Capítulo 88
Maddy P.O.V
— Pode ter certeza que eu estava completamente bêbada. — disse.
— Nós estávamos. — corrigiu.
— Mas aposto que a sua intensão não era lembrar da noite de ontem, era? — perguntei passando a língua entre os dentes.
O Shawn riu de escárnio e logo me puxou entrando num banheiro.
— O que você quer afinal, Maddy? — perguntou com os olhos semicerrados.
Eu iria matar o Henry amanhã à noite, nada do que uma diversão com alguém que você despreza. Eu ainda podia sentir raiva do Shawn, mesmo quem o influenciara não estivesse mais entre nós.
— Se você não tivesse me traído talvez estivéssemos fodendo. — disse andando pelo banheiro. — Quem sabe dentro dessa banheira. — falei e lhe lancei uma piscadela.
— Agora não é hora para brincadeiras. — disse.
— E qual seria hora para brincadeiras? — perguntei e passei a língua pelos meus lábios, intencionalmente.
— Quando eu disser. — rebateu.
— Presumo que não esteja falando sério. — disse.
— É óbvio que não estou. — disse tocando em sua têmpora.
Eu quero deixá-lo confuso.
— O que você quer, Shawn? — perguntei levantando devagar.
— Eu fiz essa pergunta há dois minutos. — disse. — E não se pode responder uma pergunta com outra. — falou.
— Oh! Mas é claro que pode, a menos que sejam diferentes. — disse me aproximando dele.
— Mas não são. — rebateu.
— Aposto que a sua resposta para essa pergunta vai ser mais interessante que a minha. — murmurei de frente a ele.
— Sem dúvidas. — murmurou de volta. — Seria se você facilitasse. — falou.
— Então me diga pelo menos seus objetivos. — o empurrei contra a parede. — Sei que casar e ter filhos não estão inclusos. Ops! Pelo menos um desses você conquistou, será que foi intencional? — perguntei com um ar de atrevimento.
— Então quer dizer que você não me conhece de verdade. — disse cruzando os braços.
— Achei que te conhecia, mas estava enganada. — disse passando minhas unhas sobre seus músculos que pediam espaço dentro de sua camisa. — Quer falar alguma coisa antes que eu saia por essa porta? — perguntei manhosa.
— Não, não agora. — falou com uma ar de superioridade.
— Te vejo mais tarde, Shawnie. — sorri com desdém abrindo a porta devagar.
Senti um puxão no meu pulso e eu já estava de volta dentro do banheiro sendo espremida pelo abdômen do Shawn. Ele me encarava, sempre a procura de algo insaciável ou nunca achado. Eu também estava, mas já havia encontrado.
Ele segurou com firmeza meu queixo que achei que ele me daria um tapa, só pelo fato de eu ter respirado. Seu rosto mostrava raiva ou até mesmo repugnância, sua respiração pesada o entregava. Ele estava furioso, mas seus olhos mostravam um vazio imprescindível onde nem brilhavam mais.
— Sente pena de mim? — perguntou.
— Por que eu deveria achar isso? — perguntei.
— Perguntas não se responde com perguntas. — disse.
— Eu quebro as regras quando quero. — falei sentindo meu maxilar rígido.e
— Só... apenas me responda.
— Não. — disse.
— Por quê? — perguntou.
— As escolhas que você fez não me fazem ter pena de você, e sim raiva — disse o empurrando. Abri aporta e logo fechei deixando o Shawn sozinho no banheiro.
Saí da casa e fui em direção a minha. Entrei na mesma e não havia ninguém, talvez a Lydia tenha saído com o Mark. Subi as escadas e entrei no meu quarto, deitei na cama e fechei os olhos. Não queria pensar em nada, mas era uma tarefa impossível.
Me despi e enchi a banheira e fiz espuma. Amarrei meu cabelo em um coque e entrei na mesma, queria tirar qualquer resíduo do Shawn que sobrara de ontem à noite. Eu, talvez no fundo, quisesse lembrar da noite de ontem. Quero perdoá-lo, mas não consigo.
Nunca pensei que eu fosse na realidade uma pessoa confusa com meus sentimentos. Mas cá estou eu, mergulhada numa banheira pensando sobre perdoar a pessoa que mais fodeu com minha vida. Mas a verdade é que por mais que ele tenha fodido a minha vida, eu o amo, ainda.
O Shawn era o maior filho da puta que eu conhecia, o maior filho da puta que eu desejava. Eu o odeio só pelo fato de me fazer pensar nele. Como eu o odeio.
[...]
Amanhã era Natal e não tinha ânimo para sair de casa e ir comprar os presentes do pessoal. Enquanto mexia no celular pude ouvir a maçaneta do meu quarto ser aberta e minha mãe entrar sem pedir licença.
— Pode entrar, mãe. — ironizei deixando o celular de lado.
— Você vai hoje? — perguntou pondo as mãos na cintura.
— Para onde? — perguntei.
— Vai ter o jantar na casa da Cloe hoje e amanhã eles querem sair para ver um filme. — falou.
— Não. — respondi pegando o celular de volta.
— Não seja hipócrita. — falou sentando na ponta da minha cama.
— Não estou sendo hipócrita, apenas disse que eu não ia.
— Se você não for o Mark também não vai, é como se ele tivesse uma coleira no pescoço. — disse.
— Você está totalmente errada. — falei sentando na sua frente.
— Por que você não quer ir? — perguntou mudando de assunto.
— Porque não estou com vontade. — respondi.
— Não está com vontade? — repetiu. — Ou você não quer encontrar com o Shawn? — perguntou.
Suspirei.
— Por que vocês ainda insistem em tocar nesse assunto? — perguntei. — Acabou, pronto. Ele me traiu e não estamos mais juntos. Relacionamentos acabam e voltam, mas o meu acabou.
— Mas pode voltar, isso acabou de sair da sua boca, distraída. — sorriu sem mostrar os dentes e levantou uma de suas sobrancelhas.
— Madelim, você nunca desiste não? — perguntei.
— Não. — riu. — Você gosta dele. — afirmou. — Do que adianta ficar a vida toda se corroendo com uma coisa que tem saída? No final você mesma se tortura. Não estou falando para você ir lá e perdoá-lo, só quero fazê-la enxergar que se não gostasse ou se importasse com ele, não estaria desse jeito. Vocês se alfinetam todas as vezes que se vêem, é mais que óbvio que ainda tem uma faísca a solta. — disse.
Deitei no seu colo e escutei uma risada acolhedora. Uma mão foi posta na minha cabeça e fechei os olhos.
— Você quem decide. — sussurrou.
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top