V
Jimin P.O.V
Abri meus olhos devagar vendo Jungkook, Seokjin, Taehyung e Lídia ao redor de mim. Jungkook estava segurando uma sacola de papel em minha boca para tentar me fazer respirar melhor.
─ Ele está acordando. ─ Jungkook falou segurando devagar minha cabeça para eu não ficar totalmente deitado.
─ Você está bem? ─ Seokjin perguntou, o garoto estava com o rosto molhado de lágrimas que com certeza haviam decido enquanto eu estava desacordado.
Empurrei a mão de Jungkook devagar para ele tirar aquele negócio da minha cara. Olhei ao redor e não tinha mais carro de polícia no local e uma das ambulâncias tinha saído.
─ A pressão dele esta boa, você já teve algum quadro de ansiedade? ─ O paramédico pergunta.
─ Ele tem ansiedade, toma remédio para isso. ─ Lídia diz.
Olhei para a garota fazendo uma cara brava, não queria que o trio de coreanos soubessem daquilo.
─ Certo, isso pode ter sido uma crise então, enquanto você estava desacordado cuidei de seus arranhões, você tem o contato de alguém da família de Nicolas Alves? ─ O homem pergunta.
─ Tenho. ─ Falei baixo.
─ Você pode dar a notícia para eles? ─ O rapaz perguntou me ajudando a levantar.
─ Posso. ─ Minhas respostas continuavam curtas.
─ Certo, já que você está melhor nos já vamos, ok? ─
Confirmei devagar com a cabeça para ele, logo o vendo sair de volta da ambulância.
─ Venha, você irá para minha casa. ─ Jungkook falou me ajudando a ir até seu carro.
Seokjin e Taehyung somente seguiram a gente, o mais velho destravou o carro e abriu a porta me ajudando a entrar. Jungkook, Seokjin e Taehyung entraram logo em seguida.
Me encolhi naquela cadeira, em seguida abraço minhas próprias pernas.
─ Está se sentindo bem? ─ Taehyung disse assustado enquanto esfregava minhas costas.
─ Só estou cansado. ─ Falei baixo, não queria chorar novamente, não na frente deles mais uma vez, ainda mais em um canto tão fechado como aquele carro.
─ O Sid ligou, disse que seu pai deixou roupas, dinheiro e alguns remédios, eu pedi que fizesse aquilo para você dormir lá em casa. ─ Jungkook falou. ─ Você pode dormir lá hoje, ele disse que não precisa ir para a escola.
─ Obrigado. ─ Digo baixo olhando para Jungkook.
Era estranho que Jungkook nunca sorria, ele nunca tinha os olhos brilhantes de felicidade, ele nunca parecia animado com nada, porém eu sabia exatamente que cada coisinha que ele estava fazendo tinha um ar reconfortante.
Jungkook era alguém bem estranho na verdade, um traficante que cuidava do amigo de seus irmãos, que além de tudo era doente e tinha perdido a pessoa que amava de modo tão brusco.
Em fim, aquele era Jungkook.
─ Você podia pedir uma pizza não é, Kookie? ─ Taehyung falou abraçando o pescoço de Jungkook por trás.
─ Posso sim, e já disse pra parar de me chamar assim. ─ O mais velho fala olhando fixamente para a estrada.
─ Ele te chama assim dês dos 10 anos Jungkook, já devia ter desistido de lutar contra. ─ Seokjin fala.
Olhei os três irmãos que conversavam de modo tão fofo, deveria ser legal ter irmão, eu sempre fui muito sozinho, por isso meus pais sempre tentavam me rodear de amigos novos.
Pisco devagar voltando a realidade, estávamos em frente a loja de conveniência, o que me fazia lembrar que hoje eu trabalhava.
─ Droga! ─ Falei jogando a cabeça para trás.
─ O que aconteceu? ─ Seokjin perguntou e segurou em meu ombro.
─ Hoje eu devia ter ido trabalhar, meu chefe vai me dar um esporro do caralho. ─ Digo esfregando as mãos em meu rosto.
─ Seu pai deve ter ligado pra lá. ─ Taehyung me confortou sorrindo em seguida.
Apenas confirmo com a cabeça e saio do carro junto dos três irmãos.
Entramos na loja de conveniência vendo Sid com os olhos vermelhos e o rosto molhado. O homem me olhou profundamente e saiu de trás do balcão me assustando ao me abraçar de uma vez.
─ Eu avisei para ele, avisei para Nico que iam mata-lo, mas ele era muito cabeça dura. ─ O loiro diz, paralisei na hora me afastando dele.
─ Você conheceu o Nico? ─ Digo baixo com o cenho franzido.
─ Está brincando? Eu era quase o melhor amigo dele. ─ Ele me respondeu com o rosto chocado.
─ Ele não me disse sobre você. ─ Eu falei.
Ali estava, duas pessoas magoadas com algo que não iria mais valer a pena ir atrás.
─ O que era dele? ─ O loiro perguntou me olhando nos olhos.
Aquela era uma boa pergunta, o que eu era de Nicolas? Ele me contava segredos que talvez nem sua família sabia, ele me comprava presentes, já fez um jantar para a gente, me ajudou a ir as minhas consultas na maioria das vezes, transou comigo e me beijou em momentos que eu precisava sentir que alguém me amava.
O que ele era meu?
─ Amigo. ─ Digo baixo olhando para o lado. ─ Um amigo muito próximo.
Sid apenas abriu a boca e balançou a cabeça como se tivesse falando que entendeu.
─ Vamos, você precisa de um banho e se alimentar. ─ Seokjin falou abraçando meus ombros me conduzindo até dentro da loja, e em seguida para sua casa que ficava nos fundos.
A casa estava igual a antes, porém no sofá tinha uma mochila minha, com certeza era minhas coisas que estavam ali dentro.
─ Aquela são suas coisas, o banheiro é aquela porta branca ali. ─ Seokjin falou. ─ Se você quiser conversar depois, eu posso ficar aqui, eu não falo nada se quiser, somente te escuto, ok?
Sorrio para ele e confirmo fraco, o garoto me dar um abraço apertado, depois me solta me deixando ir para o banheiro.
Peguei minha mochila e fui para dentro do local, tranquei a porta. Me virei colocando as costas na porta e deslizei até o chão.
Eu estava finalmente sozinho, somente comigo e minha tristeza.
A culpa de pouco em pouco começou a invadir meu peito, ele não ia me buscar na escola, estava se sentindo mal, mas tudo tem que ser do meu jeito, eu era um completo idiota e só pensava em mim.
Coloquei a mão no bolso do meu moletom, peguei o celular do garoto e liguei vendo algumas chamadas não atendidas. Respirei fundo e deslizei o dedo sobre a tela que mostrou a opção de colocar a senha. Digito os quatro números que me lembrava bem e logo o celular é destravado.
As mensagens entravam direto, pessoas marcando ele no Instagram, o chamando no Snapchat e WhatsApp. Então uma ligação começa a ser recebida, e estava escrito "mamãe".
Atendo e então coloco o mesmo em meu ouvido.
─ Alô? Filho? ─ A pessoa na ligação falou em uma língua que eu não entendia.
─ Desculpa, é a família do Nicolas Alves? ─ Falei devagar.
─ Natália, vem aqui tu que sabe essas línguas, acho que um amigo do Nicolas atendeu o celular dele. ─ A mulher falou novamente em uma língua desconhecida por mim, escutei alguns barulhos de chiado.
─ Alô? ─ A voz de uma garota ficou presente, ela parecia ser nova, no máximo 18 anos.
─ Oi, eh! Eu sou um Amigo do Nicolas. ─ Falei sentindo meus olhos já começarem a arder com as lágrimas teimosas.
─ Ah! Oi tudo bem? Desculpa meu inglês, faz pouco tempo que aprendi. ─ Ela diz com um sotaque bem a amostra.
─ Não, seu inglês está muito bom. ─ Elogio ela e em seguida respiro fundo. ─ Você está sentada?
─ Desculpe?
─ Sentada, você está sentada? ─ Perguntei novamente.
─ Estou, por quê? ─ Ela falou com um tom de estranhamento.
─ Nicolas hoje foi me buscar na escola... ─ Comecei a explicar, porem paro por ter que tomar um pouco de ar, não queria deixar ela mais nervosa do quê ficaria ao saber do acontecido. ─ Dois caras em uma moto passaram rápido e atiraram contra a gente, Nico foi atingido e acabou falecendo na hora.
Um minuto de silêncio começou, até que escutei uma pancada forte, como se o telefone tivesse caído no chão.
─ Mãe! Nicolas morreu mãe! Mataram meu irmão! ─ A única coisa que eu conseguia entender naquela língua era o nome de Nicolas, junto de um forte grito desesperado não só dela, como também da sua família.
Muitas pessoas falavam naquele momento coisas que eu realmente não sabia o que era e talvez nunca saiba, mas era tudo repleto de dor, me despedaçou por dentro, destruiu cada detalhe bonito que eu tinha sobre Nicolas.
─ Alô? ─ A voz da garota voltou para a chamada, dessa vez repleta de dor e de modo embargado.
─ Eu sinto muito, eu não devia ter pedido pra ele ir me buscar, ele não queria ir, ele estava se sentindo mal, é tudo culpa minha! ─ Digo soluçando baixo.
─ Não querido, não é culpa sua, sabemos que Nicolas não era uma pessoa muito boa. ─ Ela disse fungando baixo. ─ Nos iremos comprar uma passagem para resolver as coisas cara-a-cara, só pedimos para que cuide de tudo por enquanto, e nos mantenha informados, por favor.
─ Claro, eu faço isso sim. ─ Limpei minhas lágrimas com a palma de minha mão.
─ Qual seu nome? ─ Ela perguntou, sua voz estava rouca muito provavelmente dos gritos.
─ Jimin. ─ Apertei forte o celular. ─ E o seu?
─ Natália, mas pode ser difícil para você pronunciar, então pode chamar de Naty. ─ Ela diz. ─ Eu vou desligar, minha mãe está muito mal.
─ Tudo bem. Meus pêsames. ─ Falei baixo e ouso então a chamada ser encerrada.
Olhei para o celular alheio, o seu papel de parede era uma foto dele com uma senhora mais velha, ele estava bem mais novo, talvez com 15 anos ou 16.
Cliquei no ícone de fotos, sua galeria foi aberta e lá tinha apenas 4 álbuns, com fotos de paisagem, capturas de tela, fotos com amigos, e fotos comigo.
Ele tinha um álbum só de fotos comigo.
O álbum estava registrado como "meu Jimin". Tinha 64 fotos minha e dele, algumas só minhas, talvez ele tivesse tirado quando eu estava distraído ou algo assim.
Uma única lágrima desceu por minha bochecha ao ver um vídeo de talvez três meses atrás. Era uma dos únicos registros meus em que eu estava sem ser chapado, eu tinha prometido para mim mesmo que ia ficar 1 semana limpo para poder festejar o aniversário dele bem.
No vídeo eu estava jogando em uma máquina que pegava bichos de pelúcia, eu parecia muito concentrado, e em seguida eu soltei um xingamento baixo quando o urso caiu.
─ Aaah, na próxima você consegue Jimin! ─ A voz dele estava perto, mostrando que era quem estava gravando.
─ Essa máquina é um roubo, não quero mais brincar nisso! ─ Eu falei indo em direção a Nico que não me gravou, porem dava para se escutar um estalo de beijo.
─ Vamos comer alguma coisa. ─ Ele diz abaixando a câmera, e então a gravação é encerrada de modo seco.
Fui rolando as fotos e vídeos para baixo, eu não tinha mais coragem de me colocar para baixo daquele jeito. Guardei o celular na mochila e em seguida andei até a frente do espelho que ficava acima da pia.
Eu estava terrível, tinha sangue em minha roupa.
Espera... Tinha sangue em minha roupa. A polícia não deveria levar pra investigar?
Isso me fez lembrar de ontem, quando Nico apareceu em meu quarto e disse que a polícia era corrupta.
Puta que pariu.
Destranquei o banheiro e corri para fora do mesmo dando de cara com Seokjin e Jungkook conversando enquanto assistiam TV.
─ Jimin? O que aconteceu? Você tá bem? ─ Seokjin se levantou preocupado segurando em seguida no meu braço.
─ Gente, qual o trabalho da policia nesse momento tão sério como uma pessoa ser morta perto de vários adolescentes, e a maioria deles com pais poderosos da cidade? ─ Perguntei sério.
─ Eles tem que tomar cuidado para conseguir pega os culpados. ─ Seokjin disse como se fosse óbvio.
─ E porquê eles não me levaram pra pegar minha roupa que está cheia de sangue do Nico? ─ Falei olhando para eles.
Jungkook parou por um tempo e em seguida olhou para mim.
─ Eles pagaram a polícia pra acobertar o caso. ─ O mais velho fala. ─ Droga Jimin! Isso nunca vai ter um julgamento final, eles podem fechar o caso achando que ninguém vai atrás, ou pior colocar a culpa em outra pessoa.
─ Você acha que eles poderiam colocar a culpa em você? ─ Seokjin pergunta me olhando, parecia está bastante preocupado.
─ Talvez não no Jimin, mas sim no Sid. ─ Jungkook parou um pouco. ─ Ou em mim.
Eu e Seokjin olhamos para Jungkook com a testa franzida.
─ Pensem comigo, o cara que dava as drogas para Nicolas vender ganhava muito dinheiro com essa cidade, até porquê o que mais tem aqui é adolescente drogado. Nicolas não queria mais vender drogas. Antes do cara por outra pessoa no lugar do Nicolas eu apareci e peguei as pessoas que antes eram seus clientes, ele pode tentar me tirar daqui. ─ Jungkook falou.
Aquilo fez os pelos de meus braços se arrepiarem.
─ Meu Deus! Jungkook eu não quero que saia de casa, se ele tentar te matar? ─ Seokjin segurou no braço do irmão mais velho.
─ Talvez matar não, a polícia não iria cobrir pela segunda vez um assassinato na cidade, Jimin tira sua roupa com cuidado, eu vou pegar um saco e você vai colocar dentro. Se a polícia souber que estamos achando algo estranho eles podem começar a investigar o caso de verdade. ─ Jungkook começou a andar pela casa, ele pegou um saco transparente, em seguida voltou dando na minha mão.
Peguei a sacola e então fui devagar até o banheiro. Tranquei a porta e tirei minha roupa devagar, em seguida coloquei ela na sacola que Jungkook me deu.
Ainda tinha sangue em meu corpo, estava seco, e tinha um cheiro forte e muito ruim. Liguei o chuveiro quando entrei no box, logo fui para debaixo da água vendo ela se misturar com o sangue fazendo a cor vermelha prevalece. Aos poucos a água voltou a descer de cor limpa.
Eu não achava que coisas assim acontecessem com pessoas ruins, na minha concepção só gente boa sofria, não que eu seja idiota, mas também não era um mocinho.
Eu era drogado poxa, com só 16 anos, eu poderia ter colocado tanta droga no meu corpo quando um traficante vendeu.
Eu já fiz tanta merda na minha vida que talvez eu seja o maior filho da puta que alguém poderia conhecer, eu já tentei sair das drogas, não pensem que não. Mas é droga, é um vício, não é tão fácil assim.
Em pleno 2020 as pessoas não podem ter abertura para falar sobre drogas, porquê se falar sobre quer dizer que vai querer usar, mas não é assim, eu adoraria que tivessem falado para mim e me mostrado o que droga poderia fazer de ruim, pois eu já entrei nesse mundo usando maconha e gostando da sensação que ela me fazia sentir.
Nada mais importava além daquela sensação, e isso chegou ao ponto da minha vida não importar se eu em algum momento não ter essa sensação.
É algo ruim de se aceitar, eu sei, mas se não for aceito o próximo pode ser alguém próximo de você, alguém que você ama, e tudo por sua culpa, porquê você não ás mostrou as merdas que a droga pode fazer.
Infelizmente eu sou prova viva disso.
─ Jimin! A pizza chegou, vem logo se não vai esfriar. ─ Escutei Taehyung chamar.
Peguei o sabonete líquido e então passei em meu corpo, logo retiro de modo rápido. Saí da box, e sem me enxugar coloquei uma roupa limpa, peguei minha mochila e a sacola, logo saí do banheiro.
─ Aqui está a roupa, Kim. ─ Eu disse para Jungkook entregando a sacola para ele.
─ Obrigado, e meu sobrenome não é Kim. ─ O homem disse se sentando em uma das cadeiras que estava ao redor na mesa.
Franzi meu cenho sem entender. Se o Seokjin e o Taehyun eram Kim, por que ele não era?
─ Vocês não são irmãos de sangue? ─ Perguntei me sentando ao lado de Taehyung.
─ Não tenho essa sorte, ele é sim nosso irmão de sangue. ─ Taehyung disse pegando um pedaço da pizza.
Eu não queria me meter mais nesse assunto que parecia ser tão familiar.
─ Pega. ─ Taehyung me dar uma faca.
Corto um pedaço da pizza e em seguida corto esse pedaço no meio.
─ Você não vai comer só isso certo? ─ Seokjin falou me olhando.
─ Eu não costumo comer muito. ─ Digo olhando para eles.
─ Mas isso é quase nada. Você não pode fazer isso, está muito magro. ─ Taehyung fala espantado.
─ Eu posso, faço isso a literalmente 9 anos e nunca morri. ─ Revirei os olhos comendo um pedaço da pizza.
─ Isso é uma doença. ─ Jungkook falou de modo calmo.
─ Eu sei. ─ Digo pegando meu celular que estava em meu bolso.
Franzi o cenho quando vi mensagens em meu Snapchat e WhatsApp. Abri os aplicativos e fui clicando em cada uma das mensagens.
Kendall✨💜: Oi Jimin, meus pêsames pelo Nico, foi um baque e tanto, espero que esteja bem.
Eu: Estou bem, obrigado.
Número desconhecido: Oi Jimin, é a Jade, meus pêsames pelo Nico. Fica mal não vagabunda, vamos encher o cu de drogas.
Eu: Obrigado, Jade.
Não queria mais ver nenhuma mensagem de pesar, então apenas desliguei o celular e olhei para os meninos.
─ Eu vou dormir aonde? Sinto que vou cair a qualquer momento de tanto sono que estou sentindo. ─ Digo vendo Seokjin se levantar.
─ Você vai dormir comigo em minha cama, algum problema? ─ Ele pergunta indo para trás de Jungkook e mordendo um pedaço da pizza que estava na mão do mais velho.
─ Não, eu só quero dormir. ─ Digo rindo fraco com a cara de bravo que o Jungkook fez.
─ Antes disso. ─ Jungkook faz uma pausa e em seguida levanta, pega um copo com água e entrega em minha mão. ─ Abre a boca por favor.
Franzi o cenho, porem fiz o que ele pediu, o garoto tirou três pílulas do bolso e colocou em minha boca, bebi a água sentindo os remédios descerem por minha garganta.
─ O remédio que seu pai me disse para te dar. ─ Ele falou e olhou para Seokjin. ─ Pode ir.
─ Boa noite. ─ Seokjin falou recebendo um beijo na bochecha de Jungkook e em seguida beijando a bochecha de Taehyung.
Ele começou a andar e então entrou em uma das portas. No cômodo estava uma mesa onde tinha vários livros, cadernos e mangás, uma cama de casal, guarda-roupa, em fim, era um quarto né.
─ Se você quiser eu posso dormir no sofá. ─ Seokjin disse parecendo está envergonhado.
Talvez por seu quarto ter vários bonecos de animes, e ser em cores de tons pastéis.
As paredes eram um azul bem claro, em baixo tinha alguns planetas em um azul acinzentado, seus móveis eram brancos com roxo, e seu jogo de cama era azul e roxo.
─ Não, a cama é tua, tá doido? ─ Eu disse enquanto o olhava.
─ Pensei que podia se sentir desconfortável ou algo assim. ─ Ele disse.
─ Não estou Seokjin, não se preocupe. ─ Sorrio fraco.
O garoto me olha e vem em minha frente, logo abrindo os braços.
Ele sabia, sabia que eu queria desabar sem ter que falar sobre o assunto.
Sem ao menos pensar duas vezes corro para seus braços o apertando. As lágrimas começaram a descer por meu rosto, soluços saiam por minha garganta, e parecia que eu ia perder todas as minhas forças a qualquer momento.
─ Pode por para fora Jimin, eu sei que não te conheço a tanto tempo, mas eu estou aqui. ─ Ele diz em quanto esfregava a mão em minhas costas. ─ Grita, pode gritar.
Ele falou, e como se eu só precisasse que ele falasse aquilo minha garganta começou a rasgar em um grito alto e profundo, toda aquela dor que estava dentro de mim foi saindo aos poucos.
Eu estava precisando daquilo.
Eu escutei a porta ser aberta, e então minhas costas ficaram quentes, percebi pelo cheiro do perfume que Taehyung era quem estava me abraçando.
Eu não conhecia aquela dupla de coreanos a muito tempo, mas eles fizeram mais do que qualquer amigo que eu tive por anos, e aquilo significava mais do que qualquer coisa.
─ Você quer uma água? ─ Escutei a voz de Jungkook na porta me fazendo ser obrigado a despertar do transe carinhoso que havia sido posto pelos kim's.
─ Não, obrigado. ─ Digo com um pequeno sorriso, o homem só confirmou com a cabeça e saiu fechando a porta.
Taehyung olhou para o lado e abriu um grande sorriso, olhei para onde ele estava olhando vendo várias cartas de uno.
─ Taehyung, você sabe que a gente falta se matar jogando esse jogo do capeta. ─ Seokjin diz fazendo careta, porém em seguida sorrir e se senta rápido na cama. ─ Apostado?
─ Eu não vou jogar isso não, não quero deixar ninguém triste com minhas habilidades de sempre conseguir ganhar. ─ Falei vendo Taehyung abrir a boca chocado.
─ Vamos ver então. ─ Disse o Kim mais novo enquanto embaralhava as cartas.
[Não revisado]
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