II

Jimin P.O.V

Olhei para os lados sentindo ainda um pouco da brisa da última bala.

"Vamos Jimin! Você tem aula!" Ouso a voz da minha mãe ao fundo me fazendo finalmente cair na realidade.

Hoje é o meu primeiro dia de aula.

Tento me levantar de um jeito normal, porém o quarto parece a todo momento está se movendo, me fazendo rir de leve e me segurar em qualquer coisa que aparecesse na minha frente.

Vou engatinhando para o banheiro e logo consigo me levantar me trancando ali.

"Porra, essa merda não passou e eu ainda tenho que falar com o papai." Digo para mim mesmo logo batendo em meu rosto devagar. "Acorda."

Brigo comigo, em seguida começo a tirar minha roupa e vou para debaixo do chuveiro.

Em dias de escola minha cabeça começa a funcionar a mil, e mesmo assim tudo acontecia devagar, ainda mais quando a escola vinha com história de "tentar ajudar o máximo possível".

Por favor, né, era uma escola, a única coisa que serviam era nos trazer problemas psicológicos e vontade de matar um professor a cada dois segundos.

Eu não sou uma pessoa burra, muito pelo contrário, sempre fui alguém inteligente que os professores odiavam, aquela categoria de aluno que não deixavam eles falarem mentiras e que sabia muito bem que América era um continente e não a porra de um país.

Seremos sinceros, essas categorias de alunos como eu é os que fazem as aulas serem menos chatas, o tipo de aluno que todo mundo ou mata, ou rir.

"Jimin! Sua Vó esta aqui!" Minha mãe grita de modo animado me fazendo dar um grito de volta, porem de insatisfação.

Minha mãe já era insuportável sozinha, agora imaginem com uma cópia velha e mais antipática ainda dela, minha avó era o tipo de estadunidense "raiz", homofóbica, racista, machista e evangélica.

Coloquei minhas calças e em seguida um moletom, passei os dedos entre meus cabelos só para fingir que viu uma escova hoje. Voltei para o banheiro e escovei os dentes xingando baixo quando um pouco de pasta cai em minha roupa.

"Jimin, não inventa de se atrasar e não comer!" Meu pai dessa vez foi quem gritou entrando de uma vez no meu quarto. "Porque esse quarto está tão desarrumado? Morreu alguém aqui? Jesus!"

Sai do banheiro observando a figura tão conhecida do meu velho.

"Por isso tu não encontraste teu sapato, não se acha nada nesse lixão." Ele diz pegando algumas roupas sujas do chão e colocando em um cesto.

"Papaizinho querido, por favor e com muito amor no coração, sai do caralho do meu quarto." Tentei falar o mais calmo possível calçando meu sapato, dessa vez o par certo.

"Filhinho querido, por favor e com muito amor no coração, vê se arruma esse quarto se não quiser que seu celular seja confiscado por 1 mês, e não vou mandar você ir comer de novo para tomar os remédios." O homem saiu do quarto fechando a porta de modo calmo.

Com ele era sempre daquele jeito, não precisava gritar para resolver as coisas, mas tinha vezes que mamãe e eu passávamos dos limites, então ele tinha que intervir antes de alguma morte acontecer em plena casa.

Peguei meu hidratante labial e passei em meus lábios, em seguida coloquei a mochila nas costas e com o celular já em mãos sai do meu quarto, obviamente o trancando.

"Olha ele aí, seu pai colocou cereais com frutas para você." Minha mãe diz pegando em meu cabelo e em seguida fazendo careta. "Não tem pente não é? E o que é isso na tua boca?"

"Não eu não tenho, e isso na minha boca é uma amostra grátis do quão gay eu sou." Disse me sentando ao lado da minha vó que só fingia que eu não estava ali, em seguida comecei a comer o cereal.

"Na minha época a pessoa ser gay seria motivo de apanhar bem muito dos pais." A velha murmura.

"Primeiro, porque esse fóssil humano está falando? E segundo, eu gostaria muito de saber sobre suas histórias do tempo dos dinossauros, querida vovó, porém eu estou muito atrasado e não tenho tanto tempo igual o museu que você vive."

Levantei-me pegando um copo de água, em seguida fui até meu pai abrindo a boca, o homem mexeu em seus bolsos pegando três pílulas e as jogando em minha boca, tomei o copo de água e deixei na mesa.

"Tchau! Família, e o resto." Beijei a bochecha do meu pai, dei uma batidinha no ombro da minha mãe que beijou minha testa e sai para a parada de ônibus.

Em menos de dois minutos o ônibus escolar chega. Entrei vendo Kendall quase que escondida e logo me sentei ao seu lado.

"Oi! Kendall." Falei vendo a garota dar um grito, chamando a atenção da maioria das pessoas do ônibus.

"Puta que pariu, Jimin! Você está vivo? Eu jurei que você morreu no mesmo dia que falaram que o Nico foi preso." A menina diz segurando em meus ombros.

Kendall era alguém muito animada, dês de pequeno estudei com ela, nossos pais eram melhores amigos até um dia eles morrerem em um acidente de carro. A garota começou a morar com os avós, e acabou desenvolvendo um alívio em comer, o que a transformou em uma garota obesa com 15 anos.

Kendall era alguém que não ligava com o que os outros falavam, ela não ligava em ser gorda do mesmo jeito que as pessoas não ligam em serem magras. E essa opinião dela só ganhou mais força quando todos os meninos que ela já quis ficar comeram na mão dela. A Jade e ela viviam brigando, pois, às duas eram chamadas de "as mais lindas da escola".

Ela agora tinha 17 anos, e todo mundo tinha um carinho grande por ela.

"Eu quase morri vadia, mas tô aqui, com uma saudade da minha balinha." Falei em um tom de tristeza.

"Bom, bala eu não tenho, mas tenho isso." A garota tira um baseado do bolso da mochila dando em minha mão.

"Puta que pariu vadia, tu és o meu anjo das drogas." Apertei as bochechas dela a dando um selinho de tanta excitação que eu estava sentindo naquele momento.

"Tu não era gay garoto?" Ela me olhou com um rosto de choque.

"Sabia que gay não podia dar selinho em garotas não, ninguém me avisou no contrato que assinei." Ri com deboche guardando a maconha no bolso do meu moletom.

"Continua a mesma coisa de sempre, chato e com a língua afiada." Ela foi abaixando a voz quando um garoto lindo apareceu no ônibus um pouco perdido.

Com certeza um novato.

"Oi! Docinho, está perdido?" Kendall pergunta com um lindo sorriso, e seus cílios tão longos e bonitos que cortariam um vidro.

"Suponho que não, até onde eu vi entrei no ônibus que me deixaria na escola." O garoto fala com um tom debochado.

"Caralho, bem na cara." Disse rindo da cara de desgosto que Kendall fez.

"Vai se foder Jimin, vai ver se o Nico está ali oh!" Ela apontou para uma cadeira da frente me empurrando de uma vez para longe dela.

Revirei os olhos me sentando dessa vez, sozinho.

Kendall era sempre assim, a garota mesmo desejada não aceitava ganhar um não, então com certeza tinha me tirado de lá para tentar fazer o menino fode-la antes de chegar nas mãos de Jade.

Olhei para o lado e franzi o cenho quando 2 garotos asiáticos entraram no ônibus, eu nunca vi eles por ali, até porquê podia se contar nos dedos os asiáticos que tinham na cidade.

Eles pararam perto de mim e um dos dois me olhou.

"Posso sentar aqui?" O garoto era bem grande. Parecia ter uns 15 anos e tinha o cabelo com certeza tingido de loiro.

"Eu não sou o dono do ônibus né, pode sentar onde quiser." Levantei uma das sobrancelhas observando o outro garoto asiático rindo baixo pela minha fala, e em seguida sentando na cadeira do outro lado.

"Pensei que por aqui não tinham muitos asiáticos." O loiro forçado diz cruzando os braços enquanto olhava para frente.

"Eu digo o mesmo, até porquê moro aqui desde que me entendo por gente." Apertei meus olhos levemente.

"Eu também, queridinho." Ele tocou em minha testa e empurrou o dedo fazendo minha cabeça ir levemente para trás.

"Engraçado para caralho você, se me tocar de novo arranco teu dedo com uma mordida, sou asiático, mas não somos amigos por isso." Sorri de modo forçado e cruzei as pernas.

"Relaxa fofinho, já que não nos conhecemos eu vou nos apresentar, eu sou Kim Seokjin." O garoto que estava na cadeira do outro lado fala com um sorriso nos lábios." Tenho 17 anos."

"Eu sou Jimin, não precisa do meu sobrenome, exceto se querer me mande um cartão postal." Sorriu me esticando para apertar a mão com a do mais velho.

"Eu sou Kim Taehyung, tenho 14 anos, e para alguém tão baixinho você tem a língua muito grande." O loiro forçado falou. "Jimin é um nome americano."

"E eu preciso ter nome asiático para ser asiático? Aonde foi que tava isso? Não lembro de ter assinado nada." Peguei meu celular com a cara emburrada. Aquela dupla de irmãos dava nos nervos.

"Não precisa, mas significa que ou alguém da tua família é americano, ou não são tão fechados." Seokjin falou antes do irmão mais novo.

"A primeira opção." Respondi. "Sou coreano e estadunidense."

"Meus pêsames." Os garotos falam juntos.

"Obrigada." Disse com a fala carregada de um real pesar.

"Nos também somos coreanos." Seokjin continuou a conversa.

"Parabéns?" Perguntei meio incerto.

Taehyung ia falar algo, porém o ônibus para, me fazendo olhar para fora e percebendo ter chegado na escola.

"Tchau! Novatos." Sorri e sai do ônibus passando correndo por algumas pessoas até entrar na escola.

Sabe aquelas histórias clichês de filmes estadunidense onde as pessoas têm armários, aulas de teatro, lideres de torcida, futebol americano e o caralho a quatro? Não era diferente na minha escola.

A diferença era que na minha escola os locais mais pareciam um puteiro do quê qualquer coisa. Não to zoando.

"Tem alguém aí?" Falo quando entro no banheiro e escuto alguns barulhos vindo em uma das cabines.

"Transando." Ouso a voz de um garoto.

"Cinco minutos para o sinal tocar, espero que estejam perto crianças, não queremos chegar atrasados. Boa gozada." Falo depois que lavo minhas mãos e em seguida saio do banheiro.

Eu disse que essa escola era um puteiro.

Bom, todos pensam que eu sou o típico aluno quieto com medo de falar em público, e vocês estão certos, porém eu não dispenso oportunidades, se querem que eu fale tudo bem, mas vem de brinde uma bela crise de ansiedade junto de um desmaio. É pegar ou largar.

Coloquei minhas mãos nos bolsos do meu moletom vendo vários adolescentes passarem por mim, alguns novatos, outros já conhecidos.

"Oi! Jimin." A voz já conhecida por mim, chamou meu nome, me virei para trás vendo ele.

A praga que assombra minha vida.

Certo, ele não é bem uma praga, é somente um ex que me comeu e não quer largar do meu pé, acontece com algumas pessoas.

"Oi! Miles, tchau Miles." Continuei andando tentando cortar papo com ele.

"Eu não te vi as férias todas, por onde estava?" O garoto continuou seguindo meus passos.

"Muito chapado no meu quarto, deveria começar a fazer o mesmo." Tentei apertar mais ainda meus passos.

"Eu não faria isso, sabia que muita maconha pode futuramente fazer seu pau não subir mais ou fazer sua ejaculação retardar?" Ele diz e então eu paro de uma vez já pronto para matar aquele desgraçado.

"Jimin, meu amor!" Olhei pro lado vendo Lídia que somente me puxou para perto dela e começou a andar comigo, deixando Miles para trás.

"Muito obrigado, juro que tava quase matando aquele garoto." Respirei fundo abraçando a cintura da garota.

"Eu percebi, porquê só não dar o fora nesse cara?" Entramos na sala e em seguida nos sentamos em dupla na cadeira.

"Eu tenho pena, sentei nele tão bem que o garoto foi enfeitiçado." Suspirei me escorando na mesa.

"Bem, as aulas mal começaram e eu já vi 3 pessoas transando." Ela diz. "Uma dessas pessoas era Kendall"

"Sério? Ela deve tá sentando no novato." Fiz um bico fraco e respirei fundo. "Faz tanto tempo que não fodo com alguém que eu devo tá voltando a ficar virgem."

"Jimin, a última vez que escutei que te pegaram no flagra foi a um mês atrás." Ela riu revirando os olhos devagar.

"Eu sei, quase viro a virgem Maria." Faço um pouco de drama deitando totalmente na mesa.

"Bom dia alunos." Uma professora entra na sala.

"A não! Eu vou me matar." Faço menção de me levantar e então Lídia me puxa para a cadeira de volta.

Sério, já era difícil ser coreano, ainda chega uma professora com a blusa de kpop na sala? Eu me mato ou taco fogo nessa desgraçada.

"Olha, é Xing ling igual aquele garoto alí." Um dos alunos fala apontando pra mim.

"Me mama seu filho da puta xenofóbico." Grito mostrando o dedo do meio pra ele

"Parem com isso! Se não todos vão para a diretoria." A professora fala.

A coitada realmente não merecia tanta merda de adolescente pra pouco salário, mas é sério, quem em sã consciência vai com blusa de kpop pro trabalho? Ainda mais quando se trabalha com um bando de adolescente retardado.

Na minha escola em um só ano mais professor saia da escola do que ficava. Nenhum aguentava ficar muito tempo com a gente, e os motivos eram até plausíveis.

Professora Mary, literatura inglesa, foi acertada com um estojo no meio da testa com 4 meses de aula. Saiu da escola.

Professor Endy, educação física, uma aluna falou n-word e cuspiu nele com 1 semana de aula. Saiu da escola.

Professora Estephany, geografia, pegaram na bunda dela em sala com 2 meses de aula. Saiu da escola.

Não eram somente esses professores, porém a questão não são eles, só estão aqui para fazer seu trabalho, o maior erro é os alunos de merda que se sentem no direito de fazer esse tipo de coisa.

Esses merdas moram com os pais e não tem nem onde morrerem, então como acham quem tem direito de desrespeitar alguém daquela forma?

"Você esta entendendo senhor Collins?" A mulher me pergunta fazendo eu sair do meu transe do dia.

"Eu se quer escutei o que a senhora falou." Fui sincero e ela somente suspirou fundo.

"Vá para a direção senhor Collins." Ela pediu com a voz cansada.

Eu mais cansado ainda somente suspirei e confirmei com a cabeça.

Eu odiava ir para a direção, sempre era tratada como alguém em estado terminal de alguma doença, aquilo era terrível.

"Pois é, eu comprei essa bala hoje lá." Quando cheguei na diretoria escuto dois garotos conversando baixo.

"Sério, e acha que ele venderia para mim?" O outro garoto que tinha os cabelos tingidos de vermelho pergunta.

"Claro que sim, ele vendeu pra mim que tenho 15 anos." O mais baixo respondeu.

"Ei, onde esse traficante fica?" Perguntei olhando os dois que se assustaram com minha voz.

"Você escutou?" O de cabelo vermelho pergunta.

"Não, veio na minha cabeça sobre o que vocês poderiam estar conversando. Claro que escutei seus pentelhos, me dêem logo a informação." Empurrei eles devagar para o lado me sentando na cadeira que tinha ali.

"Olha, ele é o novo traficante da área." O garoto pegou um post-it e escreveu no mesmo logo me entregando. "Ele trabalha em uma loja de conveniência normalmente, porém você deve falar que quer um doce diferente, ele vai saber que esta falando das drogas."

"Esse aqui é endereço?" Perguntei.

"Claro né, acha que era meu número? Isso é pedofilia." Ele diz com o cenho apertado.

"Eu tenho só 16 anos seu merda." O olhei indignado.

"Eu pensei que seria pedofilia da minha parte, tu é baixo de mais em." O menino diz fazendo o amigo rir baixo.

Eu faço menção de socar o garoto, mas antes de partir para a agressão ouço uma tosse feminina.

"O que esta fazendo, Jimin?" A voz feminina que tanto conhecida bate em meus ouvidos.

"Oi diretora." Falo baixo.

"Entre em minha sala por favor, e vocês dois, continuem quietos." Ela fala olhando para ambos os garotos.

Me levantei logo entrando em sua sala.

Toda vez que entrava na sala dela eu sentia um cheiro terrível de cigarro e whisky barato. Vida de professor é realmente uma merda, nem um whisky de respeito conseguem comprar.

"Se sente." Ela pede sentando em sua grande e confortável cadeira.

Respirei fundo e baixo, logo me sentando na cadeira a qual eu já conhecia muito bem.

"Mal começaram as aulas, por quê você foi mandado para cá?" Ela olhou para o computador velho que tinha em sua mesa.

"É uma professora nova, ela não sabe das desgraças de minha vida." Falei com um sorriso sarcástico.

"Jimin, já conversamos sobre falar essas coisas sobre si mesmo." Ela diz com seu cenho franzido.

"Eu sei, já parei." Respirei fundo revirando os olhos em seguida.

"Eu vou te liberar pois isso foi erro meu, devia ter avisado sobre você aos novos professores, você tem aula agora de..." Ela fez uma pausa lendo o que tinha em seu computador. "Educação física."

Respirei fundo e olhei para a mulher.

"Já posso sair?" Me levantei sentindo minhas costas doerem um pouco.

"Claro, boa aula." Ela sorriu de modo doce.

Saiu da sala da mulher e sem pensar duas vezes vou para o banheiro abandonado dos meninos, entro em uma das cabines e tiro o baseado do bolso do meu moletom, procuro o esqueiro mas percebo que não trouxe o mesmo.

"Puta que pariu, não coloquei essa merda de isqueiro na bolsa." Falei comigo mesmo, mas logo vejo algo passando por debaixo da minha cabine.

"Eu posso emprestar o meu." Escuto a voz já conhecida, porem pego o isqueiro sem pensar duas vezes quando ele o passa para mim.

Ascendo o baseado e em seguida devolvo o isqueiro do mesmo jeito que veio para mim.

"Ei, eu reconheço tua voz de algum lugar." Falei, logo escuto um barulho de porta abrindo.

Me assusto com a batida na porta de minha cabine. Mas apenas destranco a mesma dando de cara com Seokjin.

"Pensei que tinha pegue meu isqueiro para fumar cigarro, e não maconha." O mais velho disse pegando a maconha da minha mão.

"Mano, na moral devolve essa merda." Tentei pegar dele.

"Isso não deveria tá em tuas mãos, você é de menor, Jimin." Ele falou como uma bronca, mas logo me devolveu.

Puxei a fumaça do baseado para minha boca, prendi um pouco e logo soltei no rosto alheio.

"Eu posso, sou doente." Falei sentando na tampa do vaso quebrado.

"O que você tem?" O Kim cruzou seus braços me olhando.

"A pergunta correta é "O que você não tem"" Riu um pouco sem graça. "Sou doente psicologicamente dês de pequeno."

"Porra Jimin, foi mal, eu pensei que tava zoando." Seokjin deu leves tapas em minhas costas, tentando me confortar.

"Não, eu realmente tava, sou um drogado filha da puta, mas sou cheio dos problemas psicológicos, então recebo um desconto se for preso." Peguei minha mochila vendo o rosto de Seokjin ficar vermelho quando sorrio cínico para ele.

Começo a andar até a pia e fico em cima da mesma tentando pular na janela quebrada que dava passagem para fora da escola.

"Jimin! O que você tá fazendo, vai cair daí!" O mais velho correu segurando minhas pernas, e me fazendo descer de volta para a pia de forma segura.

"Jesus cara, você é preocupado de mais." Falei em forma de discussão.

"Desculpa, eu sou o irmão do meio, tô sempre preocupado." Ele diz olhando para os lados parecendo envergonhado.

Se Taehyung era mais novo do que ele, então tinha mais um asiático solto por ai na cidade? Soltaram uma van cheia de asiáticos por aqui?

"Seu irmão mais velho estuda aqui?" Perguntei como quem não quer nada.

"Não, ele é de maior, já acabou os estudos." O garoto fechou os olhos percebendo as intenções alheias. "Você não ia fugir da escola?"

Como se algo tivesse ascendido em minha cabeça ele me lembrou, e então eu apontei para o garoto.

"Me empurra, se você me ajudar é melhor para eu não ser pego, por favor Seokjin." Peguei em seu braço e balancei devagar.

"Se a gente for pego eu te mato." Ele diz e logo começa a tentar me levantar de modo seguro na janela.

Sabe, eu não sou muito bom das idéias, não sei se ja disse, mas toda ideia minha da errada, não to nem zoando.

Foder no laboratório de ciências? Deu errado. Tomar 4 balas de uma vez? Deu errado. Beijar um professor escondido? Deu errado. Tentar sair da escola com a ajuda de Seokjin? Bom, não deu totalmente errado, mas alguma merda deu.

"Puta que pariu, Jimin, você tá bem? Me desculpa, eu pensei que você tava seguro." Com um piscar de olhos vejo o garoto saindo da janela e com o rosto em cima do meu.

Pisco devagar sentindo a famosa sensação do mundo esta indo em câmera lenta e eu está me movimentando rápido, então em menos de segundos o meu sangue esquenta me fazendo sentir uma dor desgraçada no tornozelo.

"Caralho!" Xingo baixo para a gente não ser pego, até porquê se formos pegos quem se fode sou eu, já que sou o único que não conseguiria correr.

"Foi seu tornozelo? Droga Jimin, eu sabia que isso era uma má ideia." O garoto levantou devagar minha calça até a uma parte da minha perna. "Tá inchando. Eu vou ter que te levar em casa."

"Não! Eu não posso ir para casa, meus pais vão arrancar meu couro se souberem que fugi da escola e ainda me machuquei." Suspirei olhando para Seokjin. "Mas..."

"Nem vem, não da para você ir pra minha casa, meu irmão me mataria se eu levasse alguém." Ele cruza os braços olhando para mim.

"Sinto lhe avisar Seokjin, mas para algum lugar eu preciso ir, e você vai ter que ir junto porquê sozinho eu não consigo andar." Cruzei meus braços e olhei para ele.

O garoto suspirou derrotado, então ele me ajudou a levantar começando a andar comigo.

"Para onde estamos indo?" Perguntei incerto.

"Para minha casa, você não queria ir?" Ele me responde, obviamente me fazendo ficar surpreso. "Mas vou logo dizendo, você vai entrar, eu vou cuidar dos teus machucados e depois eu irei te levar para casa."

Confirmei fraco com a cabeça.

"E isso aqui." Ele tira a maconha da minha boca. "Tem que sair dessa sua boquinha por enquanto, as pessoas da rua podem ver e denunciar para a polícia dois asiáticos que fumam maconha."

É, ele tinha razão, também não era muito difícil dizer que aquele asiático era Jimin Collins, o garoto cheio de problemas e com uma mãe evangélica maluca.

A casa de Seokjin parecia ser muito longe, e realmente era, o garoto morava quase do outro lado da cidade, e quando ele achou haverem chegado os dois entraram em uma loja de conveniência.

"O que você está fazendo aqui garoto?" Um cara não muito velho, que tinha os olhos azuis e a pele branca falou em um tom de briga.

"Não fode Sid. O meu amigo deu um jeito no tornozelo e precisa ser cuidado." Seokjin olhou por trás do balcão pegando uma chave.

"Não sabia que virou médico, teu irmão vai te matar se te ver aqui, ainda mais com companhia." O homem falou alto para Seokjin escutar.

Porem Seokjin já estava nos fundos da loja abrindo uma porta grande de metal com a chave que ele havia pegue.

Logo o garoto abriu a porta dando visão da sua casa.

O local não era muito iluminado, mas parecia ser muito grande, olhei para os lados vendo algumas portas que pareciam quartos, na sala tinha uma poltrona grande, e deitada nela estava uma senhora, ela estava de olhos fechados e só aí percebi ter aparelhos conectados a mulher.

"Venha, vamos cuidar do seu machucado antes que meu irmão chegue." O garoto me senta na cadeira da cozinha e pega um 'kit' de primeiros socorros.

"O que você está fazendo em casa uma hora dessas Seokjin?" Uma voz profunda e desconhecida até então pergunta.

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