Capítulo 93
Maddy P.O.V
Até que enfim saí daquele inferno de hospital, estava cansada de olhar para aquelas quadro paredes, tirando a janela que dava para um quarto de uma senhora que ficava surtando a noite toda no outro prédio. Pelo menos saí antes do Ano Novo, só não sabia se ia poder colocar o vestido apertado que eu comprara por causa dos pontos, mas pelo menos vai dar para tirar o par de sapatos da Christian Louboutin do meu closet.
Eu não sabia qual era a do Shawn, ele passara os três dias comigo sem reclamar de nada, apenas me dizia o que era para eu fazer e se eu não quisesse, ele faria por mim, ou seja, colocaria uns quadro analgésicos na minha boca à força. Era tecnicamente isso que ele estava fazendo esses dias. Não vou dizer que era estranho, às vezes eu acordava no meio da noite e o via acordado, sentado no sofá com os braços cruzados me observando.
Assim que saímos pela porta do hospital, fomos surpreendidos por flashes ofuscantes.
— O que eles querem aqui? — murmurei para o Shawn.
— Ter o que contar. — o Shawn colocou seus óculos escuros e fiz o mesmo.
Não demorou muito para chegarmos no carro, mas o suficiente para que eu me sentisse desconfortável e criasse várias teorias sobre o que esses paparazzis iriam publicar sobre nós.
O caminho de volta para casa fora longo e silencioso, o Shawn agora mudara de expressão, de gentil e cuidadoso, agora estava fechado e com uma expressão fria. Talvez tenha sido um alívio para ele sair daquele hospital, até para mim, mas ele poderia ter saído qualquer hora que ele quisesse. Eu sabia que estava acontecendo alguma coisa com ele e, mesmo que eu perguntasse, não queria brigar com a resposta rude que o mesmo me daria com toda certeza.
Assim que chegamos em casa foi feita a "fila do abraço".
— Até parece que fiz muita falta assim. — disse quando a Cloe me dera um abraço.
— Será? — perguntou o Shawn com ironia quando pegara a minha bolsa e subiu as escadas.
Fiquei o encarando até ele subir o último lance de escadas.
— Que audácia. — pensei.
Abracei todos e subi até meu quarto encontrando o Shawn deitado em minha cama mexendo em seu celular.
— Você está ficando folgado demais, não acha? — perguntei com os braços cruzados. Ele me olhou, sorriu de escárnio e voltou a mexer em seu celular. — O que está fazendo no meu quarto? — perguntei como se já não fosse óbvio.
— Gostei desse colchão. — disse e ficou em pé no mesmo. Ele começou a pular e depois parou. — Dá umas boas fodas aqui. — falou sentando no mesmo. — Nossa. — completou.
— Está viajando demais, não acha? — disse e andei até meu banheiro.
— Olha, o médico me passou uma lista de remédios bem fortes para você. — falou e veio até a porta do banheiro e ficou me olhando.
— Não vou tomá-los. — disse.
— Claro que você vai. — disse convicto.
— Não vou tomá-los. — repeti e olhei para ele.
— Eu vou comprá-los. — disse e foi até minha cama pegar sua jaqueta.
— Shawn eu disse que não vou tomá-los. — falei agora mais alto.
— Me irrita mais um pouquinho que eu coloco eles junto com a caixa na sua boca. — disse.
— Eu posso ligar para polícia e dizer que você queria me matar. — disse e sorri com desdém.
— Ligue. — disse e parou na minha frente.
Engoli em seco e ele sorriu de escárnio.
— Volto logo. — disse e saiu do meu quarto.
— Babaca. — disse e tirei a minha blusa.
Olhei meus pontos, no total fora seis que, para o Shawn aquilo tinha sido milhares. Uma coisa que eu não entendia era como que uma bala, por ser pequena tinha dado todos aqueles pontos.
Bufei e terminei de me despir, entrei no chuveiro e tentei ao máximo não tocar na ferida. Aquilo ainda doía muito. Saí do chuveiro logo em seguida procurei algo confortável no meu closet. Uma peça de roupa caiu entre os cabides e peguei-o antes que pudesse chegar ao chão. Era uma típica camisa preta, e para variar, do Shawn. Suspirei e coloquei a mesma sobre a cama, iria entregá-lo mais tarde. Peguei uma calça de moletom e um casaco grande, pus meias e deitei na cama.
Por mais que eu tivesse passado quase quatro dias naquele hospital, deitada. Eu sentia que necessitava dormir mais, então foi isso que eu fiz. Tirei alguns travesseiros e coloquei-os no chão. Deitei e em pouco tempo, já havia caído no sono.
[...]
Acordei com mais sono do que tinha ido dormir. Peguei meu celular e eram 22:54. Levantei escutando gritos e barulhos na escada. Desci vendo um zona um tanto convidativa. Minha mãe jogava pipoca na boca da Lydia enquanto o Mark apertava as bochechas do filho do Shawn. O mesmo trazia em uma bandeja com cookies frescos e alguns copos de leite.
— Mãe! — disse o Mark e vei me abraçar.
— Devagar. — disse a minha mãe apreensiva.
— Está tudo bem. — ri com o susto do mesmo pelo jeito que minha mãe falara.
O Shawn me olhou e sentou ao lado da Lydia.
— Mãe. — chamou o Mark num canto longe da sala. Fui até lá e esperei pelo que o mesmo falaria. — Senti sua falta. — sorriu. — E outra pessoa também.
Suspirei e assenti. Sabia exatamente de quem ele falava.
— Eu vou dar uma volta. — falei.
Fui pela cozinha, sem que ao menos ninguém percebesse a minha deixa. Saí pela porta dos fundos e atravessei a rua. Não queria admitir isso, mas quase todas as noites eu fazia aquele mesmo percurso e sentava no sofá do quintal da casa do Shawn, era tecnicamente invasão de domicílio, mas não seria se ninguém soubesse. Aquele lugar tinha se transformado no meu lugar de solidão e lembranças que eu amava me torturar.
Fixei meu olhar num ponto da piscina azul e juntei meus joelhos até que eles ficassem apertando meus seios. Achei por um breve momento que a lágrima que tinha escorrido fosse pelo fato de que havia deixado meus olhos abertos tempo demais, mas a verdade era que eu chorava por não ter certeza sobre nada na minha vida. Não tinha certeza sobre se queria matar o Henry. Não tinha certeza se queria, quem sabe, um futuro com o Shawn. Ele tem sido tão atencioso comigo esses dias que, por um momento achei que estávamos bem um com o outro, mas não estamos. Não sei o que somos. Não sei o que fomos, nem o que eu quero.
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