XIV
Jimin P.O.V
Entrei na loja que eu já tanto conhecia olhando rapidamente para o balcão, a procura de alguém tão conhecido como a loja em que eu estava.
– Jimin, o que tá fazendo aqui? Minha nossa você tá bem? – Sid perguntou, me fazendo perceber que meu rosto estava cheio de lágrimas, que não paravam de cair.
– Sid, os meninos estão aqui? – Perguntei com a voz embargada, o nó em minha garganta não havia se desfeito.
– Jungkook foi pegar entrega nova, o Seokjin e o Taehyung estão lá dentro. – Ele respondeu minha pergunta parecendo um pouco preocupado.
Sem pensar duas vezes entrei nos fundos da loja, aonde tinha um portão que levava para a casa dos garotos, olhei ao redor sem ouvir um único barulho.
– Meninos? – Chamei procurando eles.
– Jimin? Oi, o que aconteceu? – Jin apareceu com um controle de videogame em mãos, o garoto me olhou e assim que percebeu as lágrimas em meu rosto, vindo rápido até meu encontro. – Você tá bem? O que houve?
– Me desculpe, eu não sei porque vim para cá, é que minha mãe e meu pai não estão em casa, e eu não tinha para onde correr. – Falei tentando não atropelar as palavras.
– Está tudo bem, você sabe que pode vim sempre que quiser. – O garoto me abraçou tentando me acalentar de alguma forma. – Quer falar o que aconteceu?
– Eu fui à casa que está acontecendo o funeral do Nicolas, fui deixar o celular dele. – Falei fungando em seguida.
– Meu Deus, sinto muito Minnie, você podia ter chamado a gente para ir contigo, para você não ir sozinho.
– Eu só queria acabar com aquilo logo, não aguento mais esse sentimento de luto.
Jin suspirou e sorriu fraco, em seguida o garoto passou as mãos em minhas bochechas, as enxugando.
– Jimin! – Taehyung aparece com um balde de frango frito, e a boca suja de óleo.
– Você tá todo sujo. – Eu ri junto de Jin, que negou com a cabeça em seguida.
– O Jungkook te ver comendo essas frituras, ele te engole vivo garoto, sabe que tem dias para comer essas besteiras. – Jin disse olhando para o irmão mais novo.
– Eu não tô vendo ele aqui, você está por acaso? – Taehyung sorri em puro deboche.
– Quem você não está vendo? – A voz que eu já conhecia bem ecoou pela casa, me fazendo virar o rosto para ver a face da pessoa. – Por qual motivo você está comendo besteira pelo terceiro dia seguido?
– Meu santo Jesus, como você aparece nos piores momentos? – Taehyung fala pondo sua mão no peito.
– Jimin, não sabia que iria vir. – Os olhos dele se encontraram nos meus, não sei em que momento isso aconteceu, mas por um tempo toda vez que eu tinha a atenção de Jungkook sobre mim, era como se meu coração brincasse de pular corda.
– Eu apareci de surpresa, me desculpe.
– Não tem problema, sabe que estamos de portas abertas para você. – Os olhos dele pareciam brilhantes. – Bem, meninos, eu estava pensando se vocês não querem ir no shopping, como você não vai para a festa amanhã Tae, te deixo comprar algo a mais.
– Sério? Minha nossa, você é o melhor irmão do mundo! – Taehyung pulou nos braços do irmão que o segurou sem muito esforço.
– Você é muito tapado, isso sim. – Jin levantou uma das sobrancelhas.
– Você quer ir com a gente, Jimin? – Jungkook perguntou.
– Ah! Claro.
-
– Olha aquele ali, é bonito. – Taehyung apontou para uma jaqueta de couro.
– Você vai me fazer gastar todo meu dinheiro, não é? – Jungkook olhou seu irmão.
– Você quem deu a ideia, agora aguenta. – Jin disse olhando as vitrines, enquanto seus braços estavam cruzados com o meu.
– Você não vai comprar nenhuma roupa, Jin? – Tae pergunta saltitante, me fazendo lembrar que ele é somente um garoto de 14 anos.
– A festa da Jade não é lá grande coisa, é? – Jin me olhou e eu balancei a cabeça.
– Essa vai ser gigante. – Sorri para ele. – Mas compra se quiser, suas roupas já são lindas, acho que nem precisa.
– Acho que eu deveria comprar ao menos um sapato novo, eu sempre uso o mesmo. – Seokjin falou olhando a vitrine de sapatos que estava perto de nós.
– Eu também quero um sapato! – Taehyung falou animado.
– Peguem, eu preciso sentar, não aguento mais rodar nesse shopping. – Ele entregou o cartão na mão do irmão do meio.
– Vamos, Jimin? – Tae balança meu braço de modo animado.
– Eu também vou sentar, minhas pernas estão doloridas, fui andando até a casa de vocês. – Falei vendo eles confirmarem e irem para a loja.
Fui até o banco e me sentei, logo vendo Jungkook indo em uma banquinha, e vir até mim um tempo depois com uma garrafa de água na mão.
– Toma, bebe um pouco. – Ele me entregou a garrafa me fazendo sorrir.
– Obrigado. – Aquilo me fez lembrar que eu precisava tomar meus remédios, coloquei a mão nos bolsos caçando as pílulas, em seguida coloquei as três na boca, logo tomando a água.
– Hoje, quando você estava lá em casa, seu rosto parecia inchado, estava chorando?
– Bem, sim, eu tinha ido ao funeral do Nico, eu não entrei nem nada, fui só deixar o celular dele, mas a áurea de luto me deu um baque. – Falei sorrindo triste. – A irmã dele me consolou, mesmo sendo ela quem mais precisava.
– Ele também era importante para você, Jimin, você também precisava de consolo.
– Obrigado. – Olhei para baixo vendo a garrafa de água em minhas mãos. – Segunda os intercambistas vão chegar na escola, meus primos também vem, eles são metades russos.
– Eu não sabia que a cidade tinha plano de intercâmbio.
– Bem, por um tempo não tinha, mas para ajudar com a movimentação da cidade, a prefeitura incrementou para o dinheiro começar a rodar mais, e a renda começar a crescer.
– Bem inteligente.
– Por isso tem duas alas de dormitórios, começou a vir muitas pessoas de intercâmbio, e não tinha muitas famílias dispostas a ficar com um adolescente.
– Não sei como ainda vem intercambistas, essa cidade é propícia aos jovens empacarem nas drogas mais e mais, não sabem usar com moderação. – Ele falou me fazendo levantar uma das sobrancelhas, ele me olhou percebendo o que falou. – Não estou falando só de você, quer dizer, não estou falando de você em específico.
– Tá piorando. – Ele ficou calado, tossindo fraco, logo mexeu em seus longos cabelos. – Seu cabelo é lindo.
– Obrigado, se não fosse o Taehyung e o Jin, ele com certeza estaria no zero.
– Por qual motivo?
– Eu não sei comprar produtos de cabelo, não sei hidratar, se fosse possível eu usava só xampu.
– Iria ficar só o pó.
– Foi o que eles falaram, por isso deixo que eles cuidem, até porque, eles que queriam meu cabelo grande.
– Você nem percebe, mas eles te fazem de gato e sapato, Hyung.
– É verdade, mas o que eu posso fazer? Eles são minha família.
– Eu queria ter um irmão, sempre fui muito sozinho, a família dos meus pais moram longe, a única pessoa que mora perto é minha vó, e ela é terrível.
– Sua mão não quis ter um filho?
– Ela não pode, minha mãe não pode ter filhos, por isso me adotou, era o sonho dela ter um filho, ela quis por um tempo pagar por alguma barriga de aluguel, mas ela é muito religiosa.
– Bem, você sabe que o Jin e o Tae gostam muito de você, nunca vi eles se abrirem para alguém como se abrem tão facilmente com você, bons amigos também se tornam irmãos. – Ele fixou seus olhos em mim, me fazendo sorrir sem perceber.
– Você tem razão.
– Jimin? – Ouvi meu nome ser chamado, me fazendo sair do pequeno transe que era os olhos de Jungkook, em seguida vendo Harry, irmão de Jade.
– Olá Harry, quanto tempo. – Me levantei e abracei o garoto.
Os irmãos de Jade eram lindos, e sempre iam na minha casa com a família quando eram mais novos, perdi meu BV com Harry, mesmo hoje em dia ele sendo hétero, mas é história para se contar.
– Você está lindo, onde está a tia Hellen?
– A mamãe? Bem, agora está no trabalho.
– Sinto saudades da batata recheada que ela fazia, vamos tirar um dia para passar algum feriado juntos, como nos velhos tempos?
– É uma ótima ideia, mamãe vai adorar, ela sente muita saudade de quando passávamos os feriados juntos. – Sorri animado, o garoto olhou seu relógio.
– Bem, depois eu te mando mensagem, ok? Estou atrasado, te vejo amanhã na festa da Jade?
– Claro.
– Então tchau, foi bom te ver. – Ele me abraçou e saiu quase correndo enquanto olhava o relógio.
– Quem era esse? – Havia esquecido por um momento da presença de Jungkook.
– Ah! Ele é o irmão da Jade, um amor de pessoa.
– Você é amigo da Jade? Jin falou que vocês às vezes faltam se matar.
– É uma relação complicada, a gente não é melhores amigos, mas ela, às vezes é uma idiota, então eu finjo que não conheço ela, quando ela volta a ser normal, nós voltamos a nos falar, ela estava lá em casa hoje.
– Você é uma caixinha de surpresas, Jimin Collins.
– Não só eu, Jungkook Salvatierra.
– Kookie, olha! – Escuto a voz animada de Taehyung correndo em nossa direção com uma sacola. – Comprei um coturno igualzinho o seu, olha!
– Sério? Cadê? – Ele tirou a caixa da sacola vendo um coturno preto, igual o que ele havia usado no jantar com minha família. – Que lindo. E você, o que comprou, Jin?
– Eu comprei uma bota. – Ele mostrou a caixa para o irmão mais velho.
– Bom, gosto é de família mesmo.
– Não fala isso, meu pai usa bermuda e camisa polo, e a roupa mais bonita da minha mãe é verde vômito. – Falei em negação.
– Tudo bem, Jimin, eu deixo você se espelhar em mim para ter um estilo melhor. – Taehyung falou convencido, me fazendo rir fraco, ele era uma graça.
– E você Jimin? Não quer comprar nada, eu pago, não tenho problema com isso. – Jungkook perguntou me fazendo olhar para ele.
– Não, obrigada. – Falei sentindo o braço de Jin cruzar com o meu.
– Vamos lá Jimin, não é sempre que Jungkook está distribuindo sua bondade, é só de década em década. – O irmão do meio falou me fazendo pensar um pouco.
– Isso não é verdade, mas eu ficaria feliz em comprar algo que queira, Jimin, de verdade. – O Salvatierra falou me fazendo quase suspirar, ele sabia como enfeitiçar alguém com seus belos olhos pretos penetrantes e sua voz firme e angelical.
– Tudo bem, vamos lá. – Suspirei derrotado.
-
– Você comprou as duas coisas mais bobas que vi na vida. – Seokjin fala no banco de trás do carro, me fazendo revirar os olhos.
– Vocês gastaram duzentos dólares só em sapatos, eu gastei doze, não quero que Jungkook fique falido. – Falei bastante feliz com minhas comprinhas.
– Estão vendo? Jimin que nem é meu irmão se preocupa que eu não entre em falência. – Jungkook falou sem tirar os olhos da estrada.
– Não se empolga não, é só porque se você falir não tem mais ninguém aqui que venda as minhas balas. – Falei fazendo os dois Kim's rirem alto.
– Não posso deixar vocês três juntos, acabam com minha credibilidade. – Jeon falou negando com a cabeça.
Em alguns minutos Jungkook estaciona em frente de minha casa, olhei para a mesma vendo meu pai e minha mãe ajeitando as flores do jardim.
– Está entregue. – Jungkook falou me fazendo olhar para ele e sorrir.
– Obrigado pelos presentes, e por me chamar para sair com vocês.
– Sempre que quiser saber que pode ir lá para casa. – Jin falou me fazendo sorrir.
– Obrigado. – Beijei a bochecha dele, em seguida a de Taehyung e sai do carro correndo até meus pais.
[Só daqui a 15 dias agora, beijos]
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