas camas. Ela estava atordoada e estava bastante sonolenta, enquanto Matthew insultava a mesma e ela estava cochilando até que foi desperta com uma bofetada no rosto direito por Wormwood.
— Acorde, eu estou falando com você! — Matthew gritou. — Como você é inútil, Elena.
— Muito bem! Quero que dobre minhas roupas e separe as limpas das sujas. Depois coloque as limpas nas malas e sem amassar elas.
Elena assentiu, não sabia muito bem o que se passava e logo decidiu fazer o que Wormwood mandava, ou ela iria ser agredida. A bailarina não estava entendendo nada do que estava acontecendo, Matt nunca apresentou nenhum traço de que era um homem agressivo e possessivo, sempre mostrou ser um homem amável, confiável e de bom coração. Mas isso era apenas uma fantasia que ele mesmo usava contra Leonor e Ernesto.
As horas se passaram, eras exatamente 08 horas e 30 minutos da manhã do 20 de outubro, faltava apenas três dias para o Queen América atracar em Halifax e depois seguir para Nova Iorque, onde aportará na manhã do dia seguinte. Matthew apenas observava a garota fazer tudo que ele mandava e ocasionalmente lia algumas páginas de jornais ou livros, a bailarina estava exausta e se sentou num banquinho em frente ao espelho com um copo de água, onde bebericou um pouco e soltou um suspiro de cansaço. Matt viu aquilo e se aproximou calmamente, onde sorriu amigável para Elena, pegou o copo e depois jogou o mesmo no chão.
— Pare de enrolações e continue ao trabalho. — Matt desfez o sorriso e apresentou uma expressão de raiva.
Elena olhou para os cacos de vidro espalhados no chão e depois tratou de encarar Matthew.
— Me obedeça, pois é minha esposa!
— Eu não serei esposa de um monstro! — Elena gritou e fez com que Matt abrisse um sorriso maldoso em sua face. — Você é um monstro e uma fera assassina.
Matt gargalhou e limpou uma falsa lágrima de seu rosto. Depois avançou contra Elena e empurrou a mesma para a parede, onde apertou o seu pescoço.
— Se sou uma fera… É hora de atacar a presa.
— Eu não vou ser trocado por um doutor de meia tigela e de quinta categoria. Eu não serei feito de idiota. Elena você entendeu? — Matt dizia quase cuspindo no rosto da jovem.
— Eu não serei esposa de um monstro e por cima de tudo um psicopata, como você! — Elena enfrentou o mesmo, fazendo ele ficar com raiva.
Isso foi o bastante para Wormwood pegar com força no braço dela e levar a mesma até o armário, onde a jogou no chão do local estreito e escuro.
— Se sou um psicopata, vamos ver se sou mesmo. Só sairá deste armário quando aprender a se comportar como uma mulher! — Matt disse, vendo Elena deixar uma lágrima solitária descer de seus olhos castanhos. E depois jogou a mesma ali dentro. — Tenha um bom dia dentro do armário, até mais tarde Elena!
O herdeiro trancou a porta, guardou a chave no bolso e gargalhou maldosamente, enquanto Elena pedia por misericórdia e para ele abrir a porta.
— Matthew abra esta porta. Matt, abra esta porta, por favor!
Wormwood fingiu não ouvir e fez questão de assobiar para não ouvir os pedidos de Elena, depois ele saiu da cabine como se nada tivesse acontecido. A bailarina acabou desistindo de gritar após ouvir a porta da cabine se fechando. Ela juntou os joelhos segurando os mesmos com as mãos, apoiou sua cabeça nos braços e deixou as lágrimas descerem de seus olhos.
— Alguém me ajude, por favor... Noah, por favor.
Ela levantou a cabeça e olhou para o teto do armário.
— O que foi que eu fiz para merecer isto, Deus? Se isto foi uma coisa errada que fiz, peço perdão desde agora para todo o sempre... Me ajuda, me tire desse sofrimento, por favor! — Elena pedia entre lágrimas e soluços. — Por favor... Me tire desse sofrimento.
...
Noah e Jack se encontravam no luxuoso salão de jantar do navio, onde o mesmo estava retornando da mesa onde tomou o seu café da manhã, quando percebeu que Matthew estava conversando com Leonor e Ernesto e ele não estava acompanhado de Elena, isso Noah acabou desconfiando e planejou um bom plano para descobrir.
— Jack, esconda-se atrás daquela planta e tente ouvir sobre o que eles estão falando.
Jack olhou assustado para Zinavoy.
— E se eles me descobrirem?
— Eles não vão te descobrir, se te descobrirem eu resolvo tudo. Agora vá! — Noah ordenou, vendo Jack olhar raivoso para ele.
— Está bem!
John seguiu até a planta, onde se abaixou e tratou de ouvir o que Matthew conversava com os pais de Elena.
— Elena não pôde comparecer ao café da manhã, pois acabou batendo a cabeça contra o armário.
— Então iremos visitá-la agora! — Leonor disse e Ernesto assentiu. — Uma boa ideia, querida.
— Não! Ela... Ela... Ela... Está descansando agora e pediu para que não fosse incomodada. — Matthew gaguejou e mentiu. — Desculpem... Esses são os pedidos dela.
Leonor sorriu e abaixou o olhar.
— Está bem, avise a ela que mais tarde eu irei a visitar-lá. — Leonor levantou o olhar. — Com licença.
Matthew sorriu e quando os pais de Elena partiram, ele desfez o sorriso e o olhar de maldoso estampou-se em sua face. Jack deixou o local rapidamente e seguiu de volta para Noah.
— Então... O que ele disse?
— Que ela bateu a cabeça no armário, depois os pais dela disseram que iriam visitar ela, mas ele gaguejou um pouco e disse que ela está descansando e que não quer visitas.
Noah levou a mão ao queixo e abaixou o olhar, ficando pensativo.
— Isso não é bom., Jack. Distraía Matt enquanto eu resolvo tudo e descubro o que houve com Elena.
O mais novo bufou de tédio.
— Mas se ele desconfiar e descobrir tudo? — Jack perguntou. — Será que ele me conhece?
— Ele não descobrir e claro que ele não te conhece. Agora boa sorte.
— Igualmente.
Noah deixou o local apressado e seguiu para a cabine da bailarina, enquanto Jack criava coragem e planejava algum plano para distrair o herdeiro.
— Senhor Wormwood, que prazer em vê-lo.
...
Noah corria e não se importava se esbarava em algumas pessoas, ele não tinha bastante tempo para ver se realmente era verdade que Elena bateu a cabeça no armário, por isso, ele corria bastante. Logo ela estava presente sobre a porta da cabine, bateu quatro vezes e chamou pela garota. Sem respostas. Então ele girou a maçaneta e a porta não estava trancada, chamou por ela ao colocar uma parte do corpo dentro da cabine, novamente sem respostas.
— Elena? Estás aqui? — Noah chamava enquanto dava passos leves dentro da cabine. — Elena? Está me ouvindo? Estás aqui?
Dentro do armário se encontrava Elena. Estava deitada sobre o chão e sem forças para chorar, a voz doce de Noah invadiu os seus tímpanos e fez com que ela se levantasse. Um sorriso fraco se abriu com os olhos marejados.
— Elena!
— Noah! — A bailarina gritou. — Aqui... Estou aqui. Me ajude, por favor.
Noah seguiu até o armário e percebeu que a voz vinha daquele local.
— Elena, você está bem? Você está ferida?
— Um pouco, apenas com marcas de agressões. Noah, me tire logo daqui... Por favor!
— Está bem, onde está a chave?
— Eu não sei. Acredito que Matthew tenha levado ela.
Noah pensou e pensou e logo chegou numa única solução.
— Elena, se puder... Afaste-se da porta. — O doutor ordenou e tomou um pouco de distância. — Afaste-se.
A bailarina se afastou o máximo que podia. O doutor então, começou a distribuir fortes supetões e empurrões na porta. Ele tinha que ser rápido, ou a qualquer momento, Wormwood ultrapassaria aquela porta. Com um urro, Noah conseguiu arrombar aquela porta e finalmente Elena pôde ver a luz do dia.
— Venha!
Noah pegou a bailarina em seus braços e retirou ela dali, a jovem semicerrou os olhos com a claridade e foi depositada delicadamente no chão por Noah. Onde o mesmo se sentou ao chão e tentou recuperar a respiração normal. Elena percebeu que o doutor estava bastante cansado e ela pôs a sua mão na nuca do rapaz, na tentativa de acalma-lo.
— Obrigada por me resgatar, Noah! — A bailarina sorriu. — Muito obrigada!
— De nada. — O doutor retribuiu o sorriso. — Agora pode me explicar o que de fato aconteceu para você estar trancada no armário?
Elena se sentou, levou os seus olhos aos sapatos e soltou um suspiro.
— Hoje pela manhã eu acordei sobre ordens e insultos de Matt, me obrigando a dobrar, separar e guardar suas roupas nas malas. Depois parei um momento para beber água, quando ele se aproximou e quebrou o meu copo, dizendo que eu estava enrolando e demorando. Eu gritei e enfrentei ele duas vezes. Isso foi o suficiente para ele me trancar no armário e dizendo que só sairia dali quando me comportasse direito.
Noah se levantou furioso e seguiu até a escotilha, onde observou o oceano e depois retornou para perto de Elena.
— Como ele pode fazer isso com você? Ele é um idiota, um imbecil e um covarde! — Noah bufou de raiva. — Ele não merece o seu amor, Elena.
— Mas enfim... Se você quiser viver em paz e longe dele, venha comigo.
Elena olhou para ele preocupada.
— Eu não sei não, Noah. Tenho muito medo do que Matt pode fazer contra nós! — Elena hesitou. — Eu não sei se isto é uma boa ideia.
— Mas se você quiser viver sobre ameaças e agressões, fique aqui mesma parada!
O doutor esboçava uma expressão de tristeza e preocupação, enquanto a donzela pensava e pensava.
— Leve-me para a paz e tranquilidade, Noah!
O doutor sorriu e rapidamente pegou a mão da bailarina e retirou a mesma daquele local, que trazia resquícios horríveis das noites e dias de Matt e Elena.
— Para aonde vamos?
— Vou salvar você deste casamento horroroso!
— Você vai ficar em minha cabine, até desembarcarmos em Halifax, depois fugiremos para a América. — Noah disse enquanto segurava firme na mão de Elena. — Iremos nos refugiar em uma cidadezinha qualquer na Rota 99, onde nos identificaremos como irmãos, entendeu?
— Sim. Espero que isso funcione!
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