Capítulo 87

Shawn P.O.V

  As palavras da Lydia pairaram sobre o quarto vazio. Eu pensava seriamente no que ela me dissera sobre mim e a Maddy, e ela estava certa. Pareciam que nenhum dos dois queriam, mas ao mesmo tempo queriam, estaria eu disposto a tentar de novo? Estaria ela disposta a me dar uma nova chance?

  Não dormira nada naquela noite, só pensara naquelas duas perguntas que aguçavam a minha mente sem parar. Não importa o que aconteça, no final os dois voltam como todas as outras vezes. Eu estaria aqui, de todas as formas possíveis e quantas vezes ela precisasse. Mas, e se ela não estivesse da mesma forma que eu?

  Procurei não me importar com ela, mas sim com o bebê que nem mesmo tinha um nome. Levantei da cama e sentei na ponta da mesma, eu não tenho noção do que fazer. Precisava ter uma conversa com o Aaron, ele sim iria me ajudar. Nem mesmo tirara a roupa que havia chegado do hospital. Bati na porta do seu quarto, mas desisti assim que olhei para o relógio e vi que já era tarde.

  Desci e fui até a cozinha encontrando um bilhete no balcão que dizia que eles, mais o resto do pessoal, foram para uma balada, nele havia o endereço. Não queria ir, mas também não queria ficar aqui sozinho nessa casa. Tomei um banho rápido e logo fui ao endereço da balada. Logo que entrei encontrei o Jhon.

— Você precisa beber esse Martini. — falou bem próximo do meu ouvido.

  Ele me levou até o bar onde o mesmo pedira uma dose da mesma bebida que a sua. Virei o copo assim que vira quem estava na balada.

— Oh! Já sei porquê o espanto. — falou o Jhon. — Ela não chegou há muito tempo, quem sabe você não dar uma bocanhada nela, pelo menos hoje? — disse com um ar perverso.

  Uma música não faria mal a ninguém, há menos que esse alguém seja a Maddy. Era a mesma coisa que cutucar a onça com a vara curta. De começo a observei de longe, ela estava dançando sozinha com um copo, aparentemente, de tequila nas mãos. Se nenhum dos dois queria o amor um do outro, se é que ela ou eu temos, pelo menos sexo nos convém.

  Fui até o bar e tomei mais dois copos cheios daquele Martini, não queria estar sóbrio para lembrar daquela noite. Fui chegando mais perto. A música agora era mais calma mas no refrão era onde mudava todo percurso da história. Peguei na sua cintura e dançamos juntos Youngblood, ela não pareceu se importar com quem estava espremendo sua ereção contra sua bunda. Ela virou e não pensei duas vezes antes de beijá-la, puxando alguns fios do seu cabelo que logo ele todo estava enrolado em minhas mãos. Descia minhas mãos pelo seu corpo com facilidade e podia sentir as unhas da mesma passarem com certa agressividade sob minha nuca.

— Vamos sair daqui? — perguntei e a mesma assentiu.

  Seguimos para a minha casa e agradeceria ao pessoal mais tarde por não estarem em casa. Da porta de entrada da casa até a porta do meu quarto se encontrava roupas espalhadas, de todos os sexos e tamanhos. A Maddy gemia alto o que me levava ao céu ao mesmo tempo que ela me proporcionava o inferno todos os dias. Era estranho ter uma mulher perversa na sua cama quando você só quer uma que o complete, talvez a perversa se esconda atrás de uma máscara de ingenuidade na qual eu me apaixonara desesperadamente. Essa, era a Maddy.

  Chegamos juntos aos nossos ápices, mas não acabara ali.

Maddy P.O.V

  Acordei me perguntando onde eu estava. A calcinha e meu sutiã, eram minhas únicas vestimentas. Aquela cama já fora vista, aquele quarto eu já conhecia.

— Isso não está acontecendo, isso não está acontecendo... — levantei da cama e pus a sentir náuseas.

  Olhei para o chão vendo restos da noite passada. Comprovando as minhas teorias. Eu tinha transado, só não fazia ideia com quem tinha sido. Logo a porta do banheiro fora aberta revelando um homem forte, o Shawn. Ele saiu do banheiro com uma toalha enrolada na cintura e sorrira para mim. Eu não tinha reação, como eu vim parar aqui? Essa pergunta quase saltara da minha boca.

  Logo o rosto do Shawn mostrara que confusão.

— Você não lembra de nada que aconteceu ontem, né? — perguntou. Maneei a cabeça devagar e o sorriso do Shawn se desmanchara. — Aqui estão suas roupas. — disse e jogou-as no meu rosto, andou até seu closet pegou algumas peças de roupas e voltou para o banheiro fechando a porta num solavanco só.

  Pus minhas roupas e desci as escadas encontrando o pessoal na sala, sem exceção de nenhum, nem mesmo minha mãe, onde estava sentada no sofá comendo pipoca enquanto assistiam à um filme. Pararam o que faziam assim que eu entrei na sala. Minha maquiagem deveria estar toda borrada, pois minha mãe fizera uma cara horrível na minha direção. Apenas sorri.

— O que você faz aqui? — perguntou a Allison.

— Eu que te faço essa pergunta, Allison. — falei.

— É o seguinte. — disse o Shawn passando pelo meu lado indo até o meio da sala. — A Elizabeth teve complicações no parto e não vai poder voltar para casa.

  Não estava tocada com aquilo, realmente não estava.

— Mas ela vai ficar bem, né? — perguntou a Anne.

— Não, Anne, ela não vai ficar bem. — respondeu o Shawn. — Ela está morta. — disse indo direto ao ponto.

  Agora sim eu estava tocada, não tocada pelo Shawn ter perdido sua amante e primeira namorada. Mas pelo fato da mãe que ela não seria nem muito menos pelo filho que não a conhecera. Talvez no fundo, pelo fato dele ter passado nove meses do lado dela, a amasse.

  Ele começara a andar na minha direção, mas nem olhara para meu rosto. Então puxei seu pulso antes que ele passasse por completo por mim.

— Eu sinto muito. — murmurei.

— Então apenas não sinta. — falou entre dentes, ele parecia zangado.

— Shawn...

— O que quer? — perguntou. — Quer jogar alguma coisa a mais que eu já tenha feito em toda minha vida? — desafiou.

— Eu só quero te ajudar. —disse.

— Não tem como ajudar. Achei que me odiasse. — falou.

— Mas eu te odeio. — disse.

— Não é o que parece, não foi o que pareceu ontem à noite. Não foi o que disse, assim como não foi isso o que fez. Me odiar, Maddy. Ontem você não fez isso. — falou com um sorriso malicioso.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top