[08] 나쁜 tattoos.

⚠️ GENTE, queria falar aqui, deixar claro na verdade heheh: no capítulo anterior, quando o Jungkook disse que achava ser bissexual, ele não estava sendo falso, ele realmente estava se abrindo, mesmo que de forma que parecia ser bem despercebida. Nem ele mesmo notou, e nem vocês. (hihi adoro)

Uma dica também é que pequenos detalhes podem fazer a diferença. Agora vão ficar refletindo, então não me odeiem KKKKKKK

E ah!!! as anotações diárias no final do capítulo também são importantes, pois são alguns sentimentos de ambos não citados aqui.

#JiminCoradinho pra usar no TT!
Sigam os personagens também!

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[JUNGKOOK]

Senti uma complicação em tentar criar um novo som na minha guitarra. Foi inevitável, minha mente estava uma bagunça.

Eu quase beijei Jimin ontem.
Mas não o fiz, pelo motivo de que nem poderia, pois seu pai me mataria sem dó. Não estava no acordo.

Eu só não sabia do porquê que me arrependi depois.
Me arrependi de não ter lhe beijado.

Mas uma das regras era praticamente nem tocá-lo com qualquer intenção maior. Mas eu nunca me relacionava com homens, então não me preocupei com isso desde o início.

Nunca lhe beijaria ou algo do tipo.
Isso se eu tivesse vontade, pra ser sincero.

— Eu odeio vocês. — praguejei, encarando a foto dentro da gaveta que deixei aberta somente para vê-la de novo.

Era a foto dos meus pais, junto a mim, quando eu ainda era uma criança e não sabia metade de quem eles eram de verdade.

— Ei. — ouvi duas batidinhas na porta do meu quarto, me fazendo fechar a gaveta rápido e olhar, sentado com a guitarra ainda em meu colo. Era Yoongi.

— Se veio aqui pra me dar sermão, pode voltar.

— Eu volto de viagem pra te ver e é assim que me trata? Não tenho culpa se você só se mete em enrascada. — riu pouco, chegando perto e sentando-se ao meu lado. Soltei o ar e larguei a guitarra na cama, frustrado.

— O Namjoon não voltou ainda? — perguntei, encarando a minha própria parede.

— Ele me mandou uma mensagem dizendo que iria passar a noite no Seokjin. Parece que o Jin estava triste. — meus olhos foram ao seu rosto.

— O que?

— É, tem a ver com você?

— Namjoon disse alguma coisa?

— Só que vocês brigaram, mas não acho que seja realmente por isso que o Jin esteja mal. — deu de ombros.

— Pois eu acho que seja por minha causa, sim. — abaixei a cabeça, conformado. — Por que tem que ser sempre minha culpa?

— Você que tá se culpando, na verdade. Se a carapuça serviu...

— Mas vocês sempre me apontam como o errado da história. — retruquei.

— Olha, Jungkook, ultimamente eu não posso negar que você anda tomando decisões muito erradas. Primeiro-

— Se você quer falar sobre o Jimin, saia do meu quarto. Eu já decidi que assim que acabarem esses três meses e eu colocar a mão naquele dinheiro, eu vou sumir da vida dele, assim ele não vai sofrer muito. — falou sem pensar, algo que havia planejado há poucos dias. Yoongi esteve sério, ele suspirou, ainda me encarando.

— Tudo bem. — foi só isso, Yoongi se levantou. — A escolha é sua.

E quando ele bateu a porta do quarto, eu quis jogar minha guitarra contra o chão. Mas eu a amava demais pra isso.

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[JIMIN]

Taehyung havia saído.
Ele não estava em sua casa quando cheguei.

Aproveitei o momento e decidi juntar algumas coisas para ir embora. Depois eu o explicava, pois precisava pensar sozinho no meu próprio quarto, mesmo que de certa forma, eu não estivesse em um lugar tão seguro ao lado dos meus pais.

É, agora eu não posso mais negar a minha sexualidade. Nem tive tempo de tentar voltar ao normal. Já havia revelado pros meus pais, pro meu melhor amigo e pra Jungkook, o cara que me faz ter sensações que nunca tive antes. Ou seja: sem volta.

Chamei um táxi, sentindo um aperto no peito e voltei pra casa com a minha mochila metade pronta. Quando abri a porta de casa, já era de noite, e tudo que eu precisava era da minha cama confortável. Necessitava dormir, não queria causar problemas. Estando finalmente em casa, infelizmente eu me encontrava completamente sozinho.

Então era melhor não surtar, Jimin.

Andei em passos lentos pela sala escura, meus pais estavam dormindo ou provavelmente haviam saído. Eu não sabia quais eram os dias certos da igreja, mas eu acredito que se estivessem fora esta hora, com toda certeza estariam lá.

Subi as escadas tentando pisar leve, chegando no andar de cima e ficando em frente a porta do meu quarto.

— Você não ia ficar na casa do seu amigo? — uma voz baixa e feminina fez-se presente atrás de mim, antes que eu pudesse abrir a porta. Me assustei, mas quando virei rápido, encontrei minha mãe.

— Oh, sim... Meu pai me mandou voltar amanhã ou... — suspirei. — Enfim, voltei agora, caso ele pergunte. — respondi, praticamente falando em sussurros. — Estava dormindo?

— Sim, cuidando de seu pai. — disse, desviando o olhar para o chão. — Ele saiu pra beber e voltou há algumas horas.

Assenti com a cabeça, também não mantendo meu contato visual com ela.

— Jimin... Você não pode se reconciliar com ele amanhã? — perguntou, com uma feição preocupada. Me senti confuso.

— Como assim?

— Sabe, ele andou muito triste desde que você disse que era aquilo... E eu não gosto de vê-lo assim.

— E você gosta de me ver assim? — rebati, sentindo meu coração apertar ainda mais com o comentário. — Gosta de ver seu próprio filho escondendo ser quem ele realmente é?

— Filho... Mas você não é-

— Eu sou. — respirou fundo. — Eu sou isso mesmo que você pensou, mãe. E eu me sinto perdido aqui, porque nenhum de vocês dois ficaram do meu lado por conta de uma... De uma homofobia explícita. — abri a porta, mas antes de entrar, a encarei serena e ao mesmo tempo, decepcionada. — Eu prefiro que continuem me ignorando do que virem me humilhar, mesmo que isso me machuque muito.

Entrei e fechei a porta. Corri pra cama, sentei e me segurei pra não desabar em lágrimas. Droga, eu realmente não era tão forte pra combater isso.

Taehyung ainda não havia respondido as minhas mensagens e minhas tentativas de ligações estavam dando caixa postal. Todas as dez. Provavelmente ele ainda estava fora.

Pensei nos últimos acontecimentos no apartamento de Jungkook e no momento em que o de mechinhas verdes tão lindas me veio à cabeça, meu coração começou a disparar.

Eu sabia.
Mas decidi me privar de ter essas ideias sobre ele em minha mente.

Porque de alguma forma, eu entendia que desenvolvia sentimentos por Jungkook.

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[JUNGKOOK]

A boate que eu frequentava era o meu local de refúgio quando os acontecimentos perturbadores dos meus dias resolviam mexer com a minha sanidade.

Eu não poderia deixar de curtir um pouco quando os problemas me encurralavam.

Era a melhor forma de fugir disso.

— Jeon Jungkook! A que nos dá a honra de ter a sua bela visita no dia de hoje? — ótimo, o dono da boate estava lá, bem na entrada, e ele era especificamente um pé no saco. Mostrei o meu melhor sorriso falso e caminhei até parar em frente ao homem.

— Apenas vim dar uma passeada. Me divertir um pouco. — dei de ombros, falando a verdade. Seu sorriso alargou ainda mais e ele colocou o braço entorno de minhas costas, me levando pra dentro do estabelecimento escuro com luzes coloridas.

— Quer cantar hoje? Eu posso te pagar mais por essa noite. Hoje a boate está cheia!

Meus olhos se arregalaram e eu lhe encarei de imediato. Interessante, ele não era tão pé no saco assim.

Só era tagarela demais algumas vezes quando esbarrava comigo em algum lugar. Talvez gostasse muito de mim, afinal sei que sempre fui alguém cobiçado pelos meus bons dotes. E eu tinha uma lábia também.

— Claro, eu posso mesmo? — demonstrando todo o interesse do mundo, vi o mais velho e arrumado assentir com a cabeça.

— Já que está aqui, pode ficar à vontade. — parou, terminando nossa conversa. — Daqui a pouco aviso o pessoal que organiza o palco que você vai ficar até mais tarde. E a bebida é por minha conta.

Perfeito. Fez o meu dia.

Ajeitei minha jaqueta jeans escura e joguei os cabelos para trás, caminhando até as bebidas e me sentando no banquinho, suspirando ao sentir a sensação maravilhosa que era estar nesse lugar. Era quase como a minha segunda casa. Apoiei o cotovelo no balcão e comecei a analisar as pessoas que ainda chegavam na boate. Era cedo demais, mas haviam muitas pessoas, por incrível que pareça, além de ser um dia da semana.

Uma mulher que estava sentada longe de mim, bebendo a sua bebida, iniciou uma troca de olhares intensa comigo. Eu a encarei de volta, sabendo que ela estava flertando na cara dura.

— Hoje é o seu dia de sorte? — olhei pra frente e dei de cara com Kim Woosung, sorrindo sacana ao reparar em mim. — Mal chegou e já tá flertando, aposto. — também se apoiou com os dois cotovelos no balcão.

— Não quero falar com você, seu x9. — sério e ressentido, desviei meu olhar e continuei a encarar a moça, que agora tagarelava com uma amiga.

— Eu fiz alguma coisa? — franziu o cenho, inocente, eu o encarei com a minha pior expressão de desprezo possível.

— Fofocar sobre mim pros outros deve ser bem gostoso, né? — joguei.

— Como assim? Jungkook, você pirou? — riu. — Por que eu iria-

Então, ele caiu na real.

— Ah, espera, você tá falando do Jimin? — tombou levemente a cabeça para o lado, me encarando.

— Adivinhou, foi?

— Mas qual é o problema? Você mesmo me disse que quando alguém perguntasse sobre você, era pra dizer que-

— Mas não pra ele. — o cortei, falando sério. Ele levantou as sobrancelhas. — É meu novo amigo, e sei lá, só não queria que ele soubesse que eu sou um babaca tão cedo. — dei de ombros, inventando um motivo decente.

— Ah, me desculpa, então. — pediu, ainda olhando pra mim. Pareceu sincero. — Eu não sabia, realmente não fiz por mal.

— Tsc, tá tudo bem cara, vai. — abanei o ar com uma das mãos como se insinuasse que era pra ele sair de perto e olhei para o lado. Ele riu, contido. — Esquece isso.

— Quer uma bebida? — perguntou, amigável, enquanto se afastava preparando-se para pegar alguma. E ele provavelmente até sabia de quais eu mais gostava pela minha frequência aqui.

— Não sei se posso beber agora, eu vou me apresentar. — respondi e ele arregalou os olhos, voltando para onde estava e a focar em mim atentamente.

— Hoje?! — ficou curioso. — Mas-

— O chatão disse que eu poderia, afinal a boate tá cheia. — falei, citando o dono que eu não gostava, mas não desgostava. Então, um ponto de interrogação surgiu na minha mente ao pensar sobre o tanto de pessoas aleatórias ao nosso redor e fiquei mais próximo de Woosung, sem entender. Eu quase nem ouvia a música com o tanto de falatório. — Aliás... Por que?

— Acredito que seja porque um vídeo da boate viralizou. Anteontem uma garota subiu no palco e quase tirou toda a roupa, acredita? Ela tava super alterada. — contou.

— Sério? Eu quero ver esse vídeo!

— Espera, vou te mostrar. — ele se afastou e colocou a mão no bolso, tirando seu celular de dentro e começando a procurar, depois de dar uma checada ao redor com seus olhos caso houvesse alguém pra atender.

E a fofoca rolaria solta.

— Você é o Jeon Jungkook? — uma voz suave e feminina tirou totalmente o meu foco em minha curiosidade sobre o vídeo viralizado. Meus olhos pararam na mesma garota que estava me secando minutos atrás, agora de pé ao meu lado.

— Sim, sou eu. — respondi, virando-me um pouco para ela, que se sentou no banquinho ao lado. Consequentemente vi Woosung se afastar de nós, ele provavelmente me mostraria a fofoca depois. — E você...?

— Meu nome é Mina. Myoui Mina. — sorriu, e seu sorriso era realmente doce. Era difícil pensar que ela iria querer alguma diversão ou até mesmo de vê-la em uma boate.

— Prazer, anjinho. — sorri de volta, ela riu envergonhada, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Não sou cego, sabe. Eu percebi que ficou me secando.

— Oh, mesmo? — ela deu um sobressalto, então seu rosto ficou vermelho. — Desculpe, eu acho que não sei disfarçar quando fico afim de alguém...

— Quer dizer que tá afim de mim? — perguntei com um sorriso convidativo em meu rosto, deixando ela ainda mais tímida do que havia ficado.

— Mina! Ficou doida?! — outra pessoa chegou, uma garota baixinha e irritada, discutindo diretamente com a que estava em minha frente. A mais alta bufou.

— Chae, mas que merda! Por que não me deixa aqui em paz?! — retrucou. — Tem que me seguir pra todo e qualquer lugar, agora?!

A garota continuaria a discussão, mas resolveu olhar pra mim. Ela estava na minha altura, e olha que eu estava sentado. Ou seja, a de cabelos mais curtos era realmente baixa.

— Que porra você tá fazendo aqui?! — de repente, Kim Woosung reapareceu e me deu um pequeno susto.

Pronto, eu não sabia mais o que estava acontecendo e fiquei no meio de uma discussão entre três pessoas.
Não que isso me incomodasse, já que agora, pulei de uma fofoca para outra inédita.

— Eu já disse que ia sair pra acompanhar uma amiga. — a baixinha toda de preto cruzou os braços, tornando uma feição brava em seu rosto.

— Por que não disse que viria pra cá?! Garota, se eu soubesse, eu nunca deixaria você-

— É por conta disso! Você contaria pros nossos pais, eu tenho certeza! Mesmo que eles não morem com a gente, você ainda faz questão de usá-los contra mim! — aumentou seu tom de voz, irritada.

Fingi estar alheio, mas a verdade era que minha atenção estava bem atenta nas falas dos dois. Nem sabia mais o que Mina, a garota doce, estava fazendo no momento.

— Que chatice, vem, vamos embora! — e falando nela, Mina levantou e pegou a amiga pelo pulso. — Desculpa por tudo isso, eu prometo voltar ainda hoje. — disse, diretamente pra mim ao parar do meu lado. Então, receosa, perguntou: — Você ainda vai estar aqui? Vai cantar hoje?

— Com certeza. — sorri de canto. — E eu estarei esperando por você, gracinha.

Ela sorriu. Logo, sua expressão fechou-se e ela levou a outra garota embora.

Tudo nos conformes, minha noite terminaria da melhor forma. Às vezes acho que sou rodado demais.

Eu realmente queria beber agora, mas não tinha certeza se era o certo, pois eu iria cantar mais tarde e não era recomendado consumir álcool, as minhas cordas vocais absolutamente pediriam por socorro. Merda, esse era um dos péssimos lados de ser cantor.

Ouvi Woosung resmungando baixo, portanto larguei meus devaneios e o encarei. O Kim continuava vendo se aquelas duas realmente haviam ido embora, esticando-se um pouco para checar a saída que de fato, nem dava mais para ser vista.

— O que ela é sua? — questionei.

— A baixinha é a minha irmã. Chaeyoung. Essa Mina deve ser uma amiguinha dela, sei lá.

— Mentira, sério? Elas são menores de idade? — me fodi. E fiquei surpreso, mas reparei que o barista continuava bravo.

— Acredito que a que você trocou ideia, não. Chaeyoung tem mania de fazer amizades com gente adulta ou acima dos dezoito anos. Não sei qual é a tara dessa garota. E ela só tem dezesseis. — suspirou, passando as mãos nos fios. — Ela anda nessa fase rebelde agora, e eu nunca sei o que fazer.

— Puts, que merda, hein... Boa sorte. — foi tudo que eu pude dizer, afinal, eu nunca havia largado essa "fase". Eu ainda continuava o mesmo idiota.

Mas não é como se eu reclamasse.
Pelo menos por enquanto.

— Eu tento cuidar dela desde que a gente encontrou nossos pais, mas ela nunca me escuta, por mais que eu saiba que ela me vê como seu único porto seguro. — dizia, verdadeiramente preocupado com a irmã e isso era notável. Mas sua fala me deixou confuso.

— Como assim vocês encontraram os pais de vocês?

— Ah. — riu, descontraindo. Talvez houvesse falado demais. — Nós dois fomos adotados. Interessante, né? Mas são nossos pais agora.

— Sério? Mas quando eram bem pequenos? — meus olhos se arregalaram em pura atenção. Ele negou. De repente, eu estava me intrometendo na vida de Kim Woosung.

O estranho mundo do barista que queria roubar Jimin de mim.

— Não foi exatamente quando éramos pequenos, confesso que havia sido complicado. Ela tinha uns oito ou nove anos e como eu sou bem mais velho, entendia muitas coisas. A minha mãe biológica nunca quis ficar comigo desde que eu era bebê e eu comecei a morar com a minha avó. Meu pai tinha vários casos e foi assim que a Chae também nasceu, mas ele a deu pra gente também. Que azar, né? Bom, eu odeio o meu pai e fico feliz por não estar com ele, mas o perdoei.

— Como?! Ele foi cafajeste pra caralho, desculpa o palavreado. — eu estava boquiaberto.

— Precisamos perdoar as pessoas pra estarmos em paz, Jungkook. — disse, e eu revirei os olhos. — Mas continuando, quando a minha avó morreu, a casa de adoção foi a nossa única alternativa porque eu também não tinha como cuidar da Chae. E resumindo, um casal de coreano e estrangeira escolheu nós dois porque eu não tinha mais idade pra continuar na adoção e a Chae era totalmente grudada comigo. Ainda é.

— Nossa, mas que história, sinceramente. — ele riu com a minha reação.

— Bom, apesar de tudo, eu moro sozinho com ela hoje em dia, já que eu quis me mudar e a Chaeyoung não quis se separar de mim. — riu de novo, satisfeito. — Estamos bem. Ainda mantemos contato com os nossos pais, mesmo que nem tanto assim.

Sortudo. Ao menos tinha contato, o que significava que seus pais ao menos se importavam com você.

O silêncio se alastraria enquanto eu estava pensando e raciocinando a história toda, quando Woosung pegou alguns copos e começou a limpá-los normalmente com um pano limpo. Resolvi mudar o assunto pra outro mais interessante.

— E enfim, como foi com o Jimin? — a pergunta veio rápido em minha mente, e eu não tinha nada pra fazer a não ser pensar em beber ou no que eu iria cantar hoje.

— O Park? Ah... — seu rosto pareceu mais leve, Kim Woosung sorriu. — Ele é um amor.

Eu sei disso.

— Gosto quando ele começa a falar sobre situações engraçadas e não consegue parar mais, a risada dele é adorável e o jeito que ele fica com vergonha me deixa aéreo de inúmeras formas.

— Sim, ele fica coradinho. — soltei, baixo, me recordando. Woosung me encarou e murmurou um "hm?". Resolvi não repetir. — Nada, só acho que você se apaixonou muito rápido, viu. Cuidado, vocês nem se conhecem direito.

Senti um sentimento incomum e chato.

— Eu não diria que me apaixonei, porque ainda não conheço o Jimin totalmente. Não quero me apegar ao quanto ele é bonito ou somente nas qualidades dele. Quero conhecer ele de verdade aos poucos. — explicou, sincero.

Como ele consegue ser tão romântico?
Eu odiei aquilo.

Abri a minha boca pra falar, mas meu celular começou a tocar no bolso da calça jeans. Pedi pra Woosung esperar um pouco e tive que pegá-lo, pois faziam alguns minutos que eu o sentia vibrar com prováveis mensagens. Deveria ser o Namjoon, Jin ou Yoongi?

Sem contar que nem os avisei sobre hoje. Bom, eu aproveitaria o momento para dizer.

Mas na verdade, haviam duas ligações perdidas do Jimin.

Dimdimin 💸
| Jungkook
| Eu posdo falar con vdc??
| desculpa desculpa ter te ligado agora
| :(
[22:07]
| Você deve estar ocupado...
[22:11]
| e eu nem deveria te chamar pq vc é um mentiroso
| Mas eu não consigo falar com o tete
| eu me sinto sozinho
| Desculpa te ligar de novo eu não faço mais isso eu juro
[22:16]
| Boa noite
[22:20]

Não me despedi, saí da onde eu estava e tentei procurar por um lugar mais vazio, o que era praticamente impossível.

Saí da boate por um momento, resolvendo ficar um pouco ao lado de fora pra poder ligar para o Park. Talvez ele estivesse em perigo pelas digitações erradas e o aparente desespero. Eu nunca sabia o que fazer em um momento assim, sem contar as tais "crises" que ele tem.

Jimin não demorou nada pra me atender.

— Alô? Jimin? Onde você tá?

Jungkook... — ele estava triste, a voz baixa. — Eu tô na minha casa...

Mas e o Taehyung? Por que você não tá lá com ele? Eu não-

Ele não tá em casa e eu tinha que voltar pra minha, porque o meu pai... — suspirou, porém eu já imaginava. — O Tae não me responde, mas talvez seja porque ele achou algum cara interessante e resolveu ficar com ele, sei lá... Acho que é também porque discutimos e ele se abalou...

Nossa, e o Taehyung te deixaria sozinho assim? — minha indignação começou a surgir. — Como você está?

Mal. — respondeu, sincero. — Desculpa te atrapalhar, você deve estar se divertindo...

— O que? — receoso de ele saber que estou na boate, tentei burlar seu pensamento. — Que nada, eu-

Consigo ouvir a música daqui, Jungkook... — disse, com a voz baixa e cansada. — Eu vou desligar e dormir, não queria te incomodar.

Jimin, me escuta, eu não iria mentir pra você. Tudo bem, você tá certo, mas preciso saber se sua crise tá acontecendo ou se realmente está tudo bem. — me enrolei, mas tentei demonstrar o mínimo da preocupação que eu sentia. Porque eu poderia ser um canalha, mas eu me preocupava como qualquer pessoa comum no meu lugar, né?

Ele soltou um risinho, mas não convencia de jeito nenhum.

Não precisa agir assim, não estou tendo uma crise de ansiedade... — respondeu, então fungou. — Mas preciso ir... Até, e se divirta, Jeon.

Tá bom, mas se você precisar-

Ele desligou.

Eu não fazia ideia do que fazer agora. Minha noite estava totalmente preenchida por ter que fazer inúmeras coisas, inclusive a minha apresentação. E isso eu não troco por nada.

Recostei na parede de fora do estabelecimento, me peguei pensativo por algum motivo. Parecia haver uma voz dizendo pra eu ir até Jimin e checar se está tudo bem, mas a maior me dizia somente pra ficar na minha porque aquele não era o meu objetivo e nem estava nas instruções, que era pra eu completar o meu dia e manter a paz, mandar uma mensagem simples amanhã e saber se ele estava bem ou se Taehyung havia lhe atendido.

É, Taehyung o ajudaria. Mesmo que eu não quisesse, porque separá-los era a primeira parte do meu plano que obviamente era uma hipótese falha. Como Jimin se afastaria do único amigo que ele teve praticamente a vida toda?

Encarei o céu e as estrelas ficando mais aparentes. Eu costumava fazer muito isso na minha infância. Não eram boas memórias.

Era melhor eu voltar pra boate.
Não tinha nada a ver com a sua vida.
A música é mil vezes mais importante pra mim.

💸

[JIMIN]

Meu coração continuava apertado, e agora tudo que eu queria era sumir por ter atrapalhado a noite divertida de Jungkook. Era óbvio que ele provavelmente estaria com outras pessoas e jamais pensaria em mim. Não, com outras mulheres bonitas.

Depois do que aconteceu na sua casa, senti que deveria me separar desse sentimento idiota que fazia questão de estar presente a todo momento.

Incluindo agora, porque eu sentia a falta dele.

Por que ele havia sido tão bom comigo? E por que aumentou minhas esperanças ao me contar que era bissexual? Além de ter sido somente pra mim. E se fosse uma mentira também?

Deitei na minha cama, sentindo a garganta doer. Cobri todo o meu corpo com a coberta, sequer me importando de não ter vestido meu pijama favorito. As lágrimas não saíam.

A verdade era que eu estava triste demais pra chorar.

Taehyung não dava sinal de vida, minha mãe é submissa ao meu pai, o meu próprio pai me odeia...

E Jungkook era inacessível.

Por que eu ainda existo?

Dez minutos se passaram e eu não consegui dormir. Até que eu senti meu celular vibrar em algum lugar da minha cama. Me sentei e procurei desesperadamente pelo aparelho. Quando peguei, meus olhos se arregalaram.

— Jungkook?

Jimin, você não estava dormindo, estava? É cedo. — falava baixinho, quase sussurrando.

— Não... É que não consigo dormir. Por que?

Eu não ouvia mais nenhuma música de fundo através da linha.

Como eu posso subir na sua janela?

— O que?! — acabei falando mais alto sem querer, tapando minha boca em seguida.

Eu desliguei a ligação e imediatamente segui até a janela do meu quarto, a abrindo minimamente e devagar pra não causar nenhum barulho, avistando Jungkook logo abaixo. Arregalei meus olhos.

O que raios ele estava fazendo aqui?!

Como eu vou subir aí? — sussurrou de forma que eu pudesse escutar, depois começou a murmurar coisas que eu não entendia absolutamente nada.

Tentei achar algo pra que pudesse ajudá-lo ao meu redor, mas não havia nada. Quando ouvi um barulho, quis matar Jeon Jungkook, mas o avistei dando a volta na minha casa, bem provavelmente indo para a porta de entrada. Meu Deus, o pior viria, eu tinha certeza.

Corri tentando dar os meus melhores passos leves, agora descendo as escadas uma por uma. Era agoniante, porque eu não queria deixá-lo esperando por tanto tempo enquanto eu tentava não fazer um barulhinho sequer.

Quando cheguei na sala, destranquei e abri a porta vagarosamente, me deparando com ele.

Jungkook sorriu grande, coberto de jeans escuro e com seus cabelos bagunçados, cheio de ondinhas, como se houvesse corrido pra cá. A tatuagem no pescoço dando um olá, e os piercings em seu rosto. Ah, lindo, como eu sempre o via.

— Gostou da surpresa, Coradinho? Vim o mais rápido que pude. — sussurrou, galanteador.

Revirei os olhos com o apelido e ao invés de falar e arriscar soltar algum som, eu peguei em sua mão e o puxei pra dentro, apertando ela com força pra que ele pudesse compreender o tamanho de cuidado que tínhamos que ter.

Jungkook me encarou já dentro da minha sala e eu aproximei o meu indicador dos meus próprios lábios, indicando puro silêncio ou estávamos muito, muito ferrados, pra não dizer uma palavra feia.

Caminhei em passos leves novamente com o Jeon até o meu quarto. Ele estava ao meu lado ao subir as escadas, curioso com a minha casa gigante e provavelmente muito admirado ao ver pelo seu modo de olhar o lustre gigante pendurado no teto.

Quando ele me fitava de volta, eu desviava. Isso porque eu estava com vergonha de trazê-lo pra cá em um dos meus piores momentos. Espero que meu rosto não esteja feio ou inchado.

Abri a porta do quarto e empurrei Jungkook para dentro, observando o corredor e a casa todinha em completa escuridão, checando que estava tudo bem até o momento.

Entrei e tranquei a porta, respirando fundo antes de me virar. Céus, o que eu estava fazendo? Parecia que eu estava escondendo algum foragido da polícia. Confesso que era quase isso, sinceramente.

— Certo, você não pode falar alto. — disse, em meu tom normal, mas não tão alto. Meus pais tinham um sono pesado demais pra acordarem até mesmo se eu falasse mais alto que o comum, porém, e se hoje fosse diferente? Eu já estava com "sorte" o dia todo, afinal.

Assim que me virei, Jungkook me olhava atentamente, da cabeça aos pés, alheio ao que eu falava.

Não. Não. Não!!!

Meu Deus, a minha roupa!
Quer dizer, a minha falta de roupa!

Eu somente usava um camisetão na cor preta. Que típico clichê de merda.

— Ah, não! — sem saber no que pensar, andei em passos rápidos até o Jeon, me colocando atrás dele e segurando em seus braços para que ele não virasse. Eu ouvi sua risada, se forçando a não rir alto.

— Não entendi, por que você veio se esconder atrás de mim? — ainda achando graça, perguntou. Pressionei meus próprios olhos ao fechá-los fortemente e pude sentir meu rosto queimar.

— Eu tô quase sem roupa na sua frente, isso é terrível. Péssimo. Muito péssimo. — meus dedos apertaram no tecido nada confortável de sua jaqueta jeans. — Me diz que você não reparou em nada, por favor.

— No que eu teria que reparar, Jimin? Me diz. — questionou. — Por que tá com tanta vergonha? Não precisa, nós nem somos mais tão estranhos.

E então, ele se virou e soltou-se de mim, mas assim que seus olhos encontraram os meus, eu o vi retirando a jaqueta com tudo, a deixando cair no chão. Jungkook sorria pra mim, sem desviar. Eu me encontrei vidrado.

Os braços dele, as tatuagens dele...

— Pronto, o que mais você quer que eu tire pra ficarmos kits? Não precisa ter vergonha de mim.

Mas antes mesmo que eu o pegasse reparando no meu corpo também, fui mais rápido e agarrei o seu com toda a minha força. Surpreso, deu um passo para trás e eu, o mais idiota de todos os tempos, estava abraçado com seu corpo somente pra que ele não olhasse para a parte terrível do meu corpo exposta: as minhas pernas.

Quando abri meus olhos ao fechá-los em pura vergonha da minha própria ação, vi Jungkook me fitar de volta sem relutância alguma. Os nossos rostos estavam muito próximos, por mais que eu fosse um pouco mais baixo do que ele.

E sem querer — querendo —, encarei seus lábios com o piercing tão... tão... perto de mim?

— Eu odeio meu corpo. É p-por isso. Não... Pense n-nada de errado. — tentei encarar qualquer outro lugar. Mas eu sentia que Jeon estava firme e atento em mim, e eu não sabia o porquê, portanto uma força maior que as minhas próprias e inocentes vontades me fez voltar aos seus olhos.

Ele parecia tão intenso e eu poderia acreditar que ele estivesse realmente focado em mim ou admirado comigo, mas talvez Jungkook só estivesse pensando que eu era muito bobo. O que um cara desses admiraria em mim?

Senti suas mãos pegarem os meus braços enlaçados ao seu tronco, calmamente afastando-os sem quebrar o nosso contato visual. Eu também não poderia quebrar de jeito nenhum, mesmo que minhas bochechas demonstrassem a tamanha timidez.

Meus braços o deixaram e continuei no lugar, mas dessa vez Jungkook decidiu dar passos pra frente e com uma pequena força, ele me empurrava para trás enquanto ainda me segurava nos braços.

Quando senti a minha cama atrás de mim, eu me desequilibrei e caí sentado, desajeitado. Me desesperei um pouco e desviei meus olhares do dele, sentindo mais vergonha ainda quando percebi minha camisa quase levantar por pouco. Mas não deu tempo, Jungkook de repente veio pra cima de mim.

Eu deitei com tudo na cama consideravelmente grande e vi Jeon Jungkook por cima, dessa vez fitando o meu rosto por completo e perto de mim, me deixando em estado de choque, sem poder me mexer a não ser continuar na mesma posição: deitado com os cabelos bagunçados e as mãos atiradas aos meus lados da cabeça, sem movimento. Jungkook também tinha as suas ao meu redor, e ele ficou praticamente no meio das minhas pernas. Por Deus, eu não as fechei direito.

Ele soltou um riso curto e fofo.

— Você fica tão vermelhinho, Jimin... — apesar da gracinha em seu quase sorriso, sua voz saiu baixa, arrastada, e aquilo fez eu me sentir de um jeito que... Puta merda, somente palavrões apareciam na minha mente. — Suas sardinhas até somem...

— J-Jungkook... — chamei seu nome em um murmúrio baixo que ele ouviu claramente, pois era tudo que eu emiti no momento.

— Seus olhos são tão lindinhos assim, eu já te disse isso? E ninguém deve te dizer o contrário, me ouviu? — me deixando sem fala, seus dedos tocaram a minha bochecha.

Ele passeava por todo meu rosto com seus olhares e eu, sem querer, suspirei com seu toque em meu rosto. Meu coração estava acelerado e haviam reações que eu não podia simplesmente reprimir.

Jungkook finalmente voltou a me encarar e eu gelei mais uma vez. Seu perfume exalaria no meu quarto todo e era tudo que eu cheirava agora. O qual era muito bom. Percebi que comecei a ficar um pouco quente e não sei se foi uma ilusão minha, mas senti ele se aproximando...

Quando ouvi duas batidas seguidas fortes na porta do quarto.

— Jimin, você chegou?! Por que trancou a merda da porta?! — com o tom de voz levemente elevado, era o meu pai, descobrindo que eu já estava em casa.

Mas com um cara lindo e cheio de tatuagens em cima de mim, na cama!!!



Parece que o Jimin se apaixonou primeiro, o que será que acontece com o Jungkook? Hum...

[Anotação diária: Jungkook]

Gente, tô rindo de mim mesma porque adivinhem só, tive um grande crush num cara esses tempos e descobri que ele tem o mesmo MBTI (praticamente a mesma personalidade) que o Jungkook dessa fanfic! KKKKKKK EU DESISTO??????

Enfim, espero que tenham gostado!!! Qualquer erro, me perdoem! Amo vocês que acompanham, comentam bastante ou comentam mesmo que em algumas partes (adoro as reações), e quando compartilham a fic! Confesso que fiquei muito feliz quando vi que divulgaram no ticoteco 😭😭😭😭

Até dia 15 ou 22 desse mês! 💚

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