[27] 좋은 news.
⚠️ 좋은 = bom/boa, good.
Mudamos de bad, pra good!!! UFA.
#JiminCoradinho
ESTOU DE VOLTA!!!
Estamos!! Eu e meus bebês, Limãozinho e Coradinho (e o José Limão 😁)!
Sentiram saudade? eu também 😭💚
Mês passado, foi um mês complicado pra mim, principalmente do meio pro final. Mas tudo se resolve graças a Deus, portanto, estou bem! 🥹 me desculpem o atraso gigantesco.
⚠️ Como demorei muito, vou recapitular pra vocês resumidamente pq não quero ninguém perdido "nossa nem lembro" ☝🏻😡:
No capítulo anterior, o Jungkook é sequestrado por Woosung, o santinho do pau oco. Entre xingamentos e ameaças, o pai biológico do Jeon apareceu, causando um caos. Entretanto, nosso orgulho de menino conseguiu enfrentar o maior medo e tormento dele de frente para escapar, mas acabou levando um golpe do velho sem perceber.
Em paralelo, Taehyung e Yoongi brigaram por causa de suas diferenças de classe, fazendo com que Taehyung fosse correndo pra casa do Jimin chorar as pitangas. Os dois perceberam que Jungkook deixou a moto nova na frente do prédio e foram atrás dele, sentindo o pressentimento de que algo aconteceu.
Durante a chuva forte, correndo, Jungkook encontrou Jimin, no timing perfeito. Mas ele acabou ficando inconsciente, desmaiando nos braços do seu Coradinho, parando no hospital às pressas juntamente ao Taehyung, que também foi atrás dos babacas e acabou sendo golpeado.
Com Taehyung internado, porém estável, e Jungkook aparentemente "em coma", o capítulo termina. Agora, vamos continuar:
💚
💸
[JIMIN]
Estar sozinho no meu apartamento não me trazia as melhores sensações. Eu me sentia solitário.
Srta. Lee precisou ir embora. O bom era aquele famoso e simples fato de ela deixar uma comidinha maravilhosa pronta. E é claro que eu não iria comer sozinho.
Hoje seria a noite dos filmes mais românticos.
A minha campainha tocou e eu pulei do sofá imediatamente, direto para a porta.
No momento em que a abri, Jun sorriu pra mim, mexendo no seu cabelinho e fazendo a primeira coisa que eu imaginei que fosse fazer antes de qualquer outra: me dar um beijinho.
— O que eu falei pra você? Que eu vinha, né? E o que eu fiz? — dizia, confiante. Ri, colocando a mão na frente da boca. Fechei a porta.
— Eu não duvidei de você, só pensei que não pudesse vir, bobinho.
— Como eu não poderia? Até parece. E o que vamos fazer hoje? — virou-se pra mim, abraçando a minha cintura e me dando aquele olhar dele de apaixonado. Um que eu também sempre tinha, completamente, ao vê-lo.
— Filmes românticos, esqueceu? — ele revirou os olhos, se afastando de mim. Eu sabia, tentei segurar a risada.
— Eu já disse que não gosto.
— Não foi você que assistiu um comigo quando nós nem éramos um casal ainda? Eu lembro disso perfeitamente. — comprimi os olhinhos sobre ele com desconfiança e esperei ele se explicar todo atropelado.
— Mas aí... Aí era outra coisa... Era... — tentava ser o sabidão e enchia o peito pra falar, mas nada de relevante saía. Cruzei os meus braços e aguardei pacientemente. Ele resmungou e desistiu: — Esquece, vamos ver logo. Já disse que faço tudo pelo meu Coradinho.
Emburrado, passou por mim e eu o peguei pelo braço, lhe virando e dando um beijinho em sua boca.
— Sabia que eu te amo, amorzinho? — falei.
— O que é isso? Meu namoradinho resolveu entrar no clima dos filmes? — levantou as sobrancelhas, sugestivo ao ficar bem próximo de mim. — Sabe que falando desse jeitinho, eu fico pensando em entrar no clima de outro tipo de filme...
— Pois parece que o meu namoradinho pegou o meu jeito de falar no diminutivo. — acabei rindo, reparando em algo que era automático pra mim, mas que notei nele.
Jungkook arregalou um pouco seus olhinhos, os tornando fofos demais. Piscou algumas vezes, realmente pensando no que eu disse e interrompendo o seu modo tarado.
— Porra, real. — gargalhei, não aguentei. — Tô virando o meu namorado.
E ele se afastou, indo até a minha cozinha resmungando.
— Cuidado, hein. Daqui a pouco, tá falando palavrão em cada frase, tá ligado.
Fui direto pro sofá, negando com a cabeça e ouvindo ele falar coisas totalmente desconexas que por algum motivo, comecei a não identificar mais, sentindo ele abaixando a voz, enquanto eu apenas ria da situação enquanto procurava o controle da televisão.
— Goo, você pegou o controle antes de mim? Ele sumiu do nada. — perguntei, mas fiquei sem respostas.
Quando olhei para o lado e reparei, Jungkook não estava mais na cozinha. Também não o vi passando por mim. Ele foi pra outro cômodo?
— Jun? — me levantei, andando até a cozinha e ao redor da minha casa.
Entrei nos quartos, nos banheiros, chamando.
Jungkook aparentemente não estava em nenhum lugar.
Mas em qual momento ele foi embora?
E por que em silêncio? Sem explicações?
Meu celular começou a tocar.
Peguei em cima da bancada, e estranhamente, era o Jun.
— Alô? Amor, por que você foi embora? Onde você tá? Foi comprar alguma coisa? — fiz inúmeros questionamentos.
Tive um segundinho de silêncio.
— Neném, eu também te amo. Esqueci de dizer de volta. — disse, sem sentido.
— Tá, mas onde você tá? — senti o meu coração acelerar. — Fiquei preocupado que você foi embora do nada...
— Eu realmente não quero perder você, mas talvez... — Jun somente suspirou. Eu não estava entendendo. — Jimin-ah, você ainda tá aqui comigo?
— Como assim? M-Mas é claro que eu tô com você! — senti vontade de chorar, estava ficando muito ansioso dessa forma. Não é uma brincadeira que se faça. — Quer dizer, eu estava até você sair sem explicações, Jeon!
— Não acha que é um sinal pra você ir descansar em casa? Por que não come alguma coisa? — com essas perguntas desconexas ao que eu estava dizendo e as respostas que eu estava buscando, franzi o cenho.
— Mas a srta. Lee deixou aqui umas comidinhas pra gente, eu ia comer com você!
— Eu não vou conseguir ir te visitar hoje, amor. Não podemos ter a nossa noite de filmes como você queria. E também não quero que me espere pra poder se alimentar direito.
— Jungkook, a srta. Lee fez comidinha pra nós dois porque eu disse que você estaria aqui, poxa. Minha mãe também pensou em vir amanhã pra ver a gente, e tá tudo bem se você não quiser ver os filmes, nós podemos só-
— Jimin... — soltou um suspiro, cansado. — E se eu não voltar?
— O q-que você tá dizendo? — comecei a tremer, e tentei respirar fundo. Falhei ao não surtar pelas palavras que ouvia. — Você vai me deixar assim? É isso que decidiu de uma hora pra outra? Do que você tá falando? E-Eu fiz alguma coisa?!
— Não. Mas você não acha que pode ser mais feliz sem mim? — perguntou. Doeu em mim, aquilo era repentino. Sua voz soava baixa. Obviamente eu responderia na hora, mas não me foi dado o tempo: — É melhor assim, não?
— Sem me dizer os motivos, você está descartando tudo que a gente viveu e enfrentou juntos, Jungkook? Sem mais, nem menos?
— Eu não tô descartando nada disso, só tô com medo...
— Medo?!
— Eu quero proteger você, cuidar de você e amar você, Jimin-ah.
— Jungkook, você bebeu? — tentei me acalmar, ele estava definitivamente muito estranho. — Por que tá me dizendo essas palavras?
— Porque eu preciso acordar.
— Acordar?! Mas por que-
Ele desligou.
— Jungkook?! — liguei pra ele de novo, colocando o celular no ouvido. Desligava na hora. Era como se estivesse desligado. — Atende!
Me senti sem ar.
Ele se despediu de mim, sem mais?
Tudo estava perfeitamente bem, e de repente, sem que eu pudesse entender, desmoronou completamente. Como num passe de mágica.
E em meio ao meu desespero, tentando processar todas as palavras confusas que Jungkook me disse e a forma como ele mudou de um segundo para o outro, eu me desequilibrei e me apoiei na parede do corredor com o celular ainda em mãos. Foi quando outra realidade me atingiu:
Eu acordei.
Jungkook estava no que parecia ser um coma.
Inconsciente diante de mim.
Essa era a realidade.
Foi um grande sonho que se tornou em um pesadelo por questão de minutos, me fazendo despertar e resgatar todas as memórias da vida real, voltando como uma avalanche.
Olhei para o Jun. E estando ali, parecia que ele estava apenas dormindo.
Eu não sabia quanto tempo eu mesmo estava com ele naquele quarto, sentado do lado de sua cama. Dormi, acordei...
Jin cochilava do outro lado, em um mini sofá.
Esperar, não me cansava.
A cama era um pouquinho mais alta, portanto, coloquei os braços no espacinho que havia na beira e apoiei meu queixo sobre eles.
Namjoon entrou, um pouco atrapalhado e barulhento. Ele parou, suspirando e encarando Jungkook. Jin acordou no susto.
— Demorei, mas... — pigarreou, voltando a nos encarar. Eu nem poderia imaginar o quanto Namjoon hyung estava sofrendo. — Bom, eu avisei a empresa dele e eles estão esperando notícias. Mais tarde, virão visitar também, e...
O hyung abaixou a cabeça. Namjoon pareceu respirar fundo, voltando com o foco na conversa.
— Queria tanto contar isso pra ele. S-Sério, eu... Queria muito.
— Contar o quê? — Jin perguntou, se levantando, o que fez eu me endireitar na cadeira também.
— O vídeo prévia do Jungkook... — abriu um sorrisinho curto e muito breve, parecendo tentar segurar as lágrimas. — Viralizou. Pegou mais de três milhões de visualizações desde anteontem. Todas essas pessoas se apaixonaram na voz dele e estão esperando o debut.
Jin ficou surpreso. Eu também, não conseguindo ter exatamente uma reação adequada.
No susto, Seokjin apontou pra Jungkook.
— Viu? É por isso que você tem que acordar pra ontem! — se aproximou. — É o que você mais queria nessa vida, me irritava toda hora falando dessa vida de artista e que não queria trabalhar como uma pessoa normal!
Meus olhos foram ao Jun também.
— Você é um artista, Goo. — disse, baixinho. Os meninos falavam várias coisas, e eu só peguei em sua mão. Por incrível que pareça, era como se ela estivesse quentinha. — Meu namorado sempre foi um artista e precisa viver isso.
Ninguém mais disse nada ao me ouvir.
O silêncio predominou.
— Nem ouse não acordar. — me tornei um pouco bravo, e com vontade de chorar de novo. — Ou eu termino com você, ouviu? Nunca mais te perdôo.
Desci o olhar para a sua tatuagem de borboletinha. Eu me sentia tão mal.
O significado dela parecia tão forte agora.
— E a Hanna? Contou pra ela? — ouvi Nam perguntar.
— Não tive coragem... — Jin soltou o ar. — Eu não quero vê-la sofrendo também. Só espero que isso passe logo e a única notícia que eu a dê seja de que o titio Jun dela sofreu um pequeno acidente e se recuperou cem por cento.
Meus olhinhos se encheram de lágrimas novamente e a minha voz tremelicou, sem conseguir encarar nenhum outro lugar além do rosto dele.
— Por q-que trataram você tão... Tão mal? Como eles tiveram coragem? — apertei a sua mãozinha. — V-Você sempre foi um amor, Jun... Eu n-nunca me senti tão amado na vida, mas só bastava você me olhar...
— Ji... — Namjoon me chamou, e eu o encarei totalmente choroso. Ele pareceu limpar o rosto também, assim como eu fiz. — Taehyung acordou.
— Agora? — meu coração parou de pesar tanto quanto antes quando ele assentiu, e voltei a encarar Jeon. — Tudo bem, eu vou e em breve volto.
— Depois de comer alguma coisa. — Jin complementou.
— Talvez... — eu nem os encarava direito, apenas me levantei com a pouca força que tinha e saí do quarto em silêncio, passando pelos dois.
Observando do corredor, a enfermeira saiu do quarto onde o Tae estava. Segui imediatamente pra lá.
Assim que abri a porta, ao ver Taehyung de olhos abertos e sentadinho, eu me senti tão acolhido.
— Ji, os médicos disseram que foi muito rápido-
Não consegui deixar Yoongi falar, somente me apressei em abraçar Tete sem tanta força quanto eu poderia e o quanto gostaria, por ele ainda estar doentinho. Comecei a chorar.
— Jimin! — ouvi a voz chorosa do meu melhor amigo também. Era como se magicamente eu pudesse passá-lo a minha angústia.
— Você tá bem, hum? — me afastei um pouco, observando seu rosto machucado, com alguns arranhões. Tete assentiu.
— Por que foi se arriscar tanto, seu bagulhinho teimoso?
— E-Eu precisei.
— Senta aqui. — olhou para o lado e eu vi o banquinho em que Yoongi estava antes. Ele se afastou de nós silenciosamente.
— Precisava saber como você estava e ficar um pouco mais aliviado... — eu disse. O clima entre ele e Yoon não me parecia muito bom. Min tinha os olhos inchados.
— Por que vão continuar brigados? — perguntei, encarando-os. Prestaram atenção em mim, não esperando que eu me dirigisse aos dois. — Não faz sentido, você quase morreu. — olhei pro meu melhor amigo, e em seguida, para Yoon: — E você quase ficou sem vê-lo. Percebem como é importante se resolver o mais rápido possível com alguém?
Yoongi abaixou a cabeça, e eu apenas suspirei. De qualquer forma, eu também estava com a cabeça cheia demais.
Em primeiro lugar, eu queria mais do que tudo, que o meu Jun acordasse.
Mas uma coisa me perturbava.
Algo que Taehyung me disse, com a face séria, no momento em que tocou o meu braço, me chamando a atenção:
— Ji, eu tenho que te contar o que aconteceu lá e o que provavelmente fez Jungkook ficar muito machucado. Não, o que eu tenho certeza que foi. Além do que aconteceu comigo.
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Após alguns dias se passarem, eu decidi sair daquele hospital sufocante.
Não contei pra onde eu iria, apenas disse que buscaria comer alguma coisa e recusei que fossem junto comigo, alegando que eu precisava de um tempinho pra pensar.
Jungkook brigaria comigo por descobrir onde eu estava indo completamente sozinho.
Eu até gostaria que ele estivesse me dando uma bronca agora, mas...
Andar naqueles corredores ao lado de fora do pátio para entrar no local era bizarro. Haviam tantos olhares em cima de mim.
Me sentei na frente daquela mesa com uma divisão no meio e um único buraco no vidro que permitia a passagem dos sons, olhando para a porta que se abriu em menos de cinco minutinhos.
Lá estava Kim Woosung, algemado e suspirando alto e impaciente quando me viu, sentando-se na minha frente e desviando o olhar.
A pessoa que eu pensei que poderia confiar cegamente.
— Bom dia, Jimin. — me recebeu, sem ânimo algum em seu tom. Continuei lhe olhando fixamente, sem acreditar. — Como conseguiu? Achei que eu não pudesse receber visitas por enquanto. Ah, você deve ter pagado.
— Por que? Você queria dinheiro, era isso? — me direcionei rápido ao seu mais novo caráter.
Ou o que sempre teve oculto.
Engoli o choro. A minha garganta doía e eu me sentia vulnerável demais pra me manter tão forte o tempo todo.
Principalmente com o meu Jun desacordado, e de frente para quem compactuou pra que ele ficasse desse jeito. Alguém que me enganou.
— Acha mesmo que eu fiquei de olho no seu dinheiro?
— Então qual foi o motivo? — perguntei, trêmulo, me contendo.
— Jimin, se realmente fosse por dinheiro, eu seria mais esperto do que o seu namora-
— Qual foi o motivo?! — aumentei o tom de voz, irritado e quase indo pra cima sem poder. Meu coração estava acelerado. Woosung se manteve calado e sério, me encarando surtar. Soltei o ar, recuperando a minha postura novamente. — Eu confiei em você, sabia disso? Pensei que era o meu amigo, que não tinha perigo em contar com você. E pensei que gostasse do Jungkook.
— Ele sempre me tratou mal, por que eu deveria relevar? Só porque eu tive consideração por você?
— Ninguém te pediu pra relevar nada e nem perdoar ninguém, Woosung. — rebati. — Mas nada justifica você tentar matar ele, seu idiota!
— Já aconteceu, não tem volta. — deu de ombros.
— É só isso que me diz?
— O que quer que eu diga?! Eu só queria ter você comigo! Ou sei lá, porra! — aumentou seu tom, o que me deu liberdade pra fazer o mesmo:
— E você achou que conseguiria se matasse quem eu realmente amo?! — ele não respondeu, e eu tentava não me descontrolar tanto. — Você só deixou a sua máscara horrível cair, Woosung! Olha só pra isso, presta atenção no lugar onde você veio parar! Preso!
— Por isso você veio aqui? Pra confirmar que sou eu mesmo? Me ver nesse estado?
— Ainda por cima, se juntou com a pior pessoa. Aquel homem criminoso, abusivo... — minha expressão de nojo dizia muita coisa, detestava somente lembrar desse cara e de todo o mal que ele causou ao Jun.
— Ele me acolheu, tá legal?! — disse, arregalando um pouco os olhos. — Eu estava sozinho nessa merda e esse homem que você diz ser um criminoso, foi quem me acolheu!
— Você não tem que escolher pessoas ruins só porque está sozinho, Woosung!
— Mas foi o que me restou, Jimin! — rebatia, convicto. — E eu não me arrependo.
— Eu sei. — rebati, logo em seguida. — Consigo ver o quão maldoso você é agora.
— Então, eu acho melhor ir embora.
— Não precisava tentar matar o meu melhor amigo também. — puxei o assunto. — Tentou me deixar sozinho como você?
— Eu não tenho culpa se ele ficou no caminho. Eu só tive a intenção de ameaçar, não pensei que o plano fosse desandar tanto. — e sem paciência, revirou os olhos.
— Plano? Um plano doentio que você fez com aquele criminoso? — levantei as sobrancelhas, surpreso. — Não acredito que você achou mesmo que ele iria seguir com o seu plano. Ele te manipulou!
— Beleza, quer saber a verdade? — endireitou a postura de vez, olhando nos meus olhos de uma forma que nunca vi antes.
Ele realmente era outra pessoa.
Talvez sempre fosse. Apenas sustentou um personagem por muito tempo.
— Me irritava o fato do Jeon nunca me aceitar. Como amigo, como qualquer coisa! — dizia, com raiva. — E me irritava que ele só ficou apegado em você.
— O quê? — franzi o cenho, confuso.
— Jungkook foi a primeira pessoa que conversou comigo quando fui contratado naquela boate, e depois de eu mostrar um vídeo meu na minha antiga banda de garagem, ele me chamou pra tocar com ele no palco. — contou. — Desde então, venho tentando ser mais próximo dele. Só que você chegou pra atrapalhar tudo.
— Do que você tá falando, seu idiota?
— Eu decidi me aproximar de você pra fazer com que o Jeon largasse essa história de mão, e foi gratificante saber que eu já te conhecia antes. Daquela vez em que te ajudei quando foi pra boate. Até pensei que manteria o contato comigo, mas não. — enquanto ele contava, minha mente não conseguia processar as informações. Na minha mente, aquilo não era possível. — Tentei fazer ele se afastar de você pra que eu pudesse consolá-lo, ainda mais sabendo que ele não era aquele cara pegador de mulheres que pagava ser pra não denegrir a própria imagem. Mas tudo que você fez foi essa sua cara de vítima pra fazer ele se apaixonar por você tão facilmente e vocês dois se tornarem inseparáveis, ignorando todo o resto.
— Então, não era de mim que você gostava. — eu quase entendi, o que me fez querer explodir de tantos pensamentos chegando ao mesmo tempo.
— Errado, eu só não queria ficar sozinho como todos os meus dias de merda. Queria me sentir importante. Em seguida, você se tornou mais acessível pra mim do que ele. Foi aí, que eu decidi tirar o Jeon do nosso alcance e manter você do meu lado.
— Você era importante pra mim, Woosung.
— Mas não mais do que ele.
— E você queria o quê? Que eu te colocasse acima de todos? — soltei o ar em descrença. — Eu não imaginava que você fosse tão psicopata. As coisas que você diz só fazem sentido na sua cabeça.
— Ótimo, pois agora eu peço pra que vá embora e não volte nunca mais. — desviou o olhar.
— Se a sua forma de demonstrar carinho é fazer com que a pessoa fique solitária como você e te coloque em um pedestal, meus parabéns. — bati palmas, literalmente. Woosung me encarou de cenho franzido, provavelmente com muita raiva de mim no momento. — Você acaba de ir de um idiota, pra um burro. O Jungkook nunca iria olhar pra você dessa forma. Muito menos eu. Acha mesmo que manter possessivamente alguém do seu lado faria com que você se sentisse menos solitário?
— Eu não preciso ouvir todo esse seu discurso, Jimin. Continue seu caminho, sabe que o seu pai também foi preso, não?
— Estão todos juntos? Que maravilha. — abri um sorriso falso, porque me abalava um pouco, infelizmente.
Me preparei pra simplesmente levantar e ir embora.
— Acho melhor cuidar do que ainda tá em jogo, Jimin.
— Que porcaria você tá falando agora? — revirei os olhos.
— O Jungkook tem uma irmãzinha, sabia disso?
Eu travei. Logo, me inclinei na cadeira pra mais próximo daquele vidro, tentando entender.
— Como assim? Do que você-
— Tio Jeon teve outra filha. Está com a mãe agora. A mãe de Jungkook.
— M-Mas... — meu cérebro deu um nó. — Onde? Onde elas estão?
— Acha mesmo que eu sei? — bati na mesa, percebendo que estava só perdendo o meu tempo. Precisava voltar pro hospital.
E buscar informações.
— Imprestável.
— Meus parabéns também, Park Jimin, o carinha ingênuo que foi influenciado. — balançou a cabeça positivamente, sendo irônico. — Tá andando muito com o namoradinho boca suja.
— Ah, é mesmo? — portanto, me levantei, afastando a cadeira com tudo pra trás e tirando as mãos daquela mesa, limpando-as.
Foi quando me aproximei e abaixei o tronco um pouco, olhando em seus olhos escuros assim como a sua atual aura.
— Então, até nunca mais. Pra você e pra aqueles... — levantei as sobrancelhas. Sim, eu estava andando muito com o meu namorado e isso não iria mudar. — Babacas do caralho.
Eu não falo palavrão.
Mas tenho certeza de que o Limãozinho vai ficar orgulhoso do Coradinho dele.
E... irmã?
Aquilo me deixou ansioso.
Parei pra comer um pouco.
Eram três da tarde.
Minhas pernas não paravam de tremer.
Taehyung me mandou algumas mensagens perguntando se eu estava bem e eu respondi que sim, pra não preocupá-lo, pois ele ainda precisava de repouso.
Minha mãe me ligou mais cedo e me deixou umas vinte mensagens. Estava cuidando do Limão, também preocupada comigo. Não comentava sobre a prisão do meu pai, mas me deixou um recado sobre ele ter sido pego como cúmplice nas conversas daquele monstro.
E por corrupção na empresa, após ter sido posto em um cargo mais baixo e perdido o controle com seu superior. Disseram que a sua filha expôs tudo e acabou com o meu pai.
Eu deveria agradecê-la, muito provavelmente.
Dei um tempo no trabalho, estava passando mal quase a todo segundo. Mas não poderia ficar o mês inteiro parado, afinal, eu estava no começo, não deveria perder o ritmo.
Sentado em uma lanchonete com os olhos cheio de lágrimas que pediam para escorrer, fiquei brincando com o canudo no meu único alimento que paguei no dia: um milkshake verde.
Porque a cor verde me lembrava ele.
Ele tinha até retocado as suas mechinhas.
Eu amo elas. Tenho um apego gigante.
Ultimamente, estava me alimentando tão mal...
Acho que só nesses dias, eu perdi uns dois quilos.
Estava tentando não me entregar pra bebida.
Tentando muito.
Meu celular tocou.
Preguiçosamente, atendi sem nem ler quem era, mas provavelmente seria a minha mãe ou o Taehyung.
— Jimin! — surpreendentemente, era a voz de Namjoon. — Jimin, onde você está?!
— Eu... — encarei o meu milkshake. — Tô comendo, por quê? Aconteceu alguma coisa?
— Aconteceu! Jimin, você tem que voltar! E-Eu e o Jin.. — parecia ofegante, com a respiração toda descompassada. Entrei em alerta, como tomar um susto. — Jimin, precisamos que você volte agora!
— Mas o que foi?! Nam-
— O Jungkook acordou! — disse, eufórico. — E-Eu não sei como, ninguém sabe! Ele só... Abriu o olhos... Caralho, e-ele literalmente faz o que ele quiser quando ele quiser!
Desliguei na hora, coloquei o celular no bolso e larguei a bebida na metade. Saí correndo o mais rápido que podia, deixando as lágrimas finalmente escorrerem.
Como se elas estivessem esperando o momento certo.
Peguei o primeiro táxi que parou. Meu coraçãozinho estava batendo forte e eu tentei controlar a minha respiração, inspirando e exalando de maneira calma.
No hospital, eu entrei com tudo, direto para o corredor e encontrando Yoongi saindo no mesmo instante do quarto onde Jeon estava.
Ele me disse algo, mas tudo que eu via era um borrão e tudo que eu ouvia era misturado na minha cabeça.
Quando finalmente abri a porta, encontrei Namjoon, Jin e um médico em volta da cama. Antes, pareciam estar conversando.
Segui em passos apressados, indo para o lado de Namjoon e tendo a visão do meu namorado ainda deitado.
Os olhinhos...
Eles estavam abertos.
E cruzaram os meus.
Comecei a chorar muito, indo pra cima dele e lhe abraçando como eu poderia e que nem sequer sabia se poderia no momento. Só queria sentir o seu calor novamente, queria senti-lo vivo comigo, que eu não havia lhe perdido pra sempre e nem por um tempo indeterminado.
Pra mim, o mundo todo ficou mudo.
Eu só escutei a sua voz perto do meu ouvido:
— Porra, hoje eu morro de novo. — disse, sufocado.
Agarrado em seu pescoço, um sorriso se abriu em meus lábios. Senti apenas uma de suas mãos alcançarem as minhas costas.
— Senti falta do seu cheiro. — disse, e eu me afastei, finalmente olhando pra ele. Chequei todo seu corpo, suas mãos, segurando em uma delas.
— A-Ainda tá com dor? E-Eu te apertei m-muito? Jun-
— Calma... — apertou a minha mãozinha. Ele me deu um sorrisinho, ainda me parecendo muito cansado.
— Ele ainda está fraco, precisa se alimentar e recuperar as energias. Vai ter que tomar soro, aquelas coisas todas. — Namjoon comentou, do meu lado.
— Sim, e eu estava dizendo agora há pouco que precisamos cuidar de seu ferimento. — o médico retornou, explicando: — Para que não haja complicações, precisamos que ele fique totalmente de repouso.
— M-Mas ele vai precisar de outra cirurgia?
— Não, ele só vai precisar permanecer mais sozinho durante esse tempo, sem tantas pessoas e agitações em sua volta. — me respondeu, acalmando a minha ansiedade. — Ele não pode falar muito, se mexer muito e muito menos se esforçar. Precisa apenas se alimentar bem. Qualquer movimento simples que ele tenha um pouco mais de esforço, só poderá realizar com a ajuda da fisioterapia que virá mais tarde. Certo?
Todos assentiram, e enquanto Seokjin questionava outras dúvidas ao profissional, eu encarei Jun de novo, que mantinha seus olhos em mim. Cheguei mais pertinho.
— Bom ver seu rostinho. — disse, quase em sussurro.
— Shh, você não pode falar. Eu te amo, Jun. Muito, muito. Obrigado por acordar... — ele passou seus dedos em meu rosto, limpando as minhas lágrimas. — E não precisa responder, eu sei que você me ama também.
Ele sorriu, fraquinho, concordando.
Agora, ele é o meu bebê que precisa de cuidados.
— Você vai ficar? — Nam perguntou, tocando meu ombro. Eu me sentei na cadeira ao lado da cama. — O que você comeu?
— Um milkshake.
— Só isso?! — ficou surpreso. Notando agora, eu me arrependi. — Jimin, você tem que comer!
— Preciso ficar aqui até a médica chegar, eu quero acompanhar o Jun e ver se tá tudo bem-
— Se você não comer, eu vou tagarelar. — e foi Jungkook quem deu a deixa dessa vez, avisando.
— Para de falar agora. — fiquei bravo. — Você sabe que tem que se esforçar só quando a médica orientar, não ouviu o doutor dizendo?
— De novo, se você não ir comer... — se esforçava mesmo assim, e eu o cortei dessa vez:
— Tá bom, eu vou! — me rendi. Ele sorriu, me mandando um beijinho. — Como você consegue ser folgado até em uma situação dessas?
Ouvi Namjoon rir ao meu lado.
— Tô indo, não se esforce, por favor. — me aproximei e fiz um carinho em seu rosto. Namjoon chegou perto.
— Te amo, cara. Se cuide, por favor. — segurou em sua mão por um momento. — E nem se preocupe, vamos cuidar bem do seu namorado, bonitão. — Nam alertou com um sorriso, mas com os olhos inchados de tanto chorar.
💸
O hospital era ao lado de um shopping, quase como se fosse uma única unidade. Eu, Namjoon e Jin fomos comer alguma coisa.
— Esse aqui é um lugar ótimo. Sei que você deve estar acostumado e cresceu com coisas mais requintadas e tal, mas quando você provar o jajangmyeon daqui... — Nam dizia, tentando me animar, sentando-se na minha frente e ao lado do namorado, Jin. Abri um sorrisinho pequeno.
Parecia um restaurante.
Olhei ao redor, descansando as costas no banco atrás de mim que colava com a parede, diferente dos meninos na minha frente. O lugar não estava tão cheinho, mas eu sentia o cheiro da comida de longe.
Portanto, decidi responder todas as mensagens não lidas e preocupadas da minha mamãe. Eu precisava ficar com ela também.
— O que você quer comer, Ji? — Jin me perguntou. Sua postura estava diferente depois que o Jun acordou.
— Acho que quero provar o jajangmyeon que o hyung falou. — ri. Eles sorriram pra mim, e Nam acenou para um moço.
— Ei, vai dar tudo certo dessa vez. — Jin não tirou seus olhares calmantes de mim, dando continuidade a conversa. Ele parecia querer garantir que eu estava bem. Ao mesmo tempo, Namjoon pedia a nossa comida.
— Não fique preocupado comigo, hyung. O Jungkook acordou, eu não poderia estar mais feliz, de verdade mesmo. Eu só preciso me organizar agora.
— Oh, é mesmo, o seu trabalho! — arregalou seus olhos um pouco. — Como ficou? Você vai voltar quando?
— Acho que amanhã. — comprimi os lábios e torci o nariz, não muito satisfeito. — Eu preciso, e esse trabalho me faz bem. Também tenho que ficar com a minha mãe em casa, e depois visitar o Jun.
— Nós vamos ficar com ele, não precisa vir todos os dias, algumas vezes pode chegar bem cansado.
— Eu sei, mas... Quero dar o meu máximo. — garanti.
— As notícias correm rápido, ficamos sabendo do... — Nam hesitou. Eu levantei as sobrancelhas, esperando que ele continuasse. — Bom, ficamos sabendo sobre o seu pai também, Ji.
— Ah, eu sei. — abaixei o olhar, não era o que realmente me incomodava um pouquinho. Jin lhe deu um empurrãozinho com o ombro. — Isso não me afeta tanto quanto eu pensava, fiquem tranquilos. Minha família já estava destruída antes.
— Ji... — a expressão de Jin tornou-se triste, mas eu resolvi ir para o assunto que realmente me interessava no momento.
— Na verdade, eu queria perguntar uma coisa pra vocês dois... Principalmente pra você, Nam. — o encarei e o hyung apontou pra si mesmo, um pouco curioso. — Alguma vez... O Jungkook já comentou sobre uma irmã ou algo do tipo?
— Uma irmã? — Jin foi quem repetiu, confuso. Namjoon franziu o cenho.
— Definitivamente não. Ele também não tem uma, por quê?
— É que... — pensei se inventaria uma desculpa e depois procurasse respostas sozinho.
Eu tinha que contar.
Tomei uma postura e suspirei, decidido a compartilhar a informação que recebi e consequentemente o lugar que fiz presença.
— Hoje, quando eu disse que ia sair pra comer... Eu menti.
— Mentiu? Como assim?
— Eu fui ver o Woosung na cadeia. — nessa revelação, já pude presenciar Seokjin fechando os olhos e suspirando. Namjoon ainda estava atento. Abaixei a cabeça. — Desculpa, eu fiquei com tanta raiva que nem pensei direito... Ele era meu amigo, isso me deixou cheio de perguntas...
— Jimin, sabe o quanto isso poderia ser perigoso pra você? E ainda ir sozinho? — Jin hyung me deu uma bronca merecida e que eu sabia que iria receber.
— O importante é que você está bem. — Namjoon tomou a fala seriamente, Jin o encarou com repúdio por deixar passar. Mas não foi isso que senti ele fazer. — Sei que você não vai fazer mais isso e que foi por pura ira, mas agora, quero entender onde essa conversa vai chegar.
Namjoon era firme com as palavras, como se fosse dito e feito.
— Ele te disse alguma coisa?
— Disse.
— E você acreditou? — Jin ainda contestava, soltando o ar pela boca. — Esse cara é louco, lembra do quão fingido ele é?
— Eu sei, eu sei, me desculpa... — encarei ambos. — Mas essa informação pode ser verdadeira.
— Sobre o Jungkook? — Nam rebateu, focado nas minhas palavras. Eu afirmei com a cabeça. Jin começou a se atentar mais em mim, parecendo suprir um futuro desespero.
— Woosung me disse que Jungkook tem uma irmã. Ela é pequena, pelo que eu entendi. E ainda está sobre a guarda da mãe.
Jin, sendo sempre bem expressivo, fitou Nam na hora, que ainda permaneceu estático, raciocinando em surpresa.
— É sério isso?! Mas... M-Mas... — Jin não sabia como continuar desta vez, optando pela tentativa de raciocínio também.
— Como sabe se isso é verdade ou manipulação?
— Hyung, pode ser que não acredite, mas Woosung me contou que aquele monstro teve uma filha. — respondi Nam, me sentindo um pouco angustiado. — Ele já falou mais sobre a mãe dele?
— O pouco que falou foi sobre ela ser uma péssima mãe. — negou com a cabeça, tendo a resposta na ponta da língua. — Encobria tudo que o pai fazia e deveria ser uma sádica também.
— E o que a gente faz? — perguntei logo em seguida, preocupado e apertando meus dedinhos uns nos outros debaixo da mesa. — Tem uma criancinha com ela...
— Calma, eu... — finalmente respirou, tornando-se pacífico, provavelmente remoendo a raiva por dentro. Eu sentia que Namjoon absorvia tanta raiva dessa gente quanto qualquer um. — Eu vou conversar com a Jennie, já que ela é advogada e ajudou muito o Jungkook da última vez, e vamos entrar com algum processo, ainda não sei. Mas primeiro, precisamos encontrar a garota.
Assenti, decidindo apenas seguir seus passos. A minha mente era uma bagunça ansiosa.
— Caraca, mas... — apoiou o cotovelo na mesa, deixando sua testa encostar na palma da mão e descansar a cabeça ali. Então, falou consigo mesmo, mais baixo: — A minha ficha não cai,
ele... — confesso que me sinto da mesma forma ao ouvi-lo. Soltou o ar pela boca. — Calma, Namjoon, é pelo Jungkook. Você consegue resolver o que aquele criminoso fez.
Era impressionante a forma como ele se mantinha paciente. Jin, em contrapartida, já tinha lágrimas em seus olhos, apenas repetindo "ele tem uma irmãzinha".
O que me incomodava era ter em mente que a criança só não poderia sofrer as mesmas coisas que o irmão antigamente. Jungkook também ficaria arrasado se soubesse.
Nem sequer pensei na reação dele ao descobrir a existência de uma irmã pequena.
— Ele não pode saber, certo? Não antes de se recuperar completamente no hospital. — Nam nos tomou a atenção novamente, cortando o angustiante silêncio entre nós três. — Já tivemos o milagre de ele acordar bem antes do esperado e também por conta disso, ele acabou tendo que ter mil vezes mais de atenção porque o corpo ainda não se recuperou. Mais uma preocupação acabaria com o mais importante, que é a saúde física dele. Sabemos como a nossa mente afeta o nosso corpo.
Concordamos.
Foram os piores dias.
Calafrios percorriam pelo meu corpo quando eu me lembrava do seu caído em meus braços, cheio de sangue até em minhas mãos.
A única coisa que me acalmava, era saber que o mal estava finalmente detido de nossas vidas.
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Três semanas se passaram bem rápido.
Eu visitava o hospital quase todos os dias. Intercalava com os meninos, porquê precisávamos trabalhar.
Taehyung, por sinal, havia tido alta há três dias atrás. Sua família estava cuidando dele em casa, sempre muito amorosos.
— Toc toc. — bati duas vezes na portinha e apareci só um pouquinho atrás da porta.
— Pô, eu já tava reclamando com os enfermeiros. Que demora. — ri de sua reclamação, fechando a porta atrás de mim.
Jungkook estava sentadinho na cama, com as costas apoiadas no amontoado de travesseiros que fiz questão de ajeitar quando me aproximei.
— Cheguei com as frutinhas. Sabe o que eu trouxe hoje? — animado, me sentei no espacinho ao seu lado, na cama, já esperando por mim.
— Cansei de comer tanta fruta. — fechei a cara e o encarei, segurando a minha sacolinha. — Tá, deixa eu adivinhar... Morangos?
— Aff, estragou. — resmunguei.
— Oras, você me pede pra adivinhar e quando eu acerto, você fica com esse bico emburrado?
— Esquece, olha, eu trouxe vários! — abri a sacola e peguei meu potinho verde, tirando a tampa e revelando os moranguinhos dentro.
— Coisa fofa. — quando olhei pra ele, seus olhos se mantinham em mim, nem aí pros morangos.
— Não vai comer? Pois então, eu vou. — dei de ombros, pegando um morango. — Tá tomando seus remédios? Seguindo as instruções da médica?
— Sim, dos trilhões de médicos que você arrumou pra mim.
— Ótimo, e a sua alimentação? — nem olhei pra ele, prestes a comer.
— Tô comendo cada gororoba nessa porra... — o fitei na hora. Corrigiu: — Tô comendo tudo direitinho, tá indo tudo pra dentro, relaxa.
— Hum, tá. — enfim, mordi meu morango docinho e vermelhinho que busquei mais cedo com o Yoon. Inclusive, viraria piada se eu contasse pro Jun.
— Ah! — resmungou, e eu o encarei na hora ainda com a boca cheia. Mastiguei o mais rápido que pude. Jungkook tinha a mão no peito.
— O quê?! Tá com dor?!
— Sim... — comprimiu os lábios, de olhos fechados, pressionando-os. Eu fiquei um pouco mais desesperado.
— Onde?! Q-Quer que eu chame alguém-
— Foi rápido, deve ser só saudade. — de repente, como se nada tivesse acontecido, ele retirou a mão de seu coraçãozinho e continuou normal.
— Como assim, Jungkook? Você não tá sentindo dor?! — franzi o cenho, ainda preocupado. Ele me encarou.
— Um pouco, confesso que bateu.
— Onde? Bateu o quê?!
— Não vou dizer. — virou a cara.
— Jungkook, você ficou maluco?! — comecei a ficar bravo. — Isso é muito sério! Onde foi que sentiu dor?!
— Vai me chamar de pervertido.
Foi aí que, obviamente, minha preocupação se dissolveu como pó. Soltei o ar pela boca, desacreditado.
— Jeon, que merda é essa?
— O quê? — me encarou. — Eu não posso achar meu namorado sexy comendo um morango? Bateu uma dorzinha aqui de saudade.
— Fala sério... — revirei os olhos, negando com a cabeça. — Pra quê saudade? Eu tô bem aqui.
— Saudade do nosso contato, oras. — consertou, confiante. — E nem vem me chamar de pervertido, a nossa linguagem do amor é puro toque físico.
— A sua, isso sim! — apontei pra ele na cara dura. — E toque físico não, exagerado!
— E a tua linguagem do amor é ficar bravinho comigo fazendo esse biquinho com essa tua boca linda, né?! — rebateu.
— Sério, você é impossível... Tsc. — desviei o olhar, não acreditando que estávamos discutindo sobre isso.
Repentinamente uma vontade de rir me atacou fortemente e eu deixei uma risadinha escapar.
— Tá, você venceu. — cheguei perto, me aconchegando mais pertinho dele e deitando a cabeça em seu ombro. — Também tô com saudade de ficar de chameguinho com você e não vejo a hora do meu Limãozinho voltar pra casa.
— Já não posso? Tô benzão. — eu ri.
Demos as mãozinhas e entrelaçamos os nossos dedos. Trouxe nosso toque pra mais pertinho de mim, sentindo seu polegar acariciar as costas da minha mão.
— Não, você ainda tem que se recuperar mais um tiquinho. Acho que pode sair quando completar um mês aqui. — me afastei um pouco pra olhar pra ele, curioso: — O PD falou com você? E o seu vídeo? No que deu?
— Ah, sobre isso, finalmente temos data prevista pro lançamento da minha música. Eu falei com ele pelo telefone. — contou, abrindo um sorrisinho de orgulho. — A empresa sabe do meu estado, mas não foi divulgado nenhum detalhe, só de que eu sofri um pequeno acidente.
— Que bom, porque agora você tem muitos fãs e todo mundo viria até o hospital. Imagine a muvuca. — ele soltou uma risada.
— Tá preparado pra ser conhecido também? Park Jimin, veterinário e namorado do cantor Jeon Jungkook?
— Mas desde o começo fui o namorado de um cantor. — dei de ombros. — Pra mim, só vai mudar o fato de eu ser parado na rua algumas vezes.
— Que nada, eu te protejo.
— Do quê? As pessoas podem tirar foto comigo também, eu não me importo. — ri.
— Eu tenho fãs homens, e se eles forem te abraçar? — minha expressão fechou por um momento, mas não durou muito depois de sua próxima fala, me fazendo gargalhar: — Tô brincando, acha mesmo que eu sou tão ciumento assim?
— Sim, eu acho. — continuei a rir.
— Ih, qual foi...
Jungkook somente revirou os olhos e sorriu pra mim também, abrindo seus braços, me pedindo um abraço.
Com cuidado pra não machucar o meu amor, aceitei de bom grado e abracei seu corpinho, quase me deitando sobre ele, ouvindo seu coraçãozinho bater.
— Eu te amo, Jun. — fechei os olhos. — Nunca mais quero ver você em um hospital. Foi horrível...
— Te peço desculpas por isso, neném... — ouvi a sua voz, sentindo seu cafuné gostosinho. — Sabe que você nunca vai me perder. E eu nunca vou te perder também.
— Mas vê se para de falar aquelas besteiras de levar por mim, de morrer por mim ou sei lá o quê, por favor. — dei a bronca que faltava.
— Combinado. — riu. — Ao invés disso, posso planejar o nosso próximo passeio?
— Pode, eu deixo.
— Primeiro, pra onde você quer ir, meu loirinho de bochechas vermelhas?
— Um parquinho de diversões. — respondi, sorrindo. — Você disse que me levaria pra gente se divertir.
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[TAEHYUNG]
Desde tudo o que aconteceu, eu e Yoongi não voltamos a nos falar como antes.
Ainda estávamos magoados, apesar de vê-lo vir correndo até mim quando acordei e saber que ele ficou comigo o tempo todo, além dos meus outros amigos.
Eu não tinha certeza se o nosso relacionamento daria certo.
Algumas pessoas simplesmente foram feitas pra ser, enquanto outras, apenas pra entender.
Entender que talvez, não seja nessa vida.
Fiz meus deveres, anotando na minha agenda de compromissos do mês que vem. Eu tinha uma sessão importante, seria capa de uma revista de moda, mas infelizmente não foi o que aconteceu. Ao menos adiaram.
Claro, ninguém seria melhor do que eu pra posar nessa budega.
— Filho? — minha mãe bateu na porta. Eu me virei na cadeira onde estava sentado, na minha penteadeira luminosa. Desliguei a música do The Weeknd na caixinha de som também. — Eu e o seu pai vamos visitar a sua avó, tá? E você tem uma visita.
— Uma visita? — pensei primeiramente no Jimin, mas ele provavelmente estava no hospital cuidando do perfurado. — É o Ji?
— Não, é um homem bem bonito. — minha mãe levantou as sobrancelhas duas vezes em malícia. — E não, se fosse o Hoseok, eu falava-
— Eu não tenho mais uma queda pelo Hobi, mãe. Ele nem gosta de homem. — revirei os olhos, porque eu contava literalmente tudo pra ela.
— O que tá te esperando parece gostar. Eu não erro. — retrucou ao falar da visita. — Tem um olhar açucarado...
— Mãe!
— Tudo bem, vou chamar o rapaz. — piscou de um olho pra mim e saiu, sem mais. Eu nem sequer permiti a visita, mas ela fez questão.
Fiquei de costas para a porta novamente, mas não escrevi mais nada no meu caderno, sem foco. Estava esperando em silêncio, ouvindo de longe a porta da sala fechar indicando que meus pais se foram, e os passos que se aproximavam, cessarem.
— Posso entrar? — na porta entreaberta, parou.
— Pode, caso não achar o quarto grande demais pra você.
— Taehyung, eu não quero brigar. — disse, e eu me virei sem muito contato visual, abraçando a cadeira.
— Veio pra conversar?
— Pra te pedir desculpas. — levantei o olhar pra ele. — A pior coisa do mundo é perder alguém que teve como a última lembrança com você, uma briga. Sabe como eu me senti quando soube que você foi às pressas pro hospital?
Eu sempre tinha o que dizer, mas não consegui dizer nada. Com ele, era assim.
— Eu sei que piorou ainda mais quando pensei que iria perder o meu melhor amigo também, então, eu pensei: "duas pessoas importantes pra mim? Isso é algum tipo de castigo?"
— Yoon, eu não-
— Você não é uma pessoa fútil, Taehyung. Nunca foi. A sua personalidade é apenas diferente da minha. — disse, sincero. Sinceramente, nunca o vi falar tanto... — Somos quase o oposto.
Suspirei.
— Talvez por isso eu gosto tanto de você.
Eu me levantei, ficando em sua frente. Yoongi me analisou com os olhos por inteiro, ficando preocupado.
— Você já tá cem por cento? Não-
— Sim, não se preocupe. Já faz um tempo... — respondi. — Eu... Queria me desculpar também. Fui meio insensível.
— Mas eu que não deveria ter me importado tanto com as nossas diferenças. Lembrando disso agora, foi tão bobo, sabe?
— E elas ainda importam pra você?
— Não. — foi ágil com a resposta. — Não importam.
— Eu posso tentar ser menos exagerado.
— O quê? Não, não! — negou rapidamente, se aproximando de mim. — Eu me expressei muito mal, Taehyung. Fiquei com raiva e foi a nossa primeira discussão. Eu não quero que mude, quero que continue assim.
— Do meu jeito?
— Sim, porque é quem você é e foi por esse Taehyung que eu me atraí. Podemos nos adequar um ao outro, dizer o que incomoda sem ofender ou levar isso tão a sério, mas continue sendo você. Extrovertido, engraçado... — eu mordi o lábio inferior, me sentindo mexido com uma declaração dessas...— E você sabe que eu realmente não falo muito, mas agora parece que eu virei um tagarela.
Não disse mais nada, Yoongi continuou me encarando, perto de mim. Esperava uma resposta, mas só abaixou a cabeça segundos depois.
— Beleza, a gente se magoou e se você não quiser mais-
Agarrei seu rosto e beijei seus lábios de uma só vez. Eu não perderia mais o meu tempo e vê-lo assim me dizendo tantas coisas bonitas me deixava mais apaixonado.
— Também nunca vi nada que pudesse interferir o que a gente tem. Fiz tempestade em copo d'água, me desculpa, pareci uma criança fazendo birra. — me expliquei, ainda com seu rosto em minhas mãos.
— Tae...
— Acho que não sirvo mesmo pra namorar. — eu soltei, olhando em seus olhos. Yoongi pousou as mãos na minha cintura. — Só com você. Melhor, acho que fui feito pra você, isso sim.
Ele sorriu. Aquele sorrisinho que me matava.
— E gosto do seu jeito mais fechado, antes você nem faz ideia das coisas absurdas que eu falava sobre você pro Jimin. — ri. — O que importa é que eu consegui te capturar.
— Capturar? — levantou as sobrancelhas, desacreditado, mas brincalhão. — Acho que vou querer saber dessas coisas absurdas.
Logo, colei meus lábios aos seus novamente. Senti falta dele.
E de todas as suas singularidades tão diferentes das minhas, como se fosse o que faltava.
Não que ele me completasse.
Ele me acrescentou.
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[JIMIN]
O aniversário do Jun.
Era hoje. E o começo de um novo mês.
Ele recebeu alta ontem, mas foi liberado para voltar hoje, em seu diazinho especial.
Decidi não ir ao hospital pra tentar arrumar o meu apartamento e fazer um bolinho. Iria ficar muito na cara que eu não fui visitá-lo em sua alta e nem no seu aniversário? Iria, mas eu dou meu jeitinho. O importante é deixar ele feliz.
Era um fim de tarde, e já estava tudo pronto.
Recebi uma ligação.
— Oi Ji, estamos indo até o hospital e depois vamos pra aí. Yoongi nos disse que estava indo direto com o Tae, Hobi e a Hanninha. — Nam me avisou. — E queria te contar uma coisa, antes que eu me esqueça...
— Sim, claro! O que foi?
— Começamos a procurar onde a irmã do Jungkook está. Conseguimos informações.
— Descobriram?! — me exaltei, fechando a geladeira na hora ao guardar o bolo. — M-Mas...
— Jennie reuniu algumas coisas, ela ainda está investigando junto comigo. Ela é boa nisso e pretende ajudar cem por cento. — afirmou.
— Ótimo, eu fico aliviado... Agradeça a Jennie por mim. — pedi e suspirei, falando comigo mesmo, recostando-me de costas pra pia: — Só espero que ela esteja bem...
— A garotinha? É o que todos nós esperamos, principalmente pelo pai estar finalmente atrás das grades.
— O Jungkook não vai saber ainda, sim?
— Nem pensar. Só depois que encontrarmos ela e começarmos todo o processo. Ainda temos que comprovar maus-tratos, isso se ela for realmente maltratada.
— Eu não quero que ela seja, mas também quero que ela fique longe daquela família...
— É complicado, Jimin. — Nam foi quem suspirou desta vez, me deixando um pouco triste pela sua sinceridade. — Ela é uma criança, e pra uma criança ser separada de uma mãe tem que haver muito preparo psicológico. Mas ela é só uma criança, e vamos interferir na fase mais importante e crucial da vida dela, independente da mãe maltratá-la ou não.
— Isso que me pega... — mordi o lábio de nervoso. A minha campainha tocou. Tomei um mini sustinho.
— Aconteceu alguma coisa?
— Não, tocou aqui. Devem ser os meninos! — a minha animação voltou brevemente. Ainda era o aniversário de Jungkook, mesmo que no fim da tarde.
Me despedi de Namjoon e fui até a porta, abrindo e dando de cara com o casalzinho vinte que eram quase cão e gato.
Realmente, olhando assim, pareciam mesmo.
Acabei deixando uma risadinha escapar.
— Mal cheguei e já tá me tirando? Por que o risinho? Boa noite também, bicudo. — Taehyung entrou com tudo, me dando um abraço rápido e se acomodando como se fosse a sua própria casa.
— E aí, Ji. — Yoon sorriu, me dando um abraço caloroso. — Você tá bem?
— Melhor impossível sabendo que o Jungkook volta hoje.
— Eu também, finalmente vou poder me vingar do arranhão. — dizia, orgulhoso. Eles me matariam de rir alguma hora.
— Fada! — meu olhar desceu e de repente, encontro a garotinha linda, de braços abertos.
— Hanna-ah! — me agachei e senti o seu abraço quentinho também. — Senti saudades de você.
— Eu também, e do titio Jun.
— Ele tá vindo ver a gente. — me afastei, olhando pra ela.
— Ei... — se aproximou do meu ouvido como se fosse contar um segredo. — Você sabia que o meu papai tá namorando? — contou, e eu seriamente fiquei surpreso.
— Bom... Ele falou isso pra você?
— Eu vi, eu vi! Papai tá conversando com alguém pelo celular e falando que ama, sabia? Você sabe quem é?
— Acho que você precisa perguntar isso pra ele, Hanna-ah. — fiz carinho em seu cabelo preso em duas marias chiquinhas. — Melhor, espera ele te contar, tenho certeza de que vai. — ela fez um biquinho desapontado, mas assentiu, boazinha.
— Tá, eu espero. Confio no papai.
— Que linda! Quer comer alguns docinhos? Eu comprei umas guloseimas coloridas especialmente pra você, pode buscar na geladeira.
Seus olhinhos brilharam e um sorriso contente tomou a sua feição todinha.
— Oba! E o gatinho? Cadê? Cadê?! — procurou ao redor, mas me lembrei de ter deixado o Limão com a minha mãe.
— Também tá vindo, espera só um pouquinho, deixei outra pessoa cuidando dele.
Ela bateu palminhas e saiu correndo para a cozinha, compreendendo.
Seokjin era um ótimo pai pra Hanna, dava pra notar pela educação da garotinha.
Será que um dia, eu seria um bom pai também?
— Cheguei! — Hoseok, me dando um susto gigante, apareceu na minha porta e abriu os braços também, me tirando do meu transe. — Eu tava lá embaixo batendo um papo com uma moça bonita, foi mal.
— Que susto, Hoseok, já ia perguntar onde você se meteu. — revirei os olhos. — E héteros não são bem-vindos. Muito menos os falsificados. — falei, sério. Hobi fechou a cara, assustado. Não segurei a risada. — Tô brincando!
— Caramba... — colocou a mão no coração. Bem a cara dele levar a sério tudo que dizemos.
— Entra logo! — lhe dei espaço.
— Ia me esquecendo, compramos um presente pro teu namoradão! — Taehyung, de repente, conversando antes com o namorado, levantou do meu sofá em um pulo com o indicador pra cima.
— Eu comprei porque o Ta queria dar pra ele um casacão de pelo. — Yoon andou até mim. — Fala, Ji, onde o Jungkook usaria isso?
— Puts, nem comprei nada. Acho que vou dar uma viagem de novo. — Hobi soltou do nada, decepcionado e com as mãos na cintura.
— Qual é, ele é uma celebridade agora, Gy! Tem que andar no estilo. — Tae rebateu contra o de cabelos pretos, seguindo-o.
— Que apelidos são esses? — comprimi os meus olhinhos e encarei os dois simultaneamente na minha frente. Ambos se olharam como se tivessem sido pegos. — Humm... Então, me parece que vocês se acertaram, né?
Como resposta, Tae avançou e colocou um braço ao redor dos ombros de seu namorado.
— Sim, somos muito fofos. Falamos até com vozinha de criança, às vezes. — se exibiu, de nariz em pé. Eu fiz uma careta, achando estranho o suficiente. Yoongi somente abriu um sorriso, negando com a cabeça. — Nem vem, Jimin, você e aquele perfurado são piores!
— Acho melhor nos apressarmos, né? — Yoongi tomou a conversa. — Eles podem tocar aqui a qualquer momento.
— Certo, um momento! — estalei os dedos e saí rapidinho até a área da cozinha, voltando para o foco do aniversário e pegando os chapéuzinhos verdinhos de festa. — Aqui.
Fui até eles e coloquei na cabeça de cada um, sem ouvir um piu, pois apenas observaram. Enquanto eu estive rindo das suas caretas, coloquei um em mim também.
— Esse fio que é chato. — Taehyung ajeitou o fio meio incômodo para prender o chapéu em seu queixo. Resmungão. Yoongi se afastou, indo atrás de Hoseok. — Tsc, o Jungkook vai pirar.
— Você acha? — fiz bico. — Ah, mas ainda acho que eu deveria ter feito uma festa, sabe? Ainda mais porque ele tá voltando do hospital-
— Não, ele vai pirar quando ver você fofinho assim. Usando esse chapéu que tá deixando a sua cara mais fofa. — riu. — Esse moletom é dele?
— Oh. — olhei pra baixo. Ficou tão na cara por ser maior do que eu? — Sim, tenho ele faz tempo comigo.
— Jungkook vai enlouquecer. — fazia uma careta maliciosa.
— M-Mas eu tô totalmente coberto, de calça e tudo! — contestei. — Eu não queria me arrumar todo e coloquei o moletom dele porque fiquei com saudade...
— Não digo nada, depois de comer o bolo, vou dar o fora. — saiu rindo, e eu abri a boca pra tentar retrucar outra coisa, mas nada veio.
Bem, se eu tivesse outras intenções, eu me encontraria com ele completamente sozinho...
Fora que ele estava voltando do hospital, ainda precisava descansar mais. Sim, prioridades!
— Concordo com tudo que o Tae disse, e também vou vazar! — Hoseok passou por mim rapidinho, com doce na mão que provavelmente roubou de Hanna. Tae negou com a cabeça e estalou a língua no céu da boca.
— Fofoqueiro.
Um tempinho depois, a minha mãe chegou com o Limão e a srta. Lee também. Recebi uma mensagem do Nam minutos depois.
Me apressei até a geladeira, pegando as três velinhas compridas e o bolinho que eu mesmo fiz. Adivinhem o sabor.
Não, não era de morango, e sim, de limão. Todo verdinho cor de menta por fora, bem fofo e bonito. Eu poderia aplaudir incansavelmente o acabamento de ondinhas que deixei, com as borboletinhas verdes que coloquei ao redor do bolo pra dar apenas um toque dele*.
Resolvi dar uma diferenciada no sabor porque em breve, seria capaz de Jungkook começar a odiar morangos de tanto que eu como e o faço comer também.
— Eita que ele sabe fazer bolo! — Taehyung disse alto, chamando a atenção de todos pra mim, saindo da cozinha com o bolinho em mãos.
— Nossa, ficou lindo, sabia que se colocasse em prática, saberia fazer! — quem disse foi a srta. Lee, elogiando a minha arte. Me senti demais.
— Caramba, quando aprendeu a fazer bolo desse jeito? Sempre soube? — Yoongi também botou os olhares em cima.
— Deve estar tão bom quanto parece! — logo, foi a minha mãe.
— Ih, tia, será? Antes ele queimava a cozinha!
— Kim Taehyung! — o repreendi. Riram e ele deu de ombros. Peste. — Isso não é nada, gente, eu só fiquei pesquisando esses dias. E comecei a fazer bem cedinho hoje, tirei uma folga só pra isso.
Em meio aos elogios e o falatório, fiquei atento ao meu celular pra quando recebesse um aviso de quando estariam pertinho.
Assim, desligamos as luzes e eu deixei a porta propositalmente aberta. Ela se abriu, revelando um Jun entrando com os outros meninos, como se ele nunca tivesse sofrido acidente nenhum.
E cantamos parabéns, enquanto levei o bolinho em mãos ao caminhar até ele. Jungkook entrou confuso dentro do meu apartamento recebendo a surpresa, e Namjoon começou a rir com aquela reação. É sério que ele nem sequer desconfiou?
Quando acabou, eu só me aproximei do meu namoradinho e deixei o bolo ficar quase na minha cara, levantando-o um pouco e deixando só os meus olhinhos à mostra.
— Apaga as velinhas. — ainda no escuro, Jungkook sorriu pra mim e assoprou.
— Feliz aniversário! — Namjoon ligou as luzes quase se atrapalhando todo com os botões do interruptor.
Uma onda de abraços rondou Jungkook, era um atrás do outro lhe desejando um feliz aniversário com muitas palavrinhas fofas, e claro, deixando o meu namoradinho tímido.
Espero que ele se acostume com tanto carinho.
— Tá virando homem! Finalmente! — Jin soltou.
— E eu não sou um, não?! — encarou-o, mas Namjoon, estando bem ao seu lado, fitou seu rosto. Ele levantou as sobrancelhas.
— Espera, você tá chorando? — se aproximou mais um pouco. Jun rapidamente virou a cara e limpou o rosto. — Eu não vi lágrimas, mas juro que os olhos dele estavam brilhando!
— Porra, viu. — resmungou, e eu abri um sorriso, pegando a sua atençãozinha pra mim.
Nossos olhares se encontraram.
— Feliz aniversário, meu Limãozinho.
— Jimin-ah... — expirou, olhando pra baixo. Todo mundo acabou ficando em silêncio. Ou era apenas nós dois transformando o mundo todo no nosso, como sempre?
— Parabéns, titio Jun! — Hanna soltou um lança confetes que eu nem sabia que alguém havia trazido, dando um susto em todo mundo.
— Tenha misericórdia! — Taehyung lançou um grito. Ninguém sabe o que deu mais susto.
— Hanna, eu pensei que tinha esquecido isso em casa! — Jin contestou.
— Peguei pra você, papai. — sorriu amarelo.
— Gente, assim, é o momento do casal, beleza, e eu quase morri do coração agora, mas quando eu posso comer um pedaço desse bolo? — Tae se manifestou de novo, agora segurando o Limão que fugiu do lança confetes pro seu colo.
— Poxa, eu estava me emocionando, seu estraga prazeres. — Hobi tinha os olhos cheios. Fungou.
— Me dá esse bolo aqui, filho. — minha mãe pegou o bolo em minhas mãos, me pegando um pouco de surpresa. — Vou cortar os pedaços e vamos comer pra que vocês possam ficar a sós.
Eu nem disse nada, mas a segui com os olhos, antes de sentir braços me cercarem. Jungkook me abraçou primeiro.
— Obrigado, neném. Fiquei com tanta saudade de você... — lhe correspondi, sentindo seu cheiro e seu calor novamente. Ouvi seu falar baixinho antes de me manifestar: — Com certeza é o meu melhor aniversário, porque eu tenho você.
— Não posso te apertar ainda, né? — tentei me segurar, tentei tanto... Seria maldade machucá-lo assim, sabendo que ele havia acabado de sair do hospital. — Te amo tanto...
— Acha que eu sou de vidro, Coradinho? Pode fazer o que quiser comigo. — mandou uma. Dei uma leve mordida em seu ombro. — Ai! Pô, pensei que ia ter cuidado!
— Para de gracinha. — me afastei, ainda abraçando seu corpo. Ele colocou as mãos no meu rosto, me dando um beijinho.
— Nunca pensei que te veria tão fofinho com esse chapéu, olha essas bochechas... — apertou um lado, me fazendo resmungar. — Posso morder? Melhor, morder você inteirinho?
— Agora não, tá doido?! — arregalei os olhos.
— Então, depois eu posso? — sorriu de cantinho.
— Penso no seu caso. — me fiz de difícil, logo, mudei de assunto: — Tenho medo de você sentir dor de novo, trate de me avisar qualquer coisa que estiver sentindo, tá?
— Eu provavelmente morreria se não tivesse te visto naquele dia e ido até você. — franzi o cenho, percebendo aos poucos do que ele estava falando. Do dia em que foi sequestrado. — Não faz ideia do quanto eu fico vulnerável do seu lado, amor. Só consegui sentir toda a dor e notar que fui atingido no momento em que toquei você.
— Jun... — fiz biquinho, ele não deveria me fazer chorar no seu aniversário. — Podemos esquecer isso? Foi tão doloroso...
— Podemos. Me desculpa, só queria ressaltar que você tem acesso ao meu eu por inteiro. — me deu mais um beijo. — E fiquei com saudades desse rostinho.
— Casal, tem criança aqui, viu? — Seokjin passou por nós como se não fosse nada. Rimos, nos distanciando gradativamente.
— Tá bom, hora dos presentes! — Tae veio até nós, roubando Jungkook pelo pulso e levando ele até o meu sofá, sentando-o. — Eu ia comprar um casaco de pelos, maaaaaass....
Então, Yoongi veio com uma caixa comprida e a colocou deitada no sofá cuidadosamente.
— O que é isso? — Jeon perguntou, curioso.
— Ahhh, mas é claro que ele não ia adivinhar mesmo o tamanho entregando tudo, o cara não desconfiou nem de uma festinha surpresa nada discreta. — Taehyung revirou os olhos, colocando as mãos na cintura. Dei um tapa em seu braço.
— Não fala assim dele, boboca.
— Já sei! É uma guitarra! — Hoseok praticamente berrou, sentado no braço do sofá sendo o segundo maior curioso, perdendo pro aniversariante. Yoongi e Taehyung lançaram um olhar aterrorizante pra ele. — Ih, foi mal.
— Uma guitarra?! — agora, Jungkook e todo mundo adivinhou.
— Sim, porque o bocudo do Hobi falou.
— Tae, menos. — Yoongi pediu, rindo e dando um beijinho em sua bochecha para continuar as suas considerações. — Bom, você me disse várias vezes que queria uma nova. Achei interessante comprar no momento de agora pra seguir você nessa sua nova jornada. Então... — abriu a caixa, contente. — Aqui está! Compramos pra você.
A lindeza de uma guitarra novinha em folha, na cor preta. Eu ligeiramente conseguia ver o brilho nos olhos de Jun, e admirado pelo instrumento de tão bonito.
— Que magnífica... — soltei ao chegar perto e conseguir ver o meu reflexo no brilho da guitarra, sentindo vontade até de aprender a tocar.
Jungkook continuou sem palavras. Ele levantou, a pegou e observávamos tudo, comentando entre nós.
— Caralho, puta que... Ah, foi mal. — Jeon ia se expressar, mas achou melhor continuar de boca fechada por estarmos muito em família. Muitas risadas foram ouvidas, inclusive a minha.
Enquanto Jungkook agradecia pelo presente, eu me afastei do pessoal para pegar o meu. Esperava que fosse tão especial pra ele quanto pra mim.
Primeiro, aguardei que todos fossem embora, mesmo que ainda estivéssemos estendendo o momento.
Mais tarde, depois de comerem a minha tentativa de culinária, cada um foi indo embora. Jin, Nam e Hanna foram os últimos. Recebi muitos elogios.
A garotinha brincava de cartas com ele, e Seokjin conversava comigo sobre contar tudo pra filha.
Depois de todo mundo deixar meu Limãozinho feliz e realizado, finalmente estávamos sozinhos.
— E aí, o que mais você ganhou? — voltei da cozinha, indo diretamente para o sofá me sentar do ladinho de Jungkook , que me fitava o tempo todo no caminho.
— Sua mãe me deu um suéter verde. — ele respondeu, recordando-se. — Vem cá, pra quantas pessoas você expôs que eu gosto de verde?
Dei risada.
— Poxa, falando nisso, o meu bolinho de limão acabou tão rápido. Eu nem comi...
— Ah, neném... — se inclinou pra beijar meu pescoço rapidinho, voltando ao lugar. — Aposto que todo mundo amou.
— Nossa, você tá cheirosinho, por isso demorou no banho?
— Confessa que sempre fui cheiroso. — se exibiu. Porém, não era um mito. — E você que fez mesmo aquele bolo? Tava muito bom.
— Você comeu?! — me pegou de surpresa. — Não pode! Fez uma cirurgia recentemente-
— Faz um mês, amor. Acho que até mais.
— Mas você ainda não tá cem por cento recuperado, não pode ficar comendo o que quiser! — continuei o repreendendo.
— Hum? E o que mais? — perguntou, com um sorriso folgado no rosto.
— Tá achando que é brincadeirinha?
— Quer tirar a prova de que eu já tô bem o suficiente?
— O quê? — fui surpreendido novamente, percebendo os seus olhares que eu conhecia muito bem. Puro flerte. Desviei. — Olha aqui, você ainda tá machucado!
Cheguei mais perto por puro impulso e levantei a sua camiseta, expondo a área do abdômen e o machucado protegido e coberto.
— Viu?! Nem deve ter cicatrizado... — levantei o olhar e o som da minha voz foi abaixando. Eu travei, muito pertinho dele, que não tirou os seus olhos penetrantes de mim.
Eu percebi a sua movimentação. Jungkook iria me beijar, e eu não iria resistir de nenhuma maneira. Mas no momento, eu deveria.
— Seu presente! — cortei o clima, saindo de perto. — Eu guardei aqui!
Me afastei e mexi em meu bolso atrás da calça, Jun pegou o Limão e deu um beijinho nele, que subiu no sofá.
— Tá, o que você aprontou?
— Bem, primeiro de tudo, é que... — me encolhi um pouco. Pigarreei.— Eu comprei uma coisa... Pra talvez... Esquecermos esse passado, sabe?
Jeon não pareceu entender completamente, é claro, com a minha explicação furada. Apesar disso, ele me escutou com atenção. Escolhi agir.
Peguei a sua mão e observei os seus dedos livres de machucados, me recordando de quando ele veio até mim com tantos...
— Antes, seus pulsos melhoraram? — virei sua mão, vendo leves arranhões pequenininhos cicatrizados.
O tanto que ele teve que lutar pra sair...
— Amor, foi há um mês.
— Eu fico preocupado.
— Não precisa. — acariciou a minha bochecha, e chegou mais perto. — Você mesmo não gosta de lembrar do que aconteceu.
— Fico imaginando o que eles devem ter feito, e o quanto você se machucou...
— Pra quê? Já passou, amor. Nunca mais vai acontecer e eu tô bem, prometo.
— Tudo bem, então... Acho melhor eu continuar, sim? Quase me perco no raciocínio. — tentei um tom de brincadeira.
Retomei e ajeitei a minha postura, mexendo levemente a cabeça de um lado para o outro e me afastar desses pensamentos ruins em um momento tão bom. Foquei em sua mão novamente, trazendo ela ao nosso meio e tirando a caixinha do meu bolso.
— Como eu ia dizendo... O passado significou muito, tanto pra você quanto pra mim, pra nós dois, mas... — fitando aquele acessório em particular, criei coragem e retirei o anel de seu dedo mindinho.
Aquele do qual usávamos quando éramos apenas duas criancinhas fofas. Jun não me interrompeu, apesar de manter uma expressão confusa em seu rosto. Guardei em meu bolso, eu já estava sem o meu desde o início do dia.
— Acho que chegou a hora de seguir em frente, pra sempre. E juntos, sem mais separações...
Com isso, abri a caixinha e peguei o anel, dourado com um solzinho marcado. Em seu anelar, na mão direita, coloquei-o com calma. No meu caso, foi bem rapidinho, dois segundos e já estava em meu dedinho também. Levantei a mão, sorridente:
— Declaro agora o nosso anel do presente e futuro. Oficialmente namorados! — disse, animado. Limão miou, pulando de seu colo para o chão, vendo o suficiente por hoje.
Jungkook, em compensação, ficou vidrado no anel, observando-o com atenção. Sua próxima movimentação foi pegar a minha mão, ainda sem me dizer absolutamente nada e ficando em silêncio esse tempo todo, focado no desenho de lua do meu anel.
— Eles... Se completam... Por isso o meu parece cortado na metade, é o formato da lua. E se juntar os dois anéis... — juntei nossos dedinhos, demonstrando. — Forma um eclipse. — expliquei, me tornando preocupado. — ... Fui longe demais?
— Longe demais? — seus olhos foram de encontro aos meus. — Jimin, meu coração tá acelerado.
— ... Tá? M-Mas-
— Eu não poderia ganhar nada mais especial do que isso aqui. Tem noção do que você fez? — me senti envergonhado. Vi o brilho em seus olhos, ele gostou... — Impressionante, a cada dia que passa, você me surpreende de novo e de novo.
— Mesmo? — recebi um beijinho na bochecha.
— E você não perde esse seu costume de ficar com vergonha de tudo que eu disser. — abriu um sorriso.
— Eu pensei que não fosse gostar, porque sei o quanto o anel antigo significava pra você... Pra mim também significou muito, mas eu pensei-
— O passado machuca. — me interrompeu, falando sério. — Temos que realmente focar só no nosso futuro agora.
— Quem é esse Jungkook romântico? — brinquei, abrindo um sorriso divertido. Estava muito manso pra ser verdade.
— Eu me esforço, às vezes. — riu, me fazendo rir também. Jun me deu um beijo, parando com o rostinho ainda perto do meu. — São lindos. Conseguiu me derreter todo com esses anéis. Obrigado pelo presente, neném.
— Promete não tirar?
— Só quando noivar você.
— Hein? — arregalei os meus olhos.
— Qual é o problema? Nunca vai se casar comigo?
— Não, mas... F-Foi tão do nada que eu-
Me cortou com um beijo.
— Senti saudades, Coradinho. E mudando de assunto, fiz meu single pensando em você, tô louco pra gravar as pouquíssimas partes que faltam e que lance logo.
— Eu quero assistir. — lhe dei mais um beijinho por impulso, sentindo realmente falta do toque.
— Sim, mas você também vai aparecer, príncipe.
— Espera, oi?! — empurrei levemente seus ombros. Ele tinha um sorrisinho sacana. Era uma surpresa atrás da outra?!
— Quer ser o meu par no clipe?
— Do nada? Assim?! — pisquei algumas vezes rapidinho. — Mas eu não tenho nem pinta de artista e muito menos-
— São só algumas aparições, amor. Se quiser, nem precisa mostrar seu rosto. — dizia, e jogou seu cabelo grandinho para trás, caindo de novo em seu rosto. — Eles iam chamar uma atriz, mas é que com você ia ficar tudo mais real. Posso não colocar ninguém também.
— Hum. — cruzei os braços. — E a letra fala o quê?
— Querer estar com a pessoa por sete dias na semana. Todos os dias, a todo momento.
— Ah, que fofo... — fiz biquinho. — Tá vendo como você tá todo romântico? Aposto que nem vai ter palavrão.
Ele desviou o olhar, tossindo um pouco.
— Tem um só, bem leve. — disse, com uma carinha de cínico. Acho que eu retiro o que disse anteriormente.
— Você não presta. — neguei com a cabeça.
— Pensa bem, pensa bem... — veio novamente mais pertinho e perigoso. — Eu queria muito você lá, ouvindo a música pela primeira vez e reagindo.
— Eu tenho certeza de que você se saiu bem.
— A música é a minha cara.
— Só falta ter várias insinuações.
— Pouquinho. Pensei na gente, meu Jimin-ssi.
— Sem vergonha.
— Eu sou, diferente do meu namorado que só sabe corar desse jeitinho lindo. — passou os dedos na minha bochecha quente.
— Senti falta desse nosso contato... — tive que dizer.
— Eu também, pra caralho... — e ele colou seus lábios nos meus.
Seu beijo me encheu de ainda mais desejos do que os que eu já estava sentindo e me segurando pra não soltá-los.
Meu corpo calmamente ia pra trás, caindo no sofá e deixando que Jungkook tomasse o topo, colocando as mãos no braço do sofá atrás de mim e sem descolar nossas bocas nem uma única vez.
Senti a sua mão direita caminhar pela minha cintura, entrando dentro do moletom que era originalmente seu e parando na barra da calça que eu usava. Segurei firme com as minhas mãozinhas quase cobertas pela manga, em seus ombros, subindo e acariciando seu pescoço.
Sua mão gelada me fez estremecer um pouquinho ao tocar diretamente minha pele, em contato com meu abdômen. Jungkook seguia posicionando-se para o meio das minhas pernas, afastando-as.
— J-Jun... — tentei cortar. — Você ainda tá machucadinho...
— Esquece isso, amor. O que tem a ver?
— É que eu... — Jun me esperou continuar, passando a língua nos próprios lábios, olhando com tanto desejo pra mim que eu parecia uma pequena presa. Continuei falando baixinho, suprimindo as minhas vontades: — Talvez eu não consiga me controlar de saudade e você pode se cansar...
— Eu? — um sorriso malicioso apareceu em seus lábios provocantes, achando graça. — Me cansar? Desde quando?
Mordi o meu, receoso, mas com muita vontade.
— Não se controle, amor... Porque eu também não vou.
E ele me beijou. Eu permiti rolar.
— Esse vai ser o meu último presente do dia.
— De todos os dias, se você quiser. — rebati, com seus lábios roçando-se aos meus.
— Uau, tô impressionado. — soltou um risinho, surpreendido comigo. — Segundos atrás me parecia um gatinho assustado.
— Bobo.
— Capaz de me curar cem por cento depois dessa noite, isso sim, meu bem...
Meu celular vibrou e nós dois ouvimos. Deixei essa opção somente para o Nam hyung, pra que eu pudesse visualizar com urgência qualquer informação importante. Portanto, eu sabia que era ele.
Havia saído do meu bolso molenga quando eu me deitei e nem percebi. Jungkook revirou os olhos.
— Ahhh, agora vai ter que esperar! — brincando, pegou o meu celular primeiro do que eu, olhando para a tela. — ... Namjoon hyung?
Tarde demais?
Peguei de sua mão com tudo, saindo da posição e me endireitando no sofá o mais rápido que pude, esperando que não fosse nenhuma mensagem sobre aquele assunto.
Eu mesmo li.
Namjoonie hyung
| Encontramos a irmã do Jungkook!!!
| Estamos com o endereço, quer ir com a gente amanhã? Ele ainda vai estar aí?
— Jimin-ah. — me chamou, sério.
Encarei ele, ainda pensativo sobre o que acabei de ler, perplexo. Droga, não consigo disfarçar...
Que ele não tenha lido.
Que ele não tenha lido.
— S-Sim? Desculpa, eu me distraí, vou deixar o celular no silencioso! Tipo, total!
Jun inclinou a cabeça um pouco para o lado, olhando para o nada, franzindo o cenho, sério. Pensava, cortando o silêncio repentino com uma única palavra e um olhar contra o meu:
— Irmã? — dali em diante, me senti de mãos atadas. — Eu tenho... uma irmã?
[Anotação diária: Jungkook]
ACABOU A TRISTEZA!!! TÔ GARANTINDO!
Calma, são só algumas peças que faltam do nosso quebra cabeça! 💚💚💚
Gostaram? Eu não sei se gostei, mas o capitulo por inteiro tá maneiro, tá maneiro...
⚠️ Caso não tenham visto, os * que eu coloco em alguns trechos, eu comento o que significa tal coisa que citei ou falo que tem foto aqui no final, mas caso tenha deixado passar ou tenha muitos comentários, aqui está o bolo que o Ji fez:
Vejo vocês na próxima! BEIJO ‼️💚
Acompanhem os personagens no TT que eu vou ativar eles de novo pra fofocar enquanto não tem atualização e talvez pedir pra vocês mandarem perguntas lá tbm pra um deles.☝🏻
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