XVIII

[Não revisado]

Jimin P.O.V

Faziam algumas horas que Jungkook havia ido embora com os meninos, mamãe estava em plantão e o papai estava se arrumando para levar os gêmeos para casa.

- O Jungkook vai voltar? - Perguntei vendo meu primo olhar pra mim.

Eu sabia qual era aquele olhar, e só podia significa três coisas.

"Você quer dá."

"Você deu e quer dá de novo.

"Você não deu, mas tá querendo dar uns beijos."

Olhei para ele de modo sério para que o garoto não dê um piu.

– Eu não sei se ele voltará agora, mas sua mãe está no andar de baixo, e seu padrinho está aqui, qualquer coisa chame eles. – Meu pai falou me fazendo, sem perceber, por um bico em meus lábios. – Não fique chateado querido, ele precisa descansar, carregou você nos braços, ajudou a mim e sua mãe, ficou aqui a manhã toda, cuidou dos seus amigos e dos seus primos, ele merece um descanso, sim?

Apenas confirmei com a cabeça, eu me sentia culpado por ele ter feito tudo isso, eu não consegui ao menos desejar "feliz aniversário", aquilo me incomodava muito, o homem que literalmente me teve em seus braços a algumas horas agora está longe.

– Estou saindo, tchaul querido. – Ele beijou minha testa, meus primos somente abanaram a mão para mim, logo todos saíram me deixando sozinho no quarto.

Eu não havia recebido um "parabéns" de ninguém, tudo bem que o momento não é de muito felicidade, mas eu não me importaria com isso, respirei fundo virando meu rosto para o quarto que estava com algumas coisas minha.

– Que saco. – Esfreguei o rosto sentindo uma leve fisgada em meus pulsos, os pontos estavam começando a dar sinal de que estavam alí.

"Que dia do caralho."

Eu estava sozinho num quarto de hospital, no dia do meu aniversário, me sentindo fraco, sem nenhuma droga, e a cada momento sentindo que ia vomitar, além de estar todo costurado, que vida eu fui escolher para mim em.

Meus olhos começaram a lacrimejar lentamente, mas limpei rápido todas aquelas lágrimas teimosas quando escuto alguém batendo na porta.

– Pode entrar. – Falei tentando não demonstrar fraqueza em minha voz.

– Parabéns pra você, parabéns pra você, parabéns pra você, parabéns pra você! – A porta é aberta revelando meu pai com um bolo que tinha um formato de coração e somente uma vela na cor rosa pastel.

Junto dele, estava minha mãe, meus primos, meu tio Brawn e, para minha surpresa, Jade, Yuto, Lídia, Kendall, Tae, Jin e Jungkook.

Eu não consegui me segurar, meus olhos começaram a encher e eu sem pensar muito comecei a soluçar, eu me sentia tão feliz mas tão culpado, como eu podia querer e ainda sentir que devia deixar todos? Como eu posso ter essa coragem? Por qual motivo eu havia nascido daquele jeito?

– Oh Jimin, não precisa chorar. – Minha mãe, ainda com a roupa de hospital, falou me abraçando, era tão bom sentir seu abraço quente e acolhedor.

– Vamos, apague as velas mais o Kookie! – Tae falou batendo palmas animado, olhei para o homem que estava com uma roupa diferente de antes, e uma mochila nas costas, ele pegou o bolo das mãos de meu pai e veio até mim.

– Faça um pedido, Jimin Collins. – Meu nome deslizava por sua boca fazendo os pêlos da minha nuca arrepiarem.

Sem pensar duas vezes fechei meus olhos chegando perto do fogo da vela.

" Por favor, me faça alguém melhor."

Abri meus olhos fazendo cruzarem com o de Jungkook, em seguida soprei a vela junto do homem.

– Espero que tenha pedido que o bolo esteja gostoso, porque eu tô morrendo de fome. – Jin falou me fazendo olhar para ele e rir.

– Deixa de ser bobo Jin, meu Deus, como vocês ficaram sabendo? – Jade veio até mim me abraçando.

– A sua mãe ligou para a minha, sabe como aquelas duas são, precisam sempre do apoio uma da outra. – A garota disse logo apertando meu rosto. – Eu fiquei apavorada, nunca mais faça isso, meus irmãos não puderam vim, mas eles mandaram melhoras.

– Você se sente melhor? – Kendall foi quem perguntou dessa vez.

– Quando eu acordei pensei que tinham tirado minha alma, mas já estou melhor. – Sorri vendo a garota sorrindo de volta.

– Você nos deu um susto e tanto, não faça mais isso, pelo amor de Deus. – Lídia veio ao meu encontro me abraçando. – Você é um garoto brilhante Jimin, sabe disso.

– Você se sente bem mesmo? Está pálido. – Yuto pergunta pondo a mão em minha testa, senti meu corpo ficar quente, mas não com o contato alheio, e sim por conta do olhar de Jungkook.

– Estou sim, não se preocupe Yuto. – Segurei seu pulso tirando sua mão daquele local pois sentia que a qualquer momento Jungkook colocaria fogo nele, e não sabia nem o motivo. O garoto me abraçou e depois bagunçou fraco meus cabelos.

– Bem, agora eu preciso voltar para o meu posto, Jungkook, você cuida de tudo aqui, certo? – Mamãe pergunta, o garoto apenas confirmou com a cabeça calado.

– Eu estou indo também, melhoras Jimin, depois o tio vem ficar mais um pouco com você. – Meu tio que estava calado até agora falou, eu apenas sorri para ele. – Feliz aniversário garotos.

– E eu preciso trabalhar, mas amanhã de manhã já estou aqui novamente, certo querido? – Meu pai beijou minha testa.

Os três saíram da sala deixando apenas Jungkook, e oito adolescentes completamente desatinados da cabeça comigo.

– Você tá louco filha da puta? Quer matar a gente de susto? – Kendall foi a primeira a falar assim que a porta fechou.

– Kendall, combinamos de não falar palavrões aqui. – Jin disse fazendo cara feia para minha amiga, que apenas cruzou os braços.

– Você podia ter perdido os movimentos das mãos, Jimin, isso é muito sério. – Yuto falou visível preocupado.

– Gente, já falei que está tudo bem, vamos cortar o bolo.

– Deve está tudo bem mesmo, você e o Jungkook quase se beijaram hoje. – Chiara falou enquanto olhava suas unhas de modo automático.

Um silêncio é estabelecido no ambiente, os olhares de todos foram para mim e Jungkook.

– Eu tinha esquecido completamente disso. – Jin falou olhando lentamente para mim, parecia um boneco amaldiçoado.

– Chiara Dmitriev, eu ainda te mato, talvez não seja hoje, talvez não seja amanhã, mas eu te mato. – Falei vendo ela apenas mostrar sua língua para mim.

– O que foi aquilo em? Vocês por acaso estão tendo um caso? – Jin fala com um sorriso quase malicioso no rosto.

" Meu Deus, que vergonha."

– Eu e Jimin ficamos vinte e quatro horas com vocês, acham mesmo que se estivéssemos tendo algo vocês não descobririam? – De repente escuto a voz de Jungkook, que estava ajeitando alguns pratos descartáveis para comermos o bolo.

Um silêncio ensurdecedor foi ouvido naquela sala, e deixei aceitar que todos alí haviam concordado.

Jungkook P.O.V

Após Jimin finalmente ter dormido, me sentei na cadeira pegando meu notebook e o ligando, precisava resolver algumas coisas no trabalho, basicamente tudo que estava atrasado.

Peguei meu celular vendo mensagens dos meninos, dos pais de Jimin, e de Sid, ele era quem estava cuidando das duas lojas no momento, junto ah um amigo seu.

Quando o computador liga, finalmente consigo ler a ficha de quem eu estava procurando, mas logo me frusto vendo que era muita pouca coisa.

" Garoto coreano de 17 anos, adotado, estudante do High School de corning. "

Mandei mensagem para Sowon, uma amiga e participante da minha gangue, a parte de hacker.

Jeon: Preciso das fichas de todos os coreanos novatos que entraram na escola de Corning, o mais rápido possível.

Sowon: Sim, senhor.

Esfreguei meu rosto devagar sentindo o piercing em meu lábio e sobrancelhas mecherem.

– Aí merda. – Coloquei a mão no da sobrancelha, essa porcaria sempre ficava avermelhado e dolorido mesmo eu cuidando igual um desgraçado.

Escorei mais a cadeira deixando a mesma como se fosse uma cama, em seguida fechei meus olhos esperando alguma notificação de Sowon ou Sid, aquele tipo de trabalho podia dar uma esperada, meu sono era precioso no momento.

Alguns minutos depois sinto algo se mexer perto de mim, me fazendo levantar de uma vez vendo Jimin saindo da cama tentando levar o soro que estava estava em um local alto com ele.

– O que foi, Jimin? – Fui até ele tirando o soro dali e o entregando, provavelmente ele queria ir ao banheiro.

– Eu vou vomitar, caralho! – Ele disse saindo rápido para o banheiro, fui atrás do garoto não deixando que ele fechasse a porta, peguei o soro de volta o vendo ficar de joelhos na frente da privada.

– Você devia ter falado que o enjôo não tinha passado, Collins.

– Não sei se percebeu, mas eu estava muito ocupado tentado não surtar com todo mundo. – Ele me olhou bravo, porém logo voltou o rosto na privada começando a vomitar tudo que havia comido com tanto esforço de seus amigos.

Aquilo me fez suspirar, Jimin estava realmente sofrendo horrores, aquilo era de partir o coração até da pessoa mais gelada do mundo, não sabia se era meu caso, mas sabia que ele havia partido o meu.

Coloquei o soro em um dos suportes que tinha na parede, logo me agachei atrás de do garoto esfregando suas costas, aquilo me fazia lembrar eu mesmo, na época que tive que largar as drogas para cuidar de verdade da casa.

– Eu quero ir para casa Jungkook, eu preciso sair desse lugar, eu não vou aguentar viver assim. – Senti sua voz carregada mostrando que ele estava chorando, ele escorou suas costas em meu peito parecendo cansado.

– Vai ficar tudo bem angelito, prometo para você, tudo isso vai ter valido a pena mais para frente. – Vi suas mãos trêmulas limpando o próprio rosto. Toquei em sua testa sentindo está mais quente que o comum. – Venha, eu vou chamar a enfermeira, acho que você está com febre.

Levantei o garoto com cuidado para não tocar em seus machucados, em seguida peguei o soro em minhas mãos, esperei ele escovar os dentes e o segui até sua cama, coloquei o soro no soporte novamente e apertei o botão que tinha ao lado da cama do garoto, em menos de alguns minutos uma enfermeira chega.

– Pode, por favor, ver se ele está com febre? Ele acabou de vomitar e não está muito bem.

– Claro, com licença senhor Collins. – Ela tirou um termômetro do bolso e colocou embaixo do braço dele, quase um minuto depois o aparelho apita e ela pega. – Está alta mesmo, irei passar um remédio na veia que ajuda com enjoos e com a febre.

Apenas confirmei com a cabeça.

A mulher saiu do quarto, olhei para Jimin que estava quieto.

– Você quer mais um cobertor? – Perguntei vendo seus olhos virem de encontro ao meu.

– Eu quero minha casa.

– Acha que está com direitos de escolher alguma coisa?

– Como você consegue ser tão bipolar? Uma hora estava quase me aninhando em seus braços e no outro está me dando patadas.

– Todas você merece.

– Não deveria agir assim comigo, não sou obrigado a querer você aqui.

– Gostaria de ficar aqui sozinho então?

Silêncio.

Quase três minutos de completo silêncio, que são quebrados com batidas na porta.

– Entre. – Falei vendo a enfermeira aparecer com uma mesinha móvel que tinha algumas coisas que ela ia usar.

– Vocês podem me dizer se neste soro tem algum remédio ou é somente o soro? – Ela começou a preparar a medicação.

– Somente o soro. – Falei. Acho que era provável que eu tinha copiado todo o histórico de Jimin, até mesmo sua ficha de remédios tomados alí, o que não era muito difícil pois tinha uma memória muito boa.

– Ótimo, eu colocarei o medicamento nesse novo soro, quando você tiver sentindo entrar nas suas veias, talvez arda um pouco, mas depois passa ok? – Ela falou com Jimin que somente confirmou.

Logo a mulher troca os dois soros e vai embora com sua mesinha.

– Eu não consigo ao menos me deitar de um jeito confortável. – Jimin falou, suspirei me sentando em sua cama.

– Eu sei que nesse momento está desconfortável, mas tenho certeza que no máximo em duas semanas seus cortes vão está melhor e você irá conseguir dormir de lado, sim? – Ajeitei seus cabelos com uma de minhas mãos, parecia que meu corpo tinha a necessidade de está sempre tocando em Jimin, pois se eu não tocasse ia ficar sem ar a qualquer momento.

– Desculpa ter feito vocês passarem por todas essas coisas, eu sei que o que eu fiz foi errado, sei tudo isso, mas eu só... – Ele parou engolindo com certeza algum barulho de choro. – Eu só não aguento mais.

– Está tudo bem, Jimin, eu entendo. – Esfreguei suas costas.

– Eu estou com frio. – O garoto falou me fazendo levantar e ir pegar um lençol no armário, logo comecei a lhe cobrir. – O que significa "angelito"?

Parei de ajeitar o lençol e olhei para ele, era uma pergunta que eu achei que ele não iria fazer.

– Anjinho em espanhol. – Voltei a ajeitar seu lençol.

– Você me chama assim, por que? – Ele perguntou me fazendo levantar de sua cama.

– Vai dormir, Collins. – Me sentei no sofá.

– Mas eu não consigo dormir com frio, com enjôo, e sem poder ao menos me mexer. – Ele olhou para mim com um bico.

"Adorável."

– E o que você quer que eu faça? Acho que não posso te ajudar.

– Dorme aqui comigo, eu uso teu braço como traviceiro.

Olhei para o garoto esperando qualquer coisa que demonstrasse que ele estava brincando ou tirando uma com minha cara, porém só vi seu rosto pleno olhando para mim.

– Você já viu meu tamanho pra caber nós dois na sua cama?

– Se você consegue cabe nesse sofá consegue caber aqui. – Ele deu leves batidas no lugar ao lado dele. – Vem, Salvatierra, eu não mordo.

– Claro que não morde Collins, você é mais como um gatinho assustado. – Falei vendo seu rosto fazer uma pequena careta.

– Vem logo, Jungkook. – Ele franziu sua testa me fazendo suspirar fraco.

Talvez o Deus que eu não acredito esteja me pregando uma peça por mentir muito bem a muitos anos.

Respirei fundo sentindo todo meu corpo estrar em alerta vermelho, me ajeitei com cuidado para não machucar Jimin, logo me deitando na cama, não muito tempo depois senti o garoto escorando em meu peito.

Meu coração estava batendo rápido.

Aquilo eu não conseguia esconder, todo meu corpo estava quente, mas onde a pele de Jimin encostava eu sentia ferver, a qualquer momento me faria ter dor física.

– Se eu te machucar me avisa. – Falei baixo, mas não tive nada de resposta, então percebi que sua respiração agora estava leve, e sua perna por cima do meu corpo.

Com certeza eu não estava lhe magoando.

Jimin P.O.V

Acordei com quase todo meu corpo em cima de Jungkook, no mesmo momento minhas bochechas ficaram quentes.

Talvez sejam os vários remédios que estão nesse exato momento percorrendo por minhas veias, ou a recente perca de um tanto bem alarmante de sangue, ou até mesmo o leve surto de está limpo a mais tempo do que eu gostaria, porém, eu havia pedido para Jungkook Jeon Salvatierra  dormir comigo, na mesma cama que eu, e ainda acordei com quase todo meu corpo por cima do seu.

Aquilo sim era ultrajante.

Botei a mão em meu peito sentindo batidas fortes, poderia jurar que aquele órgão inútil iria rasgar meu peito de modo grosseiro e imperceptível.

– Bom dia, vamos cuidar desses pontos senhor Collins? – A enfermeira Hopkins falou trazendo sua mesinha com coisas que iria usar. – Oh, acabou de acordar?

– Sim, eu só estava... – Olhei para Jungkook, que estava em um sono pesado.

As vezes ele parecia um urso, e agora ainda mais, como se estivesse hibernando.

– Seu namorado parece um doce. – A mulher fala segurando um de meus braços começando a passar soro.

– Ah... Ele não é meu namorado, é só um amigo da família.

– Me desculpe, é que o doutor Brawn falou outra coisa. – Ela riu parecendo envergonhada.

"Meu padrinho era muito cara de pau mesmo."

– Está tudo bem, eu não me importo muito com isso. – Disse sentindo o colchonete da maca se mexendo.

– Jimin? – A voz de Jungkook ecou ao parecer não sentir minha cabeça em seu braço. – Que susto! Pensei que tinha saído do quarto.

– Relaxa grandalhão, só estou sendo enfaixado. – Falei vendo seu rosto se retorcer em uma careta.

– Grandalhão é? – O homem ajeitou seus cabelos longos, logo se esticando para alongar suas costas.

– Bem, é somente isso, eu posso deixar sua visita entrar? – A mulher põe todas suas coisas usadas dentro dentro de um ponte.

– Minha visita? Quem é?

– Eu não sei senhor Collins, é uma garotinha que diz ser da sua escola.

Penso um pouco, todos os amigos com quem falo já tinham aparecido, meus primos não andavam separados e eu não conhecia mais ninguém de garota.

– Pode deixar entrar, obrigada. – Falei sorrindo vendo a mulher retribuir o ato, em seguida saindo com o carrinho.

– Você não sabe quem é. – Jungkook falou me olhando com seus braços cruzados.

O homem estava sem a jaqueta de couro que sempre usava, ele usava uma calça moletom preta e uma blusa regata da mesma cor, que mostrava muito bem seus braços fortes e cheios de tatuagens.

– Jimin?

Sua voz me chamou me fazendo voltar ao mundo real.

– Como? Ah! Sim, eu deixei ela entrar.

– Sem conhecer, Jimin Collins?

– Mas se eu a ver nunca saberei se conheço ou não.

– Você não me conhece. – A voz feminina desconhecida fez quase eco na sala, meus olhos foram para a figura de uma garota, asiática, muito parecida com coreana. – Olá, Jimin Collins.

Ela fez uma reverência, mas eu só conseguia prestar atenção em como seus cabelos eram pretos e sua pele era branca, ela também era bem mais baixa do que eu, aquilo dava para perceber de longe.

Aquela garota era uma intercambista.

– Quem é você? – Perguntei fixando meus olhos nas suas orbes de cor tão negras que doíam a alma.

– Min Yewon, sou intercambista, e sua dupla desse ano, eu fiquei sabendo do que aconteceu com você, vim fazer uma visita. – Só percebi a sacola em sua mão quando a mesma a trouxe para meu encontro. – São biscoitos, eu mesma fiz.

Antes que eu pegasse a sacola, Jungkook foi mais rápido e a fez por mim, seus olhos estavam fixados no pequeno ser que tinha em nossa frente.

Ela parecia uma mistura de fada com gnomo.

– Você podia ter me mandado mensagem, a escola disponibiliza os números da dupla.

– Mas eu mandei, na verdade mandei muitas, você não está online a um tempo então pensei que tinha quebrado o celular ou algo assim.

Olhei para a garota, ela não parecia alguém ruim ou estranha, na verdade, sentia que ela era uma pessoa boa.

– Bem, eu já tô indo, meu irmão está me esperando no carro, melhoras, Jimin Collins.

– Só Jimin, não precisa usar meu sobrenome, muito obrigado Min Yewon.

– Umji, todos me chamam de Umji. – Ela sorriu espremendo seus olhos de modo fofo, em seguida fez uma reverência e saiu da sala.

– Ela é muito fofa. – Falei sorrindo fraco, era muito difícil eu confiar fácil em pessoas novas, as únicas que tiveram essa sorte foi a família de Jungkook.

– E você muito burro.

– Burro? Por qual motivo estou sendo xingado de graça?

– Ela é uma pessoa que você não conhece, pegou uma comida que não sabe de onde vem e nem o que ela colocou.

– Jeon, deixar de ser maluco, você age como se eu tivesse sendo perseguido.

– Eu estou agindo como alguém que conhece muito bem esse mundo.

– Você tá agindo como um fugitivo da polícia.

Silêncio por um tempo, somente isso me fez perceber, Jungkook realmente era alguém que devia ter medo da polícia.

– Jimin, acho que você esqueceu que eu sou um traficante. – Ele levantou e cruzou os braços vindo para perto de mim.

Eu realmente tinha esquecido disso.

– O que você vai fazer com os biscoitos? – Perguntei vendo o mesmo olhar a sacola em sua mão, logo ele suspirou e me entregou.

– Você tem razão, ela não parece alguém ruim.

Sorri animado e abri a sacola vendo biscoitos caseiros, alguns com corações, outros com "melhoras" escrito, era fofos.

– Você não vai querer nenhum? Parece está delicioso.

– Não, muito obrigado. – Ele passou a mão em seus longos cabelos parecendo chateado.

– Para de ser tão chato Salvatierra, ao menos prove.

– Já disse para não me chamar de Salvatierra.

– Você tá muito amargo hoje, e o dia mal começou, precisa de um docinho.

O homem virou lentamente seu rosto até mim, em seguida foi se aproximando em passos pesados e lentos, ficando entre minhas pernas.

– Se esses biscoitos tiver veneno, eu lhe busco no inferno, Jimin Collins.

– E o que te faz achar que eu também não vou está no inferno?

Uma risada nasal, porém, sem nenhuma demonstração em seus lábios.

Eu nunca tinha feito ele sorrir de verdade, e pelo jeito ia, continuaria desse jeito para sempre.

– Ah mi angelito, você não tem porte para o inferno. – Ele pegou em minha bochecha e olhou para meus olhos, suas orbes negras encontrando as minhas.

Jungkook Jeon Salvatierra tinha um super poder sobre mim, hipnose, com apenas algumas palavras e poucos toques eu já estava totalmente ali, com ele e ninguém mais.

– Hyung. – Chamei tentando a todo momento parar de olhar em seus olhos, sair de seu cativeiro interno.

Ele somente passou a mão em meus cabelos e pegou um biscoito, quebrando o contato fixo de antes.

– É fofo você me chamando de Hyung. – Ele mordeu o biscoito e logo parou com seus olhos fixos no doce. – Por dios, que biscoito bom.

– Você falando espanhol me deixa confuso se está me xingando ou me falando algum apelido. – Digo pegando o biscoito da mão alheia. – E nada de biscoitos para pessoas que me chamam de burro.

– Ei!

Jungkook P.O.V

– Eu pedi 20 gramas a mais, e refiz todas as contas cinco vezes, está tudo certo. – Sid fala enquanto digita algo no notebook.

– E a Sowon?

– Mandou mensagem para você, vou te mandar o link da sala. – Olhei para a tela do meu notebook, em seguida ouvindo o barulho da notificação, logo abri o link que me levava diretamente a uma sala de bate papo. Em alguns minutos uma ligação por facetime é iniciada.

– Senhor Jeon.

– Sowon, atualizações.

– As pessoas que você me pediu para ir atrás, fiz uma ficha completa sobre eles, mas me parece que não são um perigo, a garota realmente veio para a cidade por meio de intercâmbio, junto de seu irmão mais velho.

– Informações pessoais.

– Nome Min Yewon, nascida e criada em Seul, quatorze anos, somente a mãe e o irmão são vivos, o irmão veio junto dela.

– Tem informações sobre ele?

– Min Yoongi, dezessete anos, nascido e criado em Seul, único homem da família Min, está no mesmo ano do amigo de seus irmãos.

– Sowon, você me dá certeza de que ele não é um perigo?

– Totalmente Jeon, eu saberia.

– Sobre o outro.

– O Yuto Adachi? Ele morou toda sua vida aí, ele realmente não é um problema.

– Tá começando a virar um.

– Jungkook, você não está atrás dessas pessoas somente pelo seus irmãos não é?

Silêncio por alguns segundos, porém pareciam minutos, Sowon estava ligando o quebra-cabeça.

– Oh meu Deus, é pelo garoto Collins, você está gostando dele!

– Sowon, tá extrapolando.

– Mas claro, as perguntas sobre pessoas que não tem haver com nossa busca sobre a Daegu Mafia.

– Sowon...

– Quem te viu que te ver em, Jeon Salvatierra Jungkook. – Vi através da tela sua mão indo direto até sua boca, tentando impedir qualquer risada.

– Kim Sojung!

– Tá bom! Parei poxa.

– Você tem mais alguma informação?

– Ah! Quase me esqueço, seu irmão, Taehyung, será a dupla do irmão dessa Min Yewon.

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