VII

Jimin P.O.V

Fecho a porta do carro de meus pais, vou até à porta da minha casa e coloco a senha logo entrando na mesma.

— Tome um banho e desça Jimin, queremos conversar com você. — Meu pai fala.

Apenas confirmo fraco e suspiro indo para meu quarto. Ao entrar vi tudo arrumado, parecia que a fada da limpeza entrara e fez tudo que eu não fazia a 3 anos.

Tranquei a porta e joguei minha mochila na cama, comecei a tirar minha roupa devagar e fui para o banheiro, tomei um banho bem rápido, pois eu não queria pensar muito, e costumo pensar mais quando estou tomando banho.

Saio do meu banheiro com a toalha na cintura, abro meu guarda roupas e tiro minhas calças moletom e uma blusa do mesmo modelo, ambas eram rosa.

Na quarta usamos rosa galera.

Peguei meu celular olhando as mensagens e agradecendo a todos que me deram os pêsames.

"Número desconhecido: Jungkook aqui."

"Número desconhecido: Os meninos ficaram animados com o jantar."

"Número desconhecido: Você está bem?"

"Eu: Estou bem sim!"

"Eu: Que bom que eles ficaram felizes."

Bloqueio meu celular e pego um pente passando entre meus fios, passo desodorante e perfume logo saindo do meu quarto e trancando o mesmo, vou até à cozinha vendo meus pais sentados em volta da mesa.

— Senta querido. — Minha mãe falou e apenas fiz o que ela pediu.

— Você quer nos contar algo? — Meu pai pergunta.

— Eu transava com Nicolas. — Digo de uma vez para a dor passar logo.

— Como? — Minha mãe pergunta piscando os olhos rapidamente.

Os dois ficam calados por alguns segundos parecendo está digerindo devagar a informação.

— Quantos anos aquele garoto tinha? — Meu pai diz baixo, parecia está tentando se acalmar.

— Vinte e um. — Digo olhando para minhas mãos que estavam em meu colo.

— Jimin que merda você tem na cabeça garoto? — Minha mãe grita indignada. — Ele era um homem, você tem só 16 anos.

— Eu vou fazer 18 próximo ano, mãe. — Digo sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.

— Mas ainda não realizou, ele tinha uma cabeça muito mais preparada que a sua, ele era um homem formado. — Ela ficou vermelha.

Eu nunca pensei que veria minha mãe chorar, até ver.

— Me desculpa, mãe. — Falei tentando não olha-la, ela podia não ser a melhor mãe, mas era minha mãe, e eu a amava, não queria que ela chorasse por minha causa.

— O pior, você pensa que nós não ficamos sabendo que ele era traficante? É claro que soube. — Ela apertou os cabelos devagar. — Ele morreu Jimin, mas podia ser você, como eu e seu pai ficaríamos?

— Querida, tentem se acalmar. — Meu pai falou abraçando minha mãe.

O olhar deles dois me quebrou em pedaços, eles nunca tinham me olhado daquele jeito, era um olhar de decepção.

— Eu não tô criando um filho para ele ser morto por conta de suas escolhas, escolhas que ele pode muito bem não ter. — Ela se sentou e respirou fundo. — Você está usando droga Jimin?

Aquela pergunta me pegou de surpresa, eu não queria mentir para minha família, mas também não podia matar eles com aquele desgosto.

— Não mamãe, eu não estou. — Digo limpando as lágrimas de meu rosto, soluços fracos saiam de minha garganta.

Ela chegou perto de mim depois de alguns minutos calada, segurou em minhas bochechas me fazendo olhar em seus olhos.

— Jimin, você pensa que eu não aceitei você ser gay? Meu filho eu lhe amo mesmo se você aparecesse aqui dizendo que está vendo ou ouvindo coisas. — Seu queixo tremeu. — Tenho medo Jimin, medo de você chegar em casa espancado, de te machucarem, de te matarem, tudo devido a sua sexualidade.

Segurei nas mãos geladas da mulher, mas logo soltei abraçando ela.

— Desculpe mamãe, me desculpe. — Digo deixando toda lágrima impura que tinha dentro de mim, sair lentamente.

— Meus pêsames por ele querido, deve ter sido difícil perde-lo. — Mesmo sabendo que ele era mais velho que eu, que era um traficante e que colocou minha vida em risco ela me desejou pêsames, ela sabia que todo meu ser estava doendo.

— Vamos parar com esse choro vocês dois, ainda é onze da manhã poxa. — Meu pai diz de modo descontraído fazendo minha mãe soltar um sorriso fraco.

— Vá para seu quarto querido, irei fazer o almoço. — Ela diz beijando minha testa.

— Posso ajudar com o jantar? Até porquê teremos visita. — Digo com um pequeno sorriso em meus lábios.

— Claro querido, quando eu for fazer lhe chamo. — Ela diz fazendo um pequeno carinho em meus cabelos.

Confirmo com a cabeça e ando em passos lentos até meu quarto, tranquei a porta e em seguida me joguei na cama, mexo na roupa que tirei antes pegando o celular de Nico e as balas que estavam ali fazia um tempo.

Eu não podia usar drogas naquele momento, pois as que eu tinha fazia efeito por 12 horas, me faria ficar chapado no jantar com Taehyung, Seokjin e Jungkook.

Meu celular toca o som de notificação e então destravo o mesmo.

"Jungkookie lhe mandou os contatos de Taetae e Jin."

Sorrio de lado e salvo os contatos.

"Eu: Obrigado."

"Jungkookie: Nada. Sua mãe fez uma pesquisa bem detalhada sobre o que minha família gosta, acredito que comeremos muita comida coreana."

Riu com sua mensagem revirando os olhos.

"Eu: Gosto de comida coreana, ela faz ocasionalmente para mim."

"Jungkook-ssi: Você é coreano?"

"Eu: Sou. Fui adotado nos EUA, mas vim de Busan."

"Jungkook-ssi: Eu já morei em Busan."

"Eu: Sério!? Como é lá?"

"Jungkook-ssi: É lindo, o ar as vezes parece ser mais limpo."

"Eu: Que legal! Você não deveria está trabalhando agora?"

"Jungkook-ssi: Estou, não é toda hora que adolescentes conseguem vir comprar drogas, eles vêm mais de noite."

"Eu: Entendi. Eu trabalharei depois do almoço."

"Jungkook-ssi: Trabalha de quê?"

"Eu: Recepcionista de cafeteria."

O homem somente visualizou, Jimin travou o celular e o deixou de lado.

— Filho? Venha comer por favor. — Escutei a voz da minha mãe por trás da porta.

Levantei-me e destranquei a porta vendo que ela não estava mais lá. Fui para a sala de jantar logo me sentando vendo a mesa repleta de comida.

— Mãe, por quê tudo isso? — Disse com um sorriso fraco.

— Você precisa comer Jimin, pode ser colocando uma colher a mais que antes e depois ir aumentando a quantidade, mas estou preocupada, Jungkook disse que seus irmãos se espantaram do tão pouco que você come. — Ela disse pegando meu prato e colocando uma colher a mais de arroz que como sempre.

— Mamãe, você sabe que eu não consigo, não é fácil para mim. — Digo olhando para o prato que ela estava fazendo.

— Você amanhã terá psicólogo Jimin, eu te marquei uma consulta. — Ela diz me fazendo paralisar.

Os únicos médicos que minha mãe não acreditava era nos psicólogos e psiquiatras.

— A senhora tem certeza? — Disse ainda boquiaberto.

— Tenho sim. — Ela me entregou o prato já com comida posta.

Apenas fiquei em silêncio e comecei a comer devagar.

— E então filho, como você conheceu Jungkook? — Meu pai pergunta com um sorriso quase que não a amostra.

Oque aquele senhor estava insinuando?

— Oque você esta insinuando, papai? — Falei colocando mais uma colherada na boca.

— Seu pai não está insinuando nada meu filho, mas Jungkook parece ser um rapaz tão direito, ele vai para a igreja, cuida dos irmãos, tem um emprego, é educado, é bonito... — Minha mãe sorriu fraco.

Revirei os olhos, se ela soubesse que aquele ali também não era flor que se cheire.

— A senhora esses dias estava falando que eu era muito novo para namorar, mas está tentando me fazer ir para cima do irmão mais velho dos meus amigos? — Bebo um pouco do suco rindo incrédulo daquela senhora.

— Não é isso, não estou mandando você ir para cima dele, só estou dizendo que ele parece ser uma boa pessoa para se conviver. — Ela disse segurando em minha mão. — Mas se rolar algo a mamãe não irá interromper, só espere ficar mais velho.

Riu da mulher e nego com a cabeça. Olhei para o meu prato e fiquei um pouco paralisado, eu comi tudo e não havia percebido, na maioria das vezes eu não conseguia comer tudo, mesmos eu sempre comendo menos do quê minha mãe colocara desta vez.

Meus olhos lacrimejaram de orgulho próprio.

— Oque aconteceu querido? Está passando mal? — Meu pai se levantou rápido vindo ficar ao meu lado.

— Eu comi tudo. — Disse olhando para eles.

— Querido, eu estou tão orgulhosa! — Minha mãe veio rapidamente até mim e me abraçou. — Isso é um avanço gigante.

Confirmei com a cabeça e limpei devagar minhas lágrimas.

— Bom, eu irei lavar as louças, você pode fazer algumas compras para mim? — Minha mãe pergunta.

— Posso, o que devo comprar? — Pergunto me levantando da cadeira.

— Eu farei uma lista, deveria chamar Jungkook para lhe ajudar. — Minha mãe sorrir maliciosamente e eu a olho entediado. — Certo, eu parei.

Ela saiu andando e alguns minutos depois volta com um papel dando em minhas mãos.

— Aqui tem algumas das coisas que se precisa para o jantar. — Ela dar leves tapas em meu ombro, em seguida dar em minhas mãos um cartão. — Já sabe a senha, volte logo em.

— Pode deixar, tchau. — Sorriu e corro para fora de casa.

Olhei o redor tentando encontrar minha bicicleta, logo quando acho subo em cima dela e começo a pedalar rapidamente até o super mercado.

Eu não tinha experiências legais com dirigir, eu tinha uma carteira provisória e tudo mais, porém eu quase mato sem querer minha família quando tava dirigindo chapado, eles pensaram ser dos remédios e nunca mais peguei em um volante.

A única coisa que eu ainda podia dirigir era minha bicicleta, e já dirigia mal ela também. Toda vez que ando de bicicleta eu caio, bato em alguém, atropelo alguma lata de lixo ou perco o controle e vou muito rápido, acabando por quase ser atropelado.

Sou muito lesado para todas as coisas, talvez o tanto de lsd que coloquei dentro de mim, possa ter comido uma parte do meu cérebro? É uma opção, mas chego a esquecer que existo no mundo.

Freio devagar em um bicicletário, logo pego uma corrente e prendo no local. Olhei para o super mercado e suspirei entrando no local.

O ar gélido do ar-condicionado bateu em meu corpo fortemente me fazendo suspirar em alívio.

Esses dias estava fazendo muito calor, lá fora deveria está dando uns 30.º e eu sentia que iria derreter a qualquer momento.

Andei entre os corredores pegando algumas das coisas que minha mãe havia me pedido para comprar, aquele mercado era conhecido por ser um dos únicos por perto que vendiam ingredientes para comidas asiáticas.

Peguei um carrinho de compras e comecei a colocar alguns ingredientes lá, sem perceber bati meu carrinho com o de alguma outra pessoa, olhei para frente assustado, porém logo meu rosto virou de tédio.

— Oi! Jade. — Disse quase que revirando os olhos.

— Jimin, tinha que ser você. — Ela sorriu de modo visivelmente forçado. — Só alguém muito lesado para não me ver.

— Ou alguém que tenha cérebro, pessoas medíocres ficam invisível para mim. — Levantei uma de minhas sobrancelhas com desdém.

— Você não mudou nada não é mesmo? Nem perdendo o Nicolas vai se tornar alguém decente. — Ela fingiu estar olhando alguma falha em suas unhas.

— Eu não preciso fingir isso, sou indecente com as pessoas sabendo, não vou para igreja de manhã e de tarde sento no rosto de uma pessoa que mal conheci. — Joguei meus cabelos para trás. — Se torne alguém melhor para poder debochar de mim meu amor, por enquanto você é somente a merda do cavalo do bandido.

— Olha aqui seu... — Antes dela acabar a frase saio de perto da garota junto de meu carrinho.

Sempre acontecia aquilo, nos brigávamos, ou somente soltava farpas um para o outro, porém nunca paramos de nos falar, sempre que tinha alguma fofoca ela me contava e vice-versa.

Talvez ela somente não gostava de minha amizade com Kendall, já que às duas não se bicavam.

Olhei para a lista de compras vendo que já estava tudo ali, logo vou para o caixa e espero as coisas serem passadas.

[Oi, tudo na paz? Que tal vocês indicarem a fic da mamãe aqui para seus amiguinhes, ei estou tentando dar tudo de mim nela para a mesma se tornar um livro físico, então me ajudem por favor]

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