Capítulo 85

Shawn P.O.V

Cheguei no hospital mais rápido do que eu esperava assim que a Elizabeth ligara para mim. Eu não estava fazendo isso por ela, não mesmo. Iria fazer de tudo para tirar aquela criança das mãos dela. Como ela mesma disse, o Henry ficaria sabendo que eu transara com ela, e do mesmo jeito que ele ameaçava a Maddy, quem diria que ele não faria com a Elizabeth?

Entrei no hospital e fui direto para a recepção.

- Oi, estou procurando Elizabeth Brow, sabe onde ela está? - perguntei.

- Você é da família dela? - perguntou.

Hesitei em dizer o que eu era, mas o quê eu sou dela? Pensei em milhares de coisas em menos de segundos. Queria dizer aquela palavra com outra pessoa, mas não era hora de pensar nisso.

- Marido. - disse.

Ela deu uma breve olhada para minha mão esquerda, fui mais rápido e a escondi.

- Tudo bem, ela está em trabalho de parto. Como é marido, pode colocar uma roupa e entrar na sala se preferir. - assenti e a mesma me conduziu até uma sala escura e fria.

Logo a luz foi acessa e ela me deu um tipo de roupa descartável, vesti e a recepcionista voltou a me guiar à sala de parto.

De começo eu podia jurar que a Elizabeth estava gemendo, mas era apenas gritos agudos e outros que pareciam que ela precisava de um exorcismo. Fiquei num canto apenas olhando.

- Quando eu pedir você faz força, tudo bem? - disse a médica que se encontrava sentada numa cadeira no meio de suas pernas.

- Tira logo ele daí! - esbravejou a Elizabeth.

A médica percebeu que a sala havia uma presença a mais e disse:

- Creio que o pai tenha vindo presenciar o nascimento do seu filho. - disse.

A Elizabeth me olhou e andei com passos lentos até ela. Ao chegar perto pude ver que a mesma parecia cansada e suava.

- Ela está perdendo muito sangue. - disse a médica. - Vamos, preciso que você faça força agora! - exclamou. Ofereci minha mão a mesma e, nem parecia que ela apertava minha mão. Mais um grito foi ecoado pela sala.

- O pulso dela está fraco. - disse uma enfermeira com uma naturalidade que fiquei me perguntando por quanto tempo ela treinou aquilo.

Depois de ter dito isso, a médica deu instruções a todos que estavam ali enquanto via ao longe uma enfermeira carregar o pequeno impostor. Tentei ir até lá mais fui barrado por uma enfermeira que disse que era melhor que eu ficasse na sala de espera.

[...]

30 minutos depois eu me perguntava se ela ficaria viva. Queria tirar o bebê dela, mas não ter que dizer ao meu filho que a mãe dele morrera. Peguei o celular e passei os olhos pelas mensagens e parei no grupo da Orgia, continuei a passar os olhos e como sempre, a Mona desejando a morte das najas, ri daquilo. A sala de espera era realmente um lugar horrível, onde você via muita gente chorar, em choque pela notícia, ou simplesmente ficar louco esperando o que vem à passar pela aquela porta. Esse era o significado de "sala de espera". Porque você não sabe se é bom ou ruim.

Maddy P.O.V

Entendia a fúria do Shawn e principalmente comigo, não sei o que ele está tentando mostrar, mas tenho certeza de que não é nada da minha conta. Havia parado de me importar, pelo menos tentava, mas se tornava cada vez mais difícil quando o via com a Elizabeth.

- GENTE! - gritou a Mona com os olhos arregalados. - A NAJA PARIU O MINI SHAWN! - voltou a gritar.

Murmúrios, era isso que tinha tomado conta da tarde das garotas. Era esse elo que faltava para que a Elizabeth fosse inteira e nada verdadeira do Shawn.

Levantei deixando o pote de pipoca no chão e fui até o banheiro do quarto da Cloe. Escorreguei pela porta e senti que do chão eu não passaria. Espremi os meus joelhos contra meu peito e encostei minha cabeça na porta e chorei, chorei, mas eu chorei sem conseguir parar com aquilo. Sobre eu não ter chorado quando vi o Shawn me trair ou quando ouvi ele dizer que não era verdade, eu estava em uma fase de raiva mais choque, me perguntei seriamente se eu o amava. Mas a verdade era que eu estava procurando o momento certo, ou minhas lágrimas, para se desmancharem. Eu estava me desmanchando, pouco a pouco com exatamente tudo. Vingança mais angústia e raiva, de ter sido enganada e manipulada.

Uma vez disse que não me importara em ser usada de novo, não me importava mesmo. Mas depois que você é usada mais do que pretendia acaba se tornando cansativo, algo inevitável de se sentir. Agora com o nascimento do filho do Shawn esse sentimento era mais presente ainda.

Levantei e me olhei no espelho. Lavei o rosto e sai do banheiro encontrando a Cloe sentada na cama me esperando.

- Quer conversar? - perguntou.

- Não tem o que conversar. - disse.

- Está com raiva ou triste?

- Não e talvez. - respondi. - Não porque não tem como ficar com raiva de uma criança que não tem nada a ver com o que aconteceu e talvez, talvez porque agora a Elizabeth não vai sair do pé do Shawn nunca. - disse.

- Você quer a atenção dele, né? - perguntou.

- Agora, isso vai ser impossível. - disse sentando do seu lado.

- Já cogitou a ideia de perdoá-lo? - perguntou.

- Sim, mas não posso fazer isso.

- Então como quer ganhar a atenção dele? Ele ainda gosta de você, mas ele já está cansado de vir pedir desculpas e você dar foras nele jogando na cara dele tudo o que ele fez. Quando você o acusou de ter te traído, você pediu desculpas? - assenti. - É uma sensação ótima, não? - assenti de novo. - É isso que ele quer agora, uma sensação boa. - sorriu. - Perdoar é o ato mais genuíno que amor.

- E se por acaso eu pedisse desculpas e ele não aceitasse e decidisse que quer continuar com a Elizabeth? - perguntei.

- Põe uma coisa na sua cabeça que o Shawn só está com a Elizabeth para cuidar do filho dela e não porque a ama. Maddy, o Shawn não está namorando com ela não, e nem muito menos é noiva dele. Você só precisa sair da sua casa, travessar a rua e pronto. - disse.

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