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Jimin P.O.V

Acordei repentinamente com minha cabeça doendo, eu ao menos sabia onde estava, mas o sol estava nascendo e tava um frio do caralho. Eu não sentia meus lábios, minhas mãos estavam formigando e o mundo ainda parecia muito colorido para uma quinta-feira.

Olhei para os lados percebendo que eu estava em um local que tinha um lago, apertei os olhos vendo uma placa.

— Reserva natural. — Falei sentindo minha garganta arder.

Como eu vim para em um centro natural, e com certeza estava fechado aquela hora, então eu não tinha ideia eu havia conseguido entrar ali.

Passei a mão por cima de meus bolsos achando meu celular, apertei no contato de Seokjin e iniciei uma ligação para ele, em alguns segundos escuto a voz arrastada do garoto.

— Jimin? O que foi? — Ele pergunta quase que inaudível.

— Jin, eu não sei como voltar para casa, minha bicicleta tá ai? — Perguntei colocando a mão em minha cabeça sentindo uma forte dor.

— Como assim você não sabe voltar para casa? Onde você tá Jimin? — A voz do garoto pareceu ficar alerta, como se ele tivesse levado um susto.

— No centro natural a muitos quilômetros da minha casa, e antes que me pergunte eu não sei como entrei aqui. — Digo olhando para o lado e vendo uma garrafa de refrigerante sem nada dentro, porem dentro tinha um cheiro forte de vodca.

— Jimin, você deixou a bicicleta aqui ontem e disse vir pegar depois, eu jurei que alguém havia te deixado em casa. — O garoto diz. — Eu to indo te buscar, chego em uns 20 minutos ou 30, depende.

— Obrigado, Jin. — Falei e escutei a ligação sendo encerrada.

Minhas pernas estavam doloridas, eu não conseguia me levanta, o efeito da droga ainda estava me derrubando, talvez por eu misturar duas diferentes.

Eu nunca havia me encontrado daquele jeito, eu sempre me lembrava das vezes que eu me drogava, na maioria das vezes até lembrava de quando eu estava chapado.

Percebi que eu estava me tremendo, a minha barriga estava ardendo, levantei a blusa vendo cortes que com certeza fora eu quem havia feito.

Desbloqueio novamente meu celular indo até o número da minha mãe.

"Eu: Hey mamãe, acordei mais cedo e fui para casa de Tae e Jin para irmos à escola juntos, te amo."

Coloquei novamente o celular em meu bolso e voltei a me deitar no chão. Eu ao me conseguia me encolher, meu corpo todo doía, minha cabeça estava girando como nunca. Parecia o Jimin de 14 anos que quase se matou.

Eu odiava o Jimin de 14 anos.

Meu eu de 14 anos para 15 foi minha pior época, eu era muito mais filha da puta, não me importava com os outros, e sempre eu era o certo, eu arrumava briga com todo mundo chegando ao ponto de quebrar um dedo esmurrando um garoto.

Todo mundo tem seu "eu" que você mais odeia, uma época sombria onde nem mesmo você se reconhece, se você não tem essa época, meus pêsames, está nesse momento vivendo ela.

Eu estava com muita fome e sentia que os cortes em minha barriga estavam saindo sangue. Tudo na minha vida estava indo de 0 á 100 rápido de mais.

Ou eu usava mais droga, ou eu teria que viver.

Eu odeio viver.

Senti passos rápidos em minha direção e vi Taehyung e Jin com os cabelos para cima demostrando haverem acabado de acordar.

— Ai meu Deus, Jimin! — Seokjin arregalou os olhos e se ajoelhou ao meu lado. — O que aconteceu? Você tá quase roxo de tanto frio.

— Eu vou chamar o Jungkook. — Taehyung fala e sai correndo.

— Não precisava disso, era só ter trazido minha bicicleta, e podia ir para casa sozinho. — Eu digo pondo a mão nos meus cortes por cima da blusa.

Jin olhou para onde minha mão estava pressionando e novamente se assustou.

— Jimin, você está sangrando. — Ele tirou minha mão do local e levantou minha blusa. — Droga Jimin! O que foi isso?

— Eu também queria saber. — Digo me assustando quando ouso passos rápidos vindo em minha direção.

— Está tudo bem? — Jungkook estava com um pano em suas mãos, ele colocou em cima do meu ombro. — O que aconteceu Jimin?

— Eu não sei, eu só lembro de sair da tua loja, tirando isso não lembro de mais nada. — Digo sentindo o lençol quentinho em meu corpo gélido.

— Jimin, você misturou droga com bebida alcoólica? — O homem se sentou no chão tirando a mão de Jin do local machucado, em seguida fazer uma careta. — Acredito que você vai precisar ir ao hospital.

— Sim, misturei drogas e bebida alcoólica. — Falei um pouco envergonhado. — Não! Eu não irei de jeito algum para o hospital, ninguém pode me obrigar.

Como se minhas palavras não importassem eu senti o chão em baixo de mim, sumir. Os braços fortes de Jungkook me levantaram me fazendo ficar sem reação a não ser segurar rápido em seu pescoço para não cair.

— Além de cuidar dos meus irmãos eu tenho que cuidar de filho dos outros, é foda. — Ele fala consigo mesmo.

O meu rosto e o rosto de Jungkook estavam igualmente emburrados, Jeon por está cuidando de alguém que não era de sua responsabilidade e eu por está me sentindo um peso para pessoas alheias.

— Não é minha culpa você vim junto, eu só queria minha bicicleta. — Falei pondo um pequeno bico em meus lábios, mais logo me tocando no que eu estava fazendo. — Mas obrigada por vim, mesmo não precisando.

— Só fica calado. — O homem diz ainda andando. Ele passa por cima de uma cerca de madeira e então vai direto para seu carro me pondo com cuidado no banco da frente. Gemo sentindo minha ferida arder e o sangue voltar a descer. — O que foi? — Ele me olhou preocupado.

— Nada, tá tudo bem. — Digo baixo ponto a mão nas feridas para o sangue não cair no carro alheio.

— Isso tá bem feio em. — Tae fala o óbvio, como sempre, então entrou no carro.

— Jin, você acha que consegue dirigir? — Jungkook fala, eu franzi o cenho olhando ele.

— O drogado aqui sou eu, olha a loucura desse cara Jin. — Digo olhando para meu amigo mais velho.

— Eu tenho habilitação Jimin. — O garoto riu revirando os olhos.

— Taehyung, vem para o banco da frente. — Jeon disse me pegando nos braços novamente e me pondo nos bancos de trás.

Eu tava me sentindo um boneco, ele me levava nos braços com tanta facilidade que me deixava até envergonhado, eu não era tão leve poxa.

O homem se sentou ao meu lado, em seguida fechou a porta do carro.

— Pode ir Jin, vamos para nossa casa. — Ele informou.

O homem tateou as mãos por baixo da cadeira, em seguida tirou de lá uma sacola observei bem e dentro tinha alguns remédios, drogas, curativos, esparadrapo, fita micropore, linhas, água e... Uma arma.

Minha respiração parou, parou por completo de verdade. Drogas ok, bebidas ok, doenças metais ok, mas desde que Nico morreu armas para mim não são ok.

— Por que você tem uma arma? — Eu disse em bom som.

O carro freia de modo brusco, Jin se vira de uma vez junto a Taehyung para olhar se era verdade o que eu estava falando.

— Você disse que escondeu essa merda. — Seokjin parecia bravo.

— Eu escondi, no meu carro. — O homem disse pegando um remédio e levantando minha blusa, logo derramando o remédio em cima do machucado me fazendo gritar de dor.

— Caralho seu merda de Coreano fodido!—- Apertei o casaco de couro alheio sentindo lágrimas caírem por minhas bochechas.

— Por no carro não é esconder, se Taehyung encontrasse? — Jin franziu o cenho. — Às vezes você é tão irresponsável Jeon.

— Cala a boca Jin. — O homem diz pegando um algodão e tirando o excesso de sangue que voltava a sair, mas dessa vez em menor quantidade.

— Cala a boca? Vai se foder Jeon, você tem a merda de uma arma no carro onde se leva tua família a todo local, nos estamos sempre nesse carro! — Seokjin parecia que a qualquer momento ia estourar alguma veia no seu pescoço.

Jungkook respirava pesado enquanto Continuava a cuidar dos meus machucados. Se Jin não estourasse uma veia, que estouraria era Jungkook.

— Jin, nós conversamos sobre isso em casa, agora volte a dirigir, está começando a ficar em uma hora boa o suficiente para as pessoas acordarem e verem um carro no meio de uma pista deserta. — O homem colocou mais remédio em minha ferida fazendo outro grito sair de minha garganta.

— Eu vou te matar! — Falei em coreano, o homem me olhou e eu senti que por muito pouco ele não riu.

— Você é um idiota Jungkook, eu às vezes penso como podemos ser irmão. — Na mesma hora eu fiquei tão espantando que lembrei ao menos da dor, Jungkook na hora deu o algodão para Taehyung e saio do carro, rodeou o mesmo e abriu a porta da parte de Seokjin o tirando a força para fora do carro.

Eu observei o mais velho fechar a porta com brutalidade, olhei para Taehyung que estava com fones de ouvidos e uma cara de tédio, ele passou para a parte de trás sem sair do carro e começou a cantarolar uma música qualquer em quanto limpava meus machucados.

Eu não conseguia sentir dor naquele momento, pois o medo era maior, Jungkook estava falando de modo calmo com Seokjin e o garoto parecia envergonhado, seus olhos caiam lágrimas como se fossem riachos.

— Acabei. — Tae fala olhando para onde ele havia limpado. — Bem, acabei de limpar, eu não sei colocar curativo.

— Você não acha que deveríamos ir lá? — Perguntei.

— Bem, eu suponho que não. — O Kim mais novo olhou para o celular. — En nuestra familia nadie de fuera interfiere. — Ele falou em uma língua que eu não conhecia.

— Isso é turco? — Perguntei franzido o cenho.

— espanhol, é a única coisa que Jungkook nos ensinou, significa "Em nossa família ninguém de fora se mete". — Ele me olhou. — Quando estamos conversando nos queremos só a pessoa que direcionamos a fala na conversa.

Confirmei franco, esperei por alguns minutos e logo vi um abraço dos dois irmãos me fazendo relaxar, eles com certeza fizeram as pazes. Em passos fracos ambos veem até o carro, Jungkook abre a porta voltando para meu lado, ele olhou para Taehyung e franziu o cenho.

— Volta para teu lugar. — Ele diz olhando para o Kim mais novo que apenas faz um bico e volta para a cadeira da frente.

— Você está bem? — Perguntei baixo para Jungkook que confirmou sem me olhar, logo em seguida ele pegou alguns esparadrapos e colocou por cima de minhas feridas, grudou tudo com fita mecropore e guardou as coisas.

— Você está sentindo mais algo? — Ele pergunta.

— No caso eu não sinto, minhas pernas estão dormentes. — Eu disse e ele apenas revirou os olhos.

— Isso é o efeito das drogas, você não pode faltar aula sem falar para sua mãe. — Ele apalpa minhas coxas me fazendo arregalar os olhos, logo ele tirou o celular de meu bolso da frente.

Ele pegou em minha mão e em seguida pressionou meu polegar no sensor digital, o celular destravou sem muitos esforços.

— Tem 32 ligações da tua mãe e 63 mensagens. — O homem diz me fazendo quase tremer de medo.

Ele pegou seu celular e destravou logo, digitou algo e em seguida escorou o celular em sua bochecha.

— Alô? Oi? Senhora Hellen. Sim, Jimin está aqui em casa, ele teve uma crise de ansiedade e passou um pouco mal. Não, não se preocupe, não precisa sair do seu trabalho para isso, eu estou cuidando dele. — Uma pausa foi dada, então Jungkook me olhou. — Certo, até senhora Hellen.

O mais velho desligou a chamada e em seguida guardou o celular.

— Jin, pode começar a dirigir, vocês dois vão para a escola, Jimin vai ficar lá em casa até sete horas da noite. Seu pai e sua mãe estão trabalhando. — O homem diz.

Jin começa a dirigir, todos no carro ficaram em silêncio.

Jungkook P.O.V

Quando Jin parou o carro em frente da loja, ele e Taehyung correram para se arrumar, eu saio do carro e dou a volta, abro a porta do lado em que Jimin estava, peguei ele nos braços e em seguida entrei na loja.

Sid ainda estava preparando as coisas para abrir.

Entrei na porta de acesso para minha casa, em seguida coloquei Jimin de modo delicado no sofá.

— Você pesa em garoto. — Eu falei alongando minhas costas.

Ele me olhou parecendo envergonhado e então olhou para o lado.

Jimin raramente comia em um tanto que pessoas normais comem, ele parecia ter muito medo de engordar. As falas têm poder gente, observem bem o que você fala, eu não observei e só fui cair na real quando deixei Jimin desconfortável.

Ele fazia de tudo para não ter muito peso.

— Eu vou me arrumar para trabalhar, quer assistir TV? — Eu perguntei olhando o garoto que somente nega com a cabeça. — Se quiser dormir pode ir para meu quarto, os meninos estão se arrumando no deles.

— Eu não consigo andar. — Ele disse como se eu fosse um idiota por não lembrar daquilo.

— Ah! Claro. Eu te levo. — Falei, mas quando eu me aproximei do garoto ele colocou a mão em meu peito me fazendo eu ser impossibilitado de lhe pegar.

— Não, eu fico aqui, não tem problema. — Ele falou olhando para suas coxas que tinham suas mãos em cima se mexendo de modo nervoso.

— Tudo bem. — Eu digo e vou para meu quarto.

Desamarro meus cabelos e em seguida coloco um óleo nos mesmo, limpo as mãos em minha toalha e amarro meus cabelos novamente.

Andei até a sala vendo Jimin dormindo, ele estava realmente cansado. Com muito cuidado eu o levei em meus braços, o garoto soltou uma leve reclamação, mas logo fica calando pondo um bico fofo nos lábios que descansavam com seu sono.

Jimin era muito bonito, mesmo sendo um garoto particularmente magro ele tinha o rosto bastante redondo, suas bochechas eram gordinhas e tinha leves tons rosados, seus lábios eram vermelhos, seu nariz era pequeno e fofo.

Jimin, na verdade, não era somente bonito, e sim lindo.

Eu podia sim, sentir atração por Jimin, na verdade, talvez eu sentia, mas ele ainda era muito novo para mim quase uma criança, além de que o jeito irresponsável em que ele usava droga, o garoto tinha a maior cara de virgem, porem toda vez que abria a boca eu conseguia ver exatamente como alguém havia conseguido tirar a virgindade de algo que parecia tão inocente.

Andei em passos lentos até meu quarto e então coloquei o garoto em minha cama com todo cuidado. Ajoelhei-me e tirei o sapato alheio tentando não rir ao ver sua meia de arco-íris.

Fui até perto de seu rosto e ajeitei os cabelos alheios, sem ao menos perceber um sorriso apareceu em meus lábios, quando percebo me levanto rápido e saio do quarto. 

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